vai um resumo de um livro que gostei sobre o assunto.
Guia de fisiculturista - Calculos e Dietas
Como então manter um equilíbrio nitrogenado positivo e garantir o
crescimento?
Para isso é necessário ingerir diariamente quantidades adequadas de
proteínas. A recomendação diária pelo RDA (E. C. Recommended Daily
Allowance) para uma pessoa normal é de 0.8 gramas de proteína por quilo de
peso ao dia (0.8 g/Kg dia). Uma pessoa, seguindo um programa de
treinamento intenso, poderá ter suas necessidades protéicas aumentadas em
1.5 – 2.0 g/Kg dia. Porém, em se tratando de um culturista que treine
intensamente e faça uso de farmacológicos, esta necessidade subirá para 3.0
– 4.0 g/Kg dia. Um culturista nestas condições, com 100 Kg de peso corporal,
deverá consumir diariamente cerca de 300 – 400 gramas de proteína de alto
valor biológico dividido em diversas refeições, o que equivale a 1200 – 1600
Kcal só em proteína, já que 1 grama de proteína equivale a cerca de 4
calorias.
em torno de 3.0 g/Kg dia
para quem estiver fazendo uso de esteróides e outros farmacológicos
Grande ingestão de proteína só se justifica caso a pessoa esteja
engajada em um programa de treinamento sério, pois será aproveitado o
necessário e o excesso será convertido em gordura e glicose, já que proteína
não pode ser armazenada pelo corpo. Muita proteína também pode causar
desidratação e ser uma sobrecarga para os rins pela excessiva produção de
uréia. Para eliminar este problema é necessária a ingestão de mais fluidos
(água). Isso não significa beber 1 ou 2 copos de água a mais, e sim de 6 a 8
copos extra durante o dia, o que dará em torno de 1.5 – 2.0 litros de água
extra.
Dietas altas em fibra (celulose) parecem
evitar doenças como câncer de cólon e hemorróidas. Arroz integral, cereais,
como aveia, trigo e cevada são exemplos de alimentos com alto teor de fibra.
Todo culturista deve consumir carboidratos não fibrosos durante o dia
para garantir energia para o seu treinamento e recuperação e carboidratos
fibrosos para garantir a saúde.
Basicamente um culturista, em dia de treino, deve consumir cerca de 6
– 8 gramas de carboidrato por quilo de peso ao dia dividido em diferentes
refeições (existem dietas mais recentes que são baseadas em baixo consumo
de carboidratos, as quais analisaremos mais adiante). Um culturista de 100
Kg, obedecendo a esta dieta básica, consumirá cerca de 600 – 800 gramas
de carboidratos ao dia, o que dará cerca de 2400 – 3200 calorias ao dia, já
que um grama de carboidrato vale cerca de 4 calorias.
Os carboidratos, quando ingeridos, são transformados em glucose no
pequeno intestino e, então, absorvidos pela corrente sangüínea, fazem uma
ligação com uma molécula de oxigênio e se transformam em glicogênio (só
para relembrar). Quando a glicose entra na corrente sangüínea, o pâncreas
secreta a insulina e esta irá transportar a glicose do sangue para os diversos
tecidos. A quantidade de insulina secretada é relativa à quantidade de glicose
ingerida, ou seja, quanto mais glicose, mais insulina. É importante observar
que a insulina tem a sua liberação suprimida durante a realização de
exercícios físicos mesmo que durante o exercício se consuma glicose.
A insulina tem um efeito anti-catabólico e anabólico, porque
aumenta o transporte de aminoácido, principalmente os aminoácidos de
cadeia ramificada (BCAA), para dentro do músculo, prevenindo a quebra de
proteínas intramusculares. A síntese de glicogênio intramuscular também
depende da insulina para carregar a glicose para dentro do músculo a fim de
promover recuperação tecidual após exercício. Estes efeitos da insulina criam
um perfeito ambiente metabólico para crescimento e reparação tecidual,
enquanto o corpo se recupera de intenso treinamento.
Quando há um rápido aumento dos níveis de glicose na corrente
sangüínea pela ingestão de alimentos de alto índice glicêmico, como é o caso
dos açúcares, o pâncreas libera grandes quantidades de insulina na corrente
sangüínea para retirar o excesso.
a ingestão de alimentos de alto índice glicêmico (caso da malto) faz com que
a insulina liberada por estes retire a maior parte da glicose do sangue,
sobrando pouco para a produção de energia para o seu treinamento,
causando um fenômeno conhecido como hipoglicemia, ou seja, queda de
glicose na corrente sangüínea. O próximo passo de um organismo em estado
hipoglicêmico é reagir imediatamente nos centros nervosos que provocam a
fome e sinalizar para que este se alimente e repare o débito energético.
