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@Chez

Ah cara, acho que pra grande maioria a minha primeira exp não foi tão ruim, mas pra mim particularmente foi. A mina era boa, cintura fina, peitão e aquele rabo característico de puta. Chupava excelente, mas era mto mecânico, fora que na hora eu quis aloprar e dar uns tapas (normalíssimo) nas coxas dela e ela me parava. Eu agarrava ela pelo pescoço bem tranquilo e ela pedia pra eu ir com cuidado, porra, saca? É meio broxante, fora que ficava gritando e me chamando de fdp mó fake a transa, paguei 1hr e gozei em 20min e fiquei o resto do tempo tentando me recompôr e nada, mto broxante, mas mto provável que foi viagem da minha cabeça msmo, tô acostumado com o tipo de situação que o almeida descreveu tlg? Por mais que exista uma certa moeda de troca que faz com q as civís dêem pra mim, elas pelo menos dão meio que 'encantadas' por algo, eu sempre domino a foda, vou guiando, faço oq eu quiser, e com GP ACHO que não é bem assim, as gp meio que botam o 'pau' na mesa e ditam uma coisa aqui e outra coisa alí, fica mecânico e programado, e pago.

Postado
13 minutos atrás, Devil-Cry67 disse:

Mano tenta fazer esquema com algum amigo que fique sozinho, ai qlqer coisa vc fala pra mina agita alguma amiga pro cara. Senao vai no cine em alguma sessao vazia

já passei por isso, e fui no cine mesmo acho que era umas 12:00 e tipo não tinha ningueeeeeeeeeeeeeeem

Postado
37 minutos atrás, NewbieTrack disse:

Procura um Motel, se você não tiver cara de menina nem vão pedir a identidade. 

 

Não tenho cara de menina, mas também não tenho grana :D

33 minutos atrás, Devil-Cry67 disse:

Mano tenta fazer esquema com algum amigo que fique sozinho, ai qlqer coisa vc fala pra mina agita alguma amiga pro cara. Senao vai no cine em alguma sessao vazia

 

 Já pensei nisso, mas a maioria dos meus amigos são na verdade amigas, e os meus brother a maioria é de família e não fica sozinho. 

Essa ideia do cinema achei bem interessante :ph34r_anim:, mas deve ser foda ser pego, imagina a vergonha. 

22 minutos atrás, LucasBora disse:

já passei por isso, e fui no cine mesmo acho que era umas 12:00 e tipo não tinha ningueeeeeeeeeeeeeeem

 

Conta a história ai pra nós abigo

Postado
1 minuto atrás, Frango Teen disse:

 

Não tenho cara de menina, mas também não tenho grana :D

 

 Já pensei nisso, mas a maioria dos meus amigos são na verdade amigas, e os meus brother a maioria é de família e não fica sozinho. 

Essa ideia do cinema achei bem interessante :ph34r_anim:, mas deve ser foda ser pego, imagina a vergonha. 

 

Conta a história ai pra nós abigo

Pede a seu pai ou tio, explica a situação pra ele, capaz dele bancar tudo. 

Postado
5 minutos atrás, NewbieTrack disse:

Pede a seu pai ou tio, explica a situação pra ele, capaz dele bancar tudo. 

 

Meu pai faleceu quando eu era criança, e o meu tio só vi uma vez na vida  :rolleyes:

Postado
7 minutos atrás, Frango Teen disse:

 

Meu pai faleceu quando eu era criança, e o meu tio só vi uma vez na vida  :rolleyes:

Porra, complicado então. 

Postado
8 minutos atrás, Frango Teen disse:

 

Meu pai faleceu quando eu era criança, e o meu tio só vi uma vez na vida  :rolleyes:

Cinema e de boa man, só vao reclamar se você ir em uma sessão com criança e talz, senão da nada, o proprio pessoal do cinema ja vai saber oq voce vai fazer la kkk

Postado

 

2 horas atrás, Frango Teen disse:

A única coisa que está impedindo o meu pênis de entrar na perseguida dela é a localização, falta o lugar fellas. Aqui na minha casa é complicado, por que quando a minha mãe não está em casa, o meu irmão está e vice e versa. é díficil os dois não estarem em casa, e eu muitas vezes não fico sabendo que eles vão sair então fica foda combinar com ela. A única brecha que eu tenho é quando eles vão pra piscina do clube juntos, só que aqui no Sul tá chovendo e tá marcando chuva até terça ... 

Se seu irmão for mais velho pede pra ele levar sua mãe no shopping,se for brother ele vai te ajudar

Postado
16 horas atrás, pak7 disse:

 

Se seu irmão for mais velho pede pra ele levar sua mãe no shopping,se for brother ele vai te ajudar

Pensei o mesmo, Tu não é parça do seu irmao? se fosse meu irmão eu ajudaria na hora.

Postado
20 horas atrás, pak7 disse:

 

Se seu irmão for mais velho pede pra ele levar sua mãe no shopping,se for brother ele vai te ajudar

 

Não tinha pensado nisso.

