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Low Carb É Realmente Melhor Para Composição Corporal?


Posts Recomendados

Postado
40 minutos atrás, pibols disse:

Depende, se vc eh um ectozao q se da bem com carbo, eu nao iria de low carb num cutting nao. Agora se vc eh um cara q tem tendencia a acumular gordura facil, q nao tem um metabolismo mt acelerado, q tem a pele mais grossa... dai eu apostaria na low carb. Depende do individuo, nao da dieta, tem q ver se o individuo se adapta a ela e se seu   dia a dia tambem.

Eu sou endo, ex-obeso, 7 anos treinando.

Mas sem levar pra experiência individual, isso varia muito, eu só fui objetivo na resposta a uma pergunta objetiva.

não é melhor, não é pior

Postado

1399859121001-Fed-Up.jpg

 

Um exame da epidemia da obesidade dos Estados Unidos e o papel da indústria alimentar em agravá-lo. Fed up mostra como as primeiras diretrizes alimentares emitidas pelo governo dos EUA há 30 anos esquecendo o papel do açúcar dietético no aumento dos riscos de obesidade, diabetes, e os resultados ruins associados a saúde, particularmente em crianças. Uma vez que essas diretrizes efetivamente toleraram a adição ilimitada de açúcar aos alimentos consumidos pelas crianças, o consumo de açúcar aumentou muito, a obesidade disparou e gerações cresceram muito mais gordas do que seus pais. Estas crianças enfrentam problemas de saúde e menor expectativa de vida como resultado. Com a relação entre a dieta rica em açúcar e problemas de saúde surgiram entrincheirados interesses da indústria de açúcar com recursos de lobby financeiros quase ilimitados rechaçando tentativas por parte dos pais, escolas, Estados e no Congresso para fornecer uma dieta mais saudável para crianças. O filme conclui com uma lista de 20 empresas, grupos industriais e políticos que se recusaram a falar com os cineastas.

 

 

Postado

Norton, não é por nada não, mas o que o excesso de consumo de açúcar em crianças tem a ver com carbo x composição corporal pra praticantes de treino com pesos?

Dá uma filtrada aí, bro.

Postado (editado)
5 horas atrás, lukao1993 disse:

Meat intake and mortality: a prospective study of over half a million people.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19307518

 

Tradução- Consumo de carne e mortalidade: um estudo prospectivo de mais de meio milhão de pessoas

 

Baixo nível de evidência a pesquisa se deu através de questionário e com certeza nenhuma dessas pessoas passou a vida inteira comendo somente carne.

 

E retirado do seu próprio artigo: 

"Comentário em

 

O pecado da carne

 

Spoiler

O pecado da carne

 
A mídia não consegue passar 1 mês sem publicar com estardalhaço o último estudo (epidemiológico) indicando que a carne vermelha vai lhe matar.

A mais recente coqueluche é que a "L-carnitina" da carne vermelha vai lhe matar. Coloque "carnitina" e "carne" no google, e você achará dezenas de histórias, todas iguais (pois todas vêm do mesmo "press release", traduzido para o português com algumas imperfeições). Uma machete típica, do site da Veja:
 

Pesquisa descobre nova relação entre consumo de carne vermelha e risco cardiovascular

Digestão do nutriente L-carnitina, presente na carne, resulta na produção de uma substância que aumenta riscos de entupimento dos vasos sanguíneos

Mais adiante, nesta postagem, vou explicar o que penso sobre qual o importância do fato de que L-carnitina parece fazer mal à saúde de ratos, mas vou aproveitar para traduzir um texto publicado no mês passado na excelente revista Mother Jones (uma revista semelhante à nossa Piauí - nada de jornalismo rasteiro). Enquanto você lê o artigo, quero que pense o seguinte: por que eu não ouvi nada sobre este estudo na mídia??
 
Ciência: carne faz bem, e o bacon não é tão ruim
Um novo estudo europeu sugere que um aumento no consumo de carne processada aumenta o risco de morrer mais cedo. Mas qual é a verdadeira notícia? A carne vermelha não irá lhe matar.
By Stephanie Mencimer on Mon. March 18, 2013 3:00 AM PDT
Large-scale European study reiterates link between processed meats, cancer, and heart disease. But you can still eat chicken!
No início deste mês, pesquisadores anunciaram os resultados de um grande novo estudo sobre nutrição na Europa que pareceu fornecer mais evidências de que carnes processadas tais como bacon e salsichas possam levar mais cedo ao túmulo.  A mídia respondeu com as habituais manchetes do tipo "o salame irá lhe matar". O que as agências de notícia desconsideraram a respeito deste estudo é que, a despeito de seus melhores esforços, os pesquisadores europeus não conseguiram achar evidências de que a carne vermelha irá lhe matar. Em verdade, o estudo mostra que não comer carne vermelha é um fator de risco para morte prematura.
 
Após fazer as correções para alguns erros de medida, os pesquisadores europeus tiveram de concluir que não apenas o consumo de carne vermelha "não estava mais associado com mortalidade" mas que "a mortalidade por todas as causas era maior entre os participantes com consumo muito baixo ou sem consumo de carne vermelha".
 
O governo, as pessoas que promovem a saúde pública, e a Associação Americana de Cardiologia há tempos alertam os americanos de que o consumo excessivo de carne vermelha poderia levar a doenças cardíacas e outros males. E, no entanto, a evidência científica que dava suporte a esta hipótese sempre foi muito fraca. E, de fato, este novo estudo não é o primeiro a contradizer estas suposições. Um grande estudo japonês também não achou aumento na mortalidade por doença cardíaca em relação ao consumo de carne vermelha.
 
E, no ano passado, pesquisadores de Harvard publicaram outro grande estudo similar. A forma como a mídia relatou o estudo declarava que os pesquisadores haviam achado que "adicionar uma porção extra de carne não processada à dieta diária de alguém aumentaria o risco de morte em 13%. O risco para carnes processadas era maior, 20% de mortalidade geral". Mas os dados de Harvard também mostraram que o consumo de carne tinha um efeito protetor para muitas pessoas.Até um certo limite, pessoas que comiam mais carne vermelha morriam menos do que as que comiam muito pouco ou nada. A fonte de toda esta confusão é simples: pessoas que consomem "junk food" ("comida-lixo", isto é, porcarias, fast food, etc.) têm uma vida pouco saudável em inúmeros aspectos, o que torna impossível encontrar um único alimento que seja responsável por sua má saúde.
 
Para entender isso, vamos olhar mais de perto o estudo europeu. Conhecido como European Prospective Investigation in Cancer and Nutrition (EPIC) (Estudo Europeu Prospectivo sobre Câncer e Nutrição), ele incluiu mais 500.000 pessoas de 10 países diferentes que foram questionados sobre um conjunto de diferentes fatores dietéticos, desde o quê e o quanto comiam até seu nível de escolaridade, idade, peso, altura, e tabagismo. O estudo indicou que pessoas que comiam muita carne processada também tinham uma chance muito maior de fumar, comer menos frutas e saladas, e ter níveis mais baixos de educação. Eram muito mais gordos e se exercitavam muito menos do que o restante da amostra. E os homens que comiam mais carne processada bebiam muito. Ah, e os maiores comedores de carne eram também mais velhos - muitos já haviam passado dos 70 anos quando sofreram as consequências das salsichas.
 
E as pessoas que comiam a maior quantidade de carne processada - que o estudo qualificou como mais de 160g por dia (equivalente a cerca de 6 salsichas) - não morreram apenas de de doenças cardiovasculares ou câncer, as coisas que costumamos associar à uma dieta ruim; eles também morreram mais de "outras causas", uma categoria que inclui acidentes de carro, ferimentos acidentais e outras causas não relacionadas à comida. Os maiores consumidores de carne branca, por outro lado, eram os "escoteiros" do grupo: não fumavam muito, comiam bastante salada, faziam exercício, iam à faculdade, e com certeza escovavam os dentes, usavam cinto de segurança e faziam seus check-ups regularmente.
 
Os pesquisadores tentaram fazer o ajuste matemático dos dados levando em consideração cigarro e bebida, educação, e mesmo o consumo de açúcar, mas não puderam remover completamente estes fatores ou não sobraria quase ninguém no estudo. De um total de 127.000 homens, apenas 619 comiam bastante carne processada sem nunca ter fumado. De fato, os pesquisadores não conseguiram achar uma associação significativa entre doença cardiovascular e consumo pesado de carne processada em não fumantes, apenas em fumantes e ex-fumantes, um achado que eles admitem ser "compatível com efeito residual do tabagismo". O que nos leva à pergunta que não quer calar: seria o bacon, ou seria o cigarro que está matando estas pessoas? Concluir que o bacon seria o culpado aqui parece injustificável.
 
O que é pior, apenas 1% das pessoas que morreram durante os 12 anos de duração do estudo estavam entre os que comeram mais carne processada. Zoe Harcomb, uma pesquisadora britânica sobre obesidade (e uma das participantes do estudo EPIC), salientou que os pesquisadores tiveram de agrupar os participantes de uma forma pouco usual, de forma que o número de pessoas no grupo de alto consumo de carne processada era muito pequeno (havia tão poucas mulheres nesta categoria que a associação de carne processada e mortalidade não foi estatisticamente significativa para elas). Com tão poucas pessoas no grupo de risco, seria talvez precipitado produzir tantas manchetes.
 
Claro que há sobra de boas razões para evitar carnes processadas - pense por exemplo em "pink slime", a gosma rosa com que se fabricam os nuggets, e Listeria, a bactéria que pode infectar produtos animais em más condições de higiene - sem contar as razões ambientais como criação intensiva e aquecimento global. Os pesquisadores europeus também apontam para o sal, gordura extra e carcinogênios tais como os nitratos encontrados nos alimentos processados como potenciais culpados. Mas nem todas as carnes processadas são criadas iguais. A diferença entre um bom presunto de Parma italiano e aquela coisa disforme servida nos almoços de microondas dos EUA é vasta (e talvez explique porque os italianos têm uma expectativa de vida maior do que os americanos).
 
No cômputo final, comer bacon no café de vez em quando provavelmente não vá lhe matar, e comer um bom filé (de gado alimentado com pasto) pode até mesmo fazer você viver mais.
 
A coisa é repetitiva. Vocês devem lembrar que em julho de 2012 já escrevi sobre isso. É sempre a mesma coisa. Estudos epidemiológicos mostram resultados que refletem a crença nutricional vigente. Quanto mais bem feito o estudo, menor o efeito observado. Até que, nos estudos realmente bem controlados, como o estudo referido acima e os ensaios clínicos randomizados, o efeito desaparece completamente.
 
Ok, e a L-carnitina? Eis um artigo que, se não tivesse "carne vermelha" no título, JAMAIS faria nenhuma manchete.
 
Trata-se de um artigo extremamente técnico, e altamente especulativo.
 
Estudando 2595 pacientes que submeteram-se a avaliação cardiológica, os pesquisadores detectaram uma ASSOCIAÇÃO entre os níveis séricos de L-carnitina e doença cardiovascular grave, mas apenas naquelas pessoas que além de L-carnitina alta apresentavam também níveis elevados de trimethylamine-N-oxide (TMAO). Resulta que TMAO é produzido a partir de L-carnitina por certas bactérias intestinais. Resulta ainda que L-carnitina está presente na carne. Além disso, quando se elimina estas bactérias do intestino de ratos, a L-carnitina não eleva o TMAO. E pessoas vegetarianas têm poucas dessas bactérias no intestino. Assim, ser carnívoro irá lhe matar, e ser vegetariano é bom.
 
Alguém vê algum problema com a lógica acima, ou sou só eu??
 
São tantos problemas, que precisamos abordá-los um a um.
 
  1. Associação não é o mesmo que causa e efeito. Há uma história famosa que ilustra este fato. Certa feita, na Austrália, observou-se que havia forte associação entre o consumo de sorvete e os ataques de tubarões. Qual a explicação? Nossa mente tende a estabelecer relações causais. Coisas como "talvez as pessoas fiquem mais doces e atraiam os bichos". Na verdade, havia uma variável oculta, a temperatura. Quanto mais quente, mas sorvetes, e mais pessoas dentro do mar. O sorvete era apenas um MARCADOR de altas temperaturas, e as temperaturas levavam às pessoas ao banho de mar, aumento seu risco de serem atacadas por tubarões. Assim, como saber se o TMAO CAUSA doenças cardiovasculares, ou se está apenas associado a elas? E se o TMAO for apenas um marcador de um estilo de vida que, como vimos no artigo acima, inclui beber e fumar mais, fazer menos exercício e ser mais obeso? No caso da história da Austrália, se você reduzir o consumo de sorvetes, isso afetaria os ataques de tubarão? Claro que não.
  2. Vegetarianos não possuem as bactérias que transformam L-carnitina em TMAO. Ok, você se surpreende com isso? Se uma pessoa nunca come carne, por que eu esperaria que esta pessoa tivesse bactérias que metabolizam carne em seu intestino? Assim, estes vegetarianos não produzem TMAO quando expostos a L-carnitina na dieta. E eles morrem menos. Eles também fumam e bebem menos, fazem exercício, têm curso superior, fazem Yôga, votam na Marina Silva, mas a explicação é o TMAO??
  3. Apenas as pessoas que tinham L-Carnitina e TMAO elevados no sangue tinham risco cardiovascular aumentado. Ok, e quem são estas pessoas? As pessoas que comem carne todos os dias. E quem são estas pessoas? Como vimos acima, são as pessoas que fumam mais, bebem mais, fazem menos exercício, etc. Percebem? Não há como escapar destes problemas com estudos populacionais que não sejam experimentos. Apenas um experimento, ou seja, separaraleatoriamente milhares de pessoas em 2 grupos e alimentá-las de forma diferentes e ver o resultado lá adiante, é capaz de diminuir estes vieses de confusão. Se as pessoas ESCOLHEM suas dietas, farão esta escolha baseada em seus preconceitos. Quem for natureba, magro e ecológico, vai comer peixe, fazer Yôga, se exercitar, não fumar, não beber, E não vai comer carne vermelha. Quem for bebedor de cerveja, tomador de trago, fumante e sedentário, vai comer mortadela, salsicha e churrasco o tempo todo. E se você tentar analisar apenas as pessoas que comem carne vermelha mas não fumam, não bebem, se exercitam e cuidam da saúde? Vai ter que achá-las antes! Elas são uma minoria, elas são VOCÊ, leitor deste blog. No estudo referido na reportagem acima, correspondem a apenas 0,5% das pessoas (619 / 127.000). As outras 99,5% das pessoas se encaixam no perfil propositalmente estereotipado pintado por mim. Estudos baseados nestes 99,5% de pessoas não se aplicam a você, que faz parte dos 0,5%, e isto precisa ficar CLARO.
  4. Os autores, no fundo, estão especulando sobre uma nova possível causa de doença cardiovascular. É interessante, e merece ser estudado. Mas seria realmente interessante se, de fato, houvesse alguma correlação entre carne vermelha e doença cardiovascular. Como vimos acima, não parece ser o caso, uma vez que se controle as variáveis de confusão (trago, fumo, sedentarismo e obesidade). Assim, é uma sofisticada hipótese para explicar um fenômeno não existente.
  5. Há que se colocar as coisas, como sempre, sob o prisma evolutivo. Se TMAO é produzido a partir de L-carnitina presenta na carne, e temos comido carne a 2,5 milhões de anos, era de se esperar que estivéssemos bem adaptados aos efeitos desta substância. Isto não significa que o TMAO não seja ruim. Mas vai precisar mais do que este estudo de natureza epidemiológica para me convencer disso.
  6. Lembre-se de que não adianta parar de comer carne porque talvez, quem sabe, faça mal, e substituir por pão, arroz e macarrão que fazem mal com certeza absoluta. Está com medo da carne vermelha? Coma peixe, frango, salada, frutas e raízes (com moderação). Provavelmente tenham L-carnitina também, mas como ninguém fala mal deles em público, você poderá dormir em paz :-)
Mas não se preocupe. Logo, logo, este estudo cairá no esquecimento, até que o próximo estudo "provando" que a carne vermelha irá lhe matar for publicado. Sempre um estudo epidemiológico, com seus problemas irreconciliáveis, mas se tiver "carne vermelha" no título, estará em todas a manchetes, sem NENHUMA análise crítica.
 

 

 

O que as agências de notícia desconsideraram a respeito deste estudo é que, a despeito de seus melhores esforços, os pesquisadores europeus não conseguiram achar evidências de que a carne vermelha irá lhe matar. Em verdade, o estudo mostra que não comer carne vermelha é um fator de risco para morte prematura.

 

A fonte de toda esta confusão é simples: pessoas que consomem "junk food" ("comida-lixo", isto é, porcarias, fast food, etc.) têm uma vida pouco saudável em inúmeros aspectos, o que torna impossível encontrar um único alimento que seja responsável por sua má saúde.

 

pessoas que comiam muita carne processada também tinham uma chance muito maior de fumar, comer menos frutas e saladas, e ter níveis mais baixos de educação. Eram muito mais gordos e se exercitavam muito menos do que o restante da amostra. E os homens que comiam mais carne processada bebiam muito. Ah, e os maiores comedores de carne eram também mais velhos - muitos já haviam passado dos 70 anos quando sofreram as consequências das salsichas.

 

E as pessoas que comiam a maior quantidade de carne processada - que o estudo qualificou como mais de 160g por dia (equivalente a cerca de 6 salsichas) - não morreram apenas de de doenças cardiovasculares ou câncer, as coisas que costumamos associar à uma dieta ruim; eles também morreram mais de "outras causas", uma categoria que inclui acidentes de carro, ferimentos acidentais e outras causas não relacionadas à comida. Os maiores consumidores de carne branca, por outro lado, eram os "escoteiros" do grupo: não fumavam muito, comiam bastante salada, faziam exercício, iam à faculdade, e com certeza escovavam os dentes, usavam cinto de segurança e faziam seus check-ups regularmente.

 

De um total de 127.000 homens, apenas 619 comiam bastante carne processada sem nunca ter fumado.

O que nos leva à pergunta que não quer calar: seria o bacon, ou seria o cigarro que está matando estas pessoas? Concluir que o bacon seria o culpado aqui parece injustificável.

 

O que é pior, apenas 1% das pessoas que morreram durante os 12 anos de duração do estudo estavam entre os que comeram mais carne processada.

 

 

Editado por Norton
Postado

Características metabólicas de corredores de ultra-resistência ceto adaptados 

Resumo:

 

Plano de fundo

Muitos atletas bem-sucedidos de ultra-resistência mudaram de uma dieta rica em carboidratos para uma dieta baixa em carboidratos, mas eles não foram previamente estudados para determinar a extensão das adaptações metabólicas.

Métodos

Vinte ultra-maratonistas de elite e triatletas de distância ironman realizaram um teste progressivo máximo de exercício e  180 min prazo submáximo a 64% VO 2 max em uma escada rolante para determinar as respostas metabólicas. Um grupo habitualmente consumido uma dieta alta em carboidratos tradicional (HC: n = 10 ,% de carboidratos: proteína: gordura = 59:14:25) dieta, e o outro um baixo teor de carboidratos (LC; n = 10 , 10:19:70 ) Durante uma média de 20 meses (intervalo de 9 a 36 meses).

Resultados

O pico de oxidação de gordura foi 2,3 vezes maior no grupo LC (1,54 ± 0,18 vs 0,67 ± 0,14 g / min; P = 0,000 ) e ocorreu a uma percentagem mais elevada de VO 2 max (70,3 ± 6,3 vs 54,9 ± 7,8%; P = 0,000 ). A média de oxidação das gorduras durante o exercício submáximo foi de 59% superior no grupo CL (1,21 ± 0,02 vs 0,76 ± 0,11 g / min; P = 0,000 ), correspondendo a uma maior contribuição relativa de gordura (88 ± 2 vs 56 ± 8%; P = 0,000 ). Apesar destas diferenças marcantes no uso do combustível entre LC e atletas HC, não houve diferenças significativas na utilização do glicogênio muscular e do nível de exaustão após 180 minutos de corrida (- 64% a partir de pré-exercício) e 120 min de recuperação (- 36% Do pré-exercício).

Conclusão

Em comparação com os atletas de ultra-resistência altamente treinados que consomem uma dieta de HC, os resultados de ceto-adaptação a longo prazo resultam em taxas extraordinariamente altas de oxidação de gordura, enquanto a utilização de glicogênio muscular e padrões de repleção durante e após uma corrida de 3 horas são semelhantes.