É muito comum ver atletas bocejando durante o treino;
provavelmente, estão experimentando sintomas de hipoglicemia por não
terem se alimentado convenientemente antes do treino.
a insulina pode estimular o armazenamento de gordura e a
produção de lipoproteína lipase (LPL), enzima que trabalha no
armazenamento de gordura. Quando aumentam os depósitos de gordura,
insulina e LPL são liberadas mais facilmente e em maior quantidade. Desta
forma, quanto mais gorda uma pessoa se torna, mais insulina e mais LPL são
liberadas e mais apto se torna o corpo em armazenar gordura.
a ausência de níveis adequados de glicose no sangue
promove a liberação de um outro hormônio denominado glucagon. Insulina e
glucagon são denominados de hormônios contra-regulatórios, que se opõem
um ao outro. Eles se alternam em fases anabólicas/catabólicas para manter
os níveis de glicose plasmática normais. Desta forma, hipoglicemia e
hiperglicemia (baixa ou alta concentração de glicose no sangue) pode ser
evitado. Quando a concentração de insulina cai, a de glucagon se eleva, ou
seja, quando os níveis de glicose no sangue ficam muito baixo, o glucagon se
eleva. Este é um hormônio catabólico que irá quebrar tecido para fornecer a
energia que o corpo necessita para se manter. O glucagon irá promover a
degradação do glicogênio restante e das gorduras e como a construção de
músculos é secundária para o corpo, tornar-se-á muito difícil o aumento de
massa.
“Afinal, como utilizar a insulina a meu favor?
-- consuma alimentos de baixo
índice glicêmico durante o dia para a manutenção de energia constante na
corrente sangüínea, evitando, evitando assim a oscilação dos níveis de
insulina, o que pode causar rompantes de fome, armazenamento de gordura
e hipoglicemia.
-- Recomendamos o consumo de uma refeição a cada 2.5 – 3.0 horas, contendo alimentos de baixo índice glicêmico, tais como batata, arroz, macarrão etc.
-- Já que o exercício tem efeito tampão sobre a insulina, você tem a
possibilidade de durante o treino, fazer uso de bebidas de alto índice
glicêmico
duas colheres de sobremesa de dextrose será o suficiente para ajudá-lo em dia de treinamento vigoroso.
-- até 90 minutos após o término dosexercícios o corpo tem uma extraordinária capacidade de absorver nutrientes.
Nessa fase, elevar os níveis de insulina é bastante conveniente para que se
possa aproveitar todo o seu efeito anabólico e anti-catabólico. Logo após o
treino é conveniente que se continue a consumir líquidos energéticos
(dextrose)
-- uma refeição altamente protéica, de
pouca ou nenhuma gordura e rica em carboidrato. Esta fórmula é infalível
para uma explosão de insulina e aproveitamento de todo o seu potencial para
o direcionamento de aminoácido diretamente para dentro da célula muscular.
-- nesta fase a gordura, tal como a proteína, também tem a sua
utilização otimizada pela insulina e LPL. Portanto, mantenha-se distante das
gorduras, principalmente nesta fase. (pós treino)
gorduras
Ácidos graxos de cadeia curta (menos do que seis carbonos de
comprimento) são encontrados diariamente em alimentos como manteiga e
leite integral.
Ácidos graxos de cadeia média ou MCTs (de 6 – 12 carbonos de
comprimento) têm a característica de serem utilizados como energia mais do
que armazenados como gordura; por isso são adicionados a alguns
complementos alimentares para culturistas. É derivado principalmente do
óleo de coco.
Ácidos graxos de cadeia longa (14 ou mais carbonos de
comprimento) são a vasta maioria das gorduras que ingerimos.
ainda se enfatiza a redução do consumo de gorduras saturadas para um máximo de 10% da quantidade diária de gordura. Gordura animal, óleo de coco e gorduras hidrogenadas e parcialmente hidrogenadas (como as margarinas) são exemplos de gordura saturada.
Ácido graxo monossaturado, temos quando existe mais um espaço
onde se pode atar um par de hidrogênio. Estas gorduras são encontradas um
óleo de oliva, óleo de amendoim e no abacate. Esta classe de gordura não
afeta os níveis de colesterol plasmático, mas também não o reduz, se ingerida
em grande quantidade.
Ácido graxo polissaturado há quando existe mais de um espaço vago
onde se podem atar pares de hidrogênio. Esta categoria de gordura é
encontrada em óleos vegetais, sendo conhecida pela capacidade benéfica de
reduzir os níveis de colesterol plástico.
As gorduras essenciais
são gorduras de cadeia longa e polissaturadas.
Tal como os outros nutrientes essenciais (vitaminas, minerais, aminoácidos
essenciais etc), as gorduras essenciais ou EFAs devem ser supridas pela
dieta, porque o corpo humano não as pode fabricar. São fontes de gorduras
essenciais as oleoginosas, tais como castanhas e nozes, sementes, óleos de
peixe e óleos vegetais não processados.
têm a capacidade de aumentar a oxidação de gorduras.
Gordura queimando gordura!
Aumento de VMB
Baixa na taxa de colesterol plástico
Aumento da sensibilidade à insulina
Produção de energia
Transporte de oxigênio
Produção de hemoglobina
Produção de prostaglândis
a carne vermelha é rica em um derivado de gordura essencial (ácido linoleico conjugado) o qual bloqueia a ação da má prostaglândis (PGE-2) que tem um grande potencial catabólico.
Como regra geral para controlar o seu consumo de gordura, um terço
das gorduras ingeridas diariamente deve provir de gorduras essenciais, os
outros dois terços podem derivar de carnes vermelhas, frango, ovo, queijo,
pequenas quantias de manteiga e eventualmente até de hambúrguer.
Gorduras a serem evