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pablomariz recebeu reputação de RonaldoC em Waterbury
O conceito é muito bom, e acho que dá pra adaptar a outras rotinas além de FB.
Por exemplo, fazer um push/pull:
A: Agachamento / Supino / Desenvolvimento / Paralela
B: Terra / Remada Curvada / Barra fixa / Stiff
Fazendo 10x3 em um dos exercicios, e 4x6 nos outros, e a cada treino muda o exercicio que faz 10x3, por exemplo:
Na segunda faz 10x3 no agachamento, e 4x6 no resto. Quando for treinar novamente o treino A, faz 10x3 no supino, e 4x6 no resto...
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pablomariz recebeu reputação de Overisti em Retenção E Diurese De Cabo A Rabo
Muitas pessoas que treinam para eliminar gordura com o intuito de parecerem-se mais definidas¸ se preocupam principalmente em reduzir a gordura corporal através da dieta e exercícios. Porém¸ com freqüência¸ apesar de todo o esforço e dedicação¸ elas não obtêm o êxito desejado¸ muitas vezes pensando que devem eliminar mais gordura subcutânea¸ quando na verdade esta praticamente já se foi o suficiente. A questão nesses casos é que ainda resta uma indesejável retenção hídrica que não permite a própria pessoa e a mais ninguém¸ observar uma definição muscular mais expressiva. Esta também é uma das maiores preocupações de atletas de culturismo e fitness às vésperas de uma competição.
Como remover o líquido subcutâneo¸ mas também manter as células musculares devidamente hidratadas?
Os líquidos são armazenados basicamente em três diferentes compartimentos em nosso
organismo:
1. Sangue
2. Água dentro da célula (líquido intracelular)
3. Água fora da célula (líquido extracelular)
Os compartimentos acima mencionados tendem a distribuir a água entre si¸ ou seja¸ se você remover água de um compartimento¸ outro tenderá a doar sua água para aquele que perdeu para a manutenção do equilíbrio¸ também conhecido como homeostase¸ um processo necessário para a manutenção da vida.
Para melhor entendimento¸ daremos o exemplo prático de um indivíduo de 70kg. Se este estiver bem hidratado¸ terá em torno de 42 litros de água em seu organismo. Destes¸ 28 litros deverão estar contidos nos compartimentos intracelulares e os 14 litros restantes¸ nos compartimentos extracelulares¸ respeitando uma proporção de 2:1.
O princípio da remoção da água extracelular também conhecida como subcutânea¸ inicia-se através da remoção do líquido sangüíneo e confiar no processo em que outros compartimentos doarão sua água ao sangue para manter o equilíbrio; resultando com isso em menor quantidade de água nos outros compartimentos. Se você remove água do sangue¸ seja lá qual for o meio¸ o primeiro compartimento a doar água é o extracelular¸ o que parece ideal. Entretanto¸ como existe um equilíbrio entre todos os compartimentos¸ é lógico que se removermos muita água do sangue¸isto exigirá que muito líquido subcutâneo seja doado¸ inclusive o intracelular. A última situação não é desejável¸ já que mais de 70% de nossos músculos são formados por água¸ e desidratação intracelular pode fazer com que a massa muscular murche como um balão que se fura. Isto é muito comum em nossas competições quando atletas mal informados adotam meios exagerados e muito arriscados para a perda de líquido subcutâneo.
A seguir¸ iremos comentar alguns pontos chaves para manipular a concentração hídrica nos diferentes compartimentos de nosso corpo. O equilíbrio de água em nosso organismo está diretamente ligado a distribuição de eletrólitos¸ o qual possui um equilíbrio muito sensível¸ sendo crucial para o correto funcionamento dos músculos incluindo o miocárdio. Esse é o principal motivo pelo qual os diuréticos são banidos dos esportes¸ inclusive das federações de culturismo. Ou seja¸ o objetivo é retirar a água de baixo da pele e não de dentro dos músculos. E esta não é uma tarefa fácil¸ não havendo uma fórmula para todo mundo¸ pois o que funciona bem para uma pessoa pode não funcionar da mesma forma para outra.
Drogas Diuréticas:
Existem vários tipos de diuréticos¸ cada qual agindo de maneira diferenciada¸ apesar de que todos eles agem sobre os rins.
Os diuréticos trabalham através da estimulação dos rins. Estes têm como função filtrar o sangue¸ eliminando assim os restos provenientes do processo metabólico. Os rins¸ também permitem ao corpo reabsorver substâncias bioquímicas vitais como sais minerais¸ aminoácidos e água. A unidade de secreção nos rins é denominada de néfron. Cada rim tem um milhão de néfrons. Os néfrons consistem basicamente de uma cápsula renal e um tubo renal. No tubo renal¸ água¸ eletrólitos tais como sódio e potássio¸ glicose e aminoácidos são absorvidos pelo sangue. A maior parte dos diuréticos funciona através do bloqueio da absorção de eletrólitos. Já que os eletrólitos¸ em certa concentração se atam à molécula de água¸ quando estes são eliminados do corpo¸ a água atada a estes também é eliminada.
A furosemida conhecida comercialmente como Lasix¸ é o mais poderoso e também mais perigoso diurético¸ sendo utilizada somente em pacientes que realmente necessitam da droga¸ e ainda¸ com rigoroso controle médico. Esse é um tipo de diurético que faz o organismo não só excretarágua¸ mas também minerais como o potássio¸ sódio e cloreto.
O Lasix pode promover um grande desequilíbrio eletrolítico no organismo¸ com quedas bruscas na concentração de eletrólitos¸ quedas vertiginosas da pressão arterial¸ câimbras¸ parada cardíaca e morte.
Já o Aldactone (espirolactone) enquadra-se em uma categoria de diuréticos que possui outra ação sobre os rins¸ podendo ocasionar uma elevação na concentração de potássio e queda na de sódio¸ já que este diurético poupa potássio. Ou seja¸ ao utilizar esta categoria de diurético não se deve em hipótese alguma administrar potássio extra¸ pois o excesso do mesmo pode ocasionar a morte por parada cardíaca. A ginecomastia¸ outro efeito colateral também conhecido entre culturistas¸ pode ser um problema para aqueles que utilizam muito freqüentemente esta droga¸ já que o espirolactone inibe a síntese de testosterona.
Um grande número de outros efeitos colaterais pode ocorrer com o uso de diuréticos¸ como tontura¸ dor de cabeça¸ palpitação e severa cãibra muscular. Devemos entender que o músculo possui um certo balanço eletrolítico¸ sendo que as células musculares dependem do balanço adequado de sódio e potássio. Quando uma pessoa toma diuréticos¸ este balanço pode ser severamente prejudicado¸ o que pode ocasionar cãibras musculares. Desde que o coração também é músculo¸ cãibras severas podem afetá-lo e então você terá que ir treinar musculação com Mohammed Benaziza no céu – foi escrito há algum tempo¸ pois desde então não se têm notícias de que nenhum infeliz tenha morrido deste mal¸ talvez em função de tantos alertas vindos por todos os lados. Para quem não o conhece¸ Mohammed foi culturista profissional¸ tendo falecido no grande prêmio da Holanda¸ poucas horas após tê-lo vencido. Causa mortis: Parada cardíaca causada por extrema desidratação seguida de restrição de líquidos e uso de diuréticos.
Para resolver o problema¸ certos atletas tomam quantias extras de potássio¸ mas por vezes esta"solução" pode agravar o problema¸ especialmente se o diurético já contém potássio.
É bom salientar que esses métodos também são utilizados por atletas de outros esportes nos quais as categorias dependem do peso corporal. Esses atletas confiam no alto poder destes diuréticos em propiciar rápida desidratação e conseqüente perda ponderal. Como normalmente a pesagem ocorre um dia ou mais antes da competição¸ esses atletas normalmente têm tempo de se re-hidratarem¸ acabando por competir com peso bem acima do atestado no dia da pesagem¸ mas esquecem-se muitas vezes¸ que a substância diurética pode ficar ativa durante horas¸ o que pode dificultar o controle da re-hidratação.
Mesmo sabendo que as drogas diuréticas são proibidas¸ é fato que muitos atletas insistem em utilizá-las¸ principalmente em competições nas quais não existe controle anti-doping. Entretanto¸ outras substâncias menos agressivas vêm sendo utilizadas pelos seus efeitos diuréticos¸ tais como o glicerol e o manitol. Também podemos nos deparar com a utilização da vitamina C¸ cafeína¸ da ingestão supra-fisiológica de proteínas¸ da própria água como diurético e da supercompensação de carboidratos.
Para entender como o manitol¸ glicerol¸ dieta altamente protéica¸ cafeína¸ a vitamina C e a
supercompensação de carboidratos funcionam¸ devemos entender primeiro o que é osmose. Osmose é um duplo fenômeno da endosmose e da exosmose¸ que nada mais é do que a difusão de uma substância através de membranas.
Se tivermos um recipiente dividido por uma membrana semi-permeável pela qual só a água ultrapasse¸ o mesmo só com este elemento ficará no mesmo nível. Porém¸ se adicionarmos em só um lado do recipiente dividido pela membrana¸ uma substância que atraia água¸ ocorrerá um movimento para o lado onde estiver a substância osmótica¸ como por exemplo¸ o lado no qual aágua foi adicionada de glicerol ou manitol.
Como podemos observar¸ algumas substâncias podem atrair água¸ agora imaginem uma
substância que não apenas atraia água¸ mas que também seja eliminada pela urina. Podemos então administrar esta substância que não apenas será eliminada do corpo¸ mas removerá água com ela.
Glicerol e manitol:
O glicerol é uma molécula com três carbonos similar ao álcool¸ sendo a porção hidrossolúvel da molécula lipídica. O glicerol existe naturalmente em nosso corpo estando presente nas gorduras e também nos fluidos corporais em forma livre. Quando o glicerol exógeno é administrado¸ promove aumento na concentração de fluídos no sangue e demais tecidos. A concentração de fluídos é mantida no corpo de forma que a água administrada com o glicerol não é eliminada até o glicerol ser removido dos rins ou quebrado pelo organismo. Ambas as substâncias elevam a osmolalidade do plasma sanguíneo e produzem um aumento do fluxo de água a partir dos tecidos¸ inclusive do encéfalo; por isto o manitol é clinicamente utilizado para reduzir edema cerebral.
Em esportes de longa duração¸ especialmente em climas quentes e úmidos¸ é bem vinda qualquer estratégia para manter o corpo hiper-hidratado por um período mais prolongado¸ de forma que o glicerol vem sendo utilizado para melhorar a performance desses atletas. Mas para nós do culturismo¸ a intenção é mesmo reduzir os depósitos hídricos subcutâneos.
Vitamina C:
A vitamina C ou ácido ascórbico quando ingerido em grandes dosagens¸ atua da mesma forma¸ já que é uma vitamina hidrossolúvel. Apesar de ser praticamente consenso que a toxicidade de vitaminas hidrossolúveis é rara¸ existem relatos de que doses de vitamina C acima do recomendado têm sido implicadas na formação de cálculos de urato¸ oxalato ou cistina (cálculos renais). Também tem sido descrito que aqueles indivíduos com ingestão maciça de vitamina C¸ tornam-se dependentes de dosagens supra-fisiológicas dessa vitamina com o cessar do uso de suplementos. Esse efeito rebote parece ser devido às altas doses condicionarem o metabolismo acelerado e a excreção de vitamina C¸ de modo que¸ mesmo mantendo a ingestão de quantidades normais dessa vitamina após a suspensão da suplementação¸ os indivíduos continuam tendo o risco de desenvolver sintomas de deficiência desta vitamina¸ tais como secura de boca e olhos¸ gengivas inflamadas¸ amolecimento de dentes¸ queda de cabelo¸ pele seca e dores musculares. Portanto¸ aconselha-se que a suplementação vitamínica seja diminuída gradativamente.
Cafeína:
A cafeína é uma substância pertencente ao grupo das metilxantinas¸ e dentre seus efeitos¸ tem sido apontada como uma substância que induz efeito diurético. Este efeito tem sido atribuído ao aumento nos níveis circulantes de catecolaminas¸ tais como adrenalina e noradrenalina. Vale ressaltar que o efeito diurético da cafeína depende da dosagem ingerida. Acredita-se que essa substância tenha sido descoberta pelo homem na era paleolítica e atualmente pode ser encontrada em vários alimentos populares¸ tais como café¸ chá preto¸ refrigerantes tipo cola e chocolates.
Dieta Hiper-protéica:
Quanto às proteínas¸ énecessário uma ingestão supra-fisiológica das mesmas. O excesso de proteínas não pode ser metabolizado facilmente como o excesso de carboidratos e gorduras que acabam por se armazenar de uma forma mais simples em tecido adiposo. As proteínas subdivididas em aminoácidos são compostas por moléculas de carbono¸ hidrogênio¸ oxigênio e nitrogênio. Em seu processo de degradação¸ quando existe um excesso de aminoácidos¸ as moléculas de nitrogênio separam-se das demais moléculas. As partes de carbono serão dirigidas para a oxidação¸ geralmente como intermediários do ciclo de Krebs¸ e as partes de nitrogênio formarão amônia¸ que é uma substância altamente tóxica para o organismo. A amônia será biotransformada no fígado a uréia¸ um composto menos tóxico que pode ser levado pela corrente sangüínea aos rins¸ onde será filtrada e eliminada¸ sendo que para isto precisa “carregar” água com ela¸ ou seja¸ atua como diurético.
Restrição de sal:
O sódio é o mineral predominante no meio extracelular. Um grama de cloreto de sódio (sal de cozinha) contém quatrocentos miligramas de sódio. Quando eliminamos o sal da dieta¸ inicialmente podemos perder peso com a eliminação hídrica¸ mas se a restrição de sódio se prolongar¸ poderá ocasionar como efeito rebote um pico na liberação de aldosterona¸ que é um hormônio secretado pela glândula adrenal que ajuda o corpo a manter o equilíbrio eletrolítico preservando sódio dentro da célula. Por este motivo é que há muito se foi a época em que se oferecia água destilada e cortava-se o sal a zero nas vésperas de uma competição! Níveis excessivos de aldosterona acabam criando retenção hídrica¸ um efeito justamente contrário do que se espera¸ mas também pode indicar gravidez ou algumas síndromes raras. Já níveis muito baixos¸ podem indicar excesso de sal na dieta. Ou seja¸ se mantermos uma administração constante¸ mas controlada de sódio¸ esse hormônio não será acionado demasiadamente.
Somado a este fato¸ podemos observar atletas que restringem sódio por um longo período. Ás vezes¸ estes camaradas ingerem sódio logo antes de uma competição por estarem passando mal ou mesmo por descuido e repentinamente retêm muita água e sobem no palco como verdadeiras bolhas infladas sem saber o por quê.
O equilíbrio do sal tem tudo a ver com os minerais potássio e magnésio. Alimentos naturalmente cozidos¸ verduras¸ frutas e grãos¸ já contêm a proporção correta destes minerais; ou alguém está pensando que o homem primitivo tinha ao seu dispor sal de cozinha em saleiras de prata? O correto equilíbrio entre potássio e sódio fica em torno de 200:1¸ ou seja¸ o potássio deve estar em maior concentração do que o sódio. O potássio é antagonista do sódio¸ direcionando-o para fora da célula¸ reduzindo a retenção hídrica e a elevação da pressão arterial. Dentre os alimentos fonte de potássio¸ podemos citar as bananas¸ os melões¸ as batatas¸ as laranjas¸ os feijões e vegetais de coloração verde-escura. Quanto ao magnésio¸ podemos citar os legumes¸ feijões e vegetais de coloração verde-escura.
Alguns atletas como técnica adicional administram sódio na preparação pre-contest da seguinte forma: Se a competição é no sábado (dia D)¸ no domingo anterior administram-se alimentos que contenham sódio naturalmente¸ tais como atum enlatado¸ claras de ovos e ainda¸ adicionam sal extra na comida. Na quinta-feira (dia D – 2)¸ o sal é retirado completamente da dieta. Neste caso o organismo para manter o equilíbrio homeostático continuará a eliminar o sódio¸ e com ele água atada ao mesmo. Quando o sódio é eliminado¸ o organismo leva entre dois a dois dias e meio para reconhecer um desequilíbrio e começar a liberar o hormônio aldosterona em maiores quantidades.
Água:
Já com relação à própria ingestão de água¸ partimos do simples princípio de que quanto maiságua é ingerida¸ mais é eliminada. Muitos atletas ainda pensam que na semana anterior a competição deve-se restringir o consumo de líquidos. Porém¸ esta prática ocasiona um efeito rebote e acaba aumentando a retenção hídrica. Isto se deve novamente à manutenção da homeostase¸ pois se você restringe o organismo de líquidos¸ este para manter o equilíbrio tenta poupar os líquidos ainda restantes¸ diminuindo a eliminação. Agora¸ se a ingestão hídrica for aumentada alguns dias antes da competição e reduzida drasticamente um dia antes da apresentação¸ ocorrerá grande eliminação de líquido subcutâneo.
Neste caso é comum elevar progressivamente o consumo de água no seguinte esquema:
Dia D – 7: 6 litros de água extra
Dia D – 6: 7 litros de água extra
Dia D – 5: 8 litros de água extra
Dia D – 4: 8 litros de água extra
Dia D – 3: 8 litros de água extra
Dia D – 2: 6 litros de água extra
Dia D – 1: 5 litros de água extra
Dia D: eliminar totalmente a água 12 horas antes da apresentação
Supercompensação de carboidratos:
Essa é uma estratégia muito utilizada por atletas de esportes de longa duração visando uma melhora da performance. Porém¸ verificou-se que esse “truque” também poderia ser utilizado comêxito no culturismo¸ proporcionando maior volume muscular e definição ao atleta no momento do show.
Em condições normais o corpo humano armazena carboidratos na forma de glicogênio muscular e hepático. Quando é necessária uma geração maior de energia¸ como no exercício ou jejum prolongado¸ o glicogênio é “quebrado” em um processo denominado glicogenólise. Entretanto¸ pelo fantástico sistema de sobrevivência do organismo humano¸ o corpo tende a supercompensar a célula de glicogênio quando ocorre ameaça de falta deste nutriente. Quando privado de carboidratos¸ o organismo entra em estado de cetose. Quando em estado cetônico¸ este armazena duas vezes mais glicogênio que o convencional. Considerando ainda que cada grama de glicose armazenada na forma de glicogênio¸ carrega consigo aproximadamente 3 gramas deágua¸ esse “truque” tem como resultado maior massa muscular¸ vascularização e definição ao atleta¸ pois o glicogênio tende a remover grande parte do líquido extracelular subcutâneo para dentro da célula.
Em condições normais¸ a concentração do glicogênio muscular varia entre 1¸5 a 2¸0 gramas para cada 100 gramas de massa muscular. Depois de uma dieta de depleção de carboidratos¸ esta concentração pode cair para apenas 0¸6 gramas de glicogênio para cada 100 gramas de massa muscular. Ao re-introduzir os carboidratos na dieta¸ as células ávidas por glicogênio farão uma supercompensação¸ passando então a armazenar entre 3¸5 a 4¸0 gramas de glicogênio para cada 100 gramas de massa muscular. Um atleta nestas condições pode ganhar até 5 kg de músculos e ainda apresentar-se mais definido!
