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As pessoas que fazem "reeducação alimentar", certamente queimarão apenas massa muscular?


Slipk

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15 horas atrás, cTaMonk disse:

Correto meu caro, análise perfeita.

 

Primeiro queimamos os glicídios, depois os 400g(em média) de glicogênio que são armazenados no fígado, depois os lipídios e por fim as proteínas. É claro que o corpo queima tudo como um geral, não vai queimando um de cada vez, mas a proporção de proteínas usadas para fornecimento energético é muito inferior á quantidade de ácidos graxos.

 

Vejam bem, não consigo montar uma tabela mas vou tentar:

 

 

                                          Glicídios                                      Lipídios                                       Proteínas

Valor Calórico:                   4,1kcal/g                                     9,3kcal/g                                    4,1kcal/g

Ordem de Consumo:             1°                                                 2°                                               3°

 

Glicídios: São queimados primeiro pois a glicose é usada diretamente na respiração aeróbica.

Lipídios: Principal substância de reserva animal (20% da massa total).

Proteínas: Função primordialmente estrutural, começa sendo removida da pele e dos músculos.

 

Para usarmos as proteínas como fonte de energia é preciso realizar um processo chamado Gliconeogênese, basicamente é a produção de glicose/derivados a partir de não açucares, ou seja, fazer glicose com lipídios, ácidos graxos ou proteínas. No final vou fazer um fluxograma explicando melhor esse processo.

 

Por que armazenamos gordura ao invés de carboidratos?

Primeiramente os glicídios são polares, atraindo água de solvatação, já os lipídios são apolares, não atraindo água de solvatação (basicamente equilíbrio osmótico).

Agora vejamos bem, vamos comparar 100kcal de glicídios com lipídios:

Glicídios: 4kcal-->1g -----> 100kcal-->25g (valores arredondados, o valor de cada um está informado em cima)

Lipídios: 10kcal-->1g ----- > 100kcal --->10g (valores arredondados, o valor de cada um está informado em cima)

Para a mesma energia armazenada, açúcares pesam 6x mais que gorduras (contando água de solvatação). Uma pessoa que pesa 70kg e tem 20% de gordura no seu corpo, tem 14kg de gordura, se toda essa gordura fosse em carboidratos, seria 6x14=84kg, ou seja, dos 70kg com as gorduras eu iria para 140kg se essas gorduras virassem carboidratos. Como somos animais, e animais precisam de locomoção (caçar, fugir, procurar comida, fingir o cardiozinho 3min na esteria) ficaríamos muito pesados.

 

Se você leu até agora, deve estar se perguntando se a gordura é mais leve que os carboidratos, pq armazenamos 400g de glicogênio no fígado? Olha como a natureza não da ponto sem nó: Você precisa em média de 2000kcal por dia para sobreviver, faça as contas, 400g de glicogênio x 4,1kcal = 1600kcal, juntando com a glicose do sangue, glicogênio dos músculos intera as 200kcal diárias para sobreviver, no caso 1 dia de jejum. Nem sempre houve comida fácil, comida fácil, há 10mil anos atrás acredita-se que o ser humano comia 1 refeição por dia a cada 2 dias, então toda vez que eu conseguia um pouquinho mais de comida eu ia armazenar ela em forma de glicogênio e depois gordura, guardo glicogênio suficiente pra passar 1 dia de jejum, não guardo mais porque é muito pesado, passou dos 400g de glicogênio eu armazeno em gordura.

 

Por que a proteína é a ultima a ser utilizada?

Ela é estrutural, tem que ser removida de tecidos para usar como fonte de energia.

 

Quanto tempo uma pessoa consegue viver sem comer nada? Em média 2 meses e 25 dias.

Jejum:

1°) Glicídios (glicose do sangue e glicogênio do figado) -> 1 dia

2°) Lipídios (gorduras no tecido adiposo e no fígado) -> 70 dias

3°) Proteínas (tecidos=pele, músculo orgãos) -> 14 dias. Depois desses últimos 14 dias consumindo os tecidos é caixão e vela preta.