 

https://www.metabolismjournal.com/article/S0026-0495(15)00334-0/fulltext?mobileUi=0

Postado
9 horas atrás, Norton disse:

 

Baixo nível de evidência a pesquisa se deu através de questionário e com certeza nenhuma dessas pessoas passou a vida inteira comendo somente carne.

 

E retirado do seu próprio artigo: 

"Comentário em

E por que o comentário invalidaria o estudo? O comentário pode questionar as variáveis utlizadas no experimento, mas o resultado não pode ser questionado, a não ser que o mesmo tenha sido manipulado de má fé. Você viu que tem comentários concordando com o estudo?

Para um artigo ser publicado ele é revisado e corrigido por diversas pessoas da área, e já que ele foi publicado possui no mínimo uma certa coerência.

 

O blog não cita nenhuma publicação diretamente, qual seria a dificuldade de anexar publicações para justificar o que fala? No vídeo eu também não achei nenhuma citação de publicação. Aliás segui o vídeo até vídeos da Lierre Keith e também não encontrei nenhuma citação de artigos publicados. 

Sem citações fica difícil pois ai é só uma palavra contra a outra e cada um pode falar o que bem quiser tem ter nenhuma base.

 

Primeiramente eu achei que o blog estivesse citando o artigo que eu postei anteriormente, mas então eu vi que os autores são diferentes.

 

-------

Bem, no caso do artigo acima não ser confiável (o que é difícil), seguem outras fontes. Por favor, peço que me corrijam se as fontes não forem confiáveis ou eu estiver pecando em alguma observação. Achei estes artigos através de pesquisa própria e eu estou sujeito a errar.

 

Spoiler

1) Red meat consumption and risk of type 2 diabetes: 3 cohorts of US adults and an updated meta-analysis

https://ajcn.nutrition.org/content/94/4/1088.short

 

2) Risk of colorectal cancer in relation to frequency and total amount of red meat consumption. Systematic review and meta-analysis.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22371807?access_num=22371807&link_type=MED&dopt=Abstract

 

3) Red meat consumption and mortality: results from 2 prospective cohort studies.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22412075?access_num=22412075&link_type=MED&dopt=Abstract

 

4) Meat consumption and risk of esophageal and gastric cancer in a large prospective study.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20978481?access_num=20978481&link_type=MED&dopt=Abstract

 

5) Red and processed meat consumption and risk of pancreatic cancer: meta-analysis of prospective studies.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22240790?access_num=22240790&link_type=MED&dopt=Abstract

 

6) Dietary Protein Sources and the Risk of Stroke in Men and Women

https://stroke.ahajournals.org/content/43/3/637?ijkey=574666b91615b29c07a663475575ae6358853b43&keytype2=tf_ipsecsha

 

7) Low carbohydrate-high protein diet and incidence of cardiovascular diseases in Swedish women: prospective cohort study

https://www.bmj.com/content/344/bmj.e4026

 

8) Atkins and other low-carbohydrate diets: hoax or an effective tool for weight loss?

https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(04)16986-9/abstract

 

7) Low-Carbohydrate Diets and All-Cause and Cause-Specific Mortality: Two Cohort Studies

https://annals.org/aim/article/746013/low-carbohydrate-diets-all-cause-cause-specific-mortality-two-cohort

 

8) Meat consumption and risk of colorectal cancer: a meta-analysis of prospective studies.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16991129?access_num=16991129&link_type=MED&dopt=Abstract

 

 

9)Risk of colorectal cancer in relation to frequency and total amount of red meat consumption. Systematic review and meta-analysis.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22371807?access_num=22371807&link_type=MED&dopt=Abstract

 

 

10) Red and processed meat consumption and risk of stroke: a meta-analysis of prospective cohort studies.

https://www.nature.com/ejcn/journal/v67/n1/abs/ejcn2012180a.html

 

 

Estudo feito com pessoas que já possuem diabetes tipo II

11)Substituting dietary saturated fat with polyunsaturated fat changes abdominal fat distribution and improves insulin sensitivity

https://link.springer.com/article/10.1007/s00125-001-0768-3

 

 

12)Red Meat Consumption and Risk of Stroke

https://stroke.ahajournals.org/content/43/10/2556

 

 

13) Dietary Fiber Intake Is Inversely Associated with Stroke Incidence in Healthy Swedish Adults

https://jn.nutrition.org/content/144/12/1952.abstract

 

 

14)A Prospective Study of Red and Processed Meat Intake in Relation to Cancer Risk

https://journals.plos.org/plosmedicine/article?id=10.1371/journal.pmed.0040325

 

 

15)Red and Processed Meat and Colorectal Cancer Incidence: Meta-Analysis of Prospective Studies

https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0020456

 

 

16)A high-fat, high-saturated fat diet decreases insulin sensitivity without changing intra-abdominal fat in weight-stable overweight and obese adults

https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs00394-015-1108-6

 

E alguns outros links, caso tenha curiosidade

Spoiler

 

1)Position of the American Dietetic Association: vegetarian diets.

https://europepmc.org/abstract/med/19562864

 

 

2)Effects of a long-term vegetarian diet on biomarkers of antioxidant status and cardiovascular disease risk

https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0899900704001674

 

 

3)A Low-Fat Vegan Diet Improves Glycemic Control and Cardiovascular Risk Factors in a Randomized Clinical Trial in Individuals With Type 2 Diabetes

https://care.diabetesjournals.org/content/29/8/1777.short

 

 

4)Does a vegan diet reduce risk for Parkinson’s disease?

https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0306987700913215

 

 

5)A low-fat vegan diet and a conventional diabetes diet in the treatment of type 2 diabetes: a randomized, controlled, 74-wk clinical trial

https://ajcn.nutrition.org/content/early/2009/04/01/ajcn.2009.26736H.short

 

 

 

Lembrando que os links citados são publicações e revisões científicas, não são opiniões minhas, dos autores ou dos sites.

Postado (editado)
36 minutos atrás, lukao1993 disse:

 

 

São de baixo nível de evidência como o anteriormente postado? Porque tem vários citados por mim neste tópico atestando os benefícios de dietas lowcarbs comparativamente as outras dietas, ensaios clínicos randomizados.

 

Lembrando que nenhum desses estudos postados por você isolou a carne dos outros alimentos processados, então não dá para indicar causa e efeito. O mesmo foi feito com a gordura a uns 50 anos atrás ignoraram o açúcar grande vilão da obesidade e problemas cardíacos atuais e culparam a gordura saturada sem nenhuma base apenas ideológica e financeira.

 

Abaixo um ótimo esclarecimento comentando alguns artigos, todo leigo deveria ler para não achar contradição a todo momento na ciência. Acredite ela erra, mas não tanto quanto parece ao nos depararmos com as manchetes repassadas pela mídia.

 

Carne vermelha, de novo 

 

Spoiler
"Estudos observacionais e epidemiológicos capturam os vieses, o zeitgeist, os preconceitos de uma época, e o reproduzem. Mais do que isso, embora não possam estabelecer causa e efeito, acabam sendo interpretados de forma a reforçar a causa presumida daquilo que estudam, sob a ótica dos preconceitos e diretrizes vigentes."
 


Estou recebendo enxurrada de mensagens sobre a decisão da OMS de categorizar carnes processadas como carcinogênicas e carne vermelha como possivelmente carcinogênica.

Tudo o que eu precisava escrever sobre isso, já escrevi há 6 meses na seguinte postagem, que você deve ler agora:

 

 

 


Leu? Ok, então é preciso que fique claro que trata-se de estudos de associação, que não podem estabelecer causa e efeito.

Agora, vamos refletir: o que exatamente aconteceu? A OMS dirigiu-se especificamente à comunidade low carb? Aos seguidores de dieta páleo? Quer dizer que o resto da população não vegetariana NÃO come carne, e por isso as pessoas ficam re-enviando essa notícia para quem evita pão e açúcar?

Pergunto isso pelo seguinte: dentro dos princípios básicos que regem uma dieta páleo low carb, onde está o item no qual consta "você comerá grande quantidade de carne vermelha e bacon todos os dias"? Não lembro de ter visto essa recomendação. Você pode comer low carb, páleo, sem jamais colocar carne vermelha ou embutidos na boca. Literalmente, você pode comer exclusivamente peixe como sua fonte de proteínas. Seja você seguidor de low carb, ou não.

Reproduzo, aqui, o resumo das orientações de páleo low carb:

 

 

 

1) Cortar açúcar;
2) Eliminar grãos (especialmente trigo e soja);
3) Evitar raízes ("tubérculos", em especial batatas) se você precisa perder muito peso (caso contrário, não);
4) Optar por comida de verdade;
5) Não consumir gorduras artificiais (margarinas) e evitar as refinadas (óleos extraídos de sementes);
6) Perder o medo da gordura natural dos alimentos;

--> PERGUNTO: onde está o mandamento "coma bacon"? Onde está o item "sua carne deverá ser VERMELHA"?

Dito isso, a comparação com o cigarro, feita na mídia, é absolutamente ridícula. O cigarro aumenta em 20x (2.000%) o risco de câncer de pulmão, e preenche os critérios de Bradford-Hill para CAUSALIDADE. Já a carne vermelha mostra apenas uma fraca associação, está LONGE de preencher os critérios de causalidade, e o aumento de risco relativo de 1.18 (18%) para cada 50g de carne é, na verdade, um aumento de risco absoluto de 8 casos a cada 100.000 pessoas, ou 0,008% de risco absoluto (veja abaixo, no texto). Repito, desconsiderando completamente a pletora de motivos pelos quais tal estatística não é confiável (explicadas no final dessa postagem), mesmo que os dados fossem reais, comer uma porção a mais de carne aumentaria seu risco de desenvolver câncer de intestino em 0,008%. Sinceramente, isso torna a carne uma coisa extremamente segura!

Assim, se você - a despeito do fato de que os estudos são epidemiológicos, não estabelecem causa e efeito, e mostram magnitudes de efeito pequenas - decidir que ficou com medo de comer carne vermelha e embutidos, simplesmente não coma. E tanto faz se você comer low carb ou não. Comer salame ou bacon sempre foi uma opção por sabor, nunca por saúde. Alguém que faz low carb e come salame, o faz porque pode comer essa delícia e continuar a perder peso, ninguém nunca disse que o salme é o segredo da longevidade!

A Regiany Floriano, do blog Menos Rótulos, traduziu excelente análise da sempre sagaz Zoe Harcombe sobre esse assunto, que reproduzo abaixo:

 

 

"Organização Mundial de Saúde, carne e câncer. Artigo original aqui.
 
Hoje, 26 de outubro de 2015, a Organização Mundial de Saúde declarou o consumo de carne vermelha como sendo "provavelmente cancerígeno para os seres humanos, com base em evidências limitadas de que o consumo de carne vermelha causa câncer em humanos" e declarou a carne processada como "cancerígena para os seres humanos, com base em provas suficientes em humanos de que o consumo de carne processada provoca câncer colorretal. "A associação com a carne vermelha foi observada principalmente para câncer colorretal.
 
"Os peritos concluíram que cada porção de 50 gramas de carne processada ingerida diariamente aumenta o risco de câncer colorretal em 18%."
A partir da manchete "carcinogenicidade do consumo de carne vermelha e processada", já pulamos para câncer colorretal (intestino) e a palavra "provavelmente".
 
O comunicado de imprensa está aqui. O artigo da Lancet está aqui ou aqui (pode não ser visível gratuitamente por muito tempo).
Então, nós precisamos parar de comer carne vermelha e /ou carne processada? Vamos dissecar a manchete com mais precisão:
 
1) De onde esses dados vêm
O padrão ouro de evidência é uma meta-análise de estudosrandomizados controlados - agrupamento em conjunto de estudos onde uma intervenção foi comparada contra um grupo de controle para ver qual o impacto que A teve sobre B. Até onde sei, não há estudos de intervenção já feitos para testar o impacto de 50 gramas de carne processada por dia, como uma intervenção isolada, ou qualquer quantidade de carne processada ou vermelha como uma única intervenção para esse assunto.
 
Estamos olhando, assim, para estudos observacionais. Isto é, onde um grande grupo de pessoas (por exemplo, Estudo de Saúde das Enfermeiras ou e o Estudo de Acompanhamento dos Profissionais de Saúde) são submetidas a muitas perguntas e testes de saúde (pressão arterial, peso, altura, colesterol, etc) no início do estudo. Isto é chamado de linha de base. Essas pessoas são, então, seguidas por anos para ver que condições elas passam a desenvolver.
 
Os pesquisadores então examinam os dados para tentar ver os padrões. Sem padrão = sem artigo publicado em revista científica, então precisa procurar bastante! Eles podem então observar um padrão entre as pessoas que consomem carne processada e as pessoas que passam a desenvolver câncer de intestino. Então este padrão é relatado em um artigo científico, e é assim com todos esses artigos que foram revisados pela Organização Mundial de Saúde.
 
O primeiro ponto a destacar, portanto, é que tudo isso é baseado em questionários dietéticos notoriamente não confiáveis. Muitos perguntam o que você comeu ontem ou nos últimos 7 dias. Aqui está um questionário da Investigação Prospectiva Europeia sobre Câncer, um dos melhores questionários possíveis, que pergunta, por exemplo, sobre a ingestão de alimentos durante o ano passado. Qual a precisão que você acha que suas respostas teriam?
 
2) Uma dieta versus um alimento
Ao destacar a carne vermelha / carne processadas deste modo, toda a dieta e estilo de vida de uma pessoa não é levada em conta. Há um mundo de diferença entre a saúde de um comedor sedentário de hambúrguer / cachorro-quente / ketchup / pão branco / refrigerante e uma pessoa que segue uma alimentação à base de carnes de animais criados a pasto / faz CrossFit / tem abdômen tipo tanquinho / segue Paleo.
 
Como mostrei nesta postagem, a linha de base para os comedores de carne processada mostrou que eles eram muito menos ativos, tinham um IMC mais elevado, eram três vezes mais propensos a fumar e tinham quase duas vezes mais probabilidade de ter diabetes. Isso faz com que a carne processada seja um marcador de uma pessoa não saudável, não um causador de uma pessoa não saudável.
 
Mesmo que todos os fumantes / praticantes de exercício / outros fatores de condições de base sejam matematicamente ajustados, não há possibilidade de ajuste para todos os fatores dietéticos que caracterizam a pessoa tipicamente sedentária versus o fã sarado de páleo. A dieta inteira não é ajustada quando uma linha única (carne) é traçada.
 
3) Alimentos reais versus alimentos processados
Eu sou uma verdadeira fã de comida. Eu praticamente passo a minha vida escrevendo e falando sobre comida de verdade e os nutrientes que ela contém. Eu sou a primeira a dizer "COMA comida de verdade. Não coma alimentos processados. E eu considero carne processada como alimento processado - algo a ser evitado”. No entanto, este relatório da OMS descreve carne processada como "carne que tenha sido transformada através de salga, cura, fermentação, defumação ou outro processo para realçar o sabor ou melhorar a preservação".
 
Como Peter Cleave, Cirurgião capitão, (1906-1983) disse: "Associar uma doença moderna à uma comida antiga é uma das coisas mais ridículas que eu já ouvi na minha vida." E pensar que a carne real, ou as formas naturais de conservar a carne de, sejam ruins para nós é ridícula. 1) Você teria que explicar como é que sobrevivemos os últimos 3,5 milhões de anos, desde Australopithecus Lucy, o primeiro que andava ereto; especialmente como sobrevivemos à Era  do gelo. 2) Você teria que explicar por que todos os nutrientes que precisamos para viver (gorduras essenciais, todas as proteínas, vitaminas e minerais) são encontrados na carne se ela estivesse tentando nos matar ao mesmo tempo.
 
A Carne precisava ser preservada naturalmente com a salga, cura, secagem, defumada, etc. ou você teria que devorar tudo o que caçou e correr o risco morrer de fome antes da próxima matança. O relatório da OMS deveria ter separado as formas tradicionais de conservação da carne daquelas fabricadas sob o processamento moderno (onde açúcares e produtos químicos são adicionados - basta ler o rótulo). Da mesma forma - se houver algum mal na carne vermelha, será porque os produtores têm alimentados os pobres animais com grãos que eles não conseguem digerir e, em seguida os bombardeiam com drogas para medicar a doença resultante. (Chris Kresser apresenta o ponto de vista sobre nitratos aqui, se você estiver interessado).
 
Esta deve ser uma chamada à ação para voltar ao seu açougueiro, conhecê-lo pelo nome, saber a procedência de sua carne, saber como ele prepara o bacon e salsichas artesanais e desfrutar dos benefícios de saúde da comida de verdade apoiando os produtores que a fornecem.
 
4) Associação versus causa
Mesmo levando em conta a fraqueza de estudos observacionais, a falta de confiabilidade dos questionários alimentares, a noção de que o consumo de alimentos pode ser um marcador não um promotor de saúde, e toda a ingestão dietética que não tenha sido levado em conta e a ignorância do abismo entre comida de verdade e processados, isso ainda é uma associação, não uma causa.
Eu sempre desejei que estes grandes e caros estudos questionassem até a cor das meias que o participante está usando. Eu aposto que eu poderia encontrar uma associação entre usar meias vermelhas um tipo de câncer se eu procurasse o suficiente. Será que o título seria meias vermelhas causam câncer?!
 
5) Risco relativo vs. risco absoluto
Os artigos com manchetes "cada porção de 50 gramas de carne processada comida diariamente aumenta o risco de câncer colorretal em 18%." Caramba. 18%! Jogue o toucinho fora (veja - não culpe o bacon pelo que o pão branco e ketchup fazem!). Isso, no entanto, é o jogo que todos estes boletins de imprensa de pesquisas de estudo observacionais/epidemiológicos jogam, e é um alarmismo infame.
 
Vamos olhar para o risco absoluto?
Organização de Pesquisas sobre o Câncer do Reino Unido tem ótimas estatísticas em todos os tipos de câncer. Eu apenas analisei o Reino Unido. Eles têm dados de outros países, se você quiser fazer sua própria busca minuciosa. A taxa de incidência para todas as pessoas no Reino Unido, padronizada por idade (você praticamente não verá o cancer do intestino antes dos 50 anos - procure os dados de idade), em 2011 foi de 47 por 100.000 pessoas.
 
47 por 100.000 pessoas.
 
Você precisa conhecer 2.128 pessoas, incluindo as pessoas mais velhas o suficiente, para conhecer uma pessoa que desenvolveu câncer de intestino no Reino Unido em 2011.
 
Agora - vamos fazer essa coisa de risco relativo vs. risco absoluto.
Partindo do princípio de que tudo o que a OMS fez tenha sido perfeito e que realmente havia uma diferença relativa de 18% entre os que comeram 50g de carne processada por dia e aqueles que não (e assumindo que nada mais estava impactando este estudo), o risco absoluto seria 51 pessoas por 100.000 vs. 43 pessoas por 100.000.
Agora, onde está o bacon e ovo antes da minha sessão de CrossFit ?! (P.S.: leia aqui sobre risco relativo versus absoluto)
 
O dano provável deste relatório:
O artigo do Lancet ao menos teve a decência de mencionar o valor nutricional da carne vermelha: “A carne vermelha contém proteínas de alto valor biológico e micronutrientes importantes como vitaminas do complexo B, ferro (ferro livre e ferro heme), e zinco". 
 
Isso ainda é um pouco de eufemismo. Tente ambas as gorduras essenciais; proteína completa; e as vitaminas e minerais necessários para a vida e saúde.
 
Quais serão as consequências deste relatório assustando as pessoas para que mantenham distância da carne real? São necessários aproximadamente 250g de bife do lombo para obter 10 mg por dia de zinco; mais de um quilo da mesma carne para satisfazer as necessidades diária de ferro - e na forma correta para o corpo. Que tal de mais de 20 ovos para ter a mesma ingestão de ferro? Ainda numa forma útil para o corpo. Ou 4,5 quilos de arroz integral para obter ferro na forma errada para o corpo?
 
O que eu levo deste informe? Há um monte de má ciência saindo da Organização Mundial de Saúde, uma organização que deveria ser referência, mas já demonstrou nem sempre saber o que diz.
 

 

Nada mudou da minha crença fundamental de que os seres humanos devem comer comida de verdade (especialmente carne de animais criados naturalmente alimentados com pasto, e carne preservada naturalmente). Evite alimentos processados, incluindo carne processada por empresas de alimentos falsificados. E tome cada estudo observacional que não considera estes cinco pontos acima com uma boa pitada de sal."
 