O processo deverá ser iniciado sete dias antes da competição. No primeiro dia deve-se diminuir 2/3 dos carboidratos da dieta habitual e aumentar de 20 a 30% a ingestão de proteínas por refeição. Nos dias 2 e 3¸ os carboidratos deverão ser totalmente retirados da dieta¸ enquanto se mantém o treinamento normal (com menor intensidade) e a realizar aerobiose e as séries de pose. O objetivo principal dessa fase é depletar os estoques de glicogênio e não consumir gorduras¸ que a essa altura já deverão estar em nível ótimo. Do quarto ao sexto dia deve-se retornar a ingestão de carboidratos gradualmente¸ enquanto se reduz a de proteínas. Muitos atletas fazem uso de insulina exógena nos dias em que a ingestão de carboidratos é elevada. As células já ocupadas por carboidratos¸ serão ainda mais “recheadas” pelos mesmos com a injeção de insulina. Porém advertimos que o uso indevido de insulina exógena pode levar a um quadro hipoglicêmico¸ à coma e até mesmo à morte. Realmente este é um risco que não vale a pena! A partir da meia-noite do dia anterior a competição¸ oferece-se somente proteínas¸ pois o atleta já deverá estar totalmente carboidratado nesse ponto¸ salvo um pouco de dextrose ou uma barra de
chocolate logo antes de subir ao palco.
Uma vez que são necessários sete dias para a realização da dieta e o tecido muscular retém elevado conteúdo de glicogênio muscular por pelo menos três dias¸ é importante não realizar esse“truque” mais do que duas vezes por mês¸ sob pena de não promover a sobrecarga no estoque de glicogênio muscular. Existem estudos relatando que homens respondem melhor a essa manobra do que mulheres¸ mas isto não está totalmente comprovado. Outro fator dentre os quais alguns atletas aparecem como bolhas assassinas em cima de um palco¸ é por administrarem esteróides com alto nível de androgenidade¸ os quais tendem a aromatizar se transformando em estrógenos¸ o que conduz a retenção hídrica. Esta é a principal razão pela qual na fase pre-contest¸ atletas que ainda insistem em utilizar drogas¸ passam a administrar esteróides de baixa androgenidade e também intensificam a utilização de bloqueadores de estrógenos tais como o tamoxifeno¸ clomifeno ou a mesterolona.
Após todas essas manipulações dietéticas e até mesmo farmacológicas em alguns casos¸ é
necessário que imediatamente após a apresentação o atleta inicie o processo de re-hidratação¸ retornando aos seus níveis normais de eletrólitos e hidratação celular. É fundamental que os líquidos ingeridos também contenham sódio e potássio. Uma ingestão excessiva de líquidos ausentes em sódio¸ considerando que este mineral estará em baixos níveis no organismo¸ poderá causar hiponatremia¸ que é uma baixa concentração de sódio no plasma sangüíneo¸ podendo também apresentar efeitos deletérios ao organismo. Uma forma simples e prática é realizar a rehidratação através de bebidas esportivas¸ que já contêm as quantidades adequadas destes micronutrientes.
Devemos deixar bem claro que tudo aquilo que foi exposto neste artigo são apenas alguns
exemplos de manipulações dietéticas e farmacológicas que são utilizadas comumente no culturismo profissional. Como já mencionado¸ o que pode funcionar para uns¸ pode não dar certo para outros¸ portanto¸ para maior exatidão na preparação para a competição¸ o atleta deverá sempre procurar os serviços de um personal trainer experiente e de um nutricionista esportivo¸ para que essas e outras manipulações sejam adequadas de acordo com suas características individuais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Lyons¸ T.P.¸ Riedesel¸ M.L.¸ Meuli¸ L.E.¸ Chick¸ T.W. (1990). Effects of glycerol-induced
hyperhydration prior to exercise in the heat on sweating and core temperature. Medicine and
Science in Sports and Exercise¸ 22¸ 477-483.
Noakes¸ T.D. (1993). Fluid replacement during exercise. Exercise Sport Science Review¸ 21¸ 297-
330.
Koenigsberg¸ P.S.¸ Martin¸ K.K.¸ Hlava¸ H.R.¸ Riedesel¸ M.L. (1995). Sustained hyperhydration with
glycerol ingestion. Life Sciences¸ 5¸ 645-653.
Gaw¸ A.; Cowan¸ R. A.; O’Reilly¸ D.S.J.; Stewart¸ M.J.; Shepherd¸ J. CLINICAL BIOCHEMISTRY:
An illustrated colour text. ed. Churchill Livingstone¸ 2ª ed.¸ 1999.
Kaplan¸ L.A.; Pesce¸ A.J. CLINICAL CHEMISTRY: Theory¸ analysis¸ correlation. Ed. Mosby¸ 3ª
ed.¸ 1996.
Baynes¸ Dominiczak. MEDICAL BIOCHEMISTRY. Ed. Mosby¸ 1ª ed.¸ 1999.
Sherman¸ W. M. et al: Effect of exercise-diet manipulation on muscle glycogen and its subsequent
utilization during performance. Journal of Sports Medicine.¸ 2:114¸ 1981
www.tjclarkco.com/nutrition_research.htm
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pablomariz recebeu reputação de mkalo em Retenção E Diurese De Cabo A Rabo
Muitas pessoas que treinam para eliminar gordura com o intuito de parecerem-se mais definidas¸ se preocupam principalmente em reduzir a gordura corporal através da dieta e exercícios. Porém¸ com freqüência¸ apesar de todo o esforço e dedicação¸ elas não obtêm o êxito desejado¸ muitas vezes pensando que devem eliminar mais gordura subcutânea¸ quando na verdade esta praticamente já se foi o suficiente. A questão nesses casos é que ainda resta uma indesejável retenção hídrica que não permite a própria pessoa e a mais ninguém¸ observar uma definição muscular mais expressiva. Esta também é uma das maiores preocupações de atletas de culturismo e fitness às vésperas de uma competição.
Como remover o líquido subcutâneo¸ mas também manter as células musculares devidamente hidratadas?
Os líquidos são armazenados basicamente em três diferentes compartimentos em nosso
organismo:
1. Sangue
2. Água dentro da célula (líquido intracelular)
3. Água fora da célula (líquido extracelular)
Os compartimentos acima mencionados tendem a distribuir a água entre si¸ ou seja¸ se você remover água de um compartimento¸ outro tenderá a doar sua água para aquele que perdeu para a manutenção do equilíbrio¸ também conhecido como homeostase¸ um processo necessário para a manutenção da vida.
Para melhor entendimento¸ daremos o exemplo prático de um indivíduo de 70kg. Se este estiver bem hidratado¸ terá em torno de 42 litros de água em seu organismo. Destes¸ 28 litros deverão estar contidos nos compartimentos intracelulares e os 14 litros restantes¸ nos compartimentos extracelulares¸ respeitando uma proporção de 2:1.
O princípio da remoção da água extracelular também conhecida como subcutânea¸ inicia-se através da remoção do líquido sangüíneo e confiar no processo em que outros compartimentos doarão sua água ao sangue para manter o equilíbrio; resultando com isso em menor quantidade de água nos outros compartimentos. Se você remove água do sangue¸ seja lá qual for o meio¸ o primeiro compartimento a doar água é o extracelular¸ o que parece ideal. Entretanto¸ como existe um equilíbrio entre todos os compartimentos¸ é lógico que se removermos muita água do sangue¸isto exigirá que muito líquido subcutâneo seja doado¸ inclusive o intracelular. A última situação não é desejável¸ já que mais de 70% de nossos músculos são formados por água¸ e desidratação intracelular pode fazer com que a massa muscular murche como um balão que se fura. Isto é muito comum em nossas competições quando atletas mal informados adotam meios exagerados e muito arriscados para a perda de líquido subcutâneo.
A seguir¸ iremos comentar alguns pontos chaves para manipular a concentração hídrica nos diferentes compartimentos de nosso corpo. O equilíbrio de água em nosso organismo está diretamente ligado a distribuição de eletrólitos¸ o qual possui um equilíbrio muito sensível¸ sendo crucial para o correto funcionamento dos músculos incluindo o miocárdio. Esse é o principal motivo pelo qual os diuréticos são banidos dos esportes¸ inclusive das federações de culturismo. Ou seja¸ o objetivo é retirar a água de baixo da pele e não de dentro dos músculos. E esta não é uma tarefa fácil¸ não havendo uma fórmula para todo mundo¸ pois o que funciona bem para uma pessoa pode não funcionar da mesma forma para outra.
Drogas Diuréticas:
Existem vários tipos de diuréticos¸ cada qual agindo de maneira diferenciada¸ apesar de que todos eles agem sobre os rins.
Os diuréticos trabalham através da estimulação dos rins. Estes têm como função filtrar o sangue¸ eliminando assim os restos provenientes do processo metabólico. Os rins¸ também permitem ao corpo reabsorver substâncias bioquímicas vitais como sais minerais¸ aminoácidos e água. A unidade de secreção nos rins é denominada de néfron. Cada rim tem um milhão de néfrons. Os néfrons consistem basicamente de uma cápsula renal e um tubo renal. No tubo renal¸ água¸ eletrólitos tais como sódio e potássio¸ glicose e aminoácidos são absorvidos pelo sangue. A maior parte dos diuréticos funciona através do bloqueio da absorção de eletrólitos. Já que os eletrólitos¸ em certa concentração se atam à molécula de água¸ quando estes são eliminados do corpo¸ a água atada a estes também é eliminada.
A furosemida conhecida comercialmente como Lasix¸ é o mais poderoso e também mais perigoso diurético¸ sendo utilizada somente em pacientes que realmente necessitam da droga¸ e ainda¸ com rigoroso controle médico. Esse é um tipo de diurético que faz o organismo não só excretarágua¸ mas também minerais como o potássio¸ sódio e cloreto.
O Lasix pode promover um grande desequilíbrio eletrolítico no organismo¸ com quedas bruscas na concentração de eletrólitos¸ quedas vertiginosas da pressão arterial¸ câimbras¸ parada cardíaca e morte.
Já o Aldactone (espirolactone) enquadra-se em uma categoria de diuréticos que possui outra ação sobre os rins¸ podendo ocasionar uma elevação na concentração de potássio e queda na de sódio¸ já que este diurético poupa potássio. Ou seja¸ ao utilizar esta categoria de diurético não se deve em hipótese alguma administrar potássio extra¸ pois o excesso do mesmo pode ocasionar a morte por parada cardíaca. A ginecomastia¸ outro efeito colateral também conhecido entre culturistas¸ pode ser um problema para aqueles que utilizam muito freqüentemente esta droga¸ já que o espirolactone inibe a síntese de testosterona.
Um grande número de outros efeitos colaterais pode ocorrer com o uso de diuréticos¸ como tontura¸ dor de cabeça¸ palpitação e severa cãibra muscular. Devemos entender que o músculo possui um certo balanço eletrolítico¸ sendo que as células musculares dependem do balanço adequado de sódio e potássio. Quando uma pessoa toma diuréticos¸ este balanço pode ser severamente prejudicado¸ o que pode ocasionar cãibras musculares. Desde que o coração também é músculo¸ cãibras severas podem afetá-lo e então você terá que ir treinar musculação com Mohammed Benaziza no céu – foi escrito há algum tempo¸ pois desde então não se têm notícias de que nenhum infeliz tenha morrido deste mal¸ talvez em função de tantos alertas vindos por todos os lados. Para quem não o conhece¸ Mohammed foi culturista profissional¸ tendo falecido no grande prêmio da Holanda¸ poucas horas após tê-lo vencido. Causa mortis: Parada cardíaca causada por extrema desidratação seguida de restrição de líquidos e uso de diuréticos.
Para resolver o problema¸ certos atletas tomam quantias extras de potássio¸ mas por vezes esta"solução" pode agravar o problema¸ especialmente se o diurético já contém potássio.
É bom salientar que esses métodos também são utilizados por atletas de outros esportes nos quais as categorias dependem do peso corporal. Esses atletas confiam no alto poder destes diuréticos em propiciar rápida desidratação e conseqüente perda ponderal. Como normalmente a pesagem ocorre um dia ou mais antes da competição¸ esses atletas normalmente têm tempo de se re-hidratarem¸ acabando por competir com peso bem acima do atestado no dia da pesagem¸ mas esquecem-se muitas vezes¸ que a substância diurética pode ficar ativa durante horas¸ o que pode dificultar o controle da re-hidratação.
Mesmo sabendo que as drogas diuréticas são proibidas¸ é fato que muitos atletas insistem em utilizá-las¸ principalmente em competições nas quais não existe controle anti-doping. Entretanto¸ outras substâncias menos agressivas vêm sendo utilizadas pelos seus efeitos diuréticos¸ tais como o glicerol e o manitol. Também podemos nos deparar com a utilização da vitamina C¸ cafeína¸ da ingestão supra-fisiológica de proteínas¸ da própria água como diurético e da supercompensação de carboidratos.
Para entender como o manitol¸ glicerol¸ dieta altamente protéica¸ cafeína¸ a vitamina C e a
supercompensação de carboidratos funcionam¸ devemos entender primeiro o que é osmose. Osmose é um duplo fenômeno da endosmose e da exosmose¸ que nada mais é do que a difusão de uma substância através de membranas.
Se tivermos um recipiente dividido por uma membrana semi-permeável pela qual só a água ultrapasse¸ o mesmo só com este elemento ficará no mesmo nível. Porém¸ se adicionarmos em só um lado do recipiente dividido pela membrana¸ uma substância que atraia água¸ ocorrerá um movimento para o lado onde estiver a substância osmótica¸ como por exemplo¸ o lado no qual aágua foi adicionada de glicerol ou manitol.
Como podemos observar¸ algumas substâncias podem atrair água¸ agora imaginem uma
substância que não apenas atraia água¸ mas que também seja eliminada pela urina. Podemos então administrar esta substância que não apenas será eliminada do corpo¸ mas removerá água com ela.
Glicerol e manitol:
O glicerol é uma molécula com três carbonos similar ao álcool¸ sendo a porção hidrossolúvel da molécula lipídica. O glicerol existe naturalmente em nosso corpo estando presente nas gorduras e também nos fluidos corporais em forma livre. Quando o glicerol exógeno é administrado¸ promove aumento na concentração de fluídos no sangue e demais tecidos. A concentração de fluídos é mantida no corpo de forma que a água administrada com o glicerol não é eliminada até o glicerol ser removido dos rins ou quebrado pelo organismo. Ambas as substâncias elevam a osmolalidade do plasma sanguíneo e produzem um aumento do fluxo de água a partir dos tecidos¸ inclusive do encéfalo; por isto o manitol é clinicamente utilizado para reduzir edema cerebral.
Em esportes de longa duração¸ especialmente em climas quentes e úmidos¸ é bem vinda qualquer estratégia para manter o corpo hiper-hidratado por um período mais prolongado¸ de forma que o glicerol vem sendo utilizado para melhorar a performance desses atletas. Mas para nós do culturismo¸ a intenção é mesmo reduzir os depósitos hídricos subcutâneos.
Vitamina C:
A vitamina C ou ácido ascórbico quando ingerido em grandes dosagens¸ atua da mesma forma¸ já que é uma vitamina hidrossolúvel. Apesar de ser praticamente consenso que a toxicidade de vitaminas hidrossolúveis é rara¸ existem relatos de que doses de vitamina C acima do recomendado têm sido implicadas na formação de cálculos de urato¸ oxalato ou cistina (cálculos renais). Também tem sido descrito que aqueles indivíduos com ingestão maciça de vitamina C¸ tornam-se dependentes de dosagens supra-fisiológicas dessa vitamina com o cessar do uso de suplementos. Esse efeito rebote parece ser devido às altas doses condicionarem o metabolismo acelerado e a excreção de vitamina C¸ de modo que¸ mesmo mantendo a ingestão de quantidades normais dessa vitamina após a suspensão da suplementação¸ os indivíduos continuam tendo o risco de desenvolver sintomas de deficiência desta vitamina¸ tais como secura de boca e olhos¸ gengivas inflamadas¸ amolecimento de dentes¸ queda de cabelo¸ pele seca e dores musculares. Portanto¸ aconselha-se que a suplementação vitamínica seja diminuída gradativamente.
Cafeína:
A cafeína é uma substância pertencente ao grupo das metilxantinas¸ e dentre seus efeitos¸ tem sido apontada como uma substância que induz efeito diurético. Este efeito tem sido atribuído ao aumento nos níveis circulantes de catecolaminas¸ tais como adrenalina e noradrenalina. Vale ressaltar que o efeito diurético da cafeína depende da dosagem ingerida. Acredita-se que essa substância tenha sido descoberta pelo homem na era paleolítica e atualmente pode ser encontrada em vários alimentos populares¸ tais como café¸ chá preto¸ refrigerantes tipo cola e chocolates.
Dieta Hiper-protéica:
Quanto às proteínas¸ énecessário uma ingestão supra-fisiológica das mesmas. O excesso de proteínas não pode ser metabolizado facilmente como o excesso de carboidratos e gorduras que acabam por se armazenar de uma forma mais simples em tecido adiposo. As proteínas subdivididas em aminoácidos são compostas por moléculas de carbono¸ hidrogênio¸ oxigênio e nitrogênio. Em seu processo de degradação¸ quando existe um excesso de aminoácidos¸ as moléculas de nitrogênio separam-se das demais moléculas. As partes de carbono serão dirigidas para a oxidação¸ geralmente como intermediários do ciclo de Krebs¸ e as partes de nitrogênio formarão amônia¸ que é uma substância altamente tóxica para o organismo. A amônia será biotransformada no fígado a uréia¸ um composto menos tóxico que pode ser levado pela corrente sangüínea aos rins¸ onde será filtrada e eliminada¸ sendo que para isto precisa “carregar” água com ela¸ ou seja¸ atua como diurético.
Restrição de sal:
O sódio é o mineral predominante no meio extracelular. Um grama de cloreto de sódio (sal de cozinha) contém quatrocentos miligramas de sódio. Quando eliminamos o sal da dieta¸ inicialmente podemos perder peso com a eliminação hídrica¸ mas se a restrição de sódio se prolongar¸ poderá ocasionar como efeito rebote um pico na liberação de aldosterona¸ que é um hormônio secretado pela glândula adrenal que ajuda o corpo a manter o equilíbrio eletrolítico preservando sódio dentro da célula. Por este motivo é que há muito se foi a época em que se oferecia água destilada e cortava-se o sal a zero nas vésperas de uma competição! Níveis excessivos de aldosterona acabam criando retenção hídrica¸ um efeito justamente contrário do que se espera¸ mas também pode indicar gravidez ou algumas síndromes raras. Já níveis muito baixos¸ podem indicar excesso de sal na dieta. Ou seja¸ se mantermos uma administração constante¸ mas controlada de sódio¸ esse hormônio não será acionado demasiadamente.
Somado a este fato¸ podemos observar atletas que restringem sódio por um longo período. Ás vezes¸ estes camaradas ingerem sódio logo antes de uma competição por estarem passando mal ou mesmo por descuido e repentinamente retêm muita água e sobem no palco como verdadeiras bolhas infladas sem saber o por quê.