 

Os cálculos foram feitos com base em uma pessoa de 70kg ex: ---> 14kg de gordura ----> 14000g X 10kcal/g = 140000kcal/2000 kacal diaris = 70 dias só usando a gordura como principal fonte de energia. Claro que consome as três fontes juntas: glicídios>lipídios>proteínas, acabando os glicídios a principal fonte se torna os lipídios>proteínas, acabando os lipídios é só tem tu vai tu mesmo, baubau proteínas.

 

A consequência disso tudo é o Marasmo, que é a falta completa de todos os nutrientes (desnutrição total), passando a consumir as proteínas dos músculos, levando a morte das células musculares e novas células musculares não podem ser produzidas no adulto, ou seja, perda irreversível de massa muscular.


No final da 2ª Guerra, quando foram liberar a galera dos campos de concentração que estava com marasmo, os americanos viram que não adiantava dar comida que a massa muscular não volta ao normal (novas células musculares não podem ser produzidas), já que não podemos realizar a hiperplasia que tal então aumentar o volume das células restantes (hipertrofia, no sentido literal da palavra) e assim foram inventados os esteroides anabolizantes.
 

Já escrevi de mais, to com preguiça de fazer o fluxograma que falei la em cima.


Fontes: arial black, coisas da minha cabeça. Zueira, na faculdade de medicina a gente tem umas aulas de composição química celular.

 

Ficar sem comer vai emagrecer, claro que pode acarretar problemas, anemia, falta de vários nutrientes importantes, pode acarretar transtornos psiquiátricos, tem que ficar atento pra não passar dos limites.

 

Enfim brother, se você ta pesando 150kg taca o fodas, mas se você não é um obeso seboso, ta querendo perder 5kg, sei la, tirar aquela localizada, a forma mais inteligente é ajustando os tão famosos macros.

 

 

 

 

O problema das suas contas é que o glicogênio hepático é bem menor. Ele é de 5 a 8% do órgão, que pesa em torno de 1,5kg. Ou seja, em torno de 100g. Fonte: Guyton e Hall, possivelmente a melhor bibliografia de fisiologia atual, vc deve conhecer...

Antevendo uma possível resposta, o glicogênio muscular não é utilizado para fornecer glicose ao sangue.

 

Enfim, as contas me pareceram bem simplista ao se considerar o metabolismo humano. E vai bem além disso...

 

Respondendo o tópico, na minha opinião...

A manutenção de massa magra vai depender da manutenção de estímulo (treino), e do fornecimento de substratos (aminoácidos).

Como já dito, o corpo queima tudo ao mesmo tempo, e a maior proporção é glicídica, seja glicemia ou glicogênio. Porém, sempre há degradação de aminoácidos (~10% do gasto em um treino, por exemplo). A questão é que, ao ingerirmos proteínas, o corpo irá repor conforme o a necessidade do estímulo dado.

 

Inclusive, a deficiência de insulina causa depleção de proteínas e cessa a síntese protéica, aumentando a concentração de aminoácidos plasmáticos. Boa parte destes aminoácidos serão utilizados como fonte de energia e substrato para gliconeogênese. (Guyton)

 

Logo, um déficit calórico mal planejado (sem proteínas suficientes), irá depletar massa muscular também. Aqui vale lembrar que a quantidade de proteínas recomendada para um indivíduo "normal", eutrófico, não treinado, é de 0,8 a 1g/kg. Logo, é uma quantidade relativamente fácil de ser atingida.

 

Outro fator que ajuda a preservar a massa muscular, é que, normalmente, estas "reeducações" estão aliadas a aumento de atividade física, ou seja, maior estímulo, favorecendo a manutenção de massa magra.

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7 horas atrás, paulodiasreis disse:

O problema das suas contas é que o glicogênio hepático é bem menor. Ele é de 5 a 8% do órgão, que pesa em torno de 1,5kg. Ou seja, em torno de 100g. Fonte: Guyton e Hall, possivelmente a melhor bibliografia de fisiologia atual, vc deve conhecer...

Antevendo uma possível resposta, o glicogênio muscular não é utilizado para fornecer glicose ao sangue.

 

Enfim, as contas me pareceram bem simplista ao se considerar o metabolismo humano. E vai bem além disso...

 

Respondendo o tópico, na minha opinião...

A manutenção de massa magra vai depender da manutenção de estímulo (treino), e do fornecimento de substratos (aminoácidos).