***
 
Reproduzo, a seguir, a íntegra da minha postagem na qual explico por que você não pode estabelecer causa e efeito com estudos observacionais.
 
Na postagem anterior, falamos sobre o que se considera como uma referência bibliográfica aceitável - algo publicado em periódicos peer reviewed.

No entanto, frequentemente eu critico, aqui no blog, estudos divulgados pela mídia. Mas - você perguntará - estes estudos não são estudos científicos peer reviewed? São, mas há uma hierarquia entre os TIPOS de estudos, o que faz com que uns apenas possam levantar hipóteses, enquanto outros possam fornecer respostas mais definitivas sobre um mesmo tema.

Recapitulando o que já escrevi uma vez:
  • Há estudos de maior impacto científico do que outros.
    • Os estudos epidemiológicos servem para levantar hipóteses, mas não estabelecem causa e efeito; eles estabelecem uma correlação.
      • Um exemplo conhecido (verdadeiro?) de correlação foi observado na Austrália, entre o consumo de sorvetes e o ataque por tubarões. Quanto maior o consumo de sorvetes, maior o número de ataques. Esta correlação é estatisticamente significativa.
 
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    • Você acredita que o consumo de sorvete CAUSA os ataques? É, eu também não. E o estudo está errado? Não. O que acontece é que estudos epidemiológicos podem ignorar variáveis de confusão. No caso, a variável oculta é o calor. Quanto mais quente, mais sorvetes, e mais banhos de mar. O sorvete é apenas um marcador de calor, e o calorcausa a ida ao mar, que causa um aumento no número de ataques.
    •  
  • Estudos prospectivos randomizados ou ensaios clínicos. Este é o Santo Graal da pesquisa médica. Aqui, um grupo grande de pessoas é sorteado para um de dois ou mais grupos. Um grupo será o grupo controle, e o outro grupo receberá o tratamento/remédio/dieta. Osorteio assegura que, estatisticamente, quaisquer variáveis de confusão (conhecidas ou desconhecidas) estejam igualmente distribuídas entre os grupos (mesmo número de fumantes, de sedentários, etc, etc.).
  • Os estudos prospectivos randomizados são a base da medicina baseada em evidências. Ao contrário dos estudos epidemiológicos, eles permitem avaliar se uma intervenção causa ou previne um desfecho.
A importância de saber diferenciar estes dois tipos de estudo é gigantesca. Afinal, os estudos epidemiológicos (observacionais) apenas podem levantar hipóteses. Eles não podem estabelecer causa e efeito. Repita comigo, em voz alta: "ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS NÃO PODEM ESTABELECER CAUSA E EFEITO". Eu não posso dizer que comer carnes processadas CAUSA câncer. Portanto eu também não posso dizer de reduzir o consumo de carne processada irá reduzir câncer. Por quê? Porque isso é oriundo de estudos observacionais/ epidemiológicos. Eu só posso dizer que há uma ASSOCIAÇÃO entre o consumo de carnes processadas e câncer.
 
Ok, mas no fundo, no fundo, não é a mesma coisa? Não é apenas uma questão de semântica (jogo de palavras)? Dizer que está associado ou que causa - tanto faz, significa que é ruim pra você, não é mesmo?? Não. NÃO. NÃO, NÃO É A MESMA COISA!!.
 
Vamos a um exemplo fora do mundo da saúde, que espero que deixe esse assunto BEM claro de uma vez por todas.
 
Em 2012, o portal IG publicou uma notícia referente às notas do ENEM. Um estudo que comparou os desempenhos dos estudantes de diferentes raças na prova. Trata-se de um estudo observacional, epidemiológico. Não era um experimento. Apenas estava-se OBSERVANDO quem tirou qual nota, e quem tinha qual cor de pele. Vamos à manchete:
 

Notas de alunos brancos no Enem são mais altas que dos negros

Dados do exame de 2010 nas capitais do País também confirmam distância entre as médias de estudantes de colégios particulares e de escolas públicas

Agência Estado | 12/08/2012 15:28:08
Recorte inédito de dados de desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2010 nas capitais do País, além de confirmar a distância entre as notas médias dos estudantes de colégios particulares e os de escolas públicas, revela o abismo que separa estudantes brancos e negros das duas redes. 

Os números mostram que as notas tiradas pelos alunos brancos de escolas particulares no exame são, em média, 21% superiores às dos negros da rede pública – acima da diferença de 17% entre as notas gerais, independentemente da cor da pele, dos estudantes da rede privada e os da rede pública.
Então, está bem claro que há uma ASSOCIAÇÃO entre raça negra e mau desempenho do ENEM. E aí,você ainda acha que associação é o mesmo que causa e efeito??? Porque, se você acha que é a mesma coisa, você teria que acreditar que ser negro é a CAUSA do mau desempenho, não é mesmo? Que o problema original, essencial, único, etiológico é a raça. Bom, no século 21, suponho e espero que ninguém pense isso. A própria matéria jornalística  deixa claro que a associação ocorre devido a outras variáveis ocultas:
 
Na questão econômica, segundo ela, a explicação é que "entre os pobres, os negros são os mais pobres". O lado pedagógico refletiria a baixa expectativa. "Em uma sala de aula, se uma criança negra começa a apresentar dificuldade, a professora desiste de ensiná-la muito mais rapidamente do que desistiria de um estudante branco."
 
Então, como podemos ver, associação é apenas isso - associação. Associação não implica necessariamente causa e efeito - erros gigantescos podem advir dessa confusão. As reais causas, no caso da discrepância racial, podem ser especuladas a partir de outros raciocínios interpretativos da realidade. Mas, volto a dizer, as CAUSAS não estão demonstradas no estudo, e por que não? Porque ele é um estudo observacional - ele apenas identifica que duas coisas acontecem ao mesmo tempo ou se agrupam com mais frequência - não há como dizer que uma CAUSA a outra.

Ok, agora eu vou usar a criatividade e reescrever a notícia acima, como se fosse uma notícia do caderno de saúde do jornal.
 

Mortalidade de quem come carne branca é menor do que a de quem come carne vermelha

Dados de um levantamento de 2010 nas capitais do País também confirmam distância entre vegetarianos e consumidores de carne

Agência Souto| 12/08/2012 15:28:08
Recorte inédito de dados de mortalidade do Ministério da Saúde de 2010 nas capitais do País, além de confirmar a distância entre a saúde dos vegetarianos em relação aos onívoros, revela o abismo que separa os consumidores de carne branca e os de carne vermelha. 
Os números mostram que a mortalidade das pessoas que consumiam apenas carne vermelha é, em média, 21% superior à dos que consomem apenas carne branca– acima da diferença de 17% de mortalidade, independentemente do tipo de carne, entre vegetarianos e pessoas de dieta onívora.
E então, a carne vermelha AUMENTA a mortalidade? Reduzir o consumo de carne vermelha salvará vidas (humanas)? Se você disser que sim, você é um racista da pior espécie. Percebe?? É a mesma coisa! Não há como estabelecer causa e efeito em um estudo observacional. É um erro. Se você afirmar, com base neste texto de ficção, que carne vermelha aumenta a mortalidade, por uma questão de coerência você se verá obrigado a afirmar que o fato de uma criança ter nascido negra, a sua "raça", a predestina e condena a ter mau desempenho no ENEM.

Ok, você poderia dizer, no caso do ENEM é óbvio que as causas são outras, mas no caso da carne, qual a explicação? Não é óbvio que, nesse caso, a carne é que faz mal mesmo?

Não.

Deixe eu ajudar. Quando estudos epidemiológicos/observacionais implicam carne vermelha na gênese de doenças, normalmente eles comparam, dentro de um universo de milhares de pessoas que respondem a questionários, os 20% que comem menos carne vermelha versus os 20% que comem mais. Chama-se isso de "quintil", ou seja, o "um quinto" do grupo que come mais disso, ou menos daquilo. Será que esses grupos ("quintis") são diferentes em OUTRAS COISAS, além do tipo de carne que comem? Será que, no ENEM, a cor da pele se acompanha de OUTRAS diferenças sociais (renda, oportunidade...)? Abaixo, duas fotos, representativas do quintil que come MAIS carne vermelha, e do que come MENOS:
 
fat-guy-eating-burger-fat-people-images-funny.jpeg
Ele come muita carne vermelha dentro de seus hamburgers, junto com coca e batatinha - este é um representante TÍPICO do quintil que come mais carne vermelha nos estudos.
is-it-better-to-eat-before-or-after-exercise.jpg
Representante típica do quintil que come menos carne vermelha: elas têm maior nível educacional, maior renda, fumam menos, se exercitam, fazem Yôga e meditação, e queimam incenso.
 
 
Então, se eu comparar o quintil de pessoas que mais comem carne vermelha, representado pela foto mais de cima, com o quintil que menos come carne vermelha, representado pela foto de baixo, qual dos quintis você imagina que terá melhores desfechos de saúde? Qual você imagina que terá menor mortalidade por todas as causas? Olhando essas fotos, alguém consegue imaginar outros fatores, outras variáveis ocultas, que possam explicar esses desfechos?? E se a carne vermelha for como o sorvete no exemplo do tubarão, apenas um MARCADOR que identifica um PERFIL de comportamento de risco?

Também já escrevi sobre isso, e reproduzo abaixo:


Conhecido como European Prospective Investigation in Cancer and Nutrition (EPIC) (Estudo Europeu Prospectivo sobre Câncer e Nutrição), ele incluiu mais 500.000 pessoas de 10 países diferentes que foram questionados sobre um conjunto de diferentes fatores dietéticos, desde o que e o quanto comiam até seu nível de escolaridade, idade, peso, altura, e tabagismo. O estudo indicou que pessoas que comiam muita carne processada também tinham uma chance muito maior de fumar, comer menos frutas e saladas, e ter níveis mais baixos de educação. Eram muito mais gordos e se exercitavam muito menos do que o restante da amostra. E os homens que comiam mais carne processada bebiam muito. Ah, e os maiores comedores de carne eram também mais velhos - muitos já haviam passado dos 70 anos quando sofreram as consequências das salsichas.


as pessoas que comiam a maior quantidade de carne processada - que o estudo qualificou como mais de 160g por dia (equivalente a cerca de 6 salsichas) - não morreram apenas de de doenças cardiovasculares ou câncer, as coisas que costumamos associar à uma dieta ruim; eles também morreram mais de "outras causas", uma categoria que inclui acidentes de carro, ferimentos acidentais e outras causas não relacionadas à comida. Os maiores consumidores de carne branca, por outro lado, eram os "escoteiros" do grupo: não fumavam muito, comiam bastante salada, faziam exercício, iam à faculdade, e com certeza escovavam os dentes, usavam cinto de segurança e faziam seus check-ups regularmente.


Posso repetir meu trecho favorito? "As pessoas que comiam a maior quantidade de carne processada (...) não morreram apenas de doenças cardiovasculares ou câncer, (...) eles também morreram mais de "outras causas", uma categoria que inclui acidentes de carro, ferimentos acidentais e outras causas não relacionadas à comida. "

Em um mundo onde 100% das pessoas consideram carne vermelha algo letal, quem ousa comer muita carne vermelha? Gente tão desleixada com sua saúde, que não usa cinto de segurança e deixa armas carregadas ao alcance das crianças - é isso que está implícito no texto.
 
IMPORTANTE: isso irá se refletir no estudo epidemiológico, independentemente de a carne ser boa ou má para a saúde!! O que importa, neste caso, é a CRENÇA de que faz mal. Se todo mundo achar que faz mal, só os irresponsáveis comerão em maior quantidade. E como os irresponsáveis são irresponsáveis em outras áreas da vida, eles inevitavelmente morrerão e adoecerão mais. É a profecia autorealizada: basta uma crença ou preconceito existir, para ser detectada nesse tipo de estudo. E, em uma lógica circular, se todo mundo acredita em algo, o estudo mostrando a associação apenas reforçará a CRENÇA em uma relação CAUSAL.

Mas, de que forma comer salsichas poderia CAUSAR acidentes de automóvel?

Então, ficou claro? Bem claro? Dá para entender, bem entendido, que as reais CAUSAS por detrás das associações podem ser outras coisas?

Por favor, repita novamente: "ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS NÃO PODEM ESTABELECER CAUSA E EFEITO"
 
***XXXX***
 
Façamos agora um experimento mental. Vamos imaginar que vivemos na África do Sul durante o regime do Apartheid. Neste regime de opressão racial, a wikipedia nos diz que "o apartheid tem, como centro de suas crenças, que: (I) outras raças diferentes da branca são inferiores; (II) que um tratamento inferior a raças "inferiores" é apropriado; (III) e que tal tratamento deveria ser reforçado pela lei."

Ok? Vamos em frente.

Digamos que, neste contexto, surgisse a notícia do portal IG, aquela que mostrava que os negros têm um desempenho pior no ENEM. Qual você acha que seria a interpretação dada ao estudo? Obviamente seria considerado como um resultado natural e esperado, causado pela reconhecida inferioridade racial e biológica dessa parcela da população.

Mas, alguns poucos excêntricos diriam, é um estudo observacional, não pode estabelecer causa e efeito! Mas, responderiam todos, todo mundo, no fundo, SABE que a CAUSA é a inferioridade. Isso de "causa e efeito versus associação" é só um jogo de palavras, e todos os estudos observacionais mostram a mesma inferioridade.
 
***XXXX***

Já deve estar evidente, para quem leu até aqui, a conclusão desse argumento. Mas o óbvio deve ser dito:
 
Estudos observacionais e epidemiológicos capturam os vieses, o zeitgeist, os preconceitos de uma época, e o reproduzem. Mais do que isso, embora não possam estabelecer causa e efeito, acabam sendo interpretados de forma a reforçar a causa presumida daquilo que estudam, sob a ótica dos preconceitos e diretrizes vigentes.
 
***XXXX*** 
 
Todos os dias eu recebo emails com notícias sobre estudos observacionais mostrando associaçõesentre os suspeitos usuais (carne vermelha, gordura saturada, proteína animal, sal) e todo o tipo de desfecho ruim, exatamente como se esperaria sob a ótica dos preconceitos e diretrizes vigentes. Muitas dessas associações já foram refutadas completamente por ensaios clínicos randomizados - o tipo de estudo que pode efetivamente estabelecer relações de causa e efeito. Então, de agora em diante, quando eu responder "mas isso é um estudo EPIDEMIOLÓGICO!", fica desde já claro a importância que se lhes atribuo: servem apenas para levantar hipóteses - e deixam de ser úteis depois que um ensaio clínico já examinou o mesmo assunto, com resultados diferentes.
 
Longe de mim sugerir que estudos epidemiológicos são inúteis. Há situações em que um experimento, um ensaio clínico randomizado, não é viável do ponto de vista ético. Exemplo clássico é a relação entre cigarro e câncer de pulmão. Não há como randomizar pessoas para grupo de fumo compulsório versus um grupo controle, para depois de alguns anos avaliar quantos morrerão em cada grupo. No caso do câncer de pulmão, o que permitiu a descoberta da associação foram estudos epidemiológicos - o experimento jamais será feito. Bem verdade que a magnitude da associação, juntamente com os demais critérios de Bradford Hill (veja aqui), permitem, nesse caso, uma ilação causal: os fumantes têm CEM vezes mais chance de desenvolver câncer de pulmão.
 
***XXXX***
 
A esmagadora maioria das manchetes da imprensa sobre saúde são baseadas em estudos epidemiológicos, e são escritas por jornalistas que não sabem o que você acabou de ler aqui. Em virtude disso, estão cheias de sugestões de causalidade onde deveria haver apenas afirmações claras de que trata-se apenas de associações.
 
E, eu não sei se já disse isso... mas ASSOCIAÇÃO NÃO IMPLICA NECESSARIAMENTE CAUSA E EFEITO!
 

 

"Peter Cleave, Cirurgião capitão, (1906-1983) disse: "Associar uma doença moderna à uma comida antiga é uma das coisas mais ridículas que eu já ouvi na minha vida." E pensar que a carne real, ou as formas naturais de conservar a carne, sejam ruins para nós é ridícula. 1) Você teria que explicar como é que sobrevivemos os últimos 3,5 milhões de anos, desde Australopithecus Lucy, o primeiro que andava ereto; especialmente como sobrevivemos à Era  do gelo. 2) Você teria que explicar por que todos os nutrientes que precisamos para viver (gorduras essenciais, todas as proteínas, vitaminas e minerais) são encontrados na carne se ela estivesse tentando nos matar ao mesmo tempo."

Editado por Norton
  • 2 semanas depois...
Postado

A ideia do uso para dietas low carb por um período, é justamente para otimizar a atividade mitocondrial oxidativa, otimizando o processo de oxidação. Aparentemente isso é bem tolerado pelos indivíduos treinados, com o intuito de poupar o glicogênio muscular, inibindo enzimas que atuam na maior projeção do uso de glicose/glicogênio, como a glicogênio fosforilase, fosfofrutoquinase e piruvato desidrogenase, através da diminuição do AMP e ADP causada pelo maior volume mitocondrial. Contudo, esses benefícios em questão, estão aliados ao treinamento, como aumento das proteínas de transporte dos ácidos graxos e enzimas representativas das principais vias metabólicas, como a citrato sintase, B-hidroacil-CoA-desidrogenase, citocromo c oxidase IV, entre outras, gerando melhor resposta metabólica ao uso de substrato no exercício, no qual aumenta a utilização de lipídeos e diminui a oxidação de glicogênio com o decorrer do treinamento.


Os resultados são conflitantes e mostram certos equívocos nas respostas em dietas low carb, já que o glicogênio muscular é reconstituído rapidamente, além das variações de atividades entre os estudos, no qual os exercícios de alta intensidade (>80%) não tiveram melhoria, justamente pela sua preferência no substrato (glicogênio), há também uma certa variação dos indivíduos, conhecido como “respondedores” a dieta low carb e “não respondedores”, no qual não tiveram melhorias e isso está relacionado a eficácia da estratégia. 


A atividade da enzima PDH é diminuída quando há redução na concentração circulante de insulina e o aumento de ácidos graxos livres durante a dieta rica em gordura, isso porque há o aumento de uma enzima que a inibe, a piruvato desidrogenase quinase (PDK), no qual limita o processo glicolítico. Juntamente a isso também ocorre a diminuição da glicogênio fosforilase, diminuindo a degradação de glicogênio e, consequentemente o uso da glicose. A reintrodução de carboidrato diminuiu a atividade da PDK e aumento da PDH, porém isso ocorreu após 24 horas da introdução de carboidratos. Dependendo da atividade que será realizado próximo o uso da adaptação de gordura, pode ser prejudicial para o desempenho a utilização dessa estratégia próximo a competições, principalmente aquelas que tem maior afinidade com o glicogênio, como as de alta intensidade.


.Os mecanismos propostos para essa estratégia são os aumentos das proteínas transportadoras de ácidos graxos na membrana, no qual desempenha o papel aumentado quando se faz a dieta low carb. As proteínas são a translocase de ácidos graxos(FAT / CD36) e proteína de ligação a ácido graxo da membrana plasmática(FABPpm). A FAT/CD36 foi demonstrada mais sensível as mudanças dietéticas, mostrando maiores alterações quando o individuo é submetido a low carb no período de 5 dias, já a FABPpm, teve alterações pequenas, a ponto de ser insignificativas.


Assim como a FAT/CD36, outra enzima que sofre aumento em repouso é a carnitina palmitoil transferase 1(CPT-1), no qual é responsável pelo aumento do transporte de ácidos graxos de cadeia longa para dentro da mitocôndria e consequentemente sofrer a beta oxidação. Contudo, esse aumento foi visto com o prorrogação da dieta em 15 dias e 28 duas, enquanto 5 dias não ocorreu alterações. Essa mudança pode estar envolvida a alta quantidade de ácidos graxos disponíveis no plasma, quando há inibição do seu regulador alostérico, o malonil CoA. Essa inibição é decorrente do aumento da produção da proteína quinase ativada por adenosina monofosfato cíclica (AMPK), diminuindo a atividade da enzima que atua na síntese de malonil CoA, acetil CoA carboxilase (ACC) e consequente inibição da CPT-1. Essa regulação da AMPK e diminuição da atividade da ACC, é observada em 5 dias de dietas low carb e ainda é mantida durante a supercompensação de carboidratos, sugerindo que ainda elas podem atuar ampliando a oxidação de gordura mesmo no período de supercompensação. Contudo, alguns estudos mostram que malonil CoA não diminui suficientemente a ponto de elucidar o aumento na oxidação de ácidos graxos de cadeia longa, mas pode envolver maior disponibilidade de substratos para CPT-1 e diminuição da atividade ao Malonil-CoA sem alterações na sua concentração.


Em comparação com a dieta rica em carboidratos, a adaptação à dieta LCHF e subsequente recuperação do glicogênio muscular foi associada com uma redução na glicogenólise durante o exercício, e uma redução da forma ativa da piruvato desidrogenase (PDHA) em repouso, durante o ciclismo submáximo, e durante a corrida de bicicleta. Explicações para a atividade regulada deste complexo enzimático responsável pela ligação da via glicolítica com o ciclo do ácido cítrico incluiu a diminuição pós-corrida em concentrações de AMP e ADP com um aumento na atividade da PDK.


Cox et al.(2016) avaliou situações diferentes sobre o uso da dieta cetogênica e suplementação éster de cetona com posterior ingestão de carboidratos para averiguar da cetose como substrato principal no exercício de endurance, no qual mostrou que o estimulo da cetose é uma forma de amplificar a oxidação de lipídeos intramusculares e preservar maior quantidade de glicose. A produção de corpos cetônicos é independente das enzimas piruvato desidrogenase e da carnitina palmitoil transferase, além do aumento das concentrações de acetil-carnitina observadas em cetose, representando um aumento na produção de acetil-CoA provenientes da cetonas ou das gorduras, em vez de glicólise. Outro fator é a inibição de retroalimentação da glicólise pela relação acetil-CoA / CoA ou NADH / NAD + durante a cetose pode representar a diminuição observada nos intermediários glicolíticos e a glicogênio intramuscular preservadas.


Maior liberação, captação e oxidação de gordura é bem apresentada nessas estratégias, contudo, ainda falta maiores evidências para apoiar a redução da utilização de glicose e capacidade de poupar glicogênio, resultados conflitantes e carência de esclarecimentos sobre certas enzimas atuantes e sua ação diminuída na glicólise e na glicogenólise, além da reintrodução de carboidratos e fatores que podem limitar sua utilização, como a supressão da atividade da PDH e Glicogenólise que são importantes e implicam no comprometimento da capacidade do músculo de oxidar glicose. Esse prejuízo seria responsável por limitar o desempenho de vários esportes de resistência que exigem a conclusão da atividade próximo do VO2 Máximo. Sendo assim, atividades que tem maior intensidade e necessitam de estoque máximo de glicogênio, glicogenólise ampliada e maior oxidação de glicose, podem influências negativamente pelo uso de dietas low carb. Indivíduos que podem responder às estratégias de adaptação de gordura incluem indivíduos sensíveis ao carboidratos que são submetidas a cenários em que esse macronutriente não pode ser consumidos durante o exercício. Entretanto, em endurance alguns estudos apresentou benefícios que mostram melhora em poupar glicogênio e utilização em maior quantidade de gordura intramuscular, como mostrado por COX em estratégias no qual induz a cetose. Como sempre, a averiguação do contexto junto ao tipo de atividade que será executada e resposta do indivíduo deve ser averiguado, é uma estratégia válida que pode ser implementada, mas carece de estudos mais aprofundados e controlados para sua comprovação e acurácia.

 

OBS: ESSE POST FOI RELACIONADO A PERFORMANCE, NÃO A ESTÉTICA E SAÚDE!!!

 

 

Fonte: https://www.facebook.com/groups/1611097785808121/permalink/1798246423759922/

 

Postado

Meta-Análise: Atividade Física não é eficaz para tratar do excesso de peso das crianças

 

O foco na atividade física não tem efeito no tratamento do sobrepeso e da obesidade na infância, de acordo com uma nova meta-análise.

 

Não só o exercício não é muito útil para controlar o peso, em primeiro lugar. Acontece também que as crianças com excesso de peso realmente não aumentam a sua atividade física em estudos que tentam fazê-lo:

 

Obesity Review: Effectiveness of Interventions on Physical Activity in Overweight or Obese Children: A Systematic Review and Meta-Analysis Including Studies with Objectively Measured Outcomes.

 

Isso significa uma dupla falha para a mentalidade simplista de "vamos mudar".

 

Mais uma vez: você não pode superar uma dieta ruim. E as crianças, ao que parece, nem sequer podem ser forçadas a correr em primeiro lugar (se alguém realmente pensou que era uma boa idéia).

 

O dogma "comer menos, correr mais" está desatualizado. A atividade física é importante para a saúde, mas tem um efeito insignificante sobre o peso.

 

Há provavelmente apenas uma maneira de melhorar maciçamente o problema da obesidade infantil. Certifique-se de que as crianças conseguem crescer em um ambiente alimentar saudável, sem adicionar açúcar em tudo.

 

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28067022

Postado (editado)

Conversa Transcrita com Dr. David Ludwig e Gary Taubes

 

Por que ganhamos gordura?

O escritor da ciência Gary Taubes culpa o açúcar. Aqui está o porquê.

"Você tem açúcar sempre na cena do crime."

 

Esta conversa foi editada e condensada. Para ver a conversa completa, link no vídeo abaixo.

https://heleo.com/conversation-why-do-we-get-fat-science-writer-gary-taubes-blames-sugar-heres-why/12508/

 

David Ludwig , MD, PhD., É um endocrinologista residente no Hospital Infantil de Boston, professor de nutrição da Harvard Medical School e autor do livro # 1 best-seller do New York Times, "Always Hungry?" Ele recentemente se juntou Gary Taubes para uma conversa Heleo para discutir por que engordamos,  qual culpado dietético poderia ser, e como reverter a epidemia de obesidade e diabetes. Gary é um escritor de ciência premiado cujo livro mais recente, The Case Against Açúcar, analisa porque o açúcar pode ser o nosso tabaco atual danificando, viciando, e apoiado por poderosas corporações.

 

David: A visão convencional de controle de peso sustenta que todas as calorias são iguais. Você apenas tem que comer menos e se mover mais - é uma questão de disciplina pessoal e força de vontade. Isso é mais difícil no nosso ambiente moderno, com todos os alimentos saborosos, ricos em calorias densas ao nosso redor, mas é basicamente uma questão de auto-controle.

Então, se eu trancar você em um quarto e só lhe der água e 800 calorias por dia de açúcar, você certamente perderá peso. Qual é o problema com essa maneira de pensar?

 

Gary: A pergunta que queremos saber [a resposta] é: por que as pessoas acumulam excesso de gordura? Essa é uma questão diferente de como remover o excesso de gordura. Uma das coisas que aprendi durante meu aprendizado científico foi que a pergunta que você faz tem que ser muito específica, e a resposta que você recebe é muito específica para a pergunta que você fez.

Então, se você perguntar, posso morrer de fome e levá-los a perder peso? Claramente. Na verdade, essa é uma das observações de condução por trás dessa hipótese de equilíbrio de energia. Quando eu lecionava sobre isso, eu tinha um slide de prisioneiros em campos de concentração da Segunda Guerra Mundial. Você mata de fome as pessoas, elas perdem peso. O ponto é, você pode privar as crianças e inibir o seu crescimento. Ninguém diria que seu crescimento é causado pelo excesso de consumo de calorias. Por que concluiríamos, portanto, que o excesso de calorias impulsiona a acumulação de gordura para começar?

David: Nós intuitivamente compreendemos que o crescimento linear de uma criança não é dirigido especificamente por quanto comemos. Sim, precisamos de um certo número de calorias, não podemos crescer durante tempos de fome severa, mas há uma unidade interna de crescimento linear. Você está fazendo uma analogia entre isso e o desenvolvimento da massa gorda, argumentando que algo está programando a massa de gordura para crescer. Sim, você pode temporariamente controlar isso.

 

Gary: Ou revertê-la temporariamente por fome-lo.

 

David: Então por que não? Por que não apenas nos matamos de fome e resolvemos o problema?

 

Gary: Porque isso não resolve o problema. Ele inverte o processo apenas quando há uma ausência de calorias disponíveis. Nós não vivemos em um ambiente onde há uma ausência de calorias disponíveis, e em cima dele, podemos encontrar populações em que a desnutrição e a desnutrição está claramente presente, e ainda há altos níveis de obesidade. Pelo menos em algumas populações, o tecido adiposo encontra uma maneira de crescer apesar da relativa ausência de calorias.

 

David: Assim, podemos limitá-lo a comer menos, mas o corpo luta para retornar com o aumento da fome . Ficamos famintos, e isso é muito difícil para a maioria das pessoas resistir. Também há alterações metabólicas.

"Você tem açúcar sempre na cena do crime em populações, você tem açúcar sempre na cena do crime no corpo. O mecanismo está lá. "

 

Gary: Invariavelmente, essas discussões se chegam aos aspectos de qual é a melhor dieta. A questão que eu tenho tentado abordar é que temos essas tragédias em andamento, essas epidemias de obesidade e diabetes. Cada população no mundo que passa por uma transição de nutrição para uma dieta ocidental eventualmente manifesta aumentos maciços na obesidade e diabetes. Estamos tentando encontrar um culpado para o crime comitter dessas epidemias. O açúcar é o principal suspeito porque, em primeiro lugar, está sempre na cena do crime. A transição nutricional para muitas populações - sejam os Inuit, a metade da população da África ou as populações agrárias da Índia - você adiciona açúcar à dieta, você vê rapidamente uma série de doenças crônicas que inevitavelmente incluem obesidade e diabetes.

 

Mecanicamente, podemos colocá-lo na cena do crime. Estas doenças são altamente associadas à resistência à insulina. Você poderia dizer que esta epidemia de obesidade e diabetes é uma epidemia de síndrome metabólica e resistência à insulina. Síndrome metabólica é uma condição que precede estes dois, e antecede doença cardíaca e câncer, em certa medida. Se for esse o caso, queremos saber o que causa a síndrome metabólica e a resistência à insulina.

 

Há muita evidência que implica açúcar, porque a fração de frutose da molécula de açúcar, como dizem os químicos, é metabolizada no fígado, e há muita evidência de que a resistência à insulina começa com a acumulação de gordura no fígado. Parte da frutose é convertida em gordura nas circunstâncias corretas.

Basicamente, você tem açúcar sempre na cena do crime em populações, você tem açúcar sempre na cena do crime no corpo. O mecanismo está lá.

 

No meu livro anterior, eu falo sobre o açúcar e os grãos refinados, e este é o argumento que sempre temos sobre os dados ecológicos observacionais. Estou dizendo que o açúcar e os grãos refinados são a causa da obesidade e do diabetes, e alguém diz: "E quanto ao Sudeste Asiático?" É um pedaço de cisne negro. No sudeste da Ásia, eles comem grãos refinados e têm feito isso por milhares de anos. Por que eles não têm altos níveis de obesidade e diabetes? Bem, eles não consumiam muito açúcar. Eles tinham entre os menores consumo de açúcar do mundo. Japão tem estado a cerca de um século atrás de nós no consumo de açúcar, e cerca de um século atrás de nós na taxa de diabetes. A hipótese mais simples possível para mim sempre foi o açúcar.

 

David: Então seu argumento de dois minutos para o júri é que [açúcar] está na cena do crime. Há uma arma fumegante, embora não tenhamos realmente visto açúcar segurá-lo ainda.

 

Gary: Ele deve ser o principal suspeito. Se eu fosse um advogado promotor, eu poderia obter uma acusação. Eu não acho que eu posso ter uma convicção baseada na evidência como é agora.

 

David: Vamos mergulhar um pouco mais na ciência nutricional de carboidratos. Todos os carboidratos são feitos de, ou quebram em, açúcares. Há realmente apenas três tipos diferentes de açúcares: glicose, frutose e galactose. Galactose realmente só aparece como açúcar do leite.

Qualquer coisa que venha de um produto de grãos ou de batata, estes amidos foram a base da pirâmide alimentar em 1992. Se processados, eles digerem muito rapidamente em glicose, aumentando o açúcar no sangue e a insulina, enquanto que praticamente todos os edulcorantes comuns têm um Composição diferente. Eles têm tipicamente meio glicose e metade frutose. É o componente frutose que adiciona a doçura real ao açúcar. A glicose por si só tem gosto anémicamente doce. Inversamente, frutose pura é cloyingly doce. Parece que o sweet spot para humanos é de 50/50 combinação.

 

A frutose, em oposição à glicose, é exclusivamente nociva, ou eles são equivalentemente prejudiciais, se altamente processados? Esta é uma questão crítica para a saúde pública. Se a frutose é o único problema, podemos nos livrar do açúcar, substituí-lo com pão branco, arroz branco, produtos de batata, biscoitos sem açúcar, bolachas e similares. Tenha nosso bolo e coma-o muito. Podemos nos sentir bem com aqueles outros carboidratos processados, ou é uma questão de escolher o seu veneno e precisamos ter uma visão mais global dos carboidratos processados? Qual a sua opinião?

 

Gary:  Há um monte de questões diferentes aqui que você tocou. Uma das coisas que eu pensei em fazer na pesquisa para [ The Case Against Açúcar ] é que talvez o problema fundamental sejam os carboidratos líquidos. Talvez seja o sistema de entrega.

"Claramente, a enorme quantidade de açúcar que consumimos em relação ao que consumimos há 200 anos parece causar alterações metabólicas".

Imagino um mundo em que, em vez de beber 24 onças de bebidas açucaradas, metade glicose / metade frutose, estamos fazendo nossas bebidas açucaradas com frutose só. Como você diz, a glicose sozinha é anêmicamente doce, como Gatorade costumava ser. Quando eu era criança, Gatorade tinha gosto de água de pântano, mas você bebia mesmo assim. Agora, se bebermos a mesma quantidade de água de glicose que bebemos de água adocicada com frutose, quais são os efeitos metabólicos? A resposta é, eu não sei. Nós não fazemos isso. É como quando as pessoas me perguntam, o mel é tão ruim quanto açúcar? Para citar Lustig , a dose faz o veneno.

 

Claramente, a enorme quantidade de açúcar que consumimos em relação ao que consumimos há 200 anos parece causar alterações metabólicas. O mel não é simplesmente um alimento tão útil. Você não pode misturá-lo com bebidas frias, e grande parte do nosso consumo de açúcar está em bebidas frias. Se pudéssemos consumir 80 ou 90 quilos de mel per capita, é provável que seja tão prejudicial quanto o açúcar, mas não podemos fazê-lo. O consumo per capita de mel tem sido um par de libras por ano durante um século.

 

Estou colocando meu dinheiro na frutose. Em parte, é a combinação frutose-glicose, porque é tudo o que sabemos, porque é isso que consumimos.

 

David: Para ser justo, não temos estudos definitivos. Alguns dos estudos que têm trazido um olhar muito ruim a frutose usou apenas frutose sozinha, que não é uma maneira que os seres humanos iriam sempre consumir em doses astronômicas, mais do dobro do percentual de consumo.

Esperemos que eles tenham pesquisa mais definitiva que coloque a frutose no contexto adequado. Afinal, comemos muito mais glicose do que frutose, por causa de todos os produtos de grãos e produtos de batata.

 

Vamos passar para um conceito relacionado, o índice glicêmico (IG): ele reflete o quão rápido carboidratos transformam-se em glicose, o produto final. A maioria dos grãos processados e batatas transformam-se em glicose muito rapidamente no trato digestivo. Na verdade, eles aumentam o açúcar no sangue mais rapidamente do que o açúcar. Essas coisas vão aumentar a insulina.

 

Insulina promove a absorção de calorias em células de gordura. Se você apenas dá insulina o animal fica com fome, ganha peso. Mesmo se você restringir suas calorias, ele ainda se torna excessivamente gordo.

 

A glicose de ação rápida toma um hit sobre as células de gordura. A frutose de ação rápida tem um acerto no fígado, levando a aumento da inflamação. Se o fígado tem um problema metabólico, você tem um problema metabólico. Por outro lado, as formas de ação lenta desses carboidratos são muito menos preocupantes, frutas inteiras ou de baixo índice glicêmico, minimamente processados.

 

Gary: Isso foi a tese do meu primeiro livro , e ainda é, indiretamente, a tese de um segundo . Estamos confundindo duas questões: uma é a causa da epidemia de obesidade. Qual é o gatilho da obesidade? Sabemos que transições nutricionais tendem a aumentar o índice glicêmico. Eles aumentam o refinamento e teor de açúcar. Podem mesmo diminuir a contagem total do carb, porque igualmente aumentam o índice da gordura e da proteína. As populações tornam-se mais ricas, elas podem se dar ao luxo de comer mais produtos animais. Mas as mudanças dominantes são do açúcar e do IG mais elevado. A partir dessa observação, ambos são o caso.

 

A segunda pergunta é: o que vamos fazer com os pacientes? Que conselho você daria a indivíduos obesos e diabéticos? Há outra coisa - que conselho você vai dar a pessoas magras e saudáveis para evitar que desenvolvam obesidade e diabetes?

 

David: Então, se alguém está à beira da diabetes tipo II, queremos ele uma dieta sem frutose, uma dieta baixa em carboidratos, uma dieta cetogênica?

 

Gary: De um modo geral, dependendo do seu peso. Eu removerei o açúcar primeiro porque é um alvo fácil. Então eu restringiria os carboidratos de alto IG exatamente como você faria. Então, que dose da intervenção precisamos para fazer a pessoa saudável? Minha dose é a remoção de carboidratos e substituí-los com gorduras animais naturais, que é um novo sinônimo de gorduras saturadas que não estamos muito assustados. Este seria o tratamento ideal.

 

David: Você acha que o mais seguro é uma dieta mínima de carboidratos?

 

Gary: Nós realmente não sabemos. Ele precisa ser estudado. Eu ouço das pessoas o tempo todo que inverteram o diabetes em uma dieta low-IG. Um exemplo disto é o caso da epilepsia pediátrica. O tratamento original era uma dieta cetogênica muito rigorosa que era como beber gemada durante todo o dia sem o álcool. Em seguida, as pessoas passaram a dieta modificada Atkins e percebi que isso fez um trabalho muito bom de inibir convulsões.

 

David: Só para esclarecer, uma dieta cetogénica é o avô de todas as dietas de baixo carboidrato. O americano típico pode comer 50-55% de carboidratos. As dietas mediterrâneas estão na faixa de 40%. Você começa a pensar em uma dieta baixa em carboidratos quando você chegar a 30%, e carb muito baixo em 20%. Uma vez que você começa abaixo de aproximadamente 15%, o corpo não tem bastante hidrato de carbono para alimentar o cérebro diretamente da glicose, assim que você muda na cetose. Esse é o caminho natural que os seres humanos evoluíram para alimentar o cérebro durante os períodos de fome ou durante longos invernos quando não havia carboidratos.

 

Gary: Ou durante as centenas de milhares de anos em que muitos deles não comiam carboidratos.

"Os carboidratos processados, especialmente durante os anos de baixa gordura, receberam uma bênção de alguns dos líderes mais proeminentes em nutrição. Isso faz com que essa inundação de carboidratos entre na circulação geral ou no fígado muito rápido, mais rápido do que jamais seria se você estivesse comendo mel como caçador-coletor ".

 

David: É isso mesmo. Na verdade, os carboidratos são o único nutriente totalmente dispensável. Você precisa de proteína, você precisa de gorduras, você pode viver sem carboidratos inteiramente. Quando você chegar a esses níveis muito baixos, então as cetonas vêm muito rapidamente a células de gordura.

A idéia é que é um combustível muito potente para o cérebro. Pode ajudar com a epilepsia, pode ajudar a tirar o stress do pâncreas para alguém com diabetes. Você gosta desse tipo de dieta?

 

Gary: Um monte de gente acha que é extremamente eficaz. Eu aconselharia a uma nação inteira? Não com base na pesquisa que existe até agora.

Quais são os seus principais suspeitos [para a obesidade e epidemias de diabetes], e o que vamos fazer sobre isso?

 

David: Meu principal suspeito é a digestão rápida de carboidratos. Esse é o combustível metabólico mais estritamente controlado na corrente sanguínea. O corpo se preocupa muito com manter o nível de açúcar no sangue em um intervalo muito apertado. Temos um hormônio, a insulina, para diminuí-lo. Temos um punhado de hormônios de estresse para levantá-lo. Você não quer açúcar no sangue muito alto, é altamente reativo e está perdido na urina. Você não quer açúcar no sangue muito baixo porque o cérebro sofre.

 

Esses carboidratos processados, especialmente durante os anos de baixa gordura, receberam uma bênção de alguns dos líderes mais proeminentes em nutrição. Estes causam esta inundação de carboidratos para entrar na circulação geral ou no fígado muito rápido, mais rápido do que jamais seria, exceto se você estivesse comendo mel como um caçador-coletor. Isso enfatiza o fígado, causa lipogênese e inflamação de novo. Ele aumenta insulina que promove deposição de gordura e tecido adiposo.

 

Para a maioria das pessoas, a redução de carboidratos processados irá dar-lhes a maior parte do benefício. Eu não acho que a maioria das pessoas precisam necessariamente de uma dieta muito baixa em carboidratos. Eu acredito que para pessoas com Tipo I ou Tipo II ou com resistência severa à insulina, que estas dietas muito baixas de carboidratos e cetogênicos têm resultados positivos extremamente promissores.

 

David: [Em relação à proteína, algumas pessoas perguntam se] não é uma vantagem da planta contra a proteína animal, especificamente quanto. Em uma dieta cetogênica, a proteína realmente aumenta a insulina e pode ser convertida em glicose via gluconeogênese, mas a gordura não pode. Portanto quantidades muito elevadas de proteína previnem a cetose. Você tem uma recomendação sobre a quantidade de proteína [para consumir]?

 

Gary: Não, e, tradicionalmente, essas dietas são sempre alto teor de gordura. A idéia de que elas deveriam ser de alta proteína surgiu nos anos 1980 e 1990, porque era tão politicamente inaceitável empurrar uma dieta rica em gordura. Todos concordaram que a proteína era boa para você, então, de repente, tínhamos ótimos livros de baixo teor de carboidratos como Protein Power. Quando eu aconselho as pessoas a comer essas dietas, lembro-lhes que devem ser dietas ricas em gordura. Você não deve comer proteína magra.

 

David: Então, você levou embora o açúcar, o que acontece com adoçantes artificiais? E os que foram feitos em um laboratório?

 

Gary: Meu sentimento sobre os adoçantes artificiais foi capturado por Philip Handler, presidente da Academia Nacional de Ciências, quando eles tiveram um fórum sobre adoçantes de volta em 1975. Ele disse: "O ponto crítico é, quanto adoçante que eu tenho que consumir para substituir os 100, 120 ou 140 quilos de açúcar que eu normalmente consumiria? O que é pior? "Não é se os adoçantes vão ou não causar câncer em um rato, porque nós dois pensamos que até certo ponto os açúcares e grãos refinados, por qualquer motivo, também vão aumentar o risco de câncer. Você usa um pouco porque é muito mais doce do que o açúcar. Isso é melhor ou pior do que o açúcar? Eu não posso acreditar que é pior.

 

David: Você utiliza?

 

Gary: Não. Eu costumava, mas agora não sei mais. Acho que praticamente todos os que defendem mudanças em uma dieta mais saudável diriam: consuma água, perca seu hábito por doces. Eu preocupo-me que, mantendo o hábito vivo, mantenha a vontade viva. Há alguma evidência de que poderia ter efeitos metabólicos que são deletérios, mas não é evidência muito convincente.

 

David: [A pergunta que eu sou frequentemente questionado é] como pode haver o apoio da sociedade de investigação médica e nutrição que não é seja controlado pela Big Pharma? Onde está a melhor pesquisa sendo feita e como ela é financiada?

 

Gary: [Pessoalmente,] Posso definir a melhor pesquisa fazendo as perguntas certas e se tenho a possibilidade de responder as perguntas certas. Eu acredito que as perguntas certas são muito diferentes do que a corrente principal de pesquisa da nutrição e da obesidade.

"Temos epidemias e, embora pensemos que sabemos por que estão acontecendo, o fato de que não conseguimos controlá-las de forma alguma sugere que nosso entendimento fundamental é incorreto".

Eu acho que vocês estão fazendo a melhor pesquisa porque vocês são um dos poucos pesquisadores que estão fazendo as mesmas perguntas que eu estou perguntando e que pensam de uma maneira similar, embora não idêntica, sobre como essas perguntas precisam ser respondidas.

 

David: Qual é o grande ponto de vista? Onde temos de ir como uma sociedade, se é preciso um bilhão de dólares para trazer uma droga para o mercado por apenas uma complicação de uma doença crônica relacionada à dieta?

 

Gary: Não só isso, lembre-se que a doença da obesidade crônica relacionada com a dieta e diabetes juntos custam ao sistema de saúde cerca de um bilhão de dólares por dia.

 

David: E vai-se. Diabetes tipo II sozinho está previsto para atingir metade de um trilhão de dólares por ano em custos.

A maioria dos estudos nutricionais é feita com um orçamento reduzido com um controle de qualidade deficiente e uma incapacidade de fazer perguntas definitivamente. Como nós lidamos com isto?

 

Gary: A maneira como eles financiam estudos é uma questão fundamental. Há um pouco de financiamento para milhares de pesquisadores, nenhum dos quais tem dinheiro suficiente para fazer algo significativo, mesmo que quisessem. O primeiro passo, para se libertar do vício, é reconhecer que você tem um problema. Precisamos que os Institutos Nacionais de Saúde e as Autoridades de Saúde Pública digam que temos epidemias e, embora pensemos que sabemos por que estão acontecendo, o fato de não conseguimos controlá-las de forma alguma sugere que nosso entendimento fundamental é incorreto.

Então precisamos que eles digam, quais são as alternativas para a maneira como entendemos a causa dessas epidemias? Porque se nós não entendemos a causa, nós nunca conseguiremos impedi-las. Então nós temos que financiar a pesquisa para identificar o que nos falta.

Em um mundo ideal, você recebe o dinheiro de filantropos independentes que reconhecem que há um enorme problema e querem fazer algo sobre isso. É difícil imaginar o governo federal entrando em cena com a mentalidade correta - o que naturalmente é um sinônimo para minha mentalidade.

 

David: Você é honesto reconhecer que.

Não podemos esquecer que os cientistas têm egos, também, e ficamos presos em nossos paradigmas e nossas carreiras podem ser afetadas. Sempre houve ego na ciência. O que é diferente agora é o enorme dinheiro da indústria, o que pode influenciar o que pesquisamos em várias direções.

"A história do financiamento da indústria, seja para o tabaco, mortes de trânsito, açúcar, é que esses relacionamentos tendem a beneficiar a indústria e minar a saúde pública muito mais do que avançar a ciência".

 

Gary: Vamos dizer que Coca-Cola vem até você e diz: nós estamos realmente preocupados com os nossos produtos. Queremos dar $ 20 milhões porque sabemos que você é um crítico. Vamos dar-lhe US $ 20 milhões para projetar um estudo, e nós vamos ter os melhores cientistas do mundo para rever esse estudo, e nós vamos realmente descobrir se estamos matando pessoas.

Você vai recusá-los?

 

David: Sim. Eu tenho, e a história do financiamento da indústria, seja para o tabaco, fatalidades de trânsito, açúcar, é que esses relacionamentos tendem a beneficiar a indústria e minar a saúde pública muito mais do que avançar a ciência.

Para a minha última pergunta, eu gostaria que você imaginasse que está no final de sua carreira, e você está olhando para trás. O que você veria se o trabalho de sua vida acabasse por ser completamente bem sucedido?

 

Gary: Nós costumávamos discutir em Nusi (Iniciativa Ciência Nutrição) como poderíamos definir o sucesso. No momento, temos abordagens falhas para tratar a obesidade. Sabemos que não funciona porque as pessoas continuam ficando cada vez mais gordas. Isso deixa a porta aberta para que todos tenham uma idéia - desde jornalistas a médicos de dieta, cardiologistas, o nome é, todo mundo tem uma teoria e há esse ruído sendo gerado o tempo todo. As pessoas não sabem o que fazer.

No meu mundo ideal, todos os envolvidos sabem qual é a resposta certa. Todos os envolvidos estão dando o conselho certo. Pediatras estão dando o aconselhamento certo, as mães estão dando o conselho certo, as escolas estão projetando-se de uma forma que os alimentos que as crianças estão recebendo estão certos. O sistema alimentar mudou de forma que qualquer alimento que não seja consumido seja mais difícil de encontrar. As seguradoras sabem qual o conselho correto, os médicos, hospitais e pesquisadores sabem o que eles devem estar estudando para aperfeiçoar esse conselho.

Eu quero certificar-me de que cada criança obesa no mundo está começando a seguir o conselho correto e a ajuda que necessitam maximize sua possibilidade em ser um adulto magro e saudável. Essa é a meta.

Editado por Norton
Postado

Esse livro do Taubes já tá na minha lista pra compra (Por que engordamos), e já é meio ruim de achar por aí...esse do açúcar também é certo, lançando aqui ou não.

 

Bom, eu estou começando finalmente o Low carb de forma mais séria agora. Low carb ou pelo menos algo parecido....:P. Minhas impressões iniciais estão sendo muito boas. Perder o medo de encarar essa foi decisivo, já que tentei fazer só um dia ou dois da outra vez e parei (perda de rendimento mesmo, que PORÉM, pode até ter se dado por outras variáveis que eu não percebi). Depois posto com mais detalhes, pois primeiro vou atualizar meu diário de treino com essa.

 

Sempre haverá uma série de variáveis que a gente pode passar batido, já que não vivemos num laboratório isolando tudo. Mas de modo geral, minha vida é bem regrada e rotineira; então, acho que vai servir como exemplo.

 

Postado

Taubes caga pra ciência. Em um debate, Alan Aragon perguntou a ele se ele mudaria a visão dele caso novas evidências surgissem, e a resposta dele foi não. Ele já fez a cabeça de que os carboidratos são o mal do mundo e não vai mudar - mesmo com o abundante corpo de pesquisas mostrando que isso não é verdade. Recentemente um estudo financiado pelo próprio Taubes mostrou que uma dieta cetogênica não trouxe vantagens em relação a uma dieta rica em carbos - obviamente ele cagou pro próprio estudo. Em outras palavras, esse cara não é cientista.

 

Como uma imagem diz mais que mil palavras, segue representação gráfica do trabalho de Taubes:

 

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  • Supermoderador
Postado (editado)
1 hora atrás, Shrödinger disse:

Taubes caga pra ciência. Em um debate, Alan Aragon perguntou a ele se ele mudaria a visão dele caso novas evidências surgissem, e a resposta dele foi não. Ele já fez a cabeça de que os carboidratos são o mal do mundo e não vai mudar - mesmo com o abundante corpo de pesquisas mostrando que isso não é verdade. Recentemente um estudo financiado pelo próprio Taubes mostrou que uma dieta cetogênica não trouxe vantagens em relação a uma dieta rica em carbos - obviamente ele cagou pro próprio estudo. Em outras palavras, esse cara não é cientista.

 

Como uma imagem diz mais que mil palavras, segue representação gráfica do trabalho de Taubes:

 

15894755_10155646534804992_5110940223630 

Tipo isso

https://sciencebasedmedicine.org/why-we-get-fat/

 

Taubes parece ser só mais um vendedor de idéias tipo o outro autor sobre wheat belly (que esqueci o nome do cara), nem que isso custe ignorar muita informação, ser o mais parcial possível, falar algumas mentiras meias-verdades selecionando a dedo as pesquisas que lhe convêm. Depois é só escrever o livro, botar a venda e aparecer nos programas de TV. $uce$$o garantido.

 

É tipo o Dr. Oz que fala muita coisa (nem que venda alma e o próprio diploma..) pra conseguir vender os próprios produtos, mas nunca cai em discussão com alguém da área e o que não falta é debunk sobre as afirmações que faz.

Editado por krebz
Postado (editado)

As diretrizes estão mudando e ainda tem gente fortemente ligada a dogmas, isto sim é triste.

 

Relatório do Fórum Nacional da Obesidade do Reino Unido

 

"A quantidade ideal de Açúcar a ser consumido, para a saúde, é zero

 

O açúcar (sacarose, uma combinação de glicose com frutose) adicionado aos alimentos não tem absolutamente nenhum valor nutricional. Não existe uma única reação bioquímica do corpo humano que requeira frutose oriunda da dieta. Não Existe um único estudo que demonstre benefícios associados com seu consumo (23). O consumo excessivo de açúcar é fortemente associado com o aumento do risco de diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares, independentemente das calorias ou de seu efeito sobre o peso corporal (24, 25, 26). Embora estejamos satisfeitos como fato de que, recentemente, a Organização Mundial da Saúde estabeleceu um limite máximo recomendado, a mensagem de saúde pública deveria enfatizar o fato de que açúcar não tem NENHUM papel em uma dieta saudável. O açúcar deveria ser relegado ao status de condimento ou aditivo alimentar, ao invés de comida, e deve retornar ao seu papel de coisa decadente e desnecessária, a ser consumida ocasionalmente, ao invés de diariamente em uma dieta saudável.

Além disso, nós recomendamos que o rótulo dos alimentos destaque a quantidade de açúcar adicionado, e que expresse esse valor em colheres de chá. Isso permitirá aos consumidores tomar decisões melhor informadas ao comprar produtos no supermercado."

 

Spoiler

Na semana que passou, o Reino Unido estava em polvorosa. O motivo: uma organização sem fins lucrativos chamada Fórum Nacional da Obesidade, juntamente com outra organização análoga chamada Colaboração para a Saúde Pública, publicaram um relatório exortando o governo Inglês a mudar radicalmente as diretrizes alimentares. Houve grande repercussão na imprensa, com manchetes na capa de quase todos os jornais, além de entrevistas na BBC e na televisão.
 

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Eu discuto longamente o assunto no podcast de número 14, que ainda será publicado. No entanto, eu li a íntegra do relatório, e achei tão bom que resolvi traduzi-lo. Segue a íntegra traduzida:

O original está aqui.

Introdução
Depois de 250 mil anos de evolução, os humanos tornaram-se uma espécie saudável, bem nutrida e com longa expectativa de vida. Mas, em apenas 30 anos, as coisas evoluíram catastroficamente mal, com epidemias de obesidade e diabetes tipo 2, intocadas pelas políticas vigentes, e que provavelmente irão reduzir a expectativa de vida e quebrar os sistemas de saúde. Este relatório representa uma potencial mudança destas políticas falhas, e recomenda alternativas que têm probabilidade de reverter alguns dos efeitos contraproducentes das políticas recentes. 

Solucionar a epidemia de obesidade e suas consequências adversas para a saúde, tais como o diabetes tipo 2, é o desafio mais importante da saúde pública nos dias de hoje. A obesidade tem custos diretos para o Serviço Nacional de Saúde de mais de 6 bilhões de libras por ano. O diabetes tipo 2 tem custos diretos e indiretos da ordem de 20 bilhões de libras e, se não houver uma ação efetiva, este este preço provavelmente irá dobrar nos próximos 20 anos (1). Nos Estados Unidos, o custo do diabetes disparou recentemente, atingindo 245 milhões de Dólares em 2012. 

As raízes da obesidade e do diabetes tipo 2 estão fortemente entranhadas no ambiente alimentar. Esforços legislativos para encorajar um menor consumo de alimentos processados e de bebidas açucaradas ajudarão a reduzir significativamente o fardo de doenças relacionadas à dieta, que hoje contribuem com mais mortes e morbidade globalmente do que a inatividade física, o cigarro e o álcool combinados (2). O papel das diretrizes alimentares ruins tem sido ignorado por tempo de mais. Especificamente, a mensagem de consumir alimentos de "baixa gordura"  e "baixo colesterol"  teve consequências não antecipadas desastrosas para a saúde. 

A má ciência por detrás desta mensagem e a subsequente mudança nas diretrizes alimentares introduzidas para os americanos em 1977 (3), seguida pelas diretrizes do Reino Unido em 1983 (4), resultaram em aumento do consumo de comida-lixo low fat, carboidratos refinados e óleos vegetais poli-insaturados. Nos Estados Unidos, entre 1961 e 2011, 90% do aumento da ingestão calórica veio de carboidratos e óleos vegetais poli-insaturados (5). 

O evidente aumento da obesidade imediatamente após a introdução das novas diretrizes sugere que elas sejam a causa do problema. A ciência da nutrição foi originalmente baseada em estudos humanos observacionais, os quais são frequentemente eivados de problemas, mas a ciência também foi corrompida por influências comerciais e interferência indevida da indústria alimentícia nas instituições responsáveis pelas diretrizes, bem como sobre os políticos, constituindo-se em ameaça significativa à  saúde pública. 

A professora de saúde pública Kelly Brownell notou que passaram-se 50 anos desde a primeira evidência científica publicada ligando o tabagismo ao câncer de pulmão até que uma regulamentação efetiva fosse introduzida a fim de minimizar o consumo do tabaco. As grandes companhias de cigarro adotaram uma estratégia de negação, plantando a dúvida, confundindo e até mesmo comprando a lealdade dos cientistas, as semelhanças recentes com a atuação da indústria alimentícia são assustadoras (6).

Nós compreendemos que os membros da indústria alimentícia têm a responsabilidade de produzir lucros para seus acionistas. Mas o escândalo real, às custas da saúde pública, é que acadêmicos, instituições e periódicos científicos, cuja responsabilidade primária é para com os pacientes e com a integridade científica, tenham, por vezes, conspirado com a indústria objetivando ganhos financeiros. 

O mais recente guia Eatwell ("Coma Bem") da Public Health England é, talvez, um exemplo de interesses comerciais passando por cima de evidência científica independente. A maior parte do grupo estabelecido pela Public Health England para determinar o modelo de alimentação saudável para o país representava a indústria alimentícia e de bebidas. Será que a Federação de Alimentos e Bebidas deveria estar entre aqueles que desenharam as diretrizes alimentícias da Inglaterra, ou será que cientistas independentes é que deveriam preencher este papel? 

É também chocante a sugestão de que o consumo de 22 colheres de chá de açúcar por dia possa ainda ser considerado aceitável dentro das diretrizes alimentares vigentes. Não obstante, isto tem sido verdade por mais de uma década (7). Não existe NENHUMA necessidade dietética ou biológica de qualquer quantidade de açúcar adicionado em uma dieta saudável. 

A fim de corrigir estes erros, o fórum Nacional da Obesidade e o Public Health Collaboration,  baseados nas mais atualizados evidências científicas e clínicas, recomendam uma completa revisão das diretrizes nutricionais e de saúde pública. As mudanças mais efetivas e importantes podem ser resumidos nos seguintes 10 pontos. 


1) Comer  gordura não engorda. 

Evidências de múltiplos ensaios clínicos randomizados têm revelado que uma dieta com mais gorduras e menos carboidratos é superior a uma dieta de baixa gordura para perda de peso e redução de risco cardiovascular (8, 9). Uma análise exaustiva de 53 ensaios clínicos randomizados, envolvendo 68.128 participantes, conduzida pela escola de saúde pública de Harvard, concluiu que "quando comparada com intervenções dietéticas de intensidade similar, a evidência de ensaios clínicos randomizados não dá suporte às dietas de baixa gordura, em relação a outras intervenções dietéticas, para perda de peso no longo prazo. Em ensaios clínicos de perda de peso, intervenções com mais gordura levaram à perdas de peso mais significativas do que as intervenções com menos gordura". 

Além disso, o Women's Health Initiative (Iniciativa para a Saúde da Mulher), foi o maior ensaio clínico randomizado de dieta jamais feito. 48.835 mulheres pós-menopáusicas foram randomizadas para sua dieta usual ou uma dieta de baixa gordura, reduzida em calorias e com aumento de exercícios, com a hipótese de que isso levaria a uma redução de doenças cardiovasculares. O seguimento médio foi de 8,1 anos. A intervenção atingiu uma redução absoluta de 8,2% na gordura total e 2,9% na gordura saturada, mas não reduzir o risco de doença coronariana ou derrame (10). Embora não fosse especificamente um estudo de perda de peso, não obstante, a redução da gordura e das calorias (361 calorias a menos por dia) falhou em produzir qualquer perda significativa de peso na duração do estudo. Isto refutou a noção de que uma dieta de baixa gordua seja benéfica, tanto para o sistema cardiovascular, como para perda de peso. 

Isso pode ser explicado, em parte, em nível fisiológico, pois o consumo de gordura induz à saciedade e à sensação de estômago cheio e, quando comparada aos demais macronutrientes - proteínas e carboidratos - a gordura têm o menor impacto na glicemia e insulina. Além do mais, a resistência à insulina é um precursor do diabetes tipo 2 e, em homens, este é o fator de risco número um para ataques cardíacos (veja o ponto no. 3).