 

Se fosse meu irmão, com certeza daria a moral.

 

E ficaria puto se tivesse perdido meu tempo.

 

 

Abraço.

Postado
Citar

 

"Quando, em outros tempos, dava-me na veneta compreender alguém ou a mim mesmo, eu examinava não as ações, em que tudo é convencionado, mas os desejos. Dize-me o que desejas, dir-te-ei quem és.

 

Também agora, faço um exame a mim mesmo: o que eu quero?

 

Quero que nossas esposas, filhos, amigos, alunos, amem em nós não o nome, a firma, a etiqueta, mas a pessoa comum. E o que mais? Eu gostaria de ter auxiliares e herdeiros. E o que mais? Gostaria de acordar daqui a uns cem anos e espiar, ao menos com um olho, o que será da ciência. Gostaria de viver mais uns dez anos... E mais o quê?

 

Mais nada. Penso, fico muito tempo pensando, e não consigo inventar nada mais. E por mais que eu pense, onde quer que se espalhem os meus pensamentos, é evidente para mim que em meus desejos falta algo essencial, algo muito importante. No meu fraco pela ciência, no meu desejo de viver, neste ato de ficar sentado numa cama alheia e na ânsia de conhecer a mim mesmo, em todos os pensamentos, sentimentos e concepções, que eu formo a respeito de tudo, não existe algo geral, que una tudo isso num todo. Cada sentimento e cada pensamento vivem em mim isolados, e em todos os meus juízos sobre a ciência, o teatro, a literatura, os alunos, em todos os quadrinhos que desenha a minha imaginação, mesmo o analista mais hábil não encontrará o que se chama idéia geral, isto é, o deus do homem vivo.

 

E, se não existe isso, quer dizer que não existe nada.

 

Com semelhante indigência, bastaram uma doença séria, o medo da morte, a ação das circunstâncias e das pessoas, para que tudo o que eu considerava antes a minha concepção do mundo e em que eu via o sentido e a alegria da minha vida se emborcasse e desfizesse em fiapos. Por conseguinte, não há nada de surpreendente no fato de eu ter ensombrecido os meses derradeiros da minha vida com pensamentos e sentimentos dignos de um escravo e bárbaro, que eu seja agora indiferente e não note o amanhecer. Quando não existe num homem aquilo que é superior e mais forte que todas as influências externas, realmente, basta-lhe um forte resfriado para que perca o equilíbrio e comece a ver em cada ave uma coruja, e ouça em cada som um uivar de cães. E todo o seu pessimismo, com os seus pensamentos grandes e pequenos, tem nessas ocasiões apenas a importância de um sintoma e nada mais.

 

Estou vencido. Se assim é, não há motivo para continuara pensar, para conversar. Ficarei sentado, esperando em silêncio o que há de acontecer."

 

 

- Anton Tchekhov, 'Uma história enfadonha: Das memórias de um homem idoso', trecho do cap. VII.

 

reflitao.jpg

Postado
1 hora atrás, danilorf disse:

 

- Anton Tchekhov, 'Uma história enfadonha: Das memórias de um homem idoso', trecho do cap. VII.

 

reflitao.jpg

 

Qual o ponto?

 

Achei uma bosta.

 

O homem possui raciocínio e livre arbítrio - sua Suprema Vontade. Perecer para um resfriado é coisa de polenta, não de homem de verdade.

 

No entanto, até o terceiro parágrafo a ainda era excelente. Diga-me o que desejas e direi quem és. E é interessante também ver que ele nota a necessidade inerente do homem de agarrar-se a algo que seja superior às influências externas a ele.

 

 

 

Abraço

Editado por Aroma

Postado

A questão não se refere ao livre-arbítrio, tem outra coisa muito mais patente aí que eu acho que alguém vai notar... Mas mesmo assim, esse lance de livre-arbítrio vs. determinismo é uma discussão idiota, assim como confiar cegamente no raciocínio lógico. Livre-arbítrio total significa que a pessoa tem o poder de determinar todo o mundo, e que ninguém determina ela; mas ao mesmo tempo, não dá pra falar que o ser humano não é causa de nada, porque tem coisas que simplesmente não se explicam, a não ser pela mera vontade de agirmos de determinada maneira. O certo seria falar em círculos de influência que escolhemos e nos dão uma gama de opções para agir. Assim como o raciocínio lógico pode levar a muitos erros e subjetivismos como Descartes e Kant. Esses conceitos Ayn Randianos são bem idiotas, filosoficamente falando - é só mais um clichê entre outros.

Editado por danilorf

Postado
44 minutos atrás, danilorf disse:

A questão não se refere ao livre-arbítrio, tem outra coisa muito mais patente aí que eu acho que alguém vai notar... Mas mesmo assim, esse lance de livre-arbítrio vs. determinismo é uma discussão idiota, assim como confiar cegamente no raciocínio lógico. Livre-arbítrio total significa que a pessoa tem o poder de determinar todo o mundo, e que ninguém determina ela; mas ao mesmo tempo, não dá pra falar que o ser humano não é causa de nada, porque tem coisas que simplesmente não se explicam, a não ser pela mera vontade de agirmos de determinada maneira. O certo seria falar em círculos de influência que escolhemos e nos dão uma gama de opções para agir. Assim como o raciocínio lógico pode levar a muitos erros e subjetivismos como Descartes e Kant. Esses conceitos Ayn Randianos são bem idiotas, filosoficamente falando - é só mais um clichê entre outros.

 

A questão é evidente, o cara até determinado momento era sereno e satisfeito, e diante de adversidades se deixa cair. 

 

O Livre arbítrio, ao menos na visão Espírita (que é a que eu uso), fala justamente sobre nossa vontade ser soberana e permitir portanto que ajamos (obviamente apenas em nossos círculos de influência).

 

De quais conceitos fala? Razão, propósito e auto-estima sobre tudo?

 

 

 

Abraços.

Postado
13 minutos atrás, Aroma disse:

 

A questão é evidente, o cara até determinado momento era sereno e satisfeito, e diante de adversidades se deixa cair. 

 

O Livre arbítrio, ao menos na visão Espírita (que é a que eu uso), fala justamente sobre nossa vontade ser soberana e permitir portanto que ajamos (obviamente apenas em nossos círculos de influência).

 

De quais conceitos fala? Razão, propósito e auto-estima sobre tudo?

 

 

 

Abraços.

 

Você não sacou a mensagem desse trecho. O personagem era sereno e satisfeito, mas com o quê? Com um castelo de cartas que ele construiu pra ele mesmo e que só na velhice percebeu a sua mediocridade. O resto está no texto e você arranhou a questão bem por cima. Mas enfim, a literatura não serve somente pra agradar um determinado pré-conceito do que as pessoas acham que deve ser o modelo ideal de homem ou ser humano, e sim passar as mais variadas experiências da vida, boas ou ruins. De resto você não entendeu nada do que eu disse, e não me leve a mal, o meu intuito não foi vir aqui discutir essa questão específica.

 

Não entendi sua última questão. Mas sugiro que você leia um pouco da literatura russa pra sair um pouco dessa visão ideal-racionalista a lá revolução francesa. que parece que tem. Sugiro ler "Notas do subsolo" do Dostoiévisk. Se você já ficou meio mordido com esse trechinho de um autor mais tranquilo como o Tchekhov, já imagino como vai ficar depois da leitura desse livro.

 

Abraços.

Postado
6 minutos atrás, danilorf disse:

 

Você não sacou a mensagem desse trecho. O personagem era sereno e satisfeito, mas com o quê? Com um castelo de cartas que ele construiu pra ele mesmo e que só na velhice percebeu a sua mediocridade. O resto está no texto e você arranhou a questão bem por cima. Mas enfim, a literatura não serve somente pra agradar um determinado pré-conceito do que as pessoas acham que deve ser o modelo ideal de homem ou ser humano, e sim passar as mais variadas experiências da vida, boas ou ruins. De resto você não entendeu nada do que eu disse, e não me leve a mal, o meu intuito não foi vir aqui discutir essa questão específica.

 

Não entendi sua última questão. Mas sugiro que você leia um pouco da literatura russa pra sair um pouco dessa visão ideal-racionalista a lá revolução francesa. que parece que tem. Sugiro ler "Notas do subsolo" do Dostoiévisk. Se você já ficou meio mordido com esse trechinho de um autor mais tranquilo como o Tchekhov, já imagino como vai ficar depois da leitura desse livro.

 

Abraços.

 

Já li a maioria dos livros dele, realmente, se exposto algumas ideias por aqui o pessoal em geral e n só Aroma, iriam pirar.

Postado

@Gekko @danilorf Me recomendaram dar prioridade à Crime e Castigo e Irmãos Karamazov, n sei se é pq são livros mais abrangentes do autor ou pq são melhores como introdução à essa literatura. Oq vcs opinam?

 

Vlw

Postado

@Brachio Crime e Castigo eu recomendo também, mas uma leitura interessante também com um olhar mais amplo além do que é contado diretamente no livro é o O Jogador.

Postado
1 hora atrás, danilorf disse:

 

Você não sacou a mensagem desse trecho. O personagem era sereno e satisfeito, mas com o quê? Com um castelo de cartas que ele construiu pra ele mesmo e que só na velhice percebeu a sua mediocridade. O resto está no texto e você arranhou a questão bem por cima. Mas enfim, a literatura não serve somente pra agradar um determinado pré-conceito do que as pessoas acham que deve ser o modelo ideal de homem ou ser humano, e sim passar as mais variadas experiências da vida, boas ou ruins. De resto você não entendeu nada do que eu disse, e não me leve a mal, o meu intuito não foi vir aqui discutir essa questão específica.

 

Não entendi sua última questão. Mas sugiro que você leia um pouco da literatura russa pra sair um pouco dessa visão ideal-racionalista a lá revolução francesa. que parece que tem. Sugiro ler "Notas do subsolo" do Dostoiévisk. Se você já ficou meio mordido com esse trechinho de um autor mais tranquilo como o Tchekhov, já imagino como vai ficar depois da leitura desse livro.

 

Abraços.

 

Ao meu ver, sereno em viver de acordo com a Natureza, mas aí já entram questões de ponto de vista. Concordo com seu ponto sobre literatura, só realmente não vejo o ponto de postar algo por "curiosidade" aqui nesse tópico, havendo tantos outros textos que contribuiriam muito mais para o progresso de cada um, mas novamente é questão de ponto de vista e fica o valor pela curiosidade.

 

Já ouvi falar dos Irmãos Karamazov e do Dostoiévski, mas literatura "niilista", se é que podemos chamá-lo assim, simplesmente não me interessa. Não vejo como acrescentaria mais do quê algo "progressista".

 

Quem sabe um dia não venha a ler.

 

De qualquer forma agradeço a sugestão.

 

 

 

Abraços.

Postado
10 horas atrás, Brachio disse:

@Gekko @danilorf Me recomendaram dar prioridade à Crime e Castigo e Irmãos Karamazov, n sei se é pq são livros mais abrangentes do autor ou pq são melhores como introdução à essa literatura. Oq vcs opinam?

 

Vlw

 

Cara, é porque, no meu ponto de vista, junto com 'Os demônios', são as melhores obras dele. Eu indiquei o 'notas do subsolo' porque é relativamente curto e que mexe muito com o psicológico com o sujeito que lê. Mas Dostoiévski não tem erro, qualquer coisa que você pegar pra ler vai ser interessante.

 

8 horas atrás, Aroma disse:

 

Ao meu ver, sereno em viver de acordo com a Natureza, mas aí já entram questões de ponto de vista. Concordo com seu ponto sobre literatura, só realmente não vejo o ponto de postar algo por "curiosidade" aqui nesse tópico, havendo tantos outros textos que contribuiriam muito mais para o progresso de cada um, mas novamente é questão de ponto de vista e fica o valor pela curiosidade.

 

Já ouvi falar dos Irmãos Karamazov e do Dostoiévski, mas literatura "niilista", se é que podemos chamá-lo assim, simplesmente não me interessa. Não vejo como acrescentaria mais do quê algo "progressista".

 

Quem sabe um dia não venha a ler.

 

De qualquer forma agradeço a sugestão.

 

 

 

Abraços.

 

Pô, você realmente não sacou a mensagem mais profunda do texto. Se o tópico também fala de felicidade não vejo isso como mera curiosidade. Viver sereno de acordo com a natureza? Com 'N' maiúsculo? Virou culto a gaia agora? Enfim, ele levava uma vida medíocre, chegou a velhice e viu que as relações com a família dele se tornaram artificiais; a mulher dele só se preocupa com dinheiro e em manter uma pose burguesa de ostentar um estilo de vida abundante pra sociedade em torno; a filha cresceu e se tornou um pouco igual a mãe, cheia de camuflagens interiores e muito suscetível à opinião dos outros; as relações dele no trabalho são enfadonhas, apesar de ele ter um posto elevado e ser famoso na Europa inteira; a única coisa que dava felicidade verdadeira pra ele era dar aula, mas agora ele não consegue ficar muito tempo em pé e nem falar durante muito tempo, e nem isso traz alívio pra opressão moral dele. Ele descreve a vida dele como enfadonha, superficial, mesquinha. Talvez não ficou isso nítido pra você por não ter lido o conto inteiro e não ter esse quadro geral de como ele pinta sua vida. 

 

Outro livro que aborda bastante o ponto que interessa no trecho que eu postei é o do Tolstói: "a morte de Ivan Ilitch". O sujeito levava uma vidazinha de acordo com a "Natureza", tinha uma esposa mas não casou por amor e sim por vaidade própria (prestem atenção nessa palavra: vaidade); tinha um cargo decente na sociedade, tinha poder; e etc. Por ironia do destino, numa reforma de uma casa que ele havia comprado, ele bate a lateral da barriga na maçaneta de uma porta e aquilo vai evoluindo de tal modo que ele percebe que vai morrer. E aí que todo esse modo de viver 'Naturalmente' mostra a verdadeira face, e ele enxerga "a vida inteira que não foi mas poderia ter sido" (pus isso em aspas porque não lembro quem fala).

 

Sobre o Dostoiévisk, ele não era niilista e nem progressista - muito pelo contrário. 

 

Vaidade...

 

Abraços.

 

Editado por danilorf

Postado
5 minutos atrás, danilorf disse:

 

Cara, é porque, no meu ponto de vista, junto com 'Os demônios', são as melhores obras dele. Eu indiquei o 'notas do subsolo' porque é relativamente curto e que mexe muito com o psicológico com o sujeito que lê. Mas Dostoiévski não tem erro, qualquer coisa que você pegar pra ler vai ser interessante.

 

 

Pô, você realmente não sacou a mensagem mais profunda do texto. Se o tópico também fala de felicidade não vejo isso como mera curiosidade. Viver sereno de acordo com a natureza? Com 'N' maiúsculo? Virou culto a gaia agora? Enfim, ele levava uma vida medíocre, chegou a velhice e viu que as relações com a família dele se tornaram artificiais; a mulher dele só se preocupa com dinheiro e em manter uma pose burguesa de ostentar um estilo de vida abundante pra sociedade em torno; a filha cresceu e se tornou um pouco igual a mãe, cheia de camuflagens interiores e muito suscetível à opinião dos outros; as relações dele no trabalho são enfadonhas, apesar de ele ter um posto elevado e ser famoso na Europa inteira; a única coisa que dava felicidade verdadeira pra ele era dar aula, mas agora ele não consegue ficar muito tempo em pé e nem falar durante muito tempo, e nem isso traz alívio pra opressão moral dele. Ele descreve a vida dele como enfadonha, superficial, mesquinha. Talvez não ficou isso nítido pra você por não ter lido o conto inteiro e não ter esse quadro geral de como ele pinta sua vida. 

 

Outro livro que aborda bastante o ponto que interessa no trecho que eu postei é o do Tolstói: "a morte de Ivan Ilitch". O sujeito levava uma vidazinha de acordo com a "Natureza", tinha uma esposa mas não casou por amor e sim por vaidade própria (prestem atenção nessa palavra: vaidade); tinha um cargo decente na sociedade, tinha poder; e etc. Por ironia do destino, numa reforma de uma casa que ele havia comprado, ele bate a lateral da barriga na maçaneta de uma porta e aquilo vai evoluindo de tal modo que ele percebe que vai morrer. E aí que todo esse modo de viver 'Naturalmente' mostra a verdadeira face, e ele enxerga "a vida inteira que não foi mas poderia ter sido" (puis isso em aspas porque não lembro quem fala).

 

Sobre o Dostoiévisk, ele não era niilista e nem progressista - muito pelo contrário. 

 

Vaidade...

 

Abraços.

 

 

 

 

A mensagem do texto, se existe uma, é a seguinte: escolha viver uma vida mesquinha valorizando vaidades e vai chegar ao fim dela se culpando. Por que é uma escolha. Escolha por outro lado uma excelente mulher, dê o máximo por si, pela educação de seus filhos e etc e os resultados são importantes, mas a consciência de que se tomou o melhor curso de ação que poderia ter sido tomado é muito mais. Relacionamentos não estão escritos nas estrelas, assim como nada nessa vida. Pelo contrário, tudo precisa ser conquistado, constantemente lapidado, do contrário o homem, sua existência e por fim sua consciência estão ameaçados e no fim da vida não teria mesmo como haver qualquer sentimento de real felicidade, serenidade ou mínima satisfação.

 

Você comete o maior dos desenganos ao achar que viver de acordo com a Natureza (em maiúsculo justamente para diferenciar a real Natureza (Divina) e a natureza humana mundana) é casar por vaidade e ter cargos por poder. Se ele tivesse vivido realmente de acordo com as leis naturais sua vida teria sido como poderia ter sido, não a que foi (ou ao menos sua consciência estaria limpa). É exatamente isso que fica claro n'A Nascente. Um homem que em suas ações valoriza a si e que portanto racionalmente escolhe fazer somente aquilo que de fato lhe favorece, outro que valoriza todo tipo de vaidade e chega ao fim de sua vida com "tudo o que um homem poderia desejar"; aquele constante e completamente satisfeito, apesar dos trancos, esse progressivamente infeliz, antes do fim do livro até sem se dar conta do por quê.

 

Fica claro seu total desconhecimento do Objetivismo ou da obra da Ayn Rand, uma vez que julgou seus conceitos como idiotices filosóficas sendo que ela foi a primeira filósofa a definir o porque é necessário ao ser humano viver de acordo com a Natureza, o que isso significa e em consequência o porque ter sua moralidade, sua ética ou seu código de valores bem definidos.

 

Sugiro ler o texto The Objectivist Ethics.

 

 


Abraços.

 

Postado
58 minutos atrás, Aroma disse:

 

 

 

A mensagem do texto, se existe uma, é a seguinte: escolha viver uma vida mesquinha valorizando vaidades e vai chegar ao fim dela se culpando. Por que é uma escolha. Escolha por outro lado uma excelente mulher, dê o máximo por si, pela educação de seus filhos e etc e os resultados são importantes, mas a consciência de que se tomou o melhor curso de ação que poderia ter sido tomado é muito mais. Relacionamentos não estão escritos nas estrelas, assim como nada nessa vida. Pelo contrário, tudo precisa ser conquistado, constantemente lapidado, do contrário o homem, sua existência e por fim sua consciência estão ameaçados e no fim da vida não teria mesmo como haver qualquer sentimento de real felicidade, serenidade ou mínima satisfação.

 

Você comete o maior dos desenganos ao achar que viver de acordo com a Natureza (em maiúsculo justamente para diferenciar a real Natureza (Divina) e a natureza humana mundana) é casar por vaidade e ter cargos por poder. Se ele tivesse vivido realmente de acordo com as leis naturais sua vida teria sido como poderia ter sido, não a que foi (ou ao menos sua consciência estaria limpa). É exatamente isso que fica claro n'A Nascente. Um homem que em suas ações valoriza a si e que portanto racionalmente escolhe fazer somente aquilo que de fato lhe favorece, outro que valoriza todo tipo de vaidade e chega ao fim de sua vida com "tudo o que um homem poderia desejar"; aquele constante e completamente satisfeito, apesar dos trancos, esse progressivamente infeliz, antes do fim do livro até sem se dar conta do por quê.

 

Fica claro seu total desconhecimento do Objetivismo ou da obra da Ayn Rand, uma vez que julgou seus conceitos como idiotices filosóficas sendo que ela foi a primeira filósofa a definir o porque é necessário ao ser humano viver de acordo com a Natureza, o que isso significa e em consequência o porque ter sua moralidade, sua ética ou seu código de valores bem definidos.

 

Sugiro ler o texto The Objectivist Ethics.

 

 


Abraços.

 

 

Vou responder por parágrafos:

 

1 - A mensagem do texto não é essa, esse é apenas o contexto. Você já arranhou a coisa na sua primeira resposta. De resto, só vi clichês e lugares comuns na sua resposta. Desculpe a sinceridade mas isso tudo aí é muito fácil de falar, que nem dizer 'melhor a saúde que a doença', 'melhor a riqueza que a pobreza', 'melhor ser inteligente do que burro', etc.

 

2 - Eu não disse nada do que você disse que eu disse. Você disse que:

 

Citar

A questão é evidente, o cara até determinado momento era sereno e satisfeito, e diante de adversidades se deixa cair.

 

Depois eu perguntei:

 

Citar

Você não sacou a mensagem desse trecho. O personagem era sereno e satisfeito, mas com o quê?

 

Você respondeu:

 

Citar

Ao meu ver, sereno em viver de acordo com a Natureza, mas aí já entram questões de ponto de vista.

 

Eu não achei coisa nenhuma que viver de acordo com a natureza divina do homem é casar por vaidade ou ter poder na sociedade. Parece que num primeiro momento você que achou isso quanto à citação que eu fiz do conto do Tchekhov. Só depois que eu falei sobre o Tolstói que você explicou um pouco mais o que seria viver de acordo com a 'natureza'.

 

3 - Meu filho, hahahaha. Você acha mesmo que eu nunca li Ayn Rand? Mesmo? A Rand é uma boa romancista, mas, como filósofa, ela peca muito - e mesmo como romancista, nem de longe ela chega perto de um dos autores clássicos da literatura russa. Se você acha que ela foi a primeira a tentar fazer isso que você disse que ela fez, só mostra que não conhece nada de filosofia (não que eu seja grande conhecedor também). 

 

-

 

Pelo menos no meu entender, isso aqui debaixo tem muito a ver com o que eu postei.

 

 

 

Abraços.

Editado por danilorf

Postado
7 horas atrás, Brachio disse:

@Gekko @danilorf Me recomendaram dar prioridade à Crime e Castigo e Irmãos Karamazov, n sei se é pq são livros mais abrangentes do autor ou pq são melhores como introdução à essa literatura. Oq vcs opinam?

 

Vlw

 

Só li Crime e Castigo do Dostoiévski até agora, então não posso comparar com outras obras dele. Mas vou te dizer cara, foi um dos melhores livros que li na vida, sem sombra de dúvidas.

Postado
11 horas atrás, danilorf disse:

 

- Anton Tchekhov, 'Uma história enfadonha: Das memórias de um homem idoso', trecho do cap. VII.

 

reflitao.jpg

 

Danilorf!

 

Pelo que entendi, da pra resumir esse texto com a frase: Sem Deus, tudo está destinado a morte e ao finito!

 

Vou começar a ler Dostoiévski na próxima semana!

 

Postado
  • Este é um post popular.

O negócio é grande, mas vai um pouco de encontro contra esse idealismo racional e muitos clichês que são jogados nesse tópico diariamente. É grande, e provavelmente muita gente vai achar pedante, mas foda-se. Quem quiser é só ignorar e não ler.

 

Spoiler

 

Citar

Passava das quatro da tarde, hora em que geralmente Andriéi Iefímitch andava pelo seu apartamento e Dáriushka perguntava-lhe se não chegara a hora de servir-lhe cerveja. Fora, o tempo estava claro, suave.

 

- Eu saí para dar uma volta depois do jantar, e dei uma passada aqui, conforme está vendo – disse o doutor. – Estamos bem na primavera.

 

- Que mês é agora? Março? – perguntou Ivan Dmítritch.

 

- Sim, fim de março.

 

- Há lama lá fora?

 

- Não muita. No jardim, já aparecem os caminhos.

 

- Agora, seria bom dar um passeio de carro a alguma parte fora da cidade – disse Ivan Dmítritch, esfregando os olhos vermelhos, como que meio adormecido -, depois voltar para casa, para um escritório quente, aconchegado e... tratar-se da dor de cabeça com um médico decente... Faz muito tempo que não vivo como gente. E isto aqui é abominável! Intoleravelmente abominável!

 

Fraco e desanimado depois da excitação da véspera, falava sem vontade. Tinha os dedos trêmulos e via-se pelo seu rosto que estava com muita dor de cabeça.

 

- Não há nenhuma diferença entre um escritório quente, aconchegado, e esta enfermaria – disse Andriéi Iefímitch. – A tranqüilidade e a satisfação do homem não estão fora, mas dentro dele.

 

- Como assim?

 

- Uh homem comum espera de fora o bom e o mau, isto é, da carruagem e do escritório, e quem pensa, de si mesmo.

 

- Ande, vá pregar essa filosofia na Grécia, onde faz calor e cheira a laranja, mas aqui ela não combina com o clima. Com quem foi que eu conversei sobre Diógenes? Não foi com o senhor?

 

- Sim, ontem, comigo.

 

- Diógenes não precisava de um escritório e de um apartamento aquecido; lá, de qualquer maneira, faz calor. Fique-se, pois, deitado no barril, chupando laranjas e comendo azeitonas. Mas, se ele tivesse que viver na Rússia, pediria para entrar dentro de casa já não digo em dezembro, mas até em maio. Garanto que ia torcer-se de frio.

 

- Não. Pode-se não sentir o frio, assim como qualquer dor. Marco Aurélio afirmou: “A dor constitui uma representação viva da dor: um esforço de vontade para modificar essa representação, repele-a, cessa de te queixar, e a dor desaparecerá”. Isso é justo. Um sábio ou simplesmente um homem que pensa, que reflete, distingue-se dos demais justamente por desdenhar o sofrimento; está sempre contente e não se espanta com nada.

 

- Quer dizer que eu sou um idiota, pois sofro, estou descontente e espanto-me com a infâmia humana.

 

- Faz mal. Se o senhor refletir com maior freqüência, há de compreender como é insignificante tudo o que é externo e que nos perturba. É preciso procurar compreender racionalmente a vida, nessa compreensão está o bem autêntico.

 

- Compreensão racional... – Ivan Dmítritch torce a cara. – Exterior, interior... Desculpe, mas não compreendo isso. Sei apenas – disse, erguendo-se e olhando zangado para o médico -, sei que Deus me criou com um sangue quente e nervos, sim! E o tecido orgânico, se é capaz de vida, deve reagir a toda excitação. E eu reajo! Respondo à dor com gritos e lágrimas, à infâmia, com a indignação, à ignomínia, com o asco. A meu ver, isso é que se chama realmente vida. Quanto mais baixo é um organismo, tanto menos sensível, e tanto mais fracamente responde à excitação, e quanto mais elevado, tanto mais receptiva e energicamente reage à realidade. Como não o saber? É médico, e não sabe essas bobagens! Para desdenhar o sofrimento, estar sempre satisfeito e não se espantar com nada, é preciso chegar a essa condição – Ivan Dmítritch indicou o mujique gordo, afogado em banha – ou temperar a si mesmo com o sofrimento a ponto de perder toda a sensibilidade em relação a ele, isto é, em outras palavras, deixar de viver. Desculpe-me, não sou sábio nem filósofo – prosseguiu Ivan Dmítritch com irritação – e não compreendo nada disso. Não estou em condições de argumentar.

 

- Pelo contrário, o senhor argumenta admiravelmente.

 

- Os estóicos, que o senhor parodia, foram gente admirável, mas a sua doutrina estratificou-se há dois mil anos, porquanto não é prática vital. Ela teve êxito somente com a espécie de doutrinas, mas a maioria não a compreendia. A doutrina que prega indiferença à riqueza, às comodidades da vida, o desprezo pelos sofrimentos e pela morte, é de todo incompreensível para a imensa maioria, pois essa jamais conheceu riqueza nem aquelas comodidades; e desprezar os sofrimentos significaria para ela desprezar a própria vida, pois toda a essência da vida humana consiste em sensações de fome, frio, ofensas, privações e um medo hamletiano da morte. Nessas sensações está a vida inteira: pode-se senti-la como um peso, odiá-la, mas não desprezar. Sim, repito, a doutrina dos estóicos não pode ter um futuro, e progridem, como o senhor vê desde o início dos tempo até hoje, a luta, a sensibilidade para a dor, a capacidade de responder a uma excitação...

 

Ivan Dmítritch perdeu de repente o fio dos pensamentos, interrompeu-se e esfregou a testa, aborrecido.

 

- Eu queria dizer uma coisa importante, mas fiquei confuso – disse ele. – Do que estava falando? Sim! Digo, pois: algum dos estóicos se vendeu como escravo, a fim de resgatar um próximo. O senhor vê, isso quer dizer que também o estóico reagiu a uma excitação, porquanto, para um ato tão generoso como a destruição de si mesmo em prol de um próximo, é preciso ter um espírito indignado, aberto à comiseração. Eu esqueci aqui na prisão tudo o que eu aprendi, senão lembraria mais alguma coisa. E Cristo? Cristo respondia à realidade chorando, sorrindo, entristecendo-se, ficando furioso e até angustiando-se; não foi com um sorriso que Ele caminhou ao encontro dos sofrimentos e não desprezou a morte, mas rezou no Jardim de Getsamani, pedindo para evitar o cálice.