O equilíbrio do sal tem tudo a ver com os minerais potássio e magnésio. Alimentos naturalmente cozidos¸ verduras¸ frutas e grãos¸ já contêm a proporção correta destes minerais; ou alguém está pensando que o homem primitivo tinha ao seu dispor sal de cozinha em saleiras de prata? O correto equilíbrio entre potássio e sódio fica em torno de 200:1¸ ou seja¸ o potássio deve estar em maior concentração do que o sódio. O potássio é antagonista do sódio¸ direcionando-o para fora da célula¸ reduzindo a retenção hídrica e a elevação da pressão arterial. Dentre os alimentos fonte de potássio¸ podemos citar as bananas¸ os melões¸ as batatas¸ as laranjas¸ os feijões e vegetais de coloração verde-escura. Quanto ao magnésio¸ podemos citar os legumes¸ feijões e vegetais de coloração verde-escura.
Alguns atletas como técnica adicional administram sódio na preparação pre-contest da seguinte forma: Se a competição é no sábado (dia D)¸ no domingo anterior administram-se alimentos que contenham sódio naturalmente¸ tais como atum enlatado¸ claras de ovos e ainda¸ adicionam sal extra na comida. Na quinta-feira (dia D – 2)¸ o sal é retirado completamente da dieta. Neste caso o organismo para manter o equilíbrio homeostático continuará a eliminar o sódio¸ e com ele água atada ao mesmo. Quando o sódio é eliminado¸ o organismo leva entre dois a dois dias e meio para reconhecer um desequilíbrio e começar a liberar o hormônio aldosterona em maiores quantidades.
Água:
Já com relação à própria ingestão de água¸ partimos do simples princípio de que quanto maiságua é ingerida¸ mais é eliminada. Muitos atletas ainda pensam que na semana anterior a competição deve-se restringir o consumo de líquidos. Porém¸ esta prática ocasiona um efeito rebote e acaba aumentando a retenção hídrica. Isto se deve novamente à manutenção da homeostase¸ pois se você restringe o organismo de líquidos¸ este para manter o equilíbrio tenta poupar os líquidos ainda restantes¸ diminuindo a eliminação. Agora¸ se a ingestão hídrica for aumentada alguns dias antes da competição e reduzida drasticamente um dia antes da apresentação¸ ocorrerá grande eliminação de líquido subcutâneo.
Neste caso é comum elevar progressivamente o consumo de água no seguinte esquema:
Dia D – 7: 6 litros de água extra
Dia D – 6: 7 litros de água extra
Dia D – 5: 8 litros de água extra
Dia D – 4: 8 litros de água extra
Dia D – 3: 8 litros de água extra
Dia D – 2: 6 litros de água extra
Dia D – 1: 5 litros de água extra
Dia D: eliminar totalmente a água 12 horas antes da apresentação
Supercompensação de carboidratos:
Essa é uma estratégia muito utilizada por atletas de esportes de longa duração visando uma melhora da performance. Porém¸ verificou-se que esse “truque” também poderia ser utilizado comêxito no culturismo¸ proporcionando maior volume muscular e definição ao atleta no momento do show.
Em condições normais o corpo humano armazena carboidratos na forma de glicogênio muscular e hepático. Quando é necessária uma geração maior de energia¸ como no exercício ou jejum prolongado¸ o glicogênio é “quebrado” em um processo denominado glicogenólise. Entretanto¸ pelo fantástico sistema de sobrevivência do organismo humano¸ o corpo tende a supercompensar a célula de glicogênio quando ocorre ameaça de falta deste nutriente. Quando privado de carboidratos¸ o organismo entra em estado de cetose. Quando em estado cetônico¸ este armazena duas vezes mais glicogênio que o convencional. Considerando ainda que cada grama de glicose armazenada na forma de glicogênio¸ carrega consigo aproximadamente 3 gramas deágua¸ esse “truque” tem como resultado maior massa muscular¸ vascularização e definição ao atleta¸ pois o glicogênio tende a remover grande parte do líquido extracelular subcutâneo para dentro da célula.
Em condições normais¸ a concentração do glicogênio muscular varia entre 1¸5 a 2¸0 gramas para cada 100 gramas de massa muscular. Depois de uma dieta de depleção de carboidratos¸ esta concentração pode cair para apenas 0¸6 gramas de glicogênio para cada 100 gramas de massa muscular. Ao re-introduzir os carboidratos na dieta¸ as células ávidas por glicogênio farão uma supercompensação¸ passando então a armazenar entre 3¸5 a 4¸0 gramas de glicogênio para cada 100 gramas de massa muscular. Um atleta nestas condições pode ganhar até 5 kg de músculos e ainda apresentar-se mais definido!
O processo deverá ser iniciado sete dias antes da competição. No primeiro dia deve-se diminuir 2/3 dos carboidratos da dieta habitual e aumentar de 20 a 30% a ingestão de proteínas por refeição. Nos dias 2 e 3¸ os carboidratos deverão ser totalmente retirados da dieta¸ enquanto se mantém o treinamento normal (com menor intensidade) e a realizar aerobiose e as séries de pose. O objetivo principal dessa fase é depletar os estoques de glicogênio e não consumir gorduras¸ que a essa altura já deverão estar em nível ótimo. Do quarto ao sexto dia deve-se retornar a ingestão de carboidratos gradualmente¸ enquanto se reduz a de proteínas. Muitos atletas fazem uso de insulina exógena nos dias em que a ingestão de carboidratos é elevada. As células já ocupadas por carboidratos¸ serão ainda mais “recheadas” pelos mesmos com a injeção de insulina. Porém advertimos que o uso indevido de insulina exógena pode levar a um quadro hipoglicêmico¸ à coma e até mesmo à morte. Realmente este é um risco que não vale a pena! A partir da meia-noite do dia anterior a competição¸ oferece-se somente proteínas¸ pois o atleta já deverá estar totalmente carboidratado nesse ponto¸ salvo um pouco de dextrose ou uma barra de
chocolate logo antes de subir ao palco.
Uma vez que são necessários sete dias para a realização da dieta e o tecido muscular retém elevado conteúdo de glicogênio muscular por pelo menos três dias¸ é importante não realizar esse“truque” mais do que duas vezes por mês¸ sob pena de não promover a sobrecarga no estoque de glicogênio muscular. Existem estudos relatando que homens respondem melhor a essa manobra do que mulheres¸ mas isto não está totalmente comprovado. Outro fator dentre os quais alguns atletas aparecem como bolhas assassinas em cima de um palco¸ é por administrarem esteróides com alto nível de androgenidade¸ os quais tendem a aromatizar se transformando em estrógenos¸ o que conduz a retenção hídrica. Esta é a principal razão pela qual na fase pre-contest¸ atletas que ainda insistem em utilizar drogas¸ passam a administrar esteróides de baixa androgenidade e também intensificam a utilização de bloqueadores de estrógenos tais como o tamoxifeno¸ clomifeno ou a mesterolona.
Após todas essas manipulações dietéticas e até mesmo farmacológicas em alguns casos¸ é
necessário que imediatamente após a apresentação o atleta inicie o processo de re-hidratação¸ retornando aos seus níveis normais de eletrólitos e hidratação celular. É fundamental que os líquidos ingeridos também contenham sódio e potássio. Uma ingestão excessiva de líquidos ausentes em sódio¸ considerando que este mineral estará em baixos níveis no organismo¸ poderá causar hiponatremia¸ que é uma baixa concentração de sódio no plasma sangüíneo¸ podendo também apresentar efeitos deletérios ao organismo. Uma forma simples e prática é realizar a rehidratação através de bebidas esportivas¸ que já contêm as quantidades adequadas destes micronutrientes.
Devemos deixar bem claro que tudo aquilo que foi exposto neste artigo são apenas alguns
exemplos de manipulações dietéticas e farmacológicas que são utilizadas comumente no culturismo profissional. Como já mencionado¸ o que pode funcionar para uns¸ pode não dar certo para outros¸ portanto¸ para maior exatidão na preparação para a competição¸ o atleta deverá sempre procurar os serviços de um personal trainer experiente e de um nutricionista esportivo¸ para que essas e outras manipulações sejam adequadas de acordo com suas características individuais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Lyons¸ T.P.¸ Riedesel¸ M.L.¸ Meuli¸ L.E.¸ Chick¸ T.W. (1990). Effects of glycerol-induced
hyperhydration prior to exercise in the heat on sweating and core temperature. Medicine and
Science in Sports and Exercise¸ 22¸ 477-483.
Noakes¸ T.D. (1993). Fluid replacement during exercise. Exercise Sport Science Review¸ 21¸ 297-
330.
Koenigsberg¸ P.S.¸ Martin¸ K.K.¸ Hlava¸ H.R.¸ Riedesel¸ M.L. (1995). Sustained hyperhydration with
glycerol ingestion. Life Sciences¸ 5¸ 645-653.
Gaw¸ A.; Cowan¸ R. A.; O’Reilly¸ D.S.J.; Stewart¸ M.J.; Shepherd¸ J. CLINICAL BIOCHEMISTRY:
An illustrated colour text. ed. Churchill Livingstone¸ 2ª ed.¸ 1999.
Kaplan¸ L.A.; Pesce¸ A.J. CLINICAL CHEMISTRY: Theory¸ analysis¸ correlation. Ed. Mosby¸ 3ª
ed.¸ 1996.
Baynes¸ Dominiczak. MEDICAL BIOCHEMISTRY. Ed. Mosby¸ 1ª ed.¸ 1999.
Sherman¸ W. M. et al: Effect of exercise-diet manipulation on muscle glycogen and its subsequent
utilization during performance. Journal of Sports Medicine.¸ 2:114¸ 1981
www.tjclarkco.com/nutrition_research.htm
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pablomariz recebeu reputação de Saintgraal em Retenção E Diurese De Cabo A Rabo
Muitas pessoas que treinam para eliminar gordura com o intuito de parecerem-se mais definidas¸ se preocupam principalmente em reduzir a gordura corporal através da dieta e exercícios. Porém¸ com freqüência¸ apesar de todo o esforço e dedicação¸ elas não obtêm o êxito desejado¸ muitas vezes pensando que devem eliminar mais gordura subcutânea¸ quando na verdade esta praticamente já se foi o suficiente. A questão nesses casos é que ainda resta uma indesejável retenção hídrica que não permite a própria pessoa e a mais ninguém¸ observar uma definição muscular mais expressiva. Esta também é uma das maiores preocupações de atletas de culturismo e fitness às vésperas de uma competição.
Como remover o líquido subcutâneo¸ mas também manter as células musculares devidamente hidratadas?
Os líquidos são armazenados basicamente em três diferentes compartimentos em nosso
organismo:
1. Sangue
2. Água dentro da célula (líquido intracelular)
3. Água fora da célula (líquido extracelular)
Os compartimentos acima mencionados tendem a distribuir a água entre si¸ ou seja¸ se você remover água de um compartimento¸ outro tenderá a doar sua água para aquele que perdeu para a manutenção do equilíbrio¸ também conhecido como homeostase¸ um processo necessário para a manutenção da vida.
Para melhor entendimento¸ daremos o exemplo prático de um indivíduo de 70kg. Se este estiver bem hidratado¸ terá em torno de 42 litros de água em seu organismo. Destes¸ 28 litros deverão estar contidos nos compartimentos intracelulares e os 14 litros restantes¸ nos compartimentos extracelulares¸ respeitando uma proporção de 2:1.
O princípio da remoção da água extracelular também conhecida como subcutânea¸ inicia-se através da remoção do líquido sangüíneo e confiar no processo em que outros compartimentos doarão sua água ao sangue para manter o equilíbrio; resultando com isso em menor quantidade de água nos outros compartimentos. Se você remove água do sangue¸ seja lá qual for o meio¸ o primeiro compartimento a doar água é o extracelular¸ o que parece ideal. Entretanto¸ como existe um equilíbrio entre todos os compartimentos¸ é lógico que se removermos muita água do sangue¸isto exigirá que muito líquido subcutâneo seja doado¸ inclusive o intracelular. A última situação não é desejável¸ já que mais de 70% de nossos músculos são formados por água¸ e desidratação intracelular pode fazer com que a massa muscular murche como um balão que se fura. Isto é muito comum em nossas competições quando atletas mal informados adotam meios exagerados e muito arriscados para a perda de líquido subcutâneo.
A seguir¸ iremos comentar alguns pontos chaves para manipular a concentração hídrica nos diferentes compartimentos de nosso corpo. O equilíbrio de água em nosso organismo está diretamente ligado a distribuição de eletrólitos¸ o qual possui um equilíbrio muito sensível¸ sendo crucial para o correto funcionamento dos músculos incluindo o miocárdio. Esse é o principal motivo pelo qual os diuréticos são banidos dos esportes¸ inclusive das federações de culturismo. Ou seja¸ o objetivo é retirar a água de baixo da pele e não de dentro dos músculos. E esta não é uma tarefa fácil¸ não havendo uma fórmula para todo mundo¸ pois o que funciona bem para uma pessoa pode não funcionar da mesma forma para outra.
Drogas Diuréticas:
Existem vários tipos de diuréticos¸ cada qual agindo de maneira diferenciada¸ apesar de que todos eles agem sobre os rins.
Os diuréticos trabalham através da estimulação dos rins. Estes têm como função filtrar o sangue¸ eliminando assim os restos provenientes do processo metabólico. Os rins¸ também permitem ao corpo reabsorver substâncias bioquímicas vitais como sais minerais¸ aminoácidos e água. A unidade de secreção nos rins é denominada de néfron. Cada rim tem um milhão de néfrons. Os néfrons consistem basicamente de uma cápsula renal e um tubo renal. No tubo renal¸ água¸ eletrólitos tais como sódio e potássio¸ glicose e aminoácidos são absorvidos pelo sangue. A maior parte dos diuréticos funciona através do bloqueio da absorção de eletrólitos. Já que os eletrólitos¸ em certa concentração se atam à molécula de água¸ quando estes são eliminados do corpo¸ a água atada a estes também é eliminada.
A furosemida conhecida comercialmente como Lasix¸ é o mais poderoso e também mais perigoso diurético¸ sendo utilizada somente em pacientes que realmente necessitam da droga¸ e ainda¸ com rigoroso controle médico. Esse é um tipo de diurético que faz o organismo não só excretarágua¸ mas também minerais como o potássio¸ sódio e cloreto.
O Lasix pode promover um grande desequilíbrio eletrolítico no organismo¸ com quedas bruscas na concentração de eletrólitos¸ quedas vertiginosas da pressão arterial¸ câimbras¸ parada cardíaca e morte.
Já o Aldactone (espirolactone) enquadra-se em uma categoria de diuréticos que possui outra ação sobre os rins¸ podendo ocasionar uma elevação na concentração de potássio e queda na de sódio¸ já que este diurético poupa potássio. Ou seja¸ ao utilizar esta categoria de diurético não se deve em hipótese alguma administrar potássio extra¸ pois o excesso do mesmo pode ocasionar a morte por parada cardíaca. A ginecomastia¸ outro efeito colateral também conhecido entre culturistas¸ pode ser um problema para aqueles que utilizam muito freqüentemente esta droga¸ já que o espirolactone inibe a síntese de testosterona.
Um grande número de outros efeitos colaterais pode ocorrer com o uso de diuréticos¸ como tontura¸ dor de cabeça¸ palpitação e severa cãibra muscular. Devemos entender que o músculo possui um certo balanço eletrolítico¸ sendo que as células musculares dependem do balanço adequado de sódio e potássio. Quando uma pessoa toma diuréticos¸ este balanço pode ser severamente prejudicado¸ o que pode ocasionar cãibras musculares. Desde que o coração também é músculo¸ cãibras severas podem afetá-lo e então você terá que ir treinar musculação com Mohammed Benaziza no céu – foi escrito há algum tempo¸ pois desde então não se têm notícias de que nenhum infeliz tenha morrido deste mal¸ talvez em função de tantos alertas vindos por todos os lados. Para quem não o conhece¸ Mohammed foi culturista profissional¸ tendo falecido no grande prêmio da Holanda¸ poucas horas após tê-lo vencido. Causa mortis: Parada cardíaca causada por extrema desidratação seguida de restrição de líquidos e uso de diuréticos.
Para resolver o problema¸ certos atletas tomam quantias extras de potássio¸ mas por vezes esta"solução" pode agravar o problema¸ especialmente se o diurético já contém potássio.
É bom salientar que esses métodos também são utilizados por atletas de outros esportes nos quais as categorias dependem do peso corporal. Esses atletas confiam no alto poder destes diuréticos em propiciar rápida desidratação e conseqüente perda ponderal. Como normalmente a pesagem ocorre um dia ou mais antes da competição¸ esses atletas normalmente têm tempo de se re-hidratarem¸ acabando por competir com peso bem acima do atestado no dia da pesagem¸ mas esquecem-se muitas vezes¸ que a substância diurética pode ficar ativa durante horas¸ o que pode dificultar o controle da re-hidratação.
Mesmo sabendo que as drogas diuréticas são proibidas¸ é fato que muitos atletas insistem em utilizá-las¸ principalmente em competições nas quais não existe controle anti-doping. Entretanto¸ outras substâncias menos agressivas vêm sendo utilizadas pelos seus efeitos diuréticos¸ tais como o glicerol e o manitol. Também podemos nos deparar com a utilização da vitamina C¸ cafeína¸ da ingestão supra-fisiológica de proteínas¸ da própria água como diurético e da supercompensação de carboidratos.
Para entender como o manitol¸ glicerol¸ dieta altamente protéica¸ cafeína¸ a vitamina C e a
supercompensação de carboidratos funcionam¸ devemos entender primeiro o que é osmose. Osmose é um duplo fenômeno da endosmose e da exosmose¸ que nada mais é do que a difusão de uma substância através de membranas.
Se tivermos um recipiente dividido por uma membrana semi-permeável pela qual só a água ultrapasse¸ o mesmo só com este elemento ficará no mesmo nível. Porém¸ se adicionarmos em só um lado do recipiente dividido pela membrana¸ uma substância que atraia água¸ ocorrerá um movimento para o lado onde estiver a substância osmótica¸ como por exemplo¸ o lado no qual aágua foi adicionada de glicerol ou manitol.
Como podemos observar¸ algumas substâncias podem atrair água¸ agora imaginem uma
substância que não apenas atraia água¸ mas que também seja eliminada pela urina. Podemos então administrar esta substância que não apenas será eliminada do corpo¸ mas removerá água com ela.
Glicerol e manitol:
O glicerol é uma molécula com três carbonos similar ao álcool¸ sendo a porção hidrossolúvel da molécula lipídica. O glicerol existe naturalmente em nosso corpo estando presente nas gorduras e também nos fluidos corporais em forma livre. Quando o glicerol exógeno é administrado¸ promove aumento na concentração de fluídos no sangue e demais tecidos. A concentração de fluídos é mantida no corpo de forma que a água administrada com o glicerol não é eliminada até o glicerol ser removido dos rins ou quebrado pelo organismo. Ambas as substâncias elevam a osmolalidade do plasma sanguíneo e produzem um aumento do fluxo de água a partir dos tecidos¸ inclusive do encéfalo; por isto o manitol é clinicamente utilizado para reduzir edema cerebral.
Em esportes de longa duração¸ especialmente em climas quentes e úmidos¸ é bem vinda qualquer estratégia para manter o corpo hiper-hidratado por um período mais prolongado¸ de forma que o glicerol vem sendo utilizado para melhorar a performance desses atletas. Mas para nós do culturismo¸ a intenção é mesmo reduzir os depósitos hídricos subcutâneos.