Como já dito, o corpo queima tudo ao mesmo tempo, e a maior proporção é glicídica, seja glicemia ou glicogênio. Porém, sempre há degradação de aminoácidos (~10% do gasto em um treino, por exemplo). A questão é que, ao ingerirmos proteínas, o corpo irá repor conforme o a necessidade do estímulo dado.

 

Inclusive, a deficiência de insulina causa depleção de proteínas e cessa a síntese protéica, aumentando a concentração de aminoácidos plasmáticos. Boa parte destes aminoácidos serão utilizados como fonte de energia e substrato para gliconeogênese. (Guyton)

 

Logo, um déficit calórico mal planejado (sem proteínas suficientes), irá depletar massa muscular também. Aqui vale lembrar que a quantidade de proteínas recomendada para um indivíduo "normal", eutrófico, não treinado, é de 0,8 a 1g/kg. Logo, é uma quantidade relativamente fácil de ser atingida.

 

Outro fator que ajuda a preservar a massa muscular, é que, normalmente, estas "reeducações" estão aliadas a aumento de atividade física, ou seja, maior estímulo, favorecendo a manutenção de massa magra.

Claro que fiz cálculos bem genéricos e eu não usei o glicogênio dos músculos que são utilizados apenas por eles, uso como base o glicogênio do fígado que é liberado para todo o corpo em casa de necessidades.

 

Eu usei como base o bom e velho Gray.

 

Fiz um fluxograma rápido aqui na mão, fica mais fácil pra galera entender e não precisa de cálculos "simplistas" pra entenderem como funciona:

 

spacer.png

 

Se tiver faltando alguma coisa aqui completa, lembrando que eu fiz só com o sentido de fornecer energia, não fiz coloquei os reversos.

 

O foco realmente é nesse medo da galera de soltar um peido e perder massa magra.

Só você ir na parte de nutrição que tem uma galera que ficou 1 semana sem malhar ou sem fazer dieta eles acham que tão perdendo proteína até dos neurônios.

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7 horas atrás, paulodiasreis disse:

O problema das suas contas é que o glicogênio hepático é bem menor. Ele é de 5 a 8% do órgão, que pesa em torno de 1,5kg. Ou seja, em torno de 100g. Fonte: Guyton e Hall, possivelmente a melhor bibliografia de fisiologia atual, vc deve conhecer...

Antevendo uma possível resposta, o glicogênio muscular não é utilizado para fornecer glicose ao sangue.

 

Enfim, as contas me pareceram bem simplista ao se considerar o metabolismo humano. E vai bem além disso...

 

Respondendo o tópico, na minha opinião...

A manutenção de massa magra vai depender da manutenção de estímulo (treino), e do fornecimento de substratos (aminoácidos).

Como já dito, o corpo queima tudo ao mesmo tempo, e a maior proporção é glicídica, seja glicemia ou glicogênio. Porém, sempre há degradação de aminoácidos (~10% do gasto em um treino, por exemplo). A questão é que, ao ingerirmos proteínas, o corpo irá repor conforme o a necessidade do estímulo dado.

 

Inclusive, a deficiência de insulina causa depleção de proteínas e cessa a síntese protéica, aumentando a concentração de aminoácidos plasmáticos. Boa parte destes aminoácidos serão utilizados como fonte de energia e substrato para gliconeogênese. (Guyton)

 

Logo, um déficit calórico mal planejado (sem proteínas suficientes), irá depletar massa muscular também. Aqui vale lembrar que a quantidade de proteínas recomendada para um indivíduo "normal", eutrófico, não treinado, é de 0,8 a 1g/kg. Logo, é uma quantidade relativamente fácil de ser atingida.

 

Outro fator que ajuda a preservar a massa muscular, é que, normalmente, estas "reeducações" estão aliadas a aumento de atividade física, ou seja, maior estímulo, favorecendo a manutenção de massa magra.

Eu sou R2 em GO sei o básico sobre nutrição, vi aqui que você é nutrólogo ou nutricionista e você hoje em dia deve se deparar com muitas pessoas com neuras que nem as que tem rolado aqui no fórum, inclusive é capaz de você passar uma dieta o cara postar aqui no fórum e falarem "nutrólogo kkkkkkk esse cara não sabe de nada é melhor pegar os macros no youtube".

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