 

Ivan Dmítritch riu e sentou-se.

 

- Admitamos que a tranqüilidade e satisfação do homem não estejam fora dele, mas no seu interior – disse. – Admitamos que seja necessário desprezar os sofrimentos e não se espantar como nada. Mas com que base o senhor prega isso? É um sábio? Um filósofo?

 

- Não, eu não sou filósofo, mas cada um deve pregar isso, porque é razoável.

 

- Não, eu quero saber por que o senhor se considera competente em matéria de apreensão racional, desprezo pelos sofrimentos e o mais. O senhor acaso sofreu um dia? Tem alguma noção do que seja sofrimento? Permita-me perguntar: surraram-no em criança?

 

- Não, os meus pais tinham repugnância pelos castigos corporais.

 

- E eu fui espancado cruelmente por meu pai. Era um funcionário de gênio abrupto, sofria de hemorróides, tinha o nariz comprido e pescoço amarelo. Mas falemos do senhor. Em toda a sua existência, ninguém o tocou com o dedo, ninguém o assustou nem espancou; tem saúde como um touro. Cresceu sob a asa paterna, estudo por conta do pai, e depois logo abocanhou uma sinecura. Viveu mais de vinte anos sem pagar aluguel, com aquecimento, iluminação e criada, tendo ao mesmo tempo o direito de trabalhar na medida em que quisesse, ou mesmo não fazer nada. O senhor é por natureza um homem mole, indolente, e por isso procurou arranjar a sua vida de tal maneira que nada o inquietasse ou tirasse do lugar. Confiou o serviço ao enfermeiro e aos demais canalhas, e ficou sentado em lugar aquecido e quieto, juntando dinheiro, lendo livros e adoçando a vida com reflexões sobre toda espécie de baboseiras elevadas e (Ivan Dmítritch olhou o nariz vermelho do médico) com a bebedeira. Numa palavra, o senhor não viu a vida, não a conhece absolutamente, e está a par da realidade apenas em teoria. O senhor despreza os sofrimentos e não se espanta com nada, devido a uma razão muito simples: a vaidade das vaidades, o exterior e o interior, os desprezo pela vida, pelos sofrimentos e pela morte, a apreensão racional, o bem autêntico – tudo isso constitui a filosofia mais apropriada para um indolente russo. O senhor vê, por exemplo, um mujique batendo na mulher. Para que interceder? Deixemos bater, de qualquer maneira ambos morrerão cedo ou tarde; e, além disso, o que bate não ofende com isso o espancado, mas a si mesmo. Cair na bebedeira é estúpido, indecente, mas quer se beba, que não se beba, o que nos espera é a morte. Vem consultar-se uma mulher com dor de dente... Bem, e então? A dor constitui uma representação da dor, e, além disso, não se pode viver sem doenças, todos nós havemos de morrer, e, por isso, vai embora, mulher, não me impeças de pensar, e beber vodca. Um jovem pede conselho, quer saber o que fazer, como levar a vida; um outro pensaria um pouco antes de responder, mas aqui já se tem pronta uma resposta: procure alcançar a apreensão racional ou o bem autêntico. Mas o que é esse fantástico “bem autêntico”? Naturalmente, não há resposta. Somos mantidos aqui; apodrecendo atrás das grades, somos torturados, mas isso é belo e racional, pois não há nenhuma diferença entre esta enfermaria e um escritório aquecido, aconchegado. Uma filosofia cômoda: não há o que fazer, tem-se a consciência tranqüila e a pessoa ainda se sente um sábio... Não, meu senhor, isso não é filosofia, não é pensamento, não é largueza de visão, mas preguiça, faquirismo, parvoíce sonolenta... Sim! – zangou-se mais uma vez Ivan Dmítritch. – Despreza o sofrimento, mas, se alguém lhe comprimir o dedo numa porta, vai gritar com todos os bofes!

 

- Anton Tchekhov, 'Enfermaria nº 6', trechos do cap. VI.

 

Os russos desse nível são simplesmente fantásticos em destruir todos esses lugares-comuns criados pelo racionalismo ocidental. Mesmo que não estejam certos em muitas idéias, levam a discussão e a transposição das experiências que geraram estas a um nível muito elevado, muito superior a qualquer Ayn Rand da vida.

Editado por danilorf

Postado
14 horas atrás, concurseirofiscal disse:

Voltando ao tópico...vejam o que a europa está passando:

 

 

 

As mulheres (e toda a sociedade) europeias estão precisando de alphas!

Ah! Agora que o bicho pega que esses imbecis vem querer que o "homem seja homem", né? Foda-se se os últimos 50 anos foram de demonização pura contra o homem e praticamente tudo o que representa o sexo masculino.

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