Vitamina C:
A vitamina C ou ácido ascórbico quando ingerido em grandes dosagens¸ atua da mesma forma¸ já que é uma vitamina hidrossolúvel. Apesar de ser praticamente consenso que a toxicidade de vitaminas hidrossolúveis é rara¸ existem relatos de que doses de vitamina C acima do recomendado têm sido implicadas na formação de cálculos de urato¸ oxalato ou cistina (cálculos renais). Também tem sido descrito que aqueles indivíduos com ingestão maciça de vitamina C¸ tornam-se dependentes de dosagens supra-fisiológicas dessa vitamina com o cessar do uso de suplementos. Esse efeito rebote parece ser devido às altas doses condicionarem o metabolismo acelerado e a excreção de vitamina C¸ de modo que¸ mesmo mantendo a ingestão de quantidades normais dessa vitamina após a suspensão da suplementação¸ os indivíduos continuam tendo o risco de desenvolver sintomas de deficiência desta vitamina¸ tais como secura de boca e olhos¸ gengivas inflamadas¸ amolecimento de dentes¸ queda de cabelo¸ pele seca e dores musculares. Portanto¸ aconselha-se que a suplementação vitamínica seja diminuída gradativamente.
Cafeína:
A cafeína é uma substância pertencente ao grupo das metilxantinas¸ e dentre seus efeitos¸ tem sido apontada como uma substância que induz efeito diurético. Este efeito tem sido atribuído ao aumento nos níveis circulantes de catecolaminas¸ tais como adrenalina e noradrenalina. Vale ressaltar que o efeito diurético da cafeína depende da dosagem ingerida. Acredita-se que essa substância tenha sido descoberta pelo homem na era paleolítica e atualmente pode ser encontrada em vários alimentos populares¸ tais como café¸ chá preto¸ refrigerantes tipo cola e chocolates.
Dieta Hiper-protéica:
Quanto às proteínas¸ énecessário uma ingestão supra-fisiológica das mesmas. O excesso de proteínas não pode ser metabolizado facilmente como o excesso de carboidratos e gorduras que acabam por se armazenar de uma forma mais simples em tecido adiposo. As proteínas subdivididas em aminoácidos são compostas por moléculas de carbono¸ hidrogênio¸ oxigênio e nitrogênio. Em seu processo de degradação¸ quando existe um excesso de aminoácidos¸ as moléculas de nitrogênio separam-se das demais moléculas. As partes de carbono serão dirigidas para a oxidação¸ geralmente como intermediários do ciclo de Krebs¸ e as partes de nitrogênio formarão amônia¸ que é uma substância altamente tóxica para o organismo. A amônia será biotransformada no fígado a uréia¸ um composto menos tóxico que pode ser levado pela corrente sangüínea aos rins¸ onde será filtrada e eliminada¸ sendo que para isto precisa “carregar” água com ela¸ ou seja¸ atua como diurético.
Restrição de sal:
O sódio é o mineral predominante no meio extracelular. Um grama de cloreto de sódio (sal de cozinha) contém quatrocentos miligramas de sódio. Quando eliminamos o sal da dieta¸ inicialmente podemos perder peso com a eliminação hídrica¸ mas se a restrição de sódio se prolongar¸ poderá ocasionar como efeito rebote um pico na liberação de aldosterona¸ que é um hormônio secretado pela glândula adrenal que ajuda o corpo a manter o equilíbrio eletrolítico preservando sódio dentro da célula. Por este motivo é que há muito se foi a época em que se oferecia água destilada e cortava-se o sal a zero nas vésperas de uma competição! Níveis excessivos de aldosterona acabam criando retenção hídrica¸ um efeito justamente contrário do que se espera¸ mas também pode indicar gravidez ou algumas síndromes raras. Já níveis muito baixos¸ podem indicar excesso de sal na dieta. Ou seja¸ se mantermos uma administração constante¸ mas controlada de sódio¸ esse hormônio não será acionado demasiadamente.
Somado a este fato¸ podemos observar atletas que restringem sódio por um longo período. Ás vezes¸ estes camaradas ingerem sódio logo antes de uma competição por estarem passando mal ou mesmo por descuido e repentinamente retêm muita água e sobem no palco como verdadeiras bolhas infladas sem saber o por quê.
O equilíbrio do sal tem tudo a ver com os minerais potássio e magnésio. Alimentos naturalmente cozidos¸ verduras¸ frutas e grãos¸ já contêm a proporção correta destes minerais; ou alguém está pensando que o homem primitivo tinha ao seu dispor sal de cozinha em saleiras de prata? O correto equilíbrio entre potássio e sódio fica em torno de 200:1¸ ou seja¸ o potássio deve estar em maior concentração do que o sódio. O potássio é antagonista do sódio¸ direcionando-o para fora da célula¸ reduzindo a retenção hídrica e a elevação da pressão arterial. Dentre os alimentos fonte de potássio¸ podemos citar as bananas¸ os melões¸ as batatas¸ as laranjas¸ os feijões e vegetais de coloração verde-escura. Quanto ao magnésio¸ podemos citar os legumes¸ feijões e vegetais de coloração verde-escura.
Alguns atletas como técnica adicional administram sódio na preparação pre-contest da seguinte forma: Se a competição é no sábado (dia D)¸ no domingo anterior administram-se alimentos que contenham sódio naturalmente¸ tais como atum enlatado¸ claras de ovos e ainda¸ adicionam sal extra na comida. Na quinta-feira (dia D – 2)¸ o sal é retirado completamente da dieta. Neste caso o organismo para manter o equilíbrio homeostático continuará a eliminar o sódio¸ e com ele água atada ao mesmo. Quando o sódio é eliminado¸ o organismo leva entre dois a dois dias e meio para reconhecer um desequilíbrio e começar a liberar o hormônio aldosterona em maiores quantidades.
Água:
Já com relação à própria ingestão de água¸ partimos do simples princípio de que quanto maiságua é ingerida¸ mais é eliminada. Muitos atletas ainda pensam que na semana anterior a competição deve-se restringir o consumo de líquidos. Porém¸ esta prática ocasiona um efeito rebote e acaba aumentando a retenção hídrica. Isto se deve novamente à manutenção da homeostase¸ pois se você restringe o organismo de líquidos¸ este para manter o equilíbrio tenta poupar os líquidos ainda restantes¸ diminuindo a eliminação. Agora¸ se a ingestão hídrica for aumentada alguns dias antes da competição e reduzida drasticamente um dia antes da apresentação¸ ocorrerá grande eliminação de líquido subcutâneo.
Neste caso é comum elevar progressivamente o consumo de água no seguinte esquema:
Dia D – 7: 6 litros de água extra
Dia D – 6: 7 litros de água extra
Dia D – 5: 8 litros de água extra
Dia D – 4: 8 litros de água extra
Dia D – 3: 8 litros de água extra
Dia D – 2: 6 litros de água extra
Dia D – 1: 5 litros de água extra
Dia D: eliminar totalmente a água 12 horas antes da apresentação
Supercompensação de carboidratos:
Essa é uma estratégia muito utilizada por atletas de esportes de longa duração visando uma melhora da performance. Porém¸ verificou-se que esse “truque” também poderia ser utilizado comêxito no culturismo¸ proporcionando maior volume muscular e definição ao atleta no momento do show.
Em condições normais o corpo humano armazena carboidratos na forma de glicogênio muscular e hepático. Quando é necessária uma geração maior de energia¸ como no exercício ou jejum prolongado¸ o glicogênio é “quebrado” em um processo denominado glicogenólise. Entretanto¸ pelo fantástico sistema de sobrevivência do organismo humano¸ o corpo tende a supercompensar a célula de glicogênio quando ocorre ameaça de falta deste nutriente. Quando privado de carboidratos¸ o organismo entra em estado de cetose. Quando em estado cetônico¸ este armazena duas vezes mais glicogênio que o convencional. Considerando ainda que cada grama de glicose armazenada na forma de glicogênio¸ carrega consigo aproximadamente 3 gramas deágua¸ esse “truque” tem como resultado maior massa muscular¸ vascularização e definição ao atleta¸ pois o glicogênio tende a remover grande parte do líquido extracelular subcutâneo para dentro da célula.
Em condições normais¸ a concentração do glicogênio muscular varia entre 1¸5 a 2¸0 gramas para cada 100 gramas de massa muscular. Depois de uma dieta de depleção de carboidratos¸ esta concentração pode cair para apenas 0¸6 gramas de glicogênio para cada 100 gramas de massa muscular. Ao re-introduzir os carboidratos na dieta¸ as células ávidas por glicogênio farão uma supercompensação¸ passando então a armazenar entre 3¸5 a 4¸0 gramas de glicogênio para cada 100 gramas de massa muscular. Um atleta nestas condições pode ganhar até 5 kg de músculos e ainda apresentar-se mais definido!
O processo deverá ser iniciado sete dias antes da competição. No primeiro dia deve-se diminuir 2/3 dos carboidratos da dieta habitual e aumentar de 20 a 30% a ingestão de proteínas por refeição. Nos dias 2 e 3¸ os carboidratos deverão ser totalmente retirados da dieta¸ enquanto se mantém o treinamento normal (com menor intensidade) e a realizar aerobiose e as séries de pose. O objetivo principal dessa fase é depletar os estoques de glicogênio e não consumir gorduras¸ que a essa altura já deverão estar em nível ótimo. Do quarto ao sexto dia deve-se retornar a ingestão de carboidratos gradualmente¸ enquanto se reduz a de proteínas. Muitos atletas fazem uso de insulina exógena nos dias em que a ingestão de carboidratos é elevada. As células já ocupadas por carboidratos¸ serão ainda mais “recheadas” pelos mesmos com a injeção de insulina. Porém advertimos que o uso indevido de insulina exógena pode levar a um quadro hipoglicêmico¸ à coma e até mesmo à morte. Realmente este é um risco que não vale a pena! A partir da meia-noite do dia anterior a competição¸ oferece-se somente proteínas¸ pois o atleta já deverá estar totalmente carboidratado nesse ponto¸ salvo um pouco de dextrose ou uma barra de
chocolate logo antes de subir ao palco.
Uma vez que são necessários sete dias para a realização da dieta e o tecido muscular retém elevado conteúdo de glicogênio muscular por pelo menos três dias¸ é importante não realizar esse“truque” mais do que duas vezes por mês¸ sob pena de não promover a sobrecarga no estoque de glicogênio muscular. Existem estudos relatando que homens respondem melhor a essa manobra do que mulheres¸ mas isto não está totalmente comprovado. Outro fator dentre os quais alguns atletas aparecem como bolhas assassinas em cima de um palco¸ é por administrarem esteróides com alto nível de androgenidade¸ os quais tendem a aromatizar se transformando em estrógenos¸ o que conduz a retenção hídrica. Esta é a principal razão pela qual na fase pre-contest¸ atletas que ainda insistem em utilizar drogas¸ passam a administrar esteróides de baixa androgenidade e também intensificam a utilização de bloqueadores de estrógenos tais como o tamoxifeno¸ clomifeno ou a mesterolona.
Após todas essas manipulações dietéticas e até mesmo farmacológicas em alguns casos¸ é
necessário que imediatamente após a apresentação o atleta inicie o processo de re-hidratação¸ retornando aos seus níveis normais de eletrólitos e hidratação celular. É fundamental que os líquidos ingeridos também contenham sódio e potássio. Uma ingestão excessiva de líquidos ausentes em sódio¸ considerando que este mineral estará em baixos níveis no organismo¸ poderá causar hiponatremia¸ que é uma baixa concentração de sódio no plasma sangüíneo¸ podendo também apresentar efeitos deletérios ao organismo. Uma forma simples e prática é realizar a rehidratação através de bebidas esportivas¸ que já contêm as quantidades adequadas destes micronutrientes.
Devemos deixar bem claro que tudo aquilo que foi exposto neste artigo são apenas alguns
exemplos de manipulações dietéticas e farmacológicas que são utilizadas comumente no culturismo profissional. Como já mencionado¸ o que pode funcionar para uns¸ pode não dar certo para outros¸ portanto¸ para maior exatidão na preparação para a competição¸ o atleta deverá sempre procurar os serviços de um personal trainer experiente e de um nutricionista esportivo¸ para que essas e outras manipulações sejam adequadas de acordo com suas características individuais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Lyons¸ T.P.¸ Riedesel¸ M.L.¸ Meuli¸ L.E.¸ Chick¸ T.W. (1990). Effects of glycerol-induced
hyperhydration prior to exercise in the heat on sweating and core temperature. Medicine and
Science in Sports and Exercise¸ 22¸ 477-483.
Noakes¸ T.D. (1993). Fluid replacement during exercise. Exercise Sport Science Review¸ 21¸ 297-
330.
Koenigsberg¸ P.S.¸ Martin¸ K.K.¸ Hlava¸ H.R.¸ Riedesel¸ M.L. (1995). Sustained hyperhydration with
glycerol ingestion. Life Sciences¸ 5¸ 645-653.
Gaw¸ A.; Cowan¸ R. A.; O’Reilly¸ D.S.J.; Stewart¸ M.J.; Shepherd¸ J. CLINICAL BIOCHEMISTRY:
An illustrated colour text. ed. Churchill Livingstone¸ 2ª ed.¸ 1999.
Kaplan¸ L.A.; Pesce¸ A.J. CLINICAL CHEMISTRY: Theory¸ analysis¸ correlation. Ed. Mosby¸ 3ª
ed.¸ 1996.
Baynes¸ Dominiczak. MEDICAL BIOCHEMISTRY. Ed. Mosby¸ 1ª ed.¸ 1999.
Sherman¸ W. M. et al: Effect of exercise-diet manipulation on muscle glycogen and its subsequent
utilization during performance. Journal of Sports Medicine.¸ 2:114¸ 1981
www.tjclarkco.com/nutrition_research.htm
-
pablomariz recebeu reputação de Pablo79 em Retenção E Diurese De Cabo A Rabo
Muitas pessoas que treinam para eliminar gordura com o intuito de parecerem-se mais definidas¸ se preocupam principalmente em reduzir a gordura corporal através da dieta e exercícios. Porém¸ com freqüência¸ apesar de todo o esforço e dedicação¸ elas não obtêm o êxito desejado¸ muitas vezes pensando que devem eliminar mais gordura subcutânea¸ quando na verdade esta praticamente já se foi o suficiente. A questão nesses casos é que ainda resta uma indesejável retenção hídrica que não permite a própria pessoa e a mais ninguém¸ observar uma definição muscular mais expressiva. Esta também é uma das maiores preocupações de atletas de culturismo e fitness às vésperas de uma competição.
Como remover o líquido subcutâneo¸ mas também manter as células musculares devidamente hidratadas?
Os líquidos são armazenados basicamente em três diferentes compartimentos em nosso
organismo:
1. Sangue
2. Água dentro da célula (líquido intracelular)
3. Água fora da célula (líquido extracelular)
Os compartimentos acima mencionados tendem a distribuir a água entre si¸ ou seja¸ se você remover água de um compartimento¸ outro tenderá a doar sua água para aquele que perdeu para a manutenção do equilíbrio¸ também conhecido como homeostase¸ um processo necessário para a manutenção da vida.
Para melhor entendimento¸ daremos o exemplo prático de um indivíduo de 70kg. Se este estiver bem hidratado¸ terá em torno de 42 litros de água em seu organismo. Destes¸ 28 litros deverão estar contidos nos compartimentos intracelulares e os 14 litros restantes¸ nos compartimentos extracelulares¸ respeitando uma proporção de 2:1.
O princípio da remoção da água extracelular também conhecida como subcutânea¸ inicia-se através da remoção do líquido sangüíneo e confiar no processo em que outros compartimentos doarão sua água ao sangue para manter o equilíbrio; resultando com isso em menor quantidade de água nos outros compartimentos. Se você remove água do sangue¸ seja lá qual for o meio¸ o primeiro compartimento a doar água é o extracelular¸ o que parece ideal. Entretanto¸ como existe um equilíbrio entre todos os compartimentos¸ é lógico que se removermos muita água do sangue¸isto exigirá que muito líquido subcutâneo seja doado¸ inclusive o intracelular. A última situação não é desejável¸ já que mais de 70% de nossos músculos são formados por água¸ e desidratação intracelular pode fazer com que a massa muscular murche como um balão que se fura. Isto é muito comum em nossas competições quando atletas mal informados adotam meios exagerados e muito arriscados para a perda de líquido subcutâneo.
A seguir¸ iremos comentar alguns pontos chaves para manipular a concentração hídrica nos diferentes compartimentos de nosso corpo. O equilíbrio de água em nosso organismo está diretamente ligado a distribuição de eletrólitos¸ o qual possui um equilíbrio muito sensível¸ sendo crucial para o correto funcionamento dos músculos incluindo o miocárdio. Esse é o principal motivo pelo qual os diuréticos são banidos dos esportes¸ inclusive das federações de culturismo. Ou seja¸ o objetivo é retirar a água de baixo da pele e não de dentro dos músculos. E esta não é uma tarefa fácil¸ não havendo uma fórmula para todo mundo¸ pois o que funciona bem para uma pessoa pode não funcionar da mesma forma para outra.
Drogas Diuréticas:
Existem vários tipos de diuréticos¸ cada qual agindo de maneira diferenciada¸ apesar de que todos eles agem sobre os rins.
Os diuréticos trabalham através da estimulação dos rins. Estes têm como função filtrar o sangue¸ eliminando assim os restos provenientes do processo metabólico. Os rins¸ também permitem ao corpo reabsorver substâncias bioquímicas vitais como sais minerais¸ aminoácidos e água. A unidade de secreção nos rins é denominada de néfron. Cada rim tem um milhão de néfrons. Os néfrons consistem basicamente de uma cápsula renal e um tubo renal. No tubo renal¸ água¸ eletrólitos tais como sódio e potássio¸ glicose e aminoácidos são absorvidos pelo sangue. A maior parte dos diuréticos funciona através do bloqueio da absorção de eletrólitos. Já que os eletrólitos¸ em certa concentração se atam à molécula de água¸ quando estes são eliminados do corpo¸ a água atada a estes também é eliminada.
A furosemida conhecida comercialmente como Lasix¸ é o mais poderoso e também mais perigoso diurético¸ sendo utilizada somente em pacientes que realmente necessitam da droga¸ e ainda¸ com rigoroso controle médico. Esse é um tipo de diurético que faz o organismo não só excretarágua¸ mas também minerais como o potássio¸ sódio e cloreto.
O Lasix pode promover um grande desequilíbrio eletrolítico no organismo¸ com quedas bruscas na concentração de eletrólitos¸ quedas vertiginosas da pressão arterial¸ câimbras¸ parada cardíaca e morte.
Já o Aldactone (espirolactone) enquadra-se em uma categoria de diuréticos que possui outra ação sobre os rins¸ podendo ocasionar uma elevação na concentração de potássio e queda na de sódio¸ já que este diurético poupa potássio. Ou seja¸ ao utilizar esta categoria de diurético não se deve em hipótese alguma administrar potássio extra¸ pois o excesso do mesmo pode ocasionar a morte por parada cardíaca. A ginecomastia¸ outro efeito colateral também conhecido entre culturistas¸ pode ser um problema para aqueles que utilizam muito freqüentemente esta droga¸ já que o espirolactone inibe a síntese de testosterona.