Nós recomendamos que as diretrizes para perda de peso no Reino Unido devam incluir um consumo à vontade de carboidratos não-refinados e uma dieta rica em gorduras saudáveis (isto é, alimentos não-processados ou "comida de verdade") como uma abordagem aceitável, efetiva e segura para prevenir o ganho de peso e ajudar na perda de peso. 


2) Gorduras saturadas não causam doença cardíaca. Os laticínios integrais são provavelmente protetores.

 

 

 


A pressa em condenar a gordura saturada como nutriente digno de preocupação foi prematura. Uma nova metanálise das evidências disponíveis antes das mudanças das diretrizes alimentares de 1977 e 1983 nos Estados Unidos e na Inglaterra, respectivamente, mostrou que os estudos então disponíveis já não davam suporte à introdução da restrição da gordura na dieta (11).

Este erro não foi corrigido até 2014, mais de três décadas após, quando uma revisão sistemática de 76 estudos com mais de 600 mil participantes de 18 países concluiu que "as evidências atuais não dão suporte claro às diretrizes cardiovasculares que encorajam o alto consumo de ácidos graxos poli-insaturados e o baixo consumo de gorduras saturadas e totais" (12). De Souza et al resumiram o mais recente veredito sobre gorduras saturadas: "o consumo de gordura saturada não foi associado com mortalidade por todas as causas, mortalidade cardiovascular, doença coronariana, AVC isquêmico ou diabetes tipo 2" (13).

As diretrizes nutricionais vigentes focam-se, erroneamente, no conteúdo de gordura total e saturada, ao invés de focar-se em alimentares específicos e nos subtipos de gorduras que eles contêm. Em particular, o consumo de ácido margárico, prevalente em laticínios não desnatados, reduz significativamente o risco de doenças cardiovasculares. Thornig et al relatam que " dietas com queijos e carnes como fontes primárias de ácidos graxos saturados levam a níveis maiores de HDL e de Apo-A1 e, portanto, parecem ser menos aterogênicas do que uma dieta de baixa gordura e alto carboidrato." (14) Laticínios integrais também podem proteger contra a obesidade. Um estudo de 2014 concluiu: "participantes no maior tercil de laticínios não desnatados (queijo, iogurte, leite) tiveram chance significativamente menor de se tornarem obesos" (15).

Estudos de coorte prospectiva confirmam que os níveis séricos dos ácidos graxos saturados oriundos do consumo de laticínios, tais como queijos e iogurtes, são inversamente relacionados à incidência de diabetes tipo 2. Em contraste, os níveis séricos do ácido palmítico, relacionado ao consumo de amido, açúcar e álcool, estão fortemente associados ao desenvolvimento de diabetes tipo 2 (16).

Os alimentos mais naturais e nutritivos disponíveis - carnes, peixes, ovos, nozes, sementes, azeitonas, abacates - todos contêm gorduras saturadas. Estes alimentos naturais têm sido parte da dieta humana desde os tempos paleolíticos, e têm sido consumidos ad libitum sem consequências adversas para saúde humana por milênios. A demonização continuada de gorduras naturais onipresentes afasta as pessoas de alimentos altamente nutritivos, integrais e promotores da saúde. 


3) Alimentos processados que contenham no rótulo "baixa gordura", "light", "baixo colesterol" ou "comprovadamente reduz o seu colesterol" devem ser evitados. 

Não existem evidências que demonstrem que reduzir a gordura saturada da dieta reduza os eventos cardiovasculares e mortes. Ao contrário, as melhoras nos desfechos cardiovasculares são independentes da redução do colesterol pela dieta. Ensaios clínicos de dieta que forneceram gorduras naturais abundantes, tais como ácido alfa-linoleico, polifenóis e ácidos graxos ômega 3, encontrados em nozes, azeite de oliva, peixes gordurosos e vegetais, exercem efeitos positivos rapidamente sobre a saúde (17). Os mecanismos podem incluir a redução da inflamação, da aterosclerose e da trombose. Substituir gordura saturada por óleos vegetais contendo ômega 6 reduz o colesterol, mas NÃO melhora a mortalidade cardiovascular (18). Ao contrário, estudos revelaram uma tendência no sentido de aumento da mortalidade. 

Os profissionais de saúde e o público precisam deixar de se focar tanto no LDL como marcador de saúde cardiovascular. As evidências mostram claramente que um perfil lipídico caracterizado por triglicerídeos altos e HDL baixo é mais preditivo de risco cardíaco, e é uma forma confiável de estimar a resistência à insulina. Um modelo matemático revelou que prevenir a resistência à insulina em homens jovens evitaria 42% dos infartos do miocárdio, uma redução maior do que a obtida com a correção da hipertensão (36%), do HDL baixo (31%), do índice de massa corporal elevado (21%) ou dos níveis de LDL (16%) (19). A calculadora de risco QRISK, usada por médicos para estimar o risco de doença cardiovascular nos próximos 10 anos,  sequer faz uso dos valores de LDL, e sim da relação colesterol total / HDL. 


Os processos através dos quais os "alimentos redutores de colesterol" atuam levantam sérias preocupações no que diz respeito a doença cardíaca coronariana: "... não há evidência de que os esteróis das plantas reduzam o risco de doença cardiovascular, e há várias evidências de que prejudiquem". (20).


4. Limite os carboidratos refinados e o amido para prevenir e reverter o diabetes tipo 2Diabetes tipo 2 é uma doença de resistência excessiva à insulina, que se manifesta através de níveis elevados de glicose no sangue. Os pacientes demonstram profunda intolerância aos carboidratos, e as mensagens de saúde pública deveriam refletir isto. É sabido que carboidratos refinados e amido aumentam os níveis de glicose no sangue, a necessidade de medicação e o ganho de peso. É, portanto, muito perturbador que os sites de ambos, Diabetes Uk eNHS (departamento de saúde do Reiuno Unido), deem prioridade ao consumo de carboidratos e amidos para portadores de diabetes tipo 2. Tais dietas irão levar, potencialmente, à piora da doença e a todas as suas complicações, tais como cegueira, insuficiência renal, neuropatia, doença vascular periférica, doença cardíaca e derrame.

Uma recente revisão ampla da literatura concluiu que a restrição de carboidratos é “a intervenção isolada mais eficiente para reduzir todos os aspectos da síndrome metabólica”, e deveria ser a primeira abordagem no manejo do diabetes. Uma dieta cetogênica (aquela na qual menos de 10% das calorias são oriundas de carboidratos) resulta na maior queda da hemoglobina glicada, e em redução do uso de medicamentos; seus benefícios são vistos mesmo na ausência de perda de peso (21).

O Dr David Unwin, um expert do Royal College of General Practitioners, Publicou recentemente resultados impressionantes obtidos ao simplesmente recomendar uma dieta de baixo carboidrato e com mais gordura para seus pacientes. Ele foi reconhecido como o Inovador do Ano nos Prêmios de Reconhecimento de Lideranças da NHS (Innovator of the Year at the NHS Leadership Recognition Awards 2016). Além de melhorar dramaticamente a saúde de seus pacientes, o doutor Unwin poupou ao sistema de saúde britânico 45 mil libras por ano em medicações para o diabetes, quando comparado com a média dos outros clínicos (22). Se nós pudéssemos replicar estes resultados nos outros 9400 consultórios médicos do Reino Unido, nós poderíamos potencialmente economizar 423 milhões de libras por ano apenas em medicamentos para o diabetes. Os custos cumulativos da redução dos danos aos órgãos alvo (ataques cardíacos, derrames, câncer, etc.) são muitas ordens de magnitude mais altos. E isso sequer leva em conta a redução significativa em sofrimento humano.


5. A quantidade ideal de Açúcar a ser consumido, para a saúde, é zero
O açúcar (sacarose, uma combinação de glicose com frutose) adicionado aos alimentos não tem absolutamente nenhum valor nutricional. Não existe uma única reação bioquímica do corpo humano que requeira frutose oriunda da dieta. Não Existe um único estudo que demonstre benefícios associados com seu consumo (23). O consumo excessivo de açúcar é fortemente associado com o aumento do risco de diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares, independentemente das calorias ou de seu efeito sobre o peso corporal (24, 25, 26). Embora estejamos satisfeitos como fato de que, recentemente, a Organização Mundial da Saúde estabeleceu um limite máximo recomendado, a mensagem de saúde pública deveria enfatizar o fato de que açúcar não tem NENHUM papel em uma dieta saudável. O açúcar deveria ser relegado ao status de condimento ou aditivo alimentar, ao invés de comida, e deve retornar ao seu papel de coisa decadente e desnecessária, a ser consumida ocasionalmente, ao invés de diariamente em uma dieta saudável.

Além disso, nós recomendamos que o rótulo dos alimentos destaque a quantidade de açúcar adicionado, e que expresse esse valor em colheres de chá. Isso permitirá aos consumidores tomar decisões melhor informadas ao comprar produtos no supermercado.


6. Óleos vegetais obtidos por refino Industrial devem ser evitados
Por virtualmente a totalidade dos 2,4 milhões de anos da história humana, óleos vegetais puros extraídos de sementes não fizeram parte da dieta. O ácido linoleico (a gordura ômega 6 destes óleos) é extremamente suscetível à oxidação, tornando os alimentos rançosos, e também oxidando dentro do corpo (27, 28). Na natureza, o ácido linoleico existe em alimentos integrais tais como sementes, nozes, peixes e ovos, que também contêm vitaminas, minerais e antioxidantes que protegem esta gordura poli-insaturada altamente suscetível.

Dados recentes em humanos sugerem que nós deveríamos remover estes óleos vegetais de nossa alimentação para uma saúde ótima. Uma metanálise incluindo quase 10 mil pacientes confirmou que uma ingestão alta de óleos ômega 6 (oriundos de sementes ou de margarinas) aumenta o risco de morte e o risco de doença cardíaca quando comparado a gorduras saturadas e gorduras trans (29). Os dados de estudos mais antigos não demonstravam isso de forma tão clara, pois o consumo de ômega 3 era computado juntamente com consumo de ômega 6, o que dava uma falsa impressão de benefícios do ômega 6 para a saúde. Outros estudos, tais como o Anti-Coronary Club trial, confirmam que os ácidos graxos poliinsaturados ômega 6 aumentam o risco de morte quando comparados com a gordura animal (30).

Importante salientar que a mortalidade aumentou com consumo de óleos vegetais ricos em ômega 6 no LA Veterans Trial (31). Numerosos estudos em animais demonstraram que a gordura poli-insaturada ômega 6 promove o crescimento de tumores induzidos experimentalmente, enquanto o omega 3 inibe tal crescimento. Os óleos vegetais ricos em ômega 6 (tais como girassol e milho), ligados a um risco aumentado de morte, doença coronariana e câncer em humanos (32), assim como ao crescimento de tumores em modelos animais (33), não podem ser considerados seguros. Na verdade, mal podem ser considerados comida.

7.Pare de contar calorias (o pensamento focado em calorias causou danos à saúde pública).

As calorias só são iguais quando são incineradas e o calor liberado é medido. De fato, esta é a definição de caloria. Entretanto, calorias de alimentos diferentes têm efeitos metabólicos completamente diferentes no corpo humano, tornando esta definição inútil. Portanto, o efeito na nossa saúde difere substancialmente dependendo de onde tais calorias foram derivadas. Por exemplo, porções com a mesma quantidade de calorias de açúcar, álcool, carne ou azeite de oliva têm efeitos completamente diferentes em sistemas hormonais tais como a insulina, e em sinais de saciedade tais como colecistoquinina e o peptídeo YY. É altamente irrelevante saber quantas calorias uma porção de comida ou um prato contém. O que importa é como o nosso corpo responde a ingestão e absorção dessas calorias, e como elas são metabolizadas, dependendo do alimento específico em questão.

As atuais estratégias de redução calórica para perda de peso são altamente ineficazes. Dados do Reino Unido, de 2004 a 2014, estimam que a probabilidade de obter um peso normal com restrição calórica é de 1 em 167 (34). Isso equivale a uma taxa de insucesso superior a 99%. isso é facilmente confirmado pelas experiências de virtualmente todas as pessoas que experimentam dietas, a maioria das quais baseadas em restrição calórica.

Frequentemente, parte-se do princípio de que a ingestão excessiva de calorias é a causa da obesidade, mas isso não é verdadeiro. Uma caloria de energia oriunda de comida pode ter destinos metabólicos diferentes dependendo do contexto hormonal. Por exemplo, a mesma caloria de comida pode ser utilizada para gerar calor corporal, ou ser armazenada como gordura. A obesidade é uma doença de particionamento energético, e não de consumo energético total. O principal determinante de tal particionamento é o hormônio insulina.

O pensamento focado em calorias apresenta necessariamente um viés contra alimentos contendo gordura, muitos dos quais podem ser protetores contra a obesidade e doenças relacionadas, e tende a dar suporte a substitutos contendo amido e açúcar, os quais são particularmente ruins para pessoas com resistência à insulina.

Desviar o foco das calorias e enfatizar um padrão dietético que foque-se na qualidade dos alimentos ao invés da quantidade ajudará rapidamente reduzir a obesidade, as doenças relacionadas, e o risco cardiovascular (35). A perda rápida de peso o reganho após dietas da moda não é bom para saúde; este efeito sanfona contribui para hipertensão, resistência insulina e dislipidemia, resultando em risco aumentado de mortalidade e em desfechos cardiovasculares piores (36). O estudo Look Ahead não encontrou benefícios cardiovasculares em uma dieta com baixa caloria combinada com o aumento da atividade física em pacientes com diabetes tipo 2. A despeito de uma perda de peso significativa, mesmo com um seguimento de máximo 13,5 anos, nenhum efeito benéfico à saúde foi encontrado (37).

A saúde pública deve trabalhar primariamente favorecendo o consumo de alimentos integrais, que ajudam a proteger contra o desequilíbrio energético que leva à obesidade e disfunção metabólica, ao invés de continuar a promover mensagens baseadas em calorias, que podem criar (e depois culpar) vítimas, além de provavelmente exacerbar a epidemia de obesidade e doenças relacionadas.


8. Você não pode consertar uma dieta ruim como exercício.
É largamente aceito, tanto pelo público quanto pela a mídia, que consumir mais calorias do que nós queimamos é a causa da epidemia de obesidade e, assim, a solução é fazer mais exercício. Isso não está correto. A obesidade é um transtorno hormonal, levando a um particionamentoanormal da energia, que não pode portanto ser solucionado apenas aumentando o exercício.

Por muitos anos, as indústrias fabricantes de bebidas e alimentos têm salientado a mensagem da atividade física a fim de exonerar-se da sua própria responsabilidade sobre a epidemia de obesidade. De fato, companhias que promovem alimentos processados e altamente refinados, ligados a epidemia de obesidade, têm patrocinado os maiores eventos esportivos (as Olimpíadas, por exemplo).Atividade física regular, sem dúvida, tem uma miríade de efeitos benéficos para a saúde - mas a perda de peso não é um deles. Houve muito pouca mudança em nosso nível de atividade física nas últimas três décadas enquanto os níveis de obesidade aumentaram (38). Um dos mais eminentes cientistas do esporte do mundo, o professor Timothy Noakes, diz que “os benefícios do exercício são inacreditáveis, mas se você precisa exercitar-se a fim de manter o peso baixo, sua dieta está errada”.

A associação entre alimentos ultraprocessados e refrigerantes com o esporte é muito preocupante. O apoio por parte de celebridades passa a mensagem errada, particularmente para crianças. Com o futuro da nação em risco, nós não podemos nos dar ao luxo de esperar - nós precisamos dissociar a atividade física da obesidade. Você não vai ficar bem se você comer junk food, mesmo que você pratique esportes (39).


9. Comer Lanches com frequência fará você engordar (sua avó tinha razão!)
Houve duas grandes mudanças nos hábitos dietéticos desde os anos 70, antes do início da epidemia de obesidade. A mudança para uma dieta de alto carboidrato e baixa gordura foi bem documentada, e teve um importante papel em causar obesidade. A outra mudança, o aumento na frequência da alimentação, tem um papel igual, senão maior, e tem sido negligenciada. Nos anos 70, o número médio de oportunidades para alimentar-se era três: café da manhã, almoço, e janta. Em 2005, o número praticamente dobrara (40). Agora, nós comemos café da manhã, lanche, almoço, lanche, janta e mais lanche. E cada uma dessas oportunidades tem boa chance de conter carboidratos refinados.

Comer continuamente desde o momento em que acordamos até o momento que vamos dormir não permite ao nosso corpo digerir e usar alguns dos alimentos que consumimos. O dia inteiro torna-se uma oportunidade para armazenar a energia dos alimentos, sem chance de queimá-las. Comer 6 vezes por dia não resulta em perda de peso (41), mas tende a aumentar o consumo geral de comida.

Os lanches tendem a ser altamente insulinogênicos (engordantes), uma vez que nós exigimos a conveniência e durabilidade característica dos carboidratos refinados. É simples comer alguns biscoitos como lanche, mas não um pequeno pedaço de salmão grelhado.

Nós precisamos de equilibrar o tempo que nós gastamos comendo e o tempo que nós gastamos não comendo, ou jejuando. A própria palavra café da manhã em inglês (breakfast = “break fast” = “quebrar jejum”), implicitamente reconhece que nós precisamos passar alguma parte do dia jejuando, mesmo que seja apenas 12 a 14 horas, a maior parte da qual durante o sono. Reduzir a frequência das nossas refeições pagará enormes dividendos em termos de perda de peso. Eliminar lanches, especialmente após a janta, e adicionar novamente períodos de jejum, são ideias simples, que já eram largamente praticadas antes da instalação da epidemia de obesidade. Isto provavelmente não é uma coincidência.

10. A nutrição baseada em evidências deve ser incorporada aos currículos educacionais de todos os profissionais da Saúde.

Em vista da ameaça imediata imposta pelas doenças relacionadas a dieta, nós acreditamos que seja imperativo que os currículos de graduação e pós-graduação, bem como o da educação médica continuada, incorporem nutrição baseada em evidências atualizadas. Uma pesquisa global desenvolvida pelo banco de investimentos Credit Suisse preocupantemente revelou o nível substancial de desinformação que existe entre os médicos, com 92% acreditando que comer gordura provoca problemas cardiovasculares e 87% acreditando que levará ao ganho de peso - com resultados semelhantes para nutricionistas. Incorretamente, 54% dos médicos e 40% dos nutricionistas pensam que comer alimentos ricos em colesterol aumenta os níveis sanguíneos de colesterol. Mais “chocante” neste relatório foi que 83% dos médicos acredita que a manteiga é pior do que a margarina, e 66% acreditam que óleos vegetais são benéficos para saúde (42).

Isso não diz respeito apenas a prevenção de doenças, mas envolve intervenções nutricionais voltadas a eliminação das causas das doenças crônicas, não limitando-se apenas a tratar os sintomas e os fatores de risco com medicamentos. O fato de que medicações prescritas são atualmente a terceira maior causa de mortes no mundo todo, depois de doença cardíaca e câncer, deve servir de alerta para o fato de que o futuro dos cuidados à saúde irá requerer uma estratégia que incorpore mudanças de estilo de vida baseadas em evidências para tratar as doenças, estratégias essas a serem empregadas como um acréscimo ou frequentemente como uma alternativa aos tratamentos medicamentosos e seus efeitos colaterais. Nós apoiamos a Academy of Medical Royal Colleges e o British Medical Journal que, conjuntamente, oferecem um plano para reduzir os danos do "excesso de medicações", como parte da campanha Choosing Wisely ("escolhendo com sabedoria"): uma das suas recomendações encoraja a educação do público para que questionem os profissionais médicos sobre se existem opções mais simples ou mais seguras à medicação prescrita (43).


Diretrizes de alimentação saudável e perda de peso para o Reino Unido

Além de auxiliar na confecção deste documento, a Public Health Collaboration (PHC) também escreveu um relatório mais longo sobre diretrizes de alimentação saudável e perda de peso para o Reino Unido. este relatório pode ser baixado do site da PHC em https://www.PHCuk.org/healthy-eating-guidelines-weight-loss-advice-for-the-uk/ onde você também achará mais informações.

 

 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1. Hex N, Bartlett C, Wright D, et al. Estimating the current and future costs of Type 1 and Type 2 diabetes in the United Kingdom, including direct health costs and indirect societal and productivity costs. Diabetic Medicine 2012;29:855–62. 