Um grande número de outros efeitos colaterais pode ocorrer com o uso de diuréticos¸ como tontura¸ dor de cabeça¸ palpitação e severa cãibra muscular. Devemos entender que o músculo possui um certo balanço eletrolítico¸ sendo que as células musculares dependem do balanço adequado de sódio e potássio. Quando uma pessoa toma diuréticos¸ este balanço pode ser severamente prejudicado¸ o que pode ocasionar cãibras musculares. Desde que o coração também é músculo¸ cãibras severas podem afetá-lo e então você terá que ir treinar musculação com Mohammed Benaziza no céu – foi escrito há algum tempo¸ pois desde então não se têm notícias de que nenhum infeliz tenha morrido deste mal¸ talvez em função de tantos alertas vindos por todos os lados. Para quem não o conhece¸ Mohammed foi culturista profissional¸ tendo falecido no grande prêmio da Holanda¸ poucas horas após tê-lo vencido. Causa mortis: Parada cardíaca causada por extrema desidratação seguida de restrição de líquidos e uso de diuréticos.
Para resolver o problema¸ certos atletas tomam quantias extras de potássio¸ mas por vezes esta"solução" pode agravar o problema¸ especialmente se o diurético já contém potássio.
É bom salientar que esses métodos também são utilizados por atletas de outros esportes nos quais as categorias dependem do peso corporal. Esses atletas confiam no alto poder destes diuréticos em propiciar rápida desidratação e conseqüente perda ponderal. Como normalmente a pesagem ocorre um dia ou mais antes da competição¸ esses atletas normalmente têm tempo de se re-hidratarem¸ acabando por competir com peso bem acima do atestado no dia da pesagem¸ mas esquecem-se muitas vezes¸ que a substância diurética pode ficar ativa durante horas¸ o que pode dificultar o controle da re-hidratação.
Mesmo sabendo que as drogas diuréticas são proibidas¸ é fato que muitos atletas insistem em utilizá-las¸ principalmente em competições nas quais não existe controle anti-doping. Entretanto¸ outras substâncias menos agressivas vêm sendo utilizadas pelos seus efeitos diuréticos¸ tais como o glicerol e o manitol. Também podemos nos deparar com a utilização da vitamina C¸ cafeína¸ da ingestão supra-fisiológica de proteínas¸ da própria água como diurético e da supercompensação de carboidratos.
Para entender como o manitol¸ glicerol¸ dieta altamente protéica¸ cafeína¸ a vitamina C e a
supercompensação de carboidratos funcionam¸ devemos entender primeiro o que é osmose. Osmose é um duplo fenômeno da endosmose e da exosmose¸ que nada mais é do que a difusão de uma substância através de membranas.
Se tivermos um recipiente dividido por uma membrana semi-permeável pela qual só a água ultrapasse¸ o mesmo só com este elemento ficará no mesmo nível. Porém¸ se adicionarmos em só um lado do recipiente dividido pela membrana¸ uma substância que atraia água¸ ocorrerá um movimento para o lado onde estiver a substância osmótica¸ como por exemplo¸ o lado no qual aágua foi adicionada de glicerol ou manitol.
Como podemos observar¸ algumas substâncias podem atrair água¸ agora imaginem uma
substância que não apenas atraia água¸ mas que também seja eliminada pela urina. Podemos então administrar esta substância que não apenas será eliminada do corpo¸ mas removerá água com ela.
Glicerol e manitol:
O glicerol é uma molécula com três carbonos similar ao álcool¸ sendo a porção hidrossolúvel da molécula lipídica. O glicerol existe naturalmente em nosso corpo estando presente nas gorduras e também nos fluidos corporais em forma livre. Quando o glicerol exógeno é administrado¸ promove aumento na concentração de fluídos no sangue e demais tecidos. A concentração de fluídos é mantida no corpo de forma que a água administrada com o glicerol não é eliminada até o glicerol ser removido dos rins ou quebrado pelo organismo. Ambas as substâncias elevam a osmolalidade do plasma sanguíneo e produzem um aumento do fluxo de água a partir dos tecidos¸ inclusive do encéfalo; por isto o manitol é clinicamente utilizado para reduzir edema cerebral.
Em esportes de longa duração¸ especialmente em climas quentes e úmidos¸ é bem vinda qualquer estratégia para manter o corpo hiper-hidratado por um período mais prolongado¸ de forma que o glicerol vem sendo utilizado para melhorar a performance desses atletas. Mas para nós do culturismo¸ a intenção é mesmo reduzir os depósitos hídricos subcutâneos.
Vitamina C:
A vitamina C ou ácido ascórbico quando ingerido em grandes dosagens¸ atua da mesma forma¸ já que é uma vitamina hidrossolúvel. Apesar de ser praticamente consenso que a toxicidade de vitaminas hidrossolúveis é rara¸ existem relatos de que doses de vitamina C acima do recomendado têm sido implicadas na formação de cálculos de urato¸ oxalato ou cistina (cálculos renais). Também tem sido descrito que aqueles indivíduos com ingestão maciça de vitamina C¸ tornam-se dependentes de dosagens supra-fisiológicas dessa vitamina com o cessar do uso de suplementos. Esse efeito rebote parece ser devido às altas doses condicionarem o metabolismo acelerado e a excreção de vitamina C¸ de modo que¸ mesmo mantendo a ingestão de quantidades normais dessa vitamina após a suspensão da suplementação¸ os indivíduos continuam tendo o risco de desenvolver sintomas de deficiência desta vitamina¸ tais como secura de boca e olhos¸ gengivas inflamadas¸ amolecimento de dentes¸ queda de cabelo¸ pele seca e dores musculares. Portanto¸ aconselha-se que a suplementação vitamínica seja diminuída gradativamente.
Cafeína:
A cafeína é uma substância pertencente ao grupo das metilxantinas¸ e dentre seus efeitos¸ tem sido apontada como uma substância que induz efeito diurético. Este efeito tem sido atribuído ao aumento nos níveis circulantes de catecolaminas¸ tais como adrenalina e noradrenalina. Vale ressaltar que o efeito diurético da cafeína depende da dosagem ingerida. Acredita-se que essa substância tenha sido descoberta pelo homem na era paleolítica e atualmente pode ser encontrada em vários alimentos populares¸ tais como café¸ chá preto¸ refrigerantes tipo cola e chocolates.
Dieta Hiper-protéica:
Quanto às proteínas¸ énecessário uma ingestão supra-fisiológica das mesmas. O excesso de proteínas não pode ser metabolizado facilmente como o excesso de carboidratos e gorduras que acabam por se armazenar de uma forma mais simples em tecido adiposo. As proteínas subdivididas em aminoácidos são compostas por moléculas de carbono¸ hidrogênio¸ oxigênio e nitrogênio. Em seu processo de degradação¸ quando existe um excesso de aminoácidos¸ as moléculas de nitrogênio separam-se das demais moléculas. As partes de carbono serão dirigidas para a oxidação¸ geralmente como intermediários do ciclo de Krebs¸ e as partes de nitrogênio formarão amônia¸ que é uma substância altamente tóxica para o organismo. A amônia será biotransformada no fígado a uréia¸ um composto menos tóxico que pode ser levado pela corrente sangüínea aos rins¸ onde será filtrada e eliminada¸ sendo que para isto precisa “carregar” água com ela¸ ou seja¸ atua como diurético.
Restrição de sal:
O sódio é o mineral predominante no meio extracelular. Um grama de cloreto de sódio (sal de cozinha) contém quatrocentos miligramas de sódio. Quando eliminamos o sal da dieta¸ inicialmente podemos perder peso com a eliminação hídrica¸ mas se a restrição de sódio se prolongar¸ poderá ocasionar como efeito rebote um pico na liberação de aldosterona¸ que é um hormônio secretado pela glândula adrenal que ajuda o corpo a manter o equilíbrio eletrolítico preservando sódio dentro da célula. Por este motivo é que há muito se foi a época em que se oferecia água destilada e cortava-se o sal a zero nas vésperas de uma competição! Níveis excessivos de aldosterona acabam criando retenção hídrica¸ um efeito justamente contrário do que se espera¸ mas também pode indicar gravidez ou algumas síndromes raras. Já níveis muito baixos¸ podem indicar excesso de sal na dieta. Ou seja¸ se mantermos uma administração constante¸ mas controlada de sódio¸ esse hormônio não será acionado demasiadamente.
Somado a este fato¸ podemos observar atletas que restringem sódio por um longo período. Ás vezes¸ estes camaradas ingerem sódio logo antes de uma competição por estarem passando mal ou mesmo por descuido e repentinamente retêm muita água e sobem no palco como verdadeiras bolhas infladas sem saber o por quê.
O equilíbrio do sal tem tudo a ver com os minerais potássio e magnésio. Alimentos naturalmente cozidos¸ verduras¸ frutas e grãos¸ já contêm a proporção correta destes minerais; ou alguém está pensando que o homem primitivo tinha ao seu dispor sal de cozinha em saleiras de prata? O correto equilíbrio entre potássio e sódio fica em torno de 200:1¸ ou seja¸ o potássio deve estar em maior concentração do que o sódio. O potássio é antagonista do sódio¸ direcionando-o para fora da célula¸ reduzindo a retenção hídrica e a elevação da pressão arterial. Dentre os alimentos fonte de potássio¸ podemos citar as bananas¸ os melões¸ as batatas¸ as laranjas¸ os feijões e vegetais de coloração verde-escura. Quanto ao magnésio¸ podemos citar os legumes¸ feijões e vegetais de coloração verde-escura.
Alguns atletas como técnica adicional administram sódio na preparação pre-contest da seguinte forma: Se a competição é no sábado (dia D)¸ no domingo anterior administram-se alimentos que contenham sódio naturalmente¸ tais como atum enlatado¸ claras de ovos e ainda¸ adicionam sal extra na comida. Na quinta-feira (dia D – 2)¸ o sal é retirado completamente da dieta. Neste caso o organismo para manter o equilíbrio homeostático continuará a eliminar o sódio¸ e com ele água atada ao mesmo. Quando o sódio é eliminado¸ o organismo leva entre dois a dois dias e meio para reconhecer um desequilíbrio e começar a liberar o hormônio aldosterona em maiores quantidades.
Água:
Já com relação à própria ingestão de água¸ partimos do simples princípio de que quanto maiságua é ingerida¸ mais é eliminada. Muitos atletas ainda pensam que na semana anterior a competição deve-se restringir o consumo de líquidos. Porém¸ esta prática ocasiona um efeito rebote e acaba aumentando a retenção hídrica. Isto se deve novamente à manutenção da homeostase¸ pois se você restringe o organismo de líquidos¸ este para manter o equilíbrio tenta poupar os líquidos ainda restantes¸ diminuindo a eliminação. Agora¸ se a ingestão hídrica for aumentada alguns dias antes da competição e reduzida drasticamente um dia antes da apresentação¸ ocorrerá grande eliminação de líquido subcutâneo.
Neste caso é comum elevar progressivamente o consumo de água no seguinte esquema:
Dia D – 7: 6 litros de água extra
Dia D – 6: 7 litros de água extra
Dia D – 5: 8 litros de água extra
Dia D – 4: 8 litros de água extra
Dia D – 3: 8 litros de água extra
Dia D – 2: 6 litros de água extra
Dia D – 1: 5 litros de água extra
Dia D: eliminar totalmente a água 12 horas antes da apresentação
Supercompensação de carboidratos:
Essa é uma estratégia muito utilizada por atletas de esportes de longa duração visando uma melhora da performance. Porém¸ verificou-se que esse “truque” também poderia ser utilizado comêxito no culturismo¸ proporcionando maior volume muscular e definição ao atleta no momento do show.
Em condições normais o corpo humano armazena carboidratos na forma de glicogênio muscular e hepático. Quando é necessária uma geração maior de energia¸ como no exercício ou jejum prolongado¸ o glicogênio é “quebrado” em um processo denominado glicogenólise. Entretanto¸ pelo fantástico sistema de sobrevivência do organismo humano¸ o corpo tende a supercompensar a célula de glicogênio quando ocorre ameaça de falta deste nutriente. Quando privado de carboidratos¸ o organismo entra em estado de cetose. Quando em estado cetônico¸ este armazena duas vezes mais glicogênio que o convencional. Considerando ainda que cada grama de glicose armazenada na forma de glicogênio¸ carrega consigo aproximadamente 3 gramas deágua¸ esse “truque” tem como resultado maior massa muscular¸ vascularização e definição ao atleta¸ pois o glicogênio tende a remover grande parte do líquido extracelular subcutâneo para dentro da célula.
Em condições normais¸ a concentração do glicogênio muscular varia entre 1¸5 a 2¸0 gramas para cada 100 gramas de massa muscular. Depois de uma dieta de depleção de carboidratos¸ esta concentração pode cair para apenas 0¸6 gramas de glicogênio para cada 100 gramas de massa muscular. Ao re-introduzir os carboidratos na dieta¸ as células ávidas por glicogênio farão uma supercompensação¸ passando então a armazenar entre 3¸5 a 4¸0 gramas de glicogênio para cada 100 gramas de massa muscular. Um atleta nestas condições pode ganhar até 5 kg de músculos e ainda apresentar-se mais definido!
O processo deverá ser iniciado sete dias antes da competição. No primeiro dia deve-se diminuir 2/3 dos carboidratos da dieta habitual e aumentar de 20 a 30% a ingestão de proteínas por refeição. Nos dias 2 e 3¸ os carboidratos deverão ser totalmente retirados da dieta¸ enquanto se mantém o treinamento normal (com menor intensidade) e a realizar aerobiose e as séries de pose. O objetivo principal dessa fase é depletar os estoques de glicogênio e não consumir gorduras¸ que a essa altura já deverão estar em nível ótimo. Do quarto ao sexto dia deve-se retornar a ingestão de carboidratos gradualmente¸ enquanto se reduz a de proteínas. Muitos atletas fazem uso de insulina exógena nos dias em que a ingestão de carboidratos é elevada. As células já ocupadas por carboidratos¸ serão ainda mais “recheadas” pelos mesmos com a injeção de insulina. Porém advertimos que o uso indevido de insulina exógena pode levar a um quadro hipoglicêmico¸ à coma e até mesmo à morte. Realmente este é um risco que não vale a pena! A partir da meia-noite do dia anterior a competição¸ oferece-se somente proteínas¸ pois o atleta já deverá estar totalmente carboidratado nesse ponto¸ salvo um pouco de dextrose ou uma barra de
chocolate logo antes de subir ao palco.
Uma vez que são necessários sete dias para a realização da dieta e o tecido muscular retém elevado conteúdo de glicogênio muscular por pelo menos três dias¸ é importante não realizar esse“truque” mais do que duas vezes por mês¸ sob pena de não promover a sobrecarga no estoque de glicogênio muscular. Existem estudos relatando que homens respondem melhor a essa manobra do que mulheres¸ mas isto não está totalmente comprovado. Outro fator dentre os quais alguns atletas aparecem como bolhas assassinas em cima de um palco¸ é por administrarem esteróides com alto nível de androgenidade¸ os quais tendem a aromatizar se transformando em estrógenos¸ o que conduz a retenção hídrica. Esta é a principal razão pela qual na fase pre-contest¸ atletas que ainda insistem em utilizar drogas¸ passam a administrar esteróides de baixa androgenidade e também intensificam a utilização de bloqueadores de estrógenos tais como o tamoxifeno¸ clomifeno ou a mesterolona.
Após todas essas manipulações dietéticas e até mesmo farmacológicas em alguns casos¸ é
necessário que imediatamente após a apresentação o atleta inicie o processo de re-hidratação¸ retornando aos seus níveis normais de eletrólitos e hidratação celular. É fundamental que os líquidos ingeridos também contenham sódio e potássio. Uma ingestão excessiva de líquidos ausentes em sódio¸ considerando que este mineral estará em baixos níveis no organismo¸ poderá causar hiponatremia¸ que é uma baixa concentração de sódio no plasma sangüíneo¸ podendo também apresentar efeitos deletérios ao organismo. Uma forma simples e prática é realizar a rehidratação através de bebidas esportivas¸ que já contêm as quantidades adequadas destes micronutrientes.
Devemos deixar bem claro que tudo aquilo que foi exposto neste artigo são apenas alguns
exemplos de manipulações dietéticas e farmacológicas que são utilizadas comumente no culturismo profissional. Como já mencionado¸ o que pode funcionar para uns¸ pode não dar certo para outros¸ portanto¸ para maior exatidão na preparação para a competição¸ o atleta deverá sempre procurar os serviços de um personal trainer experiente e de um nutricionista esportivo¸ para que essas e outras manipulações sejam adequadas de acordo com suas características individuais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Lyons¸ T.P.¸ Riedesel¸ M.L.¸ Meuli¸ L.E.¸ Chick¸ T.W. (1990). Effects of glycerol-induced
hyperhydration prior to exercise in the heat on sweating and core temperature. Medicine and
Science in Sports and Exercise¸ 22¸ 477-483.
Noakes¸ T.D. (1993). Fluid replacement during exercise. Exercise Sport Science Review¸ 21¸ 297-
330.
Koenigsberg¸ P.S.¸ Martin¸ K.K.¸ Hlava¸ H.R.¸ Riedesel¸ M.L. (1995). Sustained hyperhydration with
glycerol ingestion. Life Sciences¸ 5¸ 645-653.
Gaw¸ A.; Cowan¸ R. A.; O’Reilly¸ D.S.J.; Stewart¸ M.J.; Shepherd¸ J. CLINICAL BIOCHEMISTRY:
An illustrated colour text. ed. Churchill Livingstone¸ 2ª ed.¸ 1999.
Kaplan¸ L.A.; Pesce¸ A.J. CLINICAL CHEMISTRY: Theory¸ analysis¸ correlation. Ed. Mosby¸ 3ª
ed.¸ 1996.
Baynes¸ Dominiczak. MEDICAL BIOCHEMISTRY. Ed. Mosby¸ 1ª ed.¸ 1999.
Sherman¸ W. M. et al: Effect of exercise-diet manipulation on muscle glycogen and its subsequent
utilization during performance. Journal of Sports Medicine.¸ 2:114¸ 1981
www.tjclarkco.com/nutrition_research.htm
-
pablomariz recebeu reputação de Oh Forasteiro em Retenção E Diurese De Cabo A Rabo
Muitas pessoas que treinam para eliminar gordura com o intuito de parecerem-se mais definidas¸ se preocupam principalmente em reduzir a gordura corporal através da dieta e exercícios. Porém¸ com freqüência¸ apesar de todo o esforço e dedicação¸ elas não obtêm o êxito desejado¸ muitas vezes pensando que devem eliminar mais gordura subcutânea¸ quando na verdade esta praticamente já se foi o suficiente. A questão nesses casos é que ainda resta uma indesejável retenção hídrica que não permite a própria pessoa e a mais ninguém¸ observar uma definição muscular mais expressiva. Esta também é uma das maiores preocupações de atletas de culturismo e fitness às vésperas de uma competição.
Como remover o líquido subcutâneo¸ mas também manter as células musculares devidamente hidratadas?
Os líquidos são armazenados basicamente em três diferentes compartimentos em nosso
organismo:
1. Sangue
2. Água dentro da célula (líquido intracelular)
3. Água fora da célula (líquido extracelular)
Os compartimentos acima mencionados tendem a distribuir a água entre si¸ ou seja¸ se você remover água de um compartimento¸ outro tenderá a doar sua água para aquele que perdeu para a manutenção do equilíbrio¸ também conhecido como homeostase¸ um processo necessário para a manutenção da vida.
Para melhor entendimento¸ daremos o exemplo prático de um indivíduo de 70kg. Se este estiver bem hidratado¸ terá em torno de 42 litros de água em seu organismo. Destes¸ 28 litros deverão estar contidos nos compartimentos intracelulares e os 14 litros restantes¸ nos compartimentos extracelulares¸ respeitando uma proporção de 2:1.
O princípio da remoção da água extracelular também conhecida como subcutânea¸ inicia-se através da remoção do líquido sangüíneo e confiar no processo em que outros compartimentos doarão sua água ao sangue para manter o equilíbrio; resultando com isso em menor quantidade de água nos outros compartimentos. Se você remove água do sangue¸ seja lá qual for o meio¸ o primeiro compartimento a doar água é o extracelular¸ o que parece ideal. Entretanto¸ como existe um equilíbrio entre todos os compartimentos¸ é lógico que se removermos muita água do sangue¸isto exigirá que muito líquido subcutâneo seja doado¸ inclusive o intracelular. A última situação não é desejável¸ já que mais de 70% de nossos músculos são formados por água¸ e desidratação intracelular pode fazer com que a massa muscular murche como um balão que se fura. Isto é muito comum em nossas competições quando atletas mal informados adotam meios exagerados e muito arriscados para a perda de líquido subcutâneo.
A seguir¸ iremos comentar alguns pontos chaves para manipular a concentração hídrica nos diferentes compartimentos de nosso corpo. O equilíbrio de água em nosso organismo está diretamente ligado a distribuição de eletrólitos¸ o qual possui um equilíbrio muito sensível¸ sendo crucial para o correto funcionamento dos músculos incluindo o miocárdio. Esse é o principal motivo pelo qual os diuréticos são banidos dos esportes¸ inclusive das federações de culturismo. Ou seja¸ o objetivo é retirar a água de baixo da pele e não de dentro dos músculos. E esta não é uma tarefa fácil¸ não havendo uma fórmula para todo mundo¸ pois o que funciona bem para uma pessoa pode não funcionar da mesma forma para outra.
Drogas Diuréticas:
Existem vários tipos de diuréticos¸ cada qual agindo de maneira diferenciada¸ apesar de que todos eles agem sobre os rins.
Os diuréticos trabalham através da estimulação dos rins. Estes têm como função filtrar o sangue¸ eliminando assim os restos provenientes do processo metabólico. Os rins¸ também permitem ao corpo reabsorver substâncias bioquímicas vitais como sais minerais¸ aminoácidos e água. A unidade de secreção nos rins é denominada de néfron. Cada rim tem um milhão de néfrons. Os néfrons consistem basicamente de uma cápsula renal e um tubo renal. No tubo renal¸ água¸ eletrólitos tais como sódio e potássio¸ glicose e aminoácidos são absorvidos pelo sangue. A maior parte dos diuréticos funciona através do bloqueio da absorção de eletrólitos. Já que os eletrólitos¸ em certa concentração se atam à molécula de água¸ quando estes são eliminados do corpo¸ a água atada a estes também é eliminada.
A furosemida conhecida comercialmente como Lasix¸ é o mais poderoso e também mais perigoso diurético¸ sendo utilizada somente em pacientes que realmente necessitam da droga¸ e ainda¸ com rigoroso controle médico. Esse é um tipo de diurético que faz o organismo não só excretarágua¸ mas também minerais como o potássio¸ sódio e cloreto.
O Lasix pode promover um grande desequilíbrio eletrolítico no organismo¸ com quedas bruscas na concentração de eletrólitos¸ quedas vertiginosas da pressão arterial¸ câimbras¸ parada cardíaca e morte.
Já o Aldactone (espirolactone) enquadra-se em uma categoria de diuréticos que possui outra ação sobre os rins¸ podendo ocasionar uma elevação na concentração de potássio e queda na de sódio¸ já que este diurético poupa potássio. Ou seja¸ ao utilizar esta categoria de diurético não se deve em hipótese alguma administrar potássio extra¸ pois o excesso do mesmo pode ocasionar a morte por parada cardíaca. A ginecomastia¸ outro efeito colateral também conhecido entre culturistas¸ pode ser um problema para aqueles que utilizam muito freqüentemente esta droga¸ já que o espirolactone inibe a síntese de testosterona.
Um grande número de outros efeitos colaterais pode ocorrer com o uso de diuréticos¸ como tontura¸ dor de cabeça¸ palpitação e severa cãibra muscular. Devemos entender que o músculo possui um certo balanço eletrolítico¸ sendo que as células musculares dependem do balanço adequado de sódio e potássio. Quando uma pessoa toma diuréticos¸ este balanço pode ser severamente prejudicado¸ o que pode ocasionar cãibras musculares. Desde que o coração também é músculo¸ cãibras severas podem afetá-lo e então você terá que ir treinar musculação com Mohammed Benaziza no céu – foi escrito há algum tempo¸ pois desde então não se têm notícias de que nenhum infeliz tenha morrido deste mal¸ talvez em função de tantos alertas vindos por todos os lados. Para quem não o conhece¸ Mohammed foi culturista profissional¸ tendo falecido no grande prêmio da Holanda¸ poucas horas após tê-lo vencido. Causa mortis: Parada cardíaca causada por extrema desidratação seguida de restrição de líquidos e uso de diuréticos.
Para resolver o problema¸ certos atletas tomam quantias extras de potássio¸ mas por vezes esta"solução" pode agravar o problema¸ especialmente se o diurético já contém potássio.
É bom salientar que esses métodos também são utilizados por atletas de outros esportes nos quais as categorias dependem do peso corporal. Esses atletas confiam no alto poder destes diuréticos em propiciar rápida desidratação e conseqüente perda ponderal. Como normalmente a pesagem ocorre um dia ou mais antes da competição¸ esses atletas normalmente têm tempo de se re-hidratarem¸ acabando por competir com peso bem acima do atestado no dia da pesagem¸ mas esquecem-se muitas vezes¸ que a substância diurética pode ficar ativa durante horas¸ o que pode dificultar o controle da re-hidratação.
Mesmo sabendo que as drogas diuréticas são proibidas¸ é fato que muitos atletas insistem em utilizá-las¸ principalmente em competições nas quais não existe controle anti-doping. Entretanto¸ outras substâncias menos agressivas vêm sendo utilizadas pelos seus efeitos diuréticos¸ tais como o glicerol e o manitol. Também podemos nos deparar com a utilização da vitamina C¸ cafeína¸ da ingestão supra-fisiológica de proteínas¸ da própria água como diurético e da supercompensação de carboidratos.
Para entender como o manitol¸ glicerol¸ dieta altamente protéica¸ cafeína¸ a vitamina C e a
supercompensação de carboidratos funcionam¸ devemos entender primeiro o que é osmose. Osmose é um duplo fenômeno da endosmose e da exosmose¸ que nada mais é do que a difusão de uma substância através de membranas.
Se tivermos um recipiente dividido por uma membrana semi-permeável pela qual só a água ultrapasse¸ o mesmo só com este elemento ficará no mesmo nível. Porém¸ se adicionarmos em só um lado do recipiente dividido pela membrana¸ uma substância que atraia água¸ ocorrerá um movimento para o lado onde estiver a substância osmótica¸ como por exemplo¸ o lado no qual aágua foi adicionada de glicerol ou manitol.
Como podemos observar¸ algumas substâncias podem atrair água¸ agora imaginem uma
substância que não apenas atraia água¸ mas que também seja eliminada pela urina. Podemos então administrar esta substância que não apenas será eliminada do corpo¸ mas removerá água com ela.
Glicerol e manitol:
O glicerol é uma molécula com três carbonos similar ao álcool¸ sendo a porção hidrossolúvel da molécula lipídica. O glicerol existe naturalmente em nosso corpo estando presente nas gorduras e também nos fluidos corporais em forma livre. Quando o glicerol exógeno é administrado¸ promove aumento na concentração de fluídos no sangue e demais tecidos. A concentração de fluídos é mantida no corpo de forma que a água administrada com o glicerol não é eliminada até o glicerol ser removido dos rins ou quebrado pelo organismo. Ambas as substâncias elevam a osmolalidade do plasma sanguíneo e produzem um aumento do fluxo de água a partir dos tecidos¸ inclusive do encéfalo; por isto o manitol é clinicamente utilizado para reduzir edema cerebral.
Em esportes de longa duração¸ especialmente em climas quentes e úmidos¸ é bem vinda qualquer estratégia para manter o corpo hiper-hidratado por um período mais prolongado¸ de forma que o glicerol vem sendo utilizado para melhorar a performance desses atletas. Mas para nós do culturismo¸ a intenção é mesmo reduzir os depósitos hídricos subcutâneos.
Vitamina C:
A vitamina C ou ácido ascórbico quando ingerido em grandes dosagens¸ atua da mesma forma¸ já que é uma vitamina hidrossolúvel. Apesar de ser praticamente consenso que a toxicidade de vitaminas hidrossolúveis é rara¸ existem relatos de que doses de vitamina C acima do recomendado têm sido implicadas na formação de cálculos de urato¸ oxalato ou cistina (cálculos renais). Também tem sido descrito que aqueles indivíduos com ingestão maciça de vitamina C¸ tornam-se dependentes de dosagens supra-fisiológicas dessa vitamina com o cessar do uso de suplementos. Esse efeito rebote parece ser devido às altas doses condicionarem o metabolismo acelerado e a excreção de vitamina C¸ de modo que¸ mesmo mantendo a ingestão de quantidades normais dessa vitamina após a suspensão da suplementação¸ os indivíduos continuam tendo o risco de desenvolver sintomas de deficiência desta vitamina¸ tais como secura de boca e olhos¸ gengivas inflamadas¸ amolecimento de dentes¸ queda de cabelo¸ pele seca e dores musculares. Portanto¸ aconselha-se que a suplementação vitamínica seja diminuída gradativamente.
Cafeína:
A cafeína é uma substância pertencente ao grupo das metilxantinas¸ e dentre seus efeitos¸ tem sido apontada como uma substância que induz efeito diurético. Este efeito tem sido atribuído ao aumento nos níveis circulantes de catecolaminas¸ tais como adrenalina e noradrenalina. Vale ressaltar que o efeito diurético da cafeína depende da dosagem ingerida. Acredita-se que essa substância tenha sido descoberta pelo homem na era paleolítica e atualmente pode ser encontrada em vários alimentos populares¸ tais como café¸ chá preto¸ refrigerantes tipo cola e chocolates.
Dieta Hiper-protéica:
Quanto às proteínas¸ énecessário uma ingestão supra-fisiológica das mesmas. O excesso de proteínas não pode ser metabolizado facilmente como o excesso de carboidratos e gorduras que acabam por se armazenar de uma forma mais simples em tecido adiposo. As proteínas subdivididas em aminoácidos são compostas por moléculas de carbono¸ hidrogênio¸ oxigênio e nitrogênio. Em seu processo de degradação¸ quando existe um excesso de aminoácidos¸ as moléculas de nitrogênio separam-se das demais moléculas. As partes de carbono serão dirigidas para a oxidação¸ geralmente como intermediários do ciclo de Krebs¸ e as partes de nitrogênio formarão amônia¸ que é uma substância altamente tóxica para o organismo. A amônia será biotransformada no fígado a uréia¸ um composto menos tóxico que pode ser levado pela corrente sangüínea aos rins¸ onde será filtrada e eliminada¸ sendo que para isto precisa “carregar” água com ela¸ ou seja¸ atua como diurético.
Restrição de sal:
O sódio é o mineral predominante no meio extracelular. Um grama de cloreto de sódio (sal de cozinha) contém quatrocentos miligramas de sódio. Quando eliminamos o sal da dieta¸ inicialmente podemos perder peso com a eliminação hídrica¸ mas se a restrição de sódio se prolongar¸ poderá ocasionar como efeito rebote um pico na liberação de aldosterona¸ que é um hormônio secretado pela glândula adrenal que ajuda o corpo a manter o equilíbrio eletrolítico preservando sódio dentro da célula. Por este motivo é que há muito se foi a época em que se oferecia água destilada e cortava-se o sal a zero nas vésperas de uma competição! Níveis excessivos de aldosterona acabam criando retenção hídrica¸ um efeito justamente contrário do que se espera¸ mas também pode indicar gravidez ou algumas síndromes raras. Já níveis muito baixos¸ podem indicar excesso de sal na dieta. Ou seja¸ se mantermos uma administração constante¸ mas controlada de sódio¸ esse hormônio não será acionado demasiadamente.
Somado a este fato¸ podemos observar atletas que restringem sódio por um longo período. Ás vezes¸ estes camaradas ingerem sódio logo antes de uma competição por estarem passando mal ou mesmo por descuido e repentinamente retêm muita água e sobem no palco como verdadeiras bolhas infladas sem saber o por quê.
O equilíbrio do sal tem tudo a ver com os minerais potássio e magnésio. Alimentos naturalmente cozidos¸ verduras¸ frutas e grãos¸ já contêm a proporção correta destes minerais; ou alguém está pensando que o homem primitivo tinha ao seu dispor sal de cozinha em saleiras de prata? O correto equilíbrio entre potássio e sódio fica em torno de 200:1¸ ou seja¸ o potássio deve estar em maior concentração do que o sódio. O potássio é antagonista do sódio¸ direcionando-o para fora da célula¸ reduzindo a retenção hídrica e a elevação da pressão arterial. Dentre os alimentos fonte de potássio¸ podemos citar as bananas¸ os melões¸ as batatas¸ as laranjas¸ os feijões e vegetais de coloração verde-escura. Quanto ao magnésio¸ podemos citar os legumes¸ feijões e vegetais de coloração verde-escura.
Alguns atletas como técnica adicional administram sódio na preparação pre-contest da seguinte forma: Se a competição é no sábado (dia D)¸ no domingo anterior administram-se alimentos que contenham sódio naturalmente¸ tais como atum enlatado¸ claras de ovos e ainda¸ adicionam sal extra na comida. Na quinta-feira (dia D – 2)¸ o sal é retirado completamente da dieta. Neste caso o organismo para manter o equilíbrio homeostático continuará a eliminar o sódio¸ e com ele água atada ao mesmo. Quando o sódio é eliminado¸ o organismo leva entre dois a dois dias e meio para reconhecer um desequilíbrio e começar a liberar o hormônio aldosterona em maiores quantidades.
Água:
Já com relação à própria ingestão de água¸ partimos do simples princípio de que quanto maiságua é ingerida¸ mais é eliminada. Muitos atletas ainda pensam que na semana anterior a competição deve-se restringir o consumo de líquidos. Porém¸ esta prática ocasiona um efeito rebote e acaba aumentando a retenção hídrica. Isto se deve novamente à manutenção da homeostase¸ pois se você restringe o organismo de líquidos¸ este para manter o equilíbrio tenta poupar os líquidos ainda restantes¸ diminuindo a eliminação. Agora¸ se a ingestão hídrica for aumentada alguns dias antes da competição e reduzida drasticamente um dia antes da apresentação¸ ocorrerá grande eliminação de líquido subcutâneo.
Neste caso é comum elevar progressivamente o consumo de água no seguinte esquema:
Dia D – 7: 6 litros de água extra
Dia D – 6: 7 litros de água extra
Dia D – 5: 8 litros de água extra
Dia D – 4: 8 litros de água extra
Dia D – 3: 8 litros de água extra
Dia D – 2: 6 litros de água extra
Dia D – 1: 5 litros de água extra
Dia D: eliminar totalmente a água 12 horas antes da apresentação
Supercompensação de carboidratos:
Essa é uma estratégia muito utilizada por atletas de esportes de longa duração visando uma melhora da performance. Porém¸ verificou-se que esse “truque” também poderia ser utilizado comêxito no culturismo¸ proporcionando maior volume muscular e definição ao atleta no momento do show.
Em condições normais o corpo humano armazena carboidratos na forma de glicogênio muscular e hepático. Quando é necessária uma geração maior de energia¸ como no exercício ou jejum prolongado¸ o glicogênio é “quebrado” em um processo denominado glicogenólise. Entretanto¸ pelo fantástico sistema de sobrevivência do organismo humano¸ o corpo tende a supercompensar a célula de glicogênio quando ocorre ameaça de falta deste nutriente. Quando privado de carboidratos¸ o organismo entra em estado de cetose. Quando em estado cetônico¸ este armazena duas vezes mais glicogênio que o convencional. Considerando ainda que cada grama de glicose armazenada na forma de glicogênio¸ carrega consigo aproximadamente 3 gramas deágua¸ esse “truque” tem como resultado maior massa muscular¸ vascularização e definição ao atleta¸ pois o glicogênio tende a remover grande parte do líquido extracelular subcutâneo para dentro da célula.
Em condições normais¸ a concentração do glicogênio muscular varia entre 1¸5 a 2¸0 gramas para cada 100 gramas de massa muscular. Depois de uma dieta de depleção de carboidratos¸ esta concentração pode cair para apenas 0¸6 gramas de glicogênio para cada 100 gramas de massa muscular. Ao re-introduzir os carboidratos na dieta¸ as células ávidas por glicogênio farão uma supercompensação¸ passando então a armazenar entre 3¸5 a 4¸0 gramas de glicogênio para cada 100 gramas de massa muscular. Um atleta nestas condições pode ganhar até 5 kg de músculos e ainda apresentar-se mais definido!
O processo deverá ser iniciado sete dias antes da competição. No primeiro dia deve-se diminuir 2/3 dos carboidratos da dieta habitual e aumentar de 20 a 30% a ingestão de proteínas por refeição. Nos dias 2 e 3¸ os carboidratos deverão ser totalmente retirados da dieta¸ enquanto se mantém o treinamento normal (com menor intensidade) e a realizar aerobiose e as séries de pose. O objetivo principal dessa fase é depletar os estoques de glicogênio e não consumir gorduras¸ que a essa altura já deverão estar em nível ótimo. Do quarto ao sexto dia deve-se retornar a ingestão de carboidratos gradualmente¸ enquanto se reduz a de proteínas. Muitos atletas fazem uso de insulina exógena nos dias em que a ingestão de carboidratos é elevada. As células já ocupadas por carboidratos¸ serão ainda mais “recheadas” pelos mesmos com a injeção de insulina. Porém advertimos que o uso indevido de insulina exógena pode levar a um quadro hipoglicêmico¸ à coma e até mesmo à morte. Realmente este é um risco que não vale a pena! A partir da meia-noite do dia anterior a competição¸ oferece-se somente proteínas¸ pois o atleta já deverá estar totalmente carboidratado nesse ponto¸ salvo um pouco de dextrose ou uma barra de
chocolate logo antes de subir ao palco.