2. Newton JN, Briggs AD, Murray CJ, Dicker D, Foreman KJ, Wang H, et al. Changes in health in England, with analysis by English regions and areas of deprivation, 1990–2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013. Lancet. 2015. doi:10.1016/S0140-6736(15)00195-6. 

3. Select Committee on Nutrition and Human Needs. Dietary goals for the United States. First ed. Washington: U.S. Govt. Print. Off., February 1977. 

4. National Advisory Committee on Nutritional Education (NACNE). A discussion paper on proposals for nutritional guidelines for health education in Britain, 1983. 

5. Credit Suisse. Fat: The New Health Paradigm: Research Institute, 2015:76. 

6. Brownell KD, Warner KE. The perils of ignoring history: big tobacco played dirty and millions died. How similar is big food? Milbank Q 2009;87: 259–94. 

7. Malhotra, A. (2013) The dietary advice on added sugar needs emergency surgery. BMJ, 346, f3199. 

8. Sackner-Bernstein J, Kanter D, Kaul S. Dietary Intervention for Overweight and Obese Adults: Comparison of Low-Carbohydrate and Low-Fat Diets. A MetaAnalysis. PLoS One 2015;10(10):e0139817 doi: 10.1371/journal.pone.0139817[published Online First: Epub Date]|. 

9. Bazzano LA, Hu T, Reynolds K, et al. Effects of Low-Carbohydrate and Low-Fat Diets: A Randomized Trial Effects of Low-Carbohydrate and Low-Fat Diets. Ann. Intern. Med. 2014;161(5):309-18 doi: 10.7326/M14-0180[published Online First: Epub Date]|. 

10.Howard BV, Van Horn L, Hsia J, et al. Low-fat dietary pattern and risk of cardiovascular disease: the Women's Health Initiative Randomized Controlled Dietary Modification Trial. JAMA 2006;295(6):655-66 doi: 10.1001/jama.295.6.655[published Online First: Epub Date]|. 

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12.Chowdhury R, Warnakula S, Kunutsor S, et al. Association of Dietary, Circulating, and Supplement Fatty Acids With Coronary Risk: A Systematic Review and Meta-analysis. Ann. Intern. Med. 2014;160(6):398-406 doi: 10.7326/M13-1788[published Online First: Epub Date]|. - 16 - www.NationalObesityForum.org.uk www.PHCuk.org 

13.de Souza RJ, Mente A, Maroleanu A, et al. Intake of saturated and trans unsaturated fatty acids and risk of all cause mortality, cardiovascular disease, and type 2 diabetes: systematic review and meta-analysis of observational studies. BMJ 2015;351 doi: 10.1136/bmj.h3978[published Online First: Epub Date]|. 

14.Thorning TK, Raziani F, Bendsen NT, Astrup A, Tholstrup T, Raben A. Diets with high-fat cheese, high-fat meat, or carbohydrate on cardiovascular risk markers in overweight postmenopausal women: a randomized crossover trial. The American journal of clinical nutrition 2015 doi: 10.3945/ajcn.115.109116[published Online First: Epub Date]|. 

15.Crichton GE, Alkerwi Aa. Whole-fat dairy food intake is inversely associated with obesity prevalence: findings from the Observation of Cardiovascular Risk Factors in Luxembourg study. Nutrition Research 2014;34(11):936-43 doi: 10.1016/j.nutres.2014.07.014[published Online First: Epub Date]|. 

16.Mozaffarian D. Saturated fatty acids and type 2 diabetes: more evidence to re-invent dietary guidelines. Lancet Diabetes Endocrinol 2014;2:770–2 

17.Chakrabarti S, Freedman JE. Review: nutriceuticals as antithrombotic agents. Cardiovasc Ther 2010;28:227–35. 

18.Veerman J Lennert. Dietary fats: a new look at old data challenges established wisdom BMJ 2016; 353 :i1512 

19.Eddy D, Schlessinger L, Kahn R, Peskin B, Schiebinger R. Relationship of insulin resistance and related metabolic variables to coronary artery disease: a mathematical analysis. Diabetes Care. 2009;32(2):361–6. 

20.Harcombe Z, Baker J. Plant Sterols lower cholesterol, but increase risk for Coronary Heart Disease. Online J. Biol. Sci. 2014;14(3):167-69 doi: 10.3844/ojbssp.2014.167.169[published Online First: Epub Date]|. 

21.Feinman RD, Pogozelski WK, Astrup A, et al. Dietary carbohydrate restriction as the first approach in diabetes management: critical review and evidence base. Nutrition 2015;31:1–13. 

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23.Credit Suisse - Sugar Consumption at a crossroads 

24.Lustig RH: Sickeningly sweet: does sugar cause type 2 diabetes? YES. Can J Diab (in press). 

25.Isocaloric fructose restriction and metabolic improvement in children with obesity and metabolic syndrome. Lustig RH, Mulligan K, Noworolski SM, Tai VW, Wen MJ, Erkin-Cakmak A, Gugliucci A, Schwarz JM. Obesity (Silver Spring). 2016 Feb;24(2):453-60. doi: 10.1002/oby.21371. Epub 2015 Oct 26. - 17 - www.NationalObesityForum.org.uk www.PHCuk.org 

26.Added sugar intake and cardiovascular diseases mortality among US adults. Yang Q, Zhang Z, Gregg EW, Flanders WD, Merritt R, Hu FB. JAMA Intern Med. 2014 Apr;174(4):516-24. doi: 10.1001/jamainternmed.2013.13563. 

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28.Curr Atheroscler Rep. 2009 Nov;11(6):403-10. Impact of circulating esterified eicosanoids and other oxylipins on endothelial function. Shearer GC, Newman JW.

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30. Christakis G, Rinzler SH, Archer M t al. Effect of the anti-coronary club program on coronary heart disease. Risk-factor status. JAMA 1966;198:597– 604 

31.Pearce ML, Dayton S. Incidence of cancer in men on a diet high in polyunsaturated fat. Lancet 1971;1:464-7. 

32.Am J Epidemiol. 1998 Feb 15;147(4):342-52. Adipose tissue omega-3 and omega-6 fatty acid content and breast cancer in the EURAMIC study. European Community Multicenter Study on Antioxidants, Myocardial Infarction, and Breast Cancer. Simonsen N1, van't Veer P, Strain JJ, MartinMoreno JM, Huttunen JK, Navajas JF, Martin BC, Thamm M, Kardinaal AF, Kok FJ, Kohlmeier L. 

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41.Cameron JD. 6 meals per day does not result in greater weight loss. Br J Nutr. 2010 Apr;103(8):1098-101 

42.Fat; The New Health Paradigm - Credit Suisse 2015

43.Malhotra A, Maughan D, Ansell J, Lehman R, Henderson A, Gray M et al. Choosing Wisely in the UK: the Academy of Medical Royal Colleges' initiative to reduce the harms of too much medicine BMJ 2015; 350 :h2308

https://www.lowcarb-paleo.com.br/2016/05/relatorio-do-forum-nacional-da.html

 

Academia Americana de Nutrição - GUINADA histórica de 180 graus!

 

Spoiler

Primeiro, foi o mais importante centro de pesquisa e tratamento de diabetes do mundo - o Joslin Diabetes Center, em Harvard - que anunciou que era hora de abandonar a dieta de alto carboidrato (leia em https://www.lowcarb-paleo.com.br/2015/03/mais-importante-centro-de-tratamento-de.html)  

 
Mas agora, estamos presenciando uma guinada tão histórica na posição oficial da Academia Americana de Nutrição (Academy of Nutrition and Dietetics), que estou sem palavras!
 
Academy_of_Nutrition_and_Dietetics_logo.jpg
Vamos lá:
 
Semana passada, a Academy of Nutrition and Dietetics, dos EUA (antiga ADA), a maior e mais importante associação de nutricionistas do mundo, fundada em 1917, escreveu uma carta aberta para o Comitê que está preparando as novas diretrizes nutricionais de 2015 (2015 Dietary Guidelines Advisory Committee).

Tenho escrito sobre esses tópicos desde 2011, mas ver isso escrito pela Academy of Nutrition and Dietetics indica que a mudança de paradigma está em pleno andamento. A íntegra do documento encontra-se em https://www.eatrightpro.org/resource/news-center/on-the-pulse-of-public-policy/regulatory-comments/dgac-scientific-report
 
Vamos aos highlights:
 
  • "Deve-se notar que NENHUM estudo incluído na revisão sobre doença cardiovascular identificou a gordura saturada como tendo associação desfavorável com doença cardiovascular"
  • "Nós sugerimos que as próximas diretrizes ajudem as pessoas a adotar dietas que não são as recomendadas até hoje, tais comouma dieta de baixo carboidrato, para ajudá-las as fazer escolhas mais saudáveis dentro deste tipo de dieta."
  • "O consumo de carboidratos leva a um maior risco cardiovascular do que o consumo de gordura saturada. (...) As evidência de múltiplos estudos estimaram o impacto da gordura saturada  [no risco cardiovascular] como sendo próximo de ZERO."
  • "A Academia apoia a decisão de não mais limitar o consumo máximo de colesterol a 300 mg por dia, visto que as evidências disponíveis mostram que não a relação significativa entre o consumo de colesterol na dieta e o colesterol sérico"
  • "No mesmo espírito de não mais limitar o colesterol diário, a Academia sugere que haja uma revisão semelhante no que diz respeito à gordura saturada, tirando a ênfase da mesma como nutriente digno de preocupação. Embora haja vários estudos ligando a ingestão de gordura saturada e níveis de LDL, isso é IRRELEVANTE para a questão da relação entre dieta e risco cardiovascular"
  • "Há um consenso crescente de que uma recomendação única de consumo de sódio para todos os americanos é inadequada, devido ao crescente corpo de literatura sugerindo queos baixos valores de sódio atualmente recomendados estão na verdade associados a um AUMENTO DA MORTALIDADE para indivíduos saudáveis."
 
É difícil estimar o impacto que isso terá. Calculo que será imenso. Mas calculo também que haverá forte reação de setores conservadores dentro da própria Academia de Nutrição Americana. Prevejo ainda que as diretrizes de 2015 não contemplarão essas mudanças. Mas tenho convicção de que as diretrizes de 2020 serão genuinamente revolucionárias.
 
Este documento da Academy of Nutrition and Dietetics é um divisor de águas. Poderá ser usado como "escudo" por todos os nutricionistas com inclinações low carb. Para o bem ou para o mal, as diretrizes tupiniquins sempre copiam as diretrizes norte-americanas. Agora, é apenas questão de tempo.
 
Aliás, vou propor um movimento para as redes sociais: agora que a a Academy of Nutrition and Dietetics mudou completamente sua postura, conclamo TODOS os nutricionistas low carb a usar a seguinte hashtag:
 
#sounutrilowcarb
 
Está na hora de sair do armário!
 
 

 

Novas diretrizes abolirão completamente a restrição ao colesterol na dieta

 

Spoiler

 

 

Estou de férias fora do Brasil,  com Internet ruim e sem computador. Assim cheguei a pensar em não postar nada mas... algumas notícias simplesmente não podem esperar! Então, vou aproveitar para lançar as Postagens Rápidas: postagens feitas no celular mesmo, sem formatação, mas com as últimas notícias.

1) As novas diretrizes nutricionais dos EUA,  que estão para sair agora em 2015, deverão ABOLIR COMPLETAMENTE qualquer restrição ao consumo e qualquer alimento em virtude do seu conteúdo de COLESTEROL. Isso mesmo, acabou o limite de número de ovos. Claro que isso não é NENHUMA novidade para quem estuda: há pelo menos 50 anos é  SABIDO que o colesterol da dieta não tem nada a ver com o colesterol do sangue. Mas agora, como deu na imprensa, você terá mais facilidade para convencer seus parentes e amigos...  Seguem os links :

https://www.forbes.com/sites/larryhusten/2015/02/10/new-us-guidelines-will-lift-limits-on-dietary-cholesterol/

https://www.theverge.com/2015/2/11/8018253/us-dietary-guidelines-drop-cholesterol-warning

2) Novo artigo no periódico científico Open Heart, do British Medical Journal, afirma, com todas as letras, que as diretrizes nutricionais vigentes, e sua orientação low fat (de baixa gordura) não são nem nunca foram baseadas em ciência, e que jamais deveriam ter sido implementadas!
Segue os links:

https://www.theguardian.com/lifeandstyle/2015/feb/10/fat-guidelines-lacked-any-solid-scientific-evidence-study-concludes

https://time.com/3702058/dietary-guidelines-fat-wrong/

E, agora, na Veja:
https://veja.abril.com.br/noticia/saude/alerta-sobre-consumo-de-gordura-nao-tem-base-cientifica-diz-estudo

Alerta sobre consumo de gordura não tem base científica, diz estudo

veja.abril.com.br | 2 de Novembro

Diretrizes médicas que recomendam limitar o consumo de comidas como carne vermelha e manteiga "nunca deveriam ter sido introduzidas", afirmam pesquisadores

Diretrizes médicas que recomendam limitar o consumo de alimentos como carne bovina e manteiga para evitar doenças cardiovasculares não têm fundamento científico. A afirmação é de uma pesquisa publicada nesta semana no periódico Open Heart.

Há mais de trinta anos, países como Estados Unidos e Grã-Bretanha recomendam que seus cidadãos consumam com moderação gordura saturada, encontrada em alimentos de origem animal, sobretudo carnes vermelhas e derivados de leite. De acordo com as diretrizes desses países, no máximo 10% do total de calorias ingeridas no dia deve vir desse tipo de gordura.

Para pesquisadores da Universidade do Oeste da Escócia, no entanto, os dados que motivaram essa recomendação eram falhos e inconclusivos. Eles chegaram a essa conclusão depois de revisar seis estudos realizados com quase 2 500 homens na época em que as diretrizes foram elaboradas. As seis pesquisas investigaram a redução nas mortes e no nível de colesterol promovidas por dietas com baixa ingestão de gordura. 

Conclusão — Segundo os atuais pesquisadores, os regimes reduziram a taxa de colesterol dos participantes, mas não o índice de mortes decorrentes de doenças cardíacas. Eles criticaram ainda a ausência de mulheres nos levantamentos e o fato de que a maioria dos participantes tinha fatores de risco para doenças cardiovasculares. Os cientistas concluem que “não só as diretrizes devem ser revistas, como nunca deveriam ter sido introduzidas”.

 

https://www.lowcarb-paleo.com.br/2015/02/postagem-rapida-novas-diretrizes.html

 

Matéria: Relatório do fórum nacional de obesidade

 

 

Editado por Norton
Postado (editado)

Não é querer defender ninguém, mas..que o Taubes não é cientista, geral sabe. Ele é jornalista e fica de levantar as infos com os tais.

 

Em relação a ignorar outros estudos, isso pega praticamente qualquer um, inclusive cientistas....se for assim, não vamos escutar ninguém então.  Acho que vale ainda a prática de cada um mesmo. Isso e a qualidade dos tais estudos citados por cada um. Tipo, acho que não é novidade pra ninguém aqui que dá pra inventar matéria de revista com praticamente qualquer alimento, dizendo que ele emagrece.....PORÉM, vai ver o tipo de estudo que diz....

 

Mas, me coloco na posição de eterno aprendiz. Eu estou apenas começando a me informar sobre isso de forma melhor, mas a prática me vai ser melhor no momento. Estudar, ler e pesquisar é bom, mas só um começo.

 

Editado por Dartagnan.
Postado (editado)
1 hora atrás, Dartagnan. disse:

 

 

Sim ignorar é fácil, recorrer a falácia de autoridade mais fácil ainda quero ver pessoas rebatendo estudo por estudo do livro: "good calories bad calories". Ai dá tratar o sujeito com seriedade, caso contrário não.

 

Outro exemplo de manipulação, agora na mídia:

 

Dr. David Ludwig da Universidade de Harvard escreve uma carta aberta a mídia americana, mostrando que mesmo para alguém tão respeitável é muito difícil expressar opiniões contrárias ao establishment, ainda que totalmente baseadas em ciência.

Nem todos os livros de dieta mentem - uma carta aberta ao editor de Vox Ezra Klein

 

Em 24 de março, Julia Belluz escreveu um comentário hostil do meu novo livro Always Hungry? para o site de notícias online Vox intitulado : livros de dietas são cheios de mentiras. Mas eles são ainda pior quando escritos por médicos . Eu reclamei ao editor de Vox, Ezra Klein, que o artigo era fundamentalmente impreciso, injusto e pouco profissional. Para seu crédito, Klein concordou em investigar e em 27 de abril publicou uma versão substancialmente revisada que suprimiu o título notório. A revisão atenuou o ataque pessoal e incluiu alguns comentários que forneci por e-mail (em uma forma editada e altamente abreviada). No entanto, a revisão continua desequilibrada, e Vox se recusou a publicar minha resposta completa. Além disso, o artigo original foi publicado com muita fanfarra - seu título inflamatório atraiu a atenção generalizada (por exemplo, 15k no Facebook). Por essa razão, estou postando minha resposta ao artigo original como uma carta aberta ao editor. (As versões originais e revisadas do artigo estão disponíveis para comparação aqui e aqui ).

 Caro Sr. Klein:

Em seu artigo de 24 de março de 2016 sobre o meu livro, a repórter da Vox, Julia Belluz, me acusou de mentir. Tal acusação nunca deveria ser feita casualmente, e o alvo desse tipo de ataque deveria ter a chance de responder. Não me foi dada essa oportunidade. Na verdade, praticamente tudo o que eu disse em uma extensa entrevista com Belluz foi desconsiderado, assim como os principais aspectos do livro que teriam minado suas distorções do meu trabalho. O artigo falhou até mesmo para informar a seus leitores que ela tinha me entrevistou a distância.

O argumento de Belluz baseia-se, em grande parte, no erro factual. Como explicitado no Always Hungry? , O teste piloto com o qual ela encontra falha nunca foi pretendido como prova científica da eficácia a longo prazo do programa do meu livro. A dieta rica em gordura que recomendo baseia-se em dezenas de estudos da minha equipe de pesquisa e em centenas de estudos realizados por outros. Nenhuma dieta já recomendada (incluindo pelo governo) foi comprovada por um ensaio controlado randomizado definitivo. Portanto, a questão relevante não é se há provas, mas sim como as evidências para abordagens alternativas se comparam às recomendações convencionais.

Por 40 anos, foi dito ao público que a melhor maneira de perder peso é reduzir as calorias e gordura. Mas este conselho falhou miseravelmente na prática e ignora que o peso corporal é controlado mais pela biologia do que pela força de vontade a longo prazo. Que a privação de calorias, aumenta a fome e o metabolismo diminui - uma receita para recuperar peso. Eu escrevi Always Hungry? Para fornecer uma abordagem alternativa focada nos drivers biológicos do ganho de peso, apoiada por centenas de referências científicas. É justo exigir que as novas abordagens sejam sujeitas a padrões de evidência muito mais elevados do que os aplicados às recomendações existentes? Ou Belluz reserva seus ataques somente para livros que desafiam o pensamento convencional?

As revisões sistemáticas relatam consistentemente perda de peso MENOR em dietas de baixo teor de gordura convencionais em comparação com todas as dietas de mais elevado teor de gordura , dietas de baixo carboidrato , dietas muito pobres em carboidratos ou dietas mediterrânicas . Alto teor de gordura e calorias de alimentos densos como nozes, azeite e chocolate escuro não estão associados com o ganho de peso na melhor pesquisa observacional, enquanto carboidratos processados estão no topo da lista . De particular interesse, o olhar adiante estudo foi encerrado prematuramente por "inutilidade" quando a sua dieta de baixa gordura não mostrou nenhuma promessa de reduzir a doença cardiovascular. Compare esse resultado para Predimed , um estudo também fechado mais cedo, mas neste caso, porque as dietas de mais elevado teor de gordura demonstraram inesperadamente grande proteção novamente a doença cardiovascular. Estas novas descobertas importantes, não obstante, a maioria do público dos EUA permanece focada na redução da gordura dietética de acordo com uma pesquisa Gallup , tendo sido ensinados a temer gordura pelo governo, organizações nutricionais profissionais e da indústria alimentar. Alguns especialistas ainda recomendavam açúcar na década de 1990 como uma boa maneira de "diluir" calorias provenientes de gordura na dieta.