Uma vez que são necessários sete dias para a realização da dieta e o tecido muscular retém elevado conteúdo de glicogênio muscular por pelo menos três dias¸ é importante não realizar esse“truque” mais do que duas vezes por mês¸ sob pena de não promover a sobrecarga no estoque de glicogênio muscular. Existem estudos relatando que homens respondem melhor a essa manobra do que mulheres¸ mas isto não está totalmente comprovado. Outro fator dentre os quais alguns atletas aparecem como bolhas assassinas em cima de um palco¸ é por administrarem esteróides com alto nível de androgenidade¸ os quais tendem a aromatizar se transformando em estrógenos¸ o que conduz a retenção hídrica. Esta é a principal razão pela qual na fase pre-contest¸ atletas que ainda insistem em utilizar drogas¸ passam a administrar esteróides de baixa androgenidade e também intensificam a utilização de bloqueadores de estrógenos tais como o tamoxifeno¸ clomifeno ou a mesterolona.
Após todas essas manipulações dietéticas e até mesmo farmacológicas em alguns casos¸ é
necessário que imediatamente após a apresentação o atleta inicie o processo de re-hidratação¸ retornando aos seus níveis normais de eletrólitos e hidratação celular. É fundamental que os líquidos ingeridos também contenham sódio e potássio. Uma ingestão excessiva de líquidos ausentes em sódio¸ considerando que este mineral estará em baixos níveis no organismo¸ poderá causar hiponatremia¸ que é uma baixa concentração de sódio no plasma sangüíneo¸ podendo também apresentar efeitos deletérios ao organismo. Uma forma simples e prática é realizar a rehidratação através de bebidas esportivas¸ que já contêm as quantidades adequadas destes micronutrientes.
Devemos deixar bem claro que tudo aquilo que foi exposto neste artigo são apenas alguns
exemplos de manipulações dietéticas e farmacológicas que são utilizadas comumente no culturismo profissional. Como já mencionado¸ o que pode funcionar para uns¸ pode não dar certo para outros¸ portanto¸ para maior exatidão na preparação para a competição¸ o atleta deverá sempre procurar os serviços de um personal trainer experiente e de um nutricionista esportivo¸ para que essas e outras manipulações sejam adequadas de acordo com suas características individuais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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hyperhydration prior to exercise in the heat on sweating and core temperature. Medicine and
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Koenigsberg¸ P.S.¸ Martin¸ K.K.¸ Hlava¸ H.R.¸ Riedesel¸ M.L. (1995). Sustained hyperhydration with
glycerol ingestion. Life Sciences¸ 5¸ 645-653.
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An illustrated colour text. ed. Churchill Livingstone¸ 2ª ed.¸ 1999.
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Sherman¸ W. M. et al: Effect of exercise-diet manipulation on muscle glycogen and its subsequent
utilization during performance. Journal of Sports Medicine.¸ 2:114¸ 1981
www.tjclarkco.com/nutrition_research.htm
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pablomariz deu reputação a mpcosta82 em Artigos Científicos
Esse aumento de metabolismo é simplesmente o corpo passando a queimar mais gordura e menos carboidrato. Ele vai continuar queimando a mesma energia, mas vai mudar a fonte.
É como se o corpo queimasse, digamos, 100 kcal por hora. Sem o WOD ele queimaria, digamos, 50 kcal de carboidrato e 50 kcal de gordura. Com o WOD ele passaria a queimar 5 kcal de carboidrato e 95 kcal de gordura. Pronto, um aumento em 90% no metabolismo de gorduras
Entenda que não faz diferença o WOD, o que importa é o saldo calórico. No final do dia ele não vai queimar mais gordura por ter feito o WOD se comparado a um aeróbico de baixa intensidade, vai apenas trocar a fonte (no WOD queima mais carbos durante e menos depois; no aeróbico leve queima mais gorduras antes e menos depois).
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pablomariz recebeu reputação de Strong_> em Você Quer Ser Grande Ou Forte? Por Gh15
auhauhahahuua, pois é...
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pablomariz recebeu reputação de tibin em [Relato Com Fotos] 1º Ciclo - Oxandrolona.
Levantamento olimpico não se faz com altas repetições brother...
E outra coisa... porque tu falas assim? como se vivesses na epoca da escravidão do brasil... vosmicê falas normalmente assim?
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pablomariz recebeu reputação de hempa em [Relato Com Fotos] 1º Ciclo - Oxandrolona.
Levantamento olimpico não se faz com altas repetições brother...
E outra coisa... porque tu falas assim? como se vivesses na epoca da escravidão do brasil... vosmicê falas normalmente assim?
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pablomariz recebeu reputação de Juu Rosa em Ciclo De Oxandrolona Para Mulher
30 mg é exagero pra mulher... mantém as 8 semanas em 20 mg que vai ter otimos resultados...
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pablomariz recebeu reputação de Dr. Lift em Dúvida: Agachamento E Terra Em Abcx2
Eu faço Terra e Agacho no mesmo dia, 3x por semana... comigo não deu problema nenhum...
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pablomariz deu reputação a Mateuzz em Diferenças Entre Agachamento E Levantamento Terra - T-Nation
Quando as pessoas me perguntavam a diferença entre Agachamento e Levantamento Terra, eu sempre dava uma resposta simples e direta: no Levantamento Terra, o peso está em suas mãos.
Para mim, esse era o jeito mais fácil de diferenciar o agachamento e o levantamento terra. No agachamento, a barra está nos seus ombros; no levantamento terra o peso está em suas mãos.
Então com essa definição em mente, isso é um levantamento terra:
E isso é um agachamento:
Engraçado, eles são parecidos, não são?
Já posso ouvir alguns argumentos. "No primeiro vídeo ela se inclina ligeiramente para a frente." Então vamos ficar discutindo sobre pequenos pontos? direto ao ponto, os movimentos são bastante parecidos. Então, se minha definição está correta e o levantamento terra é diferente porque o peso está nas suas mãos, o que é isso?
Levantamento terra unilateral?
Os leitores irão dizer "Claro que não, é um agachamento com o pé alto" ou se você prefere o nome bonitinho, avanço búlgaro
Agora as coisas começam a ficar um pouco complicadas. Num Goblet Squat, o peso fica nas suas mãos porém acima da cintura: é um agachamento.
Num levantamento terra sumô com kettlebell mostrado anteriormente, o peso está em suas mãos mas você consegue perfeitamente colocar o padrão em um joelho-dominante. Então é mesmo um agachamento?
O exercício abaixo é um trap bar deadlift ou um trap bar squat?
Depende de como você faz? se você usar um modelo de agachamento no trap bar deadlift, ele vira um trap bar squat?
Talvez seja um levantamento terra se você pegar o peso do chão e depois colocá-lo no chão novamente?
Essa talvez tenha sido minha definição, antes de eu ler "Easy Strength", dos autores Pavel Tsatsouline e Dan John.
Pavel e Dan dizem que o levantamento terra tem "uma grande flexão do quadril com pouca flexão do joelho" e agachamentos tendo "grande flexão dos joelhos e do quadril"
Em outras palavras, um movimento quadril-dominante é um levantamento terra, e um joelho-dominante (<-- isso existe?) é um agachamento. Um exemplo de exercício quadril-dominante com pouco dobramento do joelho seria o "kettlebell swing" (abaixo)
Outro seria o chamado inapropriamente de "stiff-legged deadlift" (abaixo). Eu prefiro chamá-lo de levantamento terra com pernas retas modificado - e não o chame de levantamento terra romeno; já faziamos isso antes dos europeus renomearem ele.
Com a popularização (?) de swings e a aparição da trap bar, o cenário mudou. Na verdade, estou pensando em mudar o nome do nosso "trap bar deadlift" para "trap bar squat". A verdade é que, o jeito que ensinamos o exercício mais se parece com um agachamento do que com o levantamento terra.
Do outro lado, o levantamento terra com pernas retas unilateral é definitivamente um levantamento terra (vídeo abaixo).
Muita flexão do quadril com pouca flexão do joelho.
Vamos ver alguns outros levantamentos e como eles batem com a definição de Dan e Pavel.
1. Levantamento terra sumô - Cadeia anterior? talvez. Cadeia posterior? talvez. Foco nos adutores? definitivamente.
Mas isso é um levantamento terra? Quando eu era levantador de pesos isso era um levantamento terra - para quem agachava. Eu usava o levantamento terra sumô porque minhas pernas eram muito mais fortes que minhas costas. Se você agacha com as pernas abertas (largas) e domina mais a cadeia anterior, você provavelmente irá puxar mais carga no levantamento terra sumô do que no comum.
Basicamente, você agachou seu levantamento terra (?) enquanto segurava a barra em suas mãos. Se pensarmos em "joelho-dominante" ou "quadril-dominante", temos que votar para joelho.
Em treinamentos funcionais para esportes, eu chamo eles de híbridos - exercicios que não entram nem nas categorias de quadril-dominante nem em joelho-dominante.
A versão sem carga dele seria um agachamento sumô. Adicione um kettlebell e você tem um levantamento terra sumô. Mova a carga para a "posição goblet" e você tem um agachamento goblet. Confuso? espero que sim. As coisas nunca estão tão claras quanto pensamos.
2. Trap Bar - Parece um agachamento, exceto pelo fato de que o peso está em suas mãos. Alguns dirão que isso é claramente um levantamento terra já que o peso está nas suas mãos no nível da cintura, mas olhe o jeito. É muito mais um agachamento do que um levantamento terra, pelo menos do jeito que a maioria faz.
3. Avanço com o pé de trás alto - Isso é um levantamento terra? Eu não acho, mas quando eu olho para meus antigos "padrões", certamente é.
Levantamento terra ou agachamento?
Chega de categorias!
Sério, quem liga? Se nós formos em um campeonato de powerlift, o levantamento terra sempre será o que você puxa mais peso do chão.
Entretanto, em ginásios e programas de performance em esportes isso mudou. Se é um movimento com flexão do quadril e um pouco de joelho, é um levantamento terra. Se é um movimento com bastante flexão do quadril e dos joelhos, é um agachamento.
É engraçado o quanto aprendemos após "saber tudo".
Artigo traduzido do site T-Nation (https://www.t-nation.com/free_online_article/most_recent/deadlift_or_squat_whats_the_diff) e traduzido pelo usuário Mateuzz
Não consegui uma tradução legal de alguns termos, sei lá, deadlift pra eles é simplesmente deadlift, um "tipo" de exercicio, pra gente é o levantamento terra. Fica estranho levantamento terra gorblet, sei lá
bjs
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pablomariz deu reputação a Gui312 em Músculo Demais - O Segredo De Glenn Pendlay
Too Much Muscle
The Glenn Pendlay Secret
by Chris Shugart - 2/08/2011
Glenn Pendlay, notável treinador de levantamento olímpico, tem um problema: Seus atletas estão construindo muito músculo, muito rápido. Os levantadores estão crescendo além das suas classes de peso... Enquanto perdem gordura corporal. Eles não estão treinando para hipertrofia, mas estão ganhando músculo muito mais rápido do que pessoas que estão. Pessoas como você. E eles estão fazendo isso sem treinar como bodybuilders. Você se sente mal por Pendlay e seu "problema"? Nós também não. Então quando Christian Thibaudeau, Tim Patterson, e eu falamos com ele, nós não sentimos muito em ouvir sobre o pequeno problema acidental de hipertrofia dele. Não, nós o interrogamos sobre isso. Queríamos saber como seus atletas estavam treinando. Queríamos hackear seu sistema e passar essa informação para você. Foi isso que aprendemos. Testosterone Nation: Seus atletas, sejam levantadores olímpicos ou jogadores de futebol se preparando para a NFL Combine, são conhecidos por ganhar músculo muito rápido. Mas você não é um treinador de hipertrofia por assim dizer. Glenn Pendlay: Não sou um treinador de bodybuilding. Treino atletas de alto nível. Para mim, nunca foi sobre como você aparenta, mas sobre o quanto você levanta, ou o quão rápido você corre, ou o quão alto você pula. Mesmo assim, muitas vezes tive problemas em manter um atleta na sua classe de peso. Qualquer um consegue "bulkar". Comer uma tonelada de comida, beber um monte de leite, fazer os exercícios principais como agachamento, supino, remada, levantamento terra e desenvolvimento militar... Simplesmente não é tão difícil ganhar 10 quilos com pelo menos uma parte disso sendo músculo. As maiorias das pessoas que não conseguem fazer isso simplesmente não fizeram o programa corretamente. Claro, fazendo assim você acaba não ficando bem pelado. E você geralmente não acaba correndo mais rápido, pulando mais alto ou tendo a habilidade de close de cushion (acho que é algum termo de jogo) nas primeiras cinco jardas fora da linha se você é um receiver no futebol. O que nós fazemos, o modo em que treinamos, parece aumentar a massa magra, diminuir a gordura corporal e definitivamente melhora sua habilidade em correr, pular e fazer coisas atléticas. Se você está tentando deixar alguém tão bem quanto possível na categoria de 94 kg, o objetivo é deixa-los o mais forte possível dentro dessa classe de peso. Isso quer dizer ser o mais magro possível, porque quanto mais gordura você tiver, menos músculo você pode ter continuando na classe de peso. E isso quer dizer fazer qualquer músculo adicionado ser muito funcional: músculo que adiciona desempenho e não apenas ao tamanho do bíceps. T-Nation: É um pouco frustrante ouvir que muitos atletas constroem corpos muitos musculosos e magros sem nunca agirem como bodybuilders no sentido tradicional da palavra. Treine para desempenho, pareça como um bodybuilder, ou pelo menos um bodybuilder natural. Pendlay: Se você olhar o físico de muitos dos caras que eu treino, sejam levantadores de peso ou da NFL, eles não são bodybuilders profissionais, mas possuem o físico que seria o ideal em 9 de 10 pessoas que não querem usar drogas. Eles simplesmente querem parecer bem sem suas camisas. Olhe para um running back comum da NFL - ele tem um físico muito muscular, magro e funcional. A maioria das pessoas vão ver esse físico como mais realista. Eles não querem usar as drogas necessárias para parecerem como um bodybuilder profissional. Na verdade, eles preferem parecer como um running back do que com um bodybuilder profissional. Noventa e nove por cento das pessoas querem se parecidos com Jon North ou T.J. Ward. Ano passado quando fizemos a preparação do T.J. para o Combine, ele ganhou 10kg de massa magra. Aquele cara é assustador sem camisa, simplesmente com densidade muscular e magro. Métodos e Metabolismo T-Nation: Está bem, vamos lá. Como esses caras estão ganhando músculo tão rápido? Pendlay: Quando levantadores de peso começam a fazer uma tonelada de treino extra que são apesar concêntricos, eles têm um problema: eles crescem além de suas classes de peso. E isso é com músculos, não gordura. Nós fazemos treinos muito frequentes. Temos um certo número de treinos por semana que são de intensidade muito alta. Só temos alguns treinos por semana que envolvem excêntricas pesadas, alguma coisa como agachamentos. Fazemos concêntricas muito pesadas e de muito alta intensidade. Fazemos isso para levantadores de peso, fazemos isso para atletas profissionais, fazemos isso para caras se preparando para o NFL Combine... Fazemos isso para todo mundo. Você fica mais forte e ganha massa magra sem ganhar gordura. Você treina desse jeito, nessa frequência e aí é difícil de você ganhar gordura. Seu metabolismo está como uma fornalha. T-Nation: Você falou no nosso forum sobre como isso é relacionado aos hormônios. Você pode elaborar? Pendlay: A pesquisa que fiz para conseguir meu mestrado foi totalmente baseada em hormônios. Eu estou sempre analisando sobre como o treino influencia na resposta hormonal e, se você fizer certo, como a resposta hormonal influencia nos resultados que você consegue com o treino. Isso fez um impacto enorme em como eu montei minha filosofia de treino. O tipo de treino de corpo todo, quando você está fazendo exercícios grandes e estressantes, estimula uma resposta hormonal forte. Essa é uma das razões pelas quais pessoas que não usam drogas se beneficiam mais de um estilo de treino completamente diferente daqueles que usam drogas. Alguém que está usando drogas já tem toda a testosterona que seu sistema consegue manipular. Alguém que não está usando drogas precisa treinar de um modo que estimule seu corpo a produzir hormônios. T-Nation: Isso faz sentido. Pendlay: Se você é um bodybuilder profissional, que está usando as mesmas coisas que bodybuilders profissionais usam então você não precisa treinar ou se preocupar com as mesmas coisas do que um cara comum de 25 anos que quer construir músculos e não vai usar drogas para isso. São dois sistemas de treino completamente diferentes. O que estamos falando é fazer coisas que estimulam o corpo todo mais. Você não vai fazer trabalho de isolamento. Você não vai fazer roscas e acabar com seu bíceps uma vez por semana com 20 séries. Invés disso, você faz exercícios grandes, visando um treino de corpo todo. Nem todo mundo precisa fazer treinos de corpo todo, mas com certeza não precisam fazer peito um dia, bíceps no outro, etc. Treinos de corpo todo ou divisões upper/lower são a resposta. Você treina mais frequentemente, e, a medida que você entra em forma, seu objetivo é começar a incluir treinos "extra" em que você faz movimentos muito explosivos, rápidos e, em geral, apenas concêntricos. T-Nation: Como fica a sua divisão upper/lower? Pendlay: Minha divisão preferida é agachar e empurrar na segunda e quinta feira. Então, na terça e sábado, nós puxamos. Isso inclui variações do snatch e clean, assim como pull ups e remadas. T Nation: Com que frequência seus atletas treinam? Pendlay: Meus melhores atletas vão à academia duas vezes por semana, todos os dias e em todos os treinos trabalham os quadris, as costas e as pernas. Pessoas normais podem não conseguir fazer isso sempre, mas essa é a expressão máxima do que estou falando. O que o cara comum pode fazer é construir em direção a isso. Ele pode olhar para o que esses atletas fazem e copiar para o melhor de suas habilidades no tempo que ele tem no dia. Os melhores levantamentos olímpicos e o push press T-Nation: Ok, qual é o exercício que o cara focado em hipertrofia precisa aprender do mundo do levantamento olímpico? Pendlay: Cleans ou snatches. Preferencialmente os dois. Se você não consegue fazer um snatch completo, então faça um power snatch. Faça algum tipo de puxada explosiva e então solte a barra. Se você não puder soltar a barra na sua academia. pelo menos a abaixa de um modo que você não irá ter uma grande carga excêntrica. Para desenvolvimento do upper body, as pessoas deveriam focar mais no push press, onde o peso se move rápido e explosivamente. Eu quero que as pessoas façam o push press todas as semanas. Também há muito valor para o cara comum que quer ficar mais musculoso para puxar um trenó ou empurrar um prowler. Todos que querem hipertrofia deveriam focar mais nessas coisas do que eles fazem agora. T-Nation: Desmembre o push press para nós. Por que um bodybuilder deveria usa-lo invés de um, digamos desenvolvimento militar? Pendlay: O push press tem mais carryover para empurrar em geral - supino, etc - do que qualquer outro exercício de upper body. Me mostre um cara que consegue fazer push press com um grande peso e ele vai se destacar em qualquer outro movimento de empurrar, mesmo que ele nunca o tenha feito. Um grande supinador não tem o mesmo carryover. Eu não quero alguém que supine com 200kg mas não consigo fazer mais nada. O cara que consegue fazer um push press pesado não tem esse problema. Ele é forte em tudo. Isso não pode ser feito com o desenvolvimento militar. É muito difícil coloca-lo em movimento. Você tem um ponto tão fraco no começo que isso limita o peso que você consegue usar. Com um push press, você consegue colocar 10 a 20% a mais de peso em cima da sua cabeça. Você é forçado a desenvolver a habilidade de recrutar essas fibras musculares muito rápido porque você está empurrando a barra a partir dos seus ombros com suas pernas e então seus braços tem que entrar em jogo, rápido, para que não trave. A habilidade de fazer isso é muito, muito valiosa. Alpem disso, com o push press há apenas uma grande sobrecarga no topo. Os últimos centímetros são como fazer uma parcial. Isso sem um efeito poderoso no corpo. T-Nation: Wow, hora de começar a fazer push press com mais frequência! Nos de os pontos importantes de como você quer ver as pessoas fazendo o push press. Pendlay: Eles têm que pegar a barra corretamente. A maioria das pessoas a deixam nas clavículas, mas o que precisam fazer é encolher os ombros para cima, colocando os cotovelos levemente para frente para que a barra fique nos ombros. Então eles têm que ficar nos calcanhares, abaixar e movimentar. Depois do leg drive, eles tem que empurrar com os braços imediatamente, sem pausa de três segundos. Pense em taxa de produção de força. Também é muito importante acabar com o peso atrás da sua cabeça, não em frente. Por último, uma linha vertical vinda da barra deve passar por trás das orelhas e você deve pausar momentaneamente em cima cada repetição. Velocidade T-nation: Treino explosivo está fazendo um retorno, por assim dizer, no treino de hipertrofia. Por quê? Pendlay: Movimentos explosivos ensinam nossos músculos a "ligarem". Todo mundo deveria fazer movimentos explosivos! Se você melhora em movimentos explosivos, então você irá conseguir mais do resto do seu treino. Se você melhorar em pular numa caixa, então você terá mais benefícios por agachar, porque seu sistema nervoso estará ligado para utilizar toda unidade motora disponível. Se você conseguir ligar mais 10 ou 20% de unidades motoras quando está agachando, você terá mais benefícios disso. A melhor maneira de treinar explosivamente é simplesmente pular numa caixa. T-Nation: Nos de um exemplo de treino explosivo. Pendlay: Estou olhando para a janela do meu escritório nesse momento. Vejo jogadores de futebol fazendo flexões explosivas batendo palmas. O que fazemos é, empilhamos dois bumper plates de 25 kg. Eles podem fazer uma flexão explosiva e acabar com as mãos nos bumper plates, em torno de 10 cm do chão. Então eles fazem outra flexão e acabam voltando para o chão. Esse tipo de exercício é um grande complemento para o supino se você quer ter o peito e ombro maior. Vejo outros caras jogando uma medicine ball, onde um está em pé sobre uma caixa e joga a bola de 5kg para outro que está deitado no chão. Ele joga a bola de volta o mais rápido que puder, sem pausa. Denovo, é uma espécie de movimento de supino. Supinos são lentos e pesados. A flexão é mais rápida, já que você está usando só o peso do seu corpo. Então você tem a medicine ball, que é lenta e rápida. Lição: Você precisa treinar em velocidades diferentes. De supinos muito pesados até jogar medicine balls de 5 kg o mais rápido que puder. Junte isso tudo e o que significa? Significa que pegamos um cara que pesa 80 kg com um pulo vertical de 75 cm e em pouco tempo ele pesa 80kg com um pulo vertical de 90cm... e ele está mais magro. Se ele for um jogador de futebol, então ele poderá empurrar pessoas da linha. Um supino de 250 kg não irá fazer muito por ele se ele for lento. Ele não adicionou apenas músculo, ele melhorou seu sistema nervoso. Isso permite que ele use os músculos que tem de forma mais eficiente. Ele não ficou apenas maior. Ele ficou maior, mais rápido e mais forte, tudo ao mesmo tempo.; T-Nation: Treinar em velocidades diferentes. Entendido. E você divide isso em três velocidades basicamente? Pendlay: Sim. O cara que está tendo problema em ficar maior, mais forte e mais magro está indo a academia e treinando em uma velocidade. O que ele precisa é treinar em uma variedade de velocidades: explosiva, super explosiva (medicine ball), nível médio (pulo em caixa com peso corporal), e também fazer agachamentos e supinos. Ele irá aparentar melhor e ser um atleta melhor. Em esportes atléticos, velocidade é muito importante. Os levantamentos olímpicos são uma grande parte de treino em velocidades diferentes. Eles estão entre o levantamento terra e o pulo. A regra e a remada T-Nation: alguma regra geral com os levantamentos olímpicos para aqueles de nós que não treinam sob a vista de um treinador? Pendlay: Se você perder o levantamento três vezes, pare. Não importa o quão bem você se sinta. Três chances e você está fora. Além disso, use a internet. Há um número de tutoriais muito bons de como aprender os levantamentos. T-Nation: Poucos treinadores têm um exercícios nomeado em sua homenagem. Você tem. O que são pendlay rows? Pendlay: Bem, eu não a dei esse nome. Alguém começou a chama-las assim e virou meio que uma tradição. Basicamente, isso veio porque eu dizia para fazerem remadas de um modo que as costas ficassem paralelas ou próximas de paralelas ao chão no levantamento todo, retornar a barra ao chão entre cada repetição e explosivamente tentar flexionar a coluna torácica em cada repetição. Muito diferente de uma remada comum. T-Nation: Alguma dica final para a audiência do T-Nation? Pendlay: de um jeito ou outro, você precisa levantar a barra explosivamente e soltar. E se você conseguir encontrar um modo de treinar mais frequentemente, você terá melhores resultados. Ponto. Levantamentos olímpicos não tem parte excêntrica, ou tem uma parte bem pequena, então você pode fazê-los muito frequentemente. E muito frequentemente significa melhores resultados. Por último, eu sempre disse que as pessoas fazem muitos exercícios e não se concentram nos que eles fazem corretamente. Pegue qualquer programa de college para o futebol. Você estaria melhor se riscasse aleatoriamente metade dos exercícios e então gastar seu tempo fazendo os que sobraram corretamente e com foco. Texto original em https://www.t-nation.com/free_online_article/most_recent/too_much_muscle_the_glenn_pendlay_secret Se souberem de traduções boas para o que eu não traduzi ou se houver qualquer tipo de erro, me avisem! -
pablomariz recebeu reputação de EliasR em Treino De Trapézio !
Nessa sua divisão, pode encaixar no treino de costas ou no de ombro, não vai fazer diferença... mas como o cara aí falou, ABCDE com 5 meses de treino não vai ser tão eficiente... procura um treino com mais frequencia.
E quer hipertrofia no trapézio? faz levantamento terra! precisa de mais nada...
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pablomariz recebeu reputação de Gabriel De Souza Menezes em 2 Anos Parado, Voltando Agora, Quero Ciclar
Porra... e não é o caminho mais fácil não? É obvio que com esteroides tudo fica mais facil... alguem aí acha o contrario?
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pablomariz recebeu reputação de enebt em Dúvida Sobre Treinamento Passado Pelo Instrutor
Melhor mandar pesquisar do que dá uma dica errada e induzir o cara ao erro.
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pablomariz recebeu reputação de Punch em Stronglift 5X5
O que eu aprendi foi de prender o movimento na descida, e soltar durante toda a subida... mas num agachamento pesado, eu só solto quando to quase chegando encima...
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pablomariz deu reputação a hylian em Só O Supino Reto Para Peito ? Eis A Questão
DIETA 5X5
Dieta A
5KG de frango x 5 vezes por semana
5L de leite x 5 vezes por dia
5kg de aveia x 5 vezes por semana
*Auxiliar* Alcatra, começa com 1kg 5 vezes por semana. Conforme for progredindo na dilatação do estômago aumenta de 1 em 1kg até chegar em 5 vezes por semana até a falha do salário.
Dieta B
5kg de frango x 5 vezes por semana
5 dúzias de ovos x 5 vezes por semana
5KG de batata-doce x 5 vezes por semana
*Auxiliar* Salmão, começa com 1kg 5 vezes por semana. Conforme for progredindo na dilatação do estômago aumenta de 1 em 1kg até chegar em 5 vezes por semana até a falha do salário.
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pablomariz deu reputação em Quanto Tempo O Carbo Leva Para Virar Gordura?
Os de IG alto: exatos 25 minutos depois de absorvidos pela borda apical no enterócito. Já os de IG baixo podem levar mais do que 3 horas e até mesmo dias, pois, eles não dependem da via cetogênica por possuirem, em suas cadeias quimicas, menos elétrons na acetilCoA. Ou seja, os de IG menor são moléculas menores, porém, adjuntas; diferente das do IG alto.
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pablomariz recebeu reputação de johnata16 em [Relato]Oxyelite + Clenbuterol [Xó Gordura]
hahaha... tô vendo que você sabe o que toma... além de isso poder te fazer mal pra caralho, tu vai saturar teus receptores rapidinho e o clemb não vai fazer o mesmo efeito...
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pablomariz recebeu reputação de johnata16 em [Relato]Oxyelite + Clenbuterol [Xó Gordura]
Depois que morrer vai saber o porque de não se tomar uma dose tão alta...
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pablomariz deu reputação a Luís Guilherme.m em A Importância Da Reposição De Eletrólitos
Surgem táticas nutricionais a todo o momento procurando otimizar a performance atlética ou a aquisição de uma melhor aparência física. Devo lembrar que muito dos métodos tidos como funcionais, não são aplicados a todos os indivíduos e, nem tampouco são realmente saudáveis.
Algum tempo atrás, um cliente me abordou na academia comentando que não comia mais certo tipo de verdura devido à alta quantidade de sódio existente no alimento em questão. E como ele estava objetivando uma maior “definição” muscular, estava limitando a ingestão de líquidos (na verdade, intercalando em alguns dias da semana, a ingestão de água potável com a de água destilada, aquela que utilizamos no radiador dos nossos carros) e evitando a todo custo a utilização do sal de cozinha. Relatou ainda, que além de ter adotado tais medidas, ainda estava pensando em recorrer aos diuréticos, medicamentos que a ciência já provou propiciar um aumento excessivo na formação e excreção de urina, conseqüentemente, aumentando também a perda de eletrólitos (substâncias inorgânicas conhecidas como minerais que são especiais para as funções celulares normais), principalmente o potássio.
Como vocês podem observar acima, um erro no quesito hidratação pode acarretar em um desequilíbrio eletrolítico e afetar a performance e a saúde do indivíduo. No texto abaixo, será comentada a função dos principais eletrólitos relacionados à fisilogia muscular:
SÓDIO: é o principal eletrólito no LEC (líquido extracelular). Possui função especial na manutenção do volume circulante e da circulação e é essencial para a absorção da glicose e pelo transporte de várias substâncias pelo intestino. Não é produzido pelo organismo, sendo adquirido através dos alimentos e, devido a padrões culturais, sua ingestão é variada, geralmente podendo ser isolada ou associada com temperos para adequar os sabores dos alimentos (Oliveira & Marchini, 2000). Mesmo sabendo que a sudorese aumenta a perda de sódio, não é preciso suplementá-lo: uma média saudável seria a ingestão de 500 – 2.400 mg/dia, aproximadamente, ¼ de colher de chá de sal. Quando o esforço for prolongado (+ 04 horas de duração) competições intermitentes (artes marciais), é sugerido consumir a cada 15 minutos uma quantia em volta de 150 ml de bebida esportiva contendo 0,5 – 0,7 g de sódio / litro para repor as necessidades orgânicas (Kleiner & Robinson, 2002);
POTÁSSIO: é o principal eletrólito no LIC (líquido intracelular). É responsável por várias reações orgânicas: transporte de O2, facilitação da conversão da glicose em glicogênio pelo fígado, auxílio na contração muscular, regulação da pressão arterial e do equilíbrio hídrico, dentre outras (Kleiner & Robinson, 2002 e Oliveira & Marchini, 2000). Também não é produzido no organismo e deve ser adquirido através de alimentos ricos em potássio (principalmente as frutas, geralmente abolidas pelos fisiculturistas, devido ao alto índice glicêmico conforme Bompa, 2000). Aproximadamente, 1.600 – 2.000 mg/dia é o recomendado (Kleiner & Robinson, 2002);
CLORETO: é controlado metabolicamente como o sódio e sua regulação depende principalmente da função renal. É predominante no compartimento extracelular, mas, devido sua difusibilidade, pode difundir-se rapidamente entre os compartimentos intra e extracelular, contribuindo na regulação da pressão osmótica corporal (pressão exercida na água, forçando-a a atravessar a membrana celular), no transporte de gases e na regulação ácido-básica. O cloreto de sódio (sal de cozinha) é a única fonte de cloreto sanguíneo, pois o sódio sanguíneo é obtido através do cloreto ou bicarbonato de sódio, explicando o porquê da menor concentração de cloreto em relação à de sódio (Oliveira & Marchini, 2000).
POSSÍVEIS RISCOS QUANTO A MÁ DISPONIBILIDADE DE ELETRÓLITOS
Já é do conhecimento da grande maioria dos praticantes de atividades físicas e esportivas que uma hidratação inadequada está associada a uma diminuição do desempenho e também a um aumento no risco de distúrbios fisiológicos (González-Alonso et al., 1997; Hargreaves & Febbraio, 1998; Sawka, 1992; Sawka et al., 1998, apud Bergeron, 2001). Mas com a sudorese excessiva decorrente da prática desportiva, a ingestão regular de água não é suficiente, principalmente na reidratação após a mesma, pois, como já citado, a transpiração e a prática desportivas em ambientes quentes proporcionam uma perda muito grande de sódio e os indivíduos ficam suscetíveis a cãimbras musculares e outras reações indesejadas (Bergeron, 2001).
Sudorese intensa decorrente da prática desportiva requer uma reidratação eficiente, devido a perda de eletrólitos e água pela transpiração. Se deixarmos de repor essas substâncias, ficará instalado um quadro de deficiência de água e sódio, trazendo consigo uma irritabilidade em algumas terminações nervosas, resultando em contrações espontâneas: as câimbras (Jansen et al, 1990 e Layzer, 1994, apud Bergeron, 2001). Por outro lado, quando ocorre uma diminuição no teor de sódio, assim que o atleta tem a oportunidade de se reidratar e repor os eletrólitos, a concentração de sódio volta rapidamente a normalidade. Pessoas com sudorese excessiva perdem grandes quantidades de sódio e cloreto, e geralmente, apresentam ingestão diária relativamente baixa ou inadequada dos mesmos (Bergeron, 1996 e Kleiner, 1993, apud Bergeron, 2001). A deficiência de outros minerais, como cálcio, magnésio e potássio também contribuem para a instalação da câimbra e outros problemas neuromotores (Benda, 1989; Eaton, 1989; Levin, 1993; Liu et al., 1983; Miles & Clarkson, 1994; O´toole et al, 1993-95; Stamford, 1993, apud Bergeron, 2001), bem como uma falta de condicionamento físico mínimo e a fadiga decorrente a prática desportiva (Bentley, 1996; Schwellnus et al., 1997; Williamson et al., 1993, apud Bergeron, 2001).
Quando ocorre uma sudorese excessiva por várias horas e não é reposto o sódio de forma suficiente ou acontece a ingestão de fluido que não o contenha, como a água, pode instalar-se um quadro de hiponatremia, que se caracteriza por fraqueza, lassidão, apatia, cefaléia, hipotensão ortostática, taquicardia e choque. Até a pele é afetada: ocorre a diminuição da elasticidade da mesma, e dependendo da quantidade perdida de sódio, pode surgir confusão mental, alucinação e coma (Oliveira & Marchini, 2000 e Mulloy & Caruana, 1995 e Vaamonde, 1982, apud Bergeron, 2001). As causas para o surgimento da hiponatremia são: quantidade de suor produzida e as perdas de sódio, a ingestão de água ou outra bebida sem sódio antes, durante e após os exercícios e o sexo do indivíduo: as mulheres possuem uma incidência maior que os homens, possivelmente, devido uma massa corporal menor, serem suscetíveis a maior retenção de água pelo organismo e por manterem o peso corporal por períodos mais prolongados durante a prática de exercícios de longa duração (Noakes, 1992; Speedy et al., 1999, apud Bergeron, 2001).
Como se evitar esses tipos de problemas? A simples adição de sal na alimentação ajuda a prevenir a deficiência de sódio e manter ou restaurar o estado de hidratação. No caso de atletas mais rigorosos com sua refeição, uma ingestão de 02-03 vezes ao dia de um determinado volume de bebida que contenha quantidades conhecidas de sal, como as bebidas esportivas, juntamente com outros alimentos ou bebidas durante o treinamento parece ser efetiva. Essa estratégia, quando comparada a um programa que incentiva apenas a ingestão de água, garante uma maior ingestão adicional de fluidos e uma melhor retenção de água devido a presença do sal. Para aqueles atletas que são mais suscetíveis a câimbras, uma ingestão adicional de sal é recomendada: ½ colher de chá em 100 ml da bebida esportiva (Bergeron, 2001). Mesmo assim, é recomendada uma consulta ao Profissional de Educação Física e ao Nutricionista para a adoção da melhor estratégia, respeitando a intensidade do treinamento e a dependência individual dos eletrólitos envolvidos e a não utilização de recursos ergogênicos que contribuam para a perda de eletrólitos, como os diuréticos.
Em mãos das informações acima, evite seguir modismos que não contenham embasamento científico e adote uma estratégia de hidratação voltada para a perfomance e, principalmente, visando o alcance da melhor saúde possível.
Por Carlos Magno
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
BERGERON, M. F. Sódio: o nutriente esquecido. Gatorade Sports Science Institute. Número 29, 2001;
BOMPA, T & CORNACHIA, L. Treinamento de força consciente. Phorte Editora. 2000;
KLEINER, S. M. & ROBINSON, M. G. Nutrição para o treinamento de força. Editora Manole, 2002;
OLIVEIRA, J. E. D. & MARCHINI, J. S. Ciências nutricionais. Savier Editora. 2000.
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pablomariz deu reputação a vittoclavijo em Treino Do Supertrofia
Se quer pull/push a divisão seria mais ou menos assim:
Push
1 exercício com quadríceps predominante (Qualquer agachamento)
1 execicio empurrar na horizontal (qualquer supino)
1 exercício empurrar na vertical (Militar, Militar com Halteres, etc)
1 exercício Auxiliar de Tríceps (Paralelas, Supino Fechado, Testa, Francês, etc)
Pull
1 exercício de Isquisiotibiais predominante (Levantamento terra Romeno, Stiff, ou Levantamento Terra Sumô ou convencional)
1 exercício Puxar na Horizontal (Remada Curvada, Remada Serrote)
1 exercício de Puxar na Vertical (Chin-Ups, Pull-Ups)
1 exercício auxilar de Bíceps ou se preferir de Trapézio.
Panturrilhas são Push também, mas você pode treina-las todos os dias se quiser
o mesmo valhe para abdominal, se você faz isométricos pode faze-los todo dia,
se você faz flexão lombar para abdominais acho desnecessário, pois o terra e o agacho darão a você a hipertrofia que precisa.
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pablomariz deu reputação a hellgod em Oque Vc Acha Do Desenvolvimento Militar Do Branch Warren ?
Particularmente não sou muito fã do supino inclinado em pé com impulso das pernas que o Branch faz para ombros.