Belluz também tem problema com o título do meu livro, mas não percebe que muitas publicações sobre perda de peso por professional societies e o governo se referem a potenciais benefícios no título. Considere, por exemplo, da American Heart Association No-Fad Diet: um plano pessoal para perda de peso saudável . Esse título não deixa claro que nem todo mundo vai perder peso ou que a perda de peso pode ser temporária. Além disso, nenhum estudo de longo prazo provou que a restrição calórica, sua abordagem recomendada, era saudável ou, mais importante, eficaz. É por isso que é crucial considerar o conteúdo de qualquer livro de dieta, especialmente aqueles que fazem reivindicações de perda de peso sensacionais.

Finalmente, Belluz me culpa por apresentar histórias anedóticas dos participantes do teste-piloto. Mas anedotas têm uma longa história na medicina e jornalismo como uma forma de transmitir experiência pessoal. (Para um tie-26 mar artigo, Belluz-se pediu aos leitores que enviassem as suas experiências seguindo dietas populares.) Eu incluí estas histórias não só para compartilhar o sucesso, mas também para destacar os desafios e como eles podem ser conquistados - a crítica, mas não Facilmente quantificável aspecto da mudança de estilo de vida. Além disso, os indivíduos apresentados no livro refletem uma gama de respostas que podem ocorrer em programas de perda de peso, incluindo aqueles que perderam mais de 2 quilos por semana e aqueles que perderam menos de ½ libra por semana. E ao contrário de alguns livros populares da dieta, todas as histórias pessoais eram reais e fornecidas sem compensação financeira.

Com evidências preliminares de que a obesidade começou a encurtar a expectativa de vida em os EUA , é extremamente importante que nós consideramos abordagens alternativas para o controle de peso e prevenção de doenças crônicas. Os jornalistas têm um papel vital a desempenhar neste sentido, sensibilizando a opinião pública e promovendo um vigoroso debate científico. Infelizmente, artigos como Belluz ultrapassam a fronteira entre jornalismo legítimo e polêmica, oferecendo um veículo para outros avançar uma agenda pessoal através de blogs e mídias sociais, em detrimento de um diálogo responsável e respeitoso.

https://medium.com/@davidludwigmd/all-diet-books-do-not-lie-an-open-letter-to-vox-editor-ezra-klein-edb1caeba0d0#.3x29s0m5r

Editado por Norton
Postado
10 horas atrás, Shrödinger disse:

Taubes caga pra ciência. Em um debate, Alan Aragon perguntou a ele se ele mudaria a visão dele caso novas evidências surgissem, e a resposta dele foi não. Ele já fez a cabeça de que os carboidratos são o mal do mundo e não vai mudar - mesmo com o abundante corpo de pesquisas mostrando que isso não é verdade. Recentemente um estudo financiado pelo próprio Taubes mostrou que uma dieta cetogênica não trouxe vantagens em relação a uma dieta rica em carbos - obviamente ele cagou pro próprio estudo. Em outras palavras, esse cara não é cientista.

 

Já que a cetogênica mostrou resultados semelhantes à dieta rica em carbos, acredito então que a melhor abordagem para a low-carb é aquela que "abusa" mais das proteínas do que da própria gordura. Certo? Até porque pra entrar em cetose, também é preciso controlar a ingestão de proteína.

  • Supermoderador
Postado
5 horas atrás, Dartagnan. disse:

Não é querer defender ninguém, mas..que o Taubes não é cientista, geral sabe. Ele é jornalista e fica de levantar as infos com os tais.

 

Em relação a ignorar outros estudos, isso pega praticamente qualquer um, inclusive cientistas....se for assim, não vamos escutar ninguém então.  Acho que vale ainda a prática de cada um mesmo. Isso e a qualidade dos tais estudos citados por cada um. Tipo, acho que não é novidade pra ninguém aqui que dá pra inventar matéria de revista com praticamente qualquer alimento, dizendo que ele emagrece.....PORÉM, vai ver o tipo de estudo que diz....

 

Mas, me coloco na posição de eterno aprendiz. Eu estou apenas começando a me informar sobre isso de forma melhor, mas a prática me vai ser melhor no momento. Estudar, ler e pesquisar é bom, mas só um começo.

 

E quanto ao estudo patrocinado pelo Instituto que o Taubes financiava, estudo esse projetado pelo Taubes para provar tudo o que ele falava, e que mostrou o contrário....e o Taubes ignorou também?

O que você acha disso?

 

Postado
1 hora atrás, ZOOM disse:

 

Já que a cetogênica mostrou resultados semelhantes à dieta rica em carbos, acredito então que a melhor abordagem para a low-carb é aquela que "abusa" mais das proteínas do que da própria gordura. Certo? Até porque pra entrar em cetose, também é preciso controlar a ingestão de proteína.

 

A cetose libera a gordura estocada no copo como combustível, como demonstrado em vários artigos neste tópico. Esta é a vantagem sobre as demais.

Postado
1 minuto atrás, Norton disse:

 

A cetose libera a gordura estocada no copo como combustível, como demonstrado em vários artigos neste tópico. Esta é a vantagem sobre as demais.

 

Então, mas em termos de composição corporal, a cetogênica mostra não mostra resultados superiores a uma dieta "high-carb" convencional, sendo o saldo calórico ainda o fator de maior influência. A abordagem da low-carb com uma ingestão de proteína a partir de 3 g/kg/dia acredito que seja a mais interessante, do que manter proteína entre 1 e 1,5 g/kg/dia e o restante de gordura.

 

Acredito que entrar em cetose pelo menos uma vez seja relevante para "ensinar" seu corpo a usar seus estoques de energia (gordura) de maneira mais eficaz. Entretanto, embora haja adaptação fisiológica na cetogênica para maior aproveitamento de proteína, para quem treina todos os dias e quer focar no ganho de massa magra, a proteína é essencial, não só para construir músculos, mas também para evitar que eles se percam, numa eventual dieta hipocalórica ou em grande restrição de hidratos, como é o caso da low-carb.

 

Isso tudo em se tratando, é claro, de composição corporal.

Postado

Nego acha que tem 'magica' na low carb, que ocorre 'uma magia sagrada' , que os carbos são os 'vilões assassinos'. Toda e qualquer dieta que tiver um teor elevado de proteína e gerar déficit calórico no organismo, vai fazer o individuo perder peso.

 

Satisfeitas as condições de :

 

1)Déficit calórico

2) Elevado teor de proteína

 

Se pegar dietas iguais com déficit iguais e teores de proteína iguais, apenas variando o resto das calorias entre CARBO E GORDURA, não verão diferença nenhuma, segundo LYLE MACDONALD a diferença de vc trocar carbo por gordura sera mínima, coisa de 50kcal +- devido ao TEF ( GASTO ENERGETICO PRA METABOLIZAR O CARBO) ser um pouco maior que o da gordura.

 

Os principais fatores já foram citados pelo @Shrödinger , dispensa comentários adicionais.

 

Problema da galera é q a maioria passou a vida fazendo bulking sujo e agora ta 'traumatizado' com o carbo, ou então esta depletado ingere mt carbo e bebe mt agua e acha que todo peso veio de gordura, quando na verdade é agua. Carbo retem, mas retenção não é gordura, e mandar 200g de carbo num cut n vai matar ngm, pelo contrario. Pior coisa q um nego pode fazer é sair de um dieta de 400g de carbo e baixar pra 50g do dia pra noite, ir baixando os carbos aos poucos pra 300 200 150 vai fazer vc perder gordura sem sofrer, e SIM o individuo se estiver em déficit vai perder gordura nessas épocas q tiver comendo 300, 200g de carbo por dia, so no finalzinho do cut qnd tiver comendo 100g ou menos que o bixo vai apertar. Agora e se o cara não quiser baixar mais o carbo e preferir baixar as gorduras ? Comparando com outro q baixar os carbos, se aambas tiverem msm déficit os indivíduos perderam a mesma quantidade de gordura.

 

Uns vao alegar que low carb perdeu mais peso, claro q vai, vai perder agua junto, agora se comparar perda de gordura, será igual.

Postado
14 minutos atrás, ZOOM disse:

Isso tudo em se tratando, é claro, de composição corporal.

 

Recomendo que faça o teste para descobrir por si mesmo, ninguém tem nada a perder com isso. O problema muitas vezes é de nem chegar a se adaptar a cetose, perder o rendimento e culpar a dieta, leva tempo mais há inclusive outros ganhos, como a clareza mental, melhora demais...

Postado
3 horas atrás, mpcosta82 disse:

E quanto ao estudo patrocinado pelo Instituto que o Taubes financiava, estudo esse projetado pelo Taubes para provar tudo o que ele falava, e que mostrou o contrário....e o Taubes ignorou também?

O que você acha disso?

 

Não sei. Isso deve ser recente né? Não conheço o estudo em detalhes ou como ele foi conduzido. Pensava que já existiam estudos anteriores que endossassem o que ele dizia. Se ele ignorou, que pena; mas não boto a mão no fogo por ninguém mesmo....infalível, ninguém é. Aproveito o que tem de bom de cada um. E o Taubes é só um dentre tantos outros nesse mundo Low Carb.

 

Mas por enquanto, como disse antes, vou ficar com a prática. Maromba em geral sabe que, muitas vezes, na prática a teoria é outra....já me arrependi de ouvir nutricionista com estudos, autoridades e essa coisa toda, então, minha prioridade é a experiência pessoal somada com algo da ciência que a gente consegue ver na internet. Pode dar erros também, MAS....ainda é a melhor ideia, na minha opinião.

Postado

Bom, agora, vou começar só com minhas impressões pessoais do meu começo com Low Carb. Lembrando que não é minha intenção convencer ninguém de nada. Não quero passar por deslumbrado, embora algumas de minhas impressões até merecessem isso. Relato honesto. O que eu não gostar, não der certo, coisa e tal, eu falo também, sem problema...até porque tô tirando o texto de parte do meu diário de treino (não vou mentir pra mim mesmo né...:P). Já tentei outras abordagens, e para MINHA necessidade, está atendendo bem, só isso. Ficou longo acho...pra padrões de um fórum, mas quem interessar, taí:

 

Outro divisor de águas pra mim: estou aderindo a ideia do Low Carb. Fiquei muito apreensivo antes de entrar nessa por causa de alguns relatos indicando enjoos, perda de rendimento e essas coisas....quem acompanha, sabe. Eu mesmo tentei treinar uma vez assim e não deu certo....porém, é uma das poucas coisas que eu ainda não tinha tentado pra valer pra ajudar no emagrecimento. Para o meu objetivo: perder peso ou mantê-lo AUMENTANDO minha força física (não necessariamente gerando hipertrofia, que pra mim é desnecessário), devido à ginástica. Um corpo perfeitamente funcional para esse esporte dificilmente é com sobrepeso, ainda que recheado de músculos. A hipertrofia nesse caso pode até atrapalhar.  A vaidade me é importante também, sem dúvida, porém, secundária. Ginástica demanda FORÇA (aliada com técnica), muita força obtida de forma consistente. Um exemplo é o exercício da puxada pronada, que normalmente gosto de fazer 4 ou 5 repetições com 110kg. Tive que diminuir 5kg pra manter uma boa execução. Menos de 5% de alteração em vista dos benefícios....achei um ótimo negócio. Lembrando que no primeiro dia, passei mal (febre e vômito) mas não sei se for por não ter carbo ou pela manteiga de garrafa que usei sem estar na geladeira....nas manteigas Gee é dito que não precisa de refrigeração, pensei que fosse igual na de garrafa....enfim, vai saber.

 

Com três dias de treino diminuindo bastante os carbos, especialmente os considerados ruins, notei pouca diferença de força, sendo que ela pode até ter se dado por outras variáveis. Outro detalhe é que o intervalo foi relativamente grande comparado ao senso comum de que o intervalo ideal de pré treino é de duas horas. Eu só treinei depois de 4 horas num dia, e quase 6 horas no outro (!!). Tendo em vista a experiência, ainda que pouca, o primeiro grande alívio: se livrar dessa paranóia de você tem que comer X horas antes, senão...fud#u. Eu até irei tentar diminuir esse intervalo, mas minha hora de almoço no trabalho pode variar muito. Quem tem vida corrida e passa por rotinas assim, entende. A vida pode ficar bem mais irritante tentando encaixar esse intervalo de duas horas (ou semelhante) pra comer antes do treino, dependendo da sua rotina diária. Na minha vivência, entre o ideal e o mais prático, o prático SEMPRE acaba ganhando, por um motivo ou por outro. Pra maioria das pessoas, o treino, embora importante, não é a maior de todas as prioridades da vida (só pra citar as 3 clássicas: trabalho, estudo e família; normalmente estarão na frente), salvo talvez pra quem é profissional da área. A aderência ao Low Carb já está MUITO facilitada só por esse fato: praticidade.

 

Em algunas casos, notei uma leve melhora na disposição com um exemplo corriqueiro: no caminho da minha casa, tem uma ladeira siniiistra....e tenho que ir nessa parte a pé. Estive me cansando menos em alguns dias, não sempre. Pode ter a ver com os picos de insulina ou algo do tipo, não sei.... Energia de forma mais lenta e constante é mais interessante do que energia ‘rápida’ na maioria dos meus dias.  Os alimentos que não faltam no meu dia a dia são: brócolis com um pouco de manteiga, frango grelhado ou outra carne qualquer (almoço e janta), um mix de castanhas de caju, nozes e amendoim nos lanches (costumo exagerar, dadas as recomendações de quantidade que eu vejo....como uns 2 punhados cheios por vez, duas ou três vezes por dia). Por enquanto, como estou em transição apenas: libero algum carbo bom ou ruim depois do treino (batata doce, arroz integral, macarrão, etc....depende do dia). Alguns dos próprios defensores do Low Carb reconhecem o valor do carbo pra pelo menos não perder massa muscular ou construí-la mais rápido. Eu vou tentar variar o cardápio com o tempo. Outra coisa que gostei muito: poder comer pão de queijo sem tanta culpa....que alívio....a coisa que eu mais gosto com café. Vou fazer em casa um mix pessoal: com queijo minas + queijo amarelo tradicional. Se estiver na rua, vai o comum mesmo. Costumo comer 3 dos grandes ou uns 10 daqueles pequenos que são mais vendidos normalmente.

2679.jpg

Outra mudança, dessa vez estética, na barriga mesmo: uma bem discreta diminuição das laterais do abdômen. Novamente reforço: isso pode ter se dado mais rápido pelo fato de eu ter passado mal e vomitado dois dias antes...até porque, quem ler isso pode achar que estou deslumbrado vendendo milagres....logo eu? Não....não mesmo. Finalizando, para os MEUS objetivos, o Low Carb parece ser, senão a resposta, grande parte dela. Pode ter os mesmos resultados com High Carb ou outras abordagens? COMIGO não deu....talvez pra alguém possa ter dado, não duvido. Como falei, nossa vida tem inúmeras variáveis que a gente nem sequer consegue expressar às vezes. E irei continuando.

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atualmente estou em low carb e com doses baixas de testo, obtive ótimos resultados.
estou na ultima semana de ciclo e atingi meus objetivos. 

a questão é, estou com o bf desejado, no caso, poderia eu ir subindo as calorias e começar um clean bulking, agora? 
ou é necessário manter-se em deficit calórico durante esse período de esperar a MV da droga acabar e iniciar a TPC ? 

  • Supermoderador
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14 horas atrás, Norton disse:

Faça esta dieta se você quiser reverter o diabetes ou evitar completamente fatores de risco

Dezenas de milhares de europeus estão à beira do desenvolvimento de diabetes. Somente mudanças permanentes no estilo de vida podem fazer a diferença. Qual caminho você irá seguir?

 

https://www.rd.com/health/conditions/how-to-avoid-becoming-diabetic/

Interessante, só uma correção no clickbait do titulo:

Reverse Diabetes Risk Factors não é o mesmo que "reverter diabetes"

Em 2/4/2017 at 13:15, Dartagnan. disse:

Não é querer defender ninguém, mas..que o Taubes não é cientista, geral sabe. Ele é jornalista e fica de levantar as infos com os tais.

 

Em relação a ignorar outros estudos, isso pega praticamente qualquer um, inclusive cientistas....se for assim, não vamos escutar ninguém então.  Acho que vale ainda a prática de cada um mesmo.

 

Mas convenhamos que se alguem, seja jornalista ou o que for, não segue lógica básica da metologia científica, o cara já ta errando desde o começo.

O normal seria:

Hipotese -> Testar se hipotese está errada (seja positivo ou negativo) e juntar dados -> Concluir em cima dos dados, incluindo todos os "poréns"

 

O que o Taubes parece estar fazendo é:

Conclusão formada -> procurar dados que confirmem o que já acredita -> conclusão mais que confirmada!

 

E isso que eu nem to criticando o Low Carb, que é uma estratégia bem interessante. Mas alguns vendedores da idéia não querem realmente informar do positivo e negativo, virou só chamar atenção "desafiando o que a maioria afirma" (caso de que calorias não contam, etc) para vender mais.

 

Em 2/4/2017 at 14:27, Norton disse:

 

Sim ignorar é fácil, recorrer a falácia de autoridade mais fácil ainda quero ver pessoas rebatendo estudo por estudo do livro: "good calories bad calories". Ai dá tratar o sujeito com seriedade, caso contrário não.

 

 

Pera ai, rebater os estudos OU a interpretação que o Taubes faz dos estudos?

 

Mas por exemplo sobre o Good Calories, Bad Calories:

https://101.96.8.165/www.proteinpower.com/drmike/wp-content/uploads/2008/07/bray-review-of-gcbc.pdf

Você não vai achar rebatimento pesquisa por pesquisa, vai achar rebatimento da interpretação que o Taubes fez em cima de muita delas.

 

Sinceramente sugiro todo mundo a ler as críticas sobre os autores/livros/idéias que a gente lê para não virar um culto de que "tudo que esta alí é verdade e tudo que é contrário é mentira", mesmo que escolha tapar os olhos ao menos já vai saber que tem coisa errada no meio.

 

Por exemplo o Alan Aragon tacando o pau no Lustig:

https://www.alanaragonblog.com/2010/01/29/the-bitter-truth-about-fructose-alarmism/

 

E também o "debate" entre Alan Aragon e Gary Taubes, aonde estou tentando achar os links dos videos mas ta um saco mexer no VPN aqui para entrar no youtube:

https://2lbsofstarch.com/2015/05/20/gary-taubes-vs-alan-aragon-epic-debate/

 

Ou sobre o novo livro do Taubes "The Case Against Sugar"

https://www.stephanguyenet.com/bad-sugar-or-bad-journalism-an-expert-review-of-the-case-against-sugar/

Postado
4 horas atrás, krebz disse:

Mas convenhamos que se alguem, seja jornalista ou o que for, não segue lógica básica da metologia científica, o cara já ta errando desde o começo.

O normal seria:

Hipotese -> Testar se hipotese está errada (seja positivo ou negativo) e juntar dados -> Concluir em cima dos dados, incluindo todos os "poréns"

 

O que o Taubes parece estar fazendo é:

Conclusão formada -> procurar dados que confirmem o que já acredita -> conclusão mais que confirmada!

 

E isso que eu nem to criticando o Low Carb, que é uma estratégia bem interessante. Mas alguns vendedores da idéia não querem realmente informar do positivo e negativo, virou só chamar atenção "desafiando o que a maioria afirma" (caso de que calorias não contam, etc) para vender mais.

 

 

Por exemplo o Alan Aragon tacando o pau no Lustig:

https://www.alanaragonblog.com/2010/01/29/the-bitter-truth-about-fructose-alarmism/

 

 

Se a gente passa um pente fino em todos os autores, acho que sempre vai ter uma refutação. O que ocorre hoje é que a gente vê esses debates muito mais rápido do que a poucos anos atrás. Eu acho que, pra nós, meros mortais não estudiosos formais do tema, fica muito complicado ver nos detalhes todos os estudos mesmo, e isso que a gente costuma ver uma versão bem simplificada. O negócio pra mim é filtrar o que cada um tem de bom pra oferecer.

 

O Rodrigo Polesso tava falando com um doutora que trabalha com atletas, e ela mesmo falou que até usa carbos no pós treino, quando a intenção é massa muscular. Eu também estou usando um pouco ainda, pois estou só em transição. Eu devo ficar entre Low - zero ou quase zero, e num dia da semana ou outro dou uma relaxada.

 

Estou começando a ler o livro do Aragon também (Lean Muscle Diet). Gosto de ler as coisas dele também. Vou tentar ver o debate dele com o Taubes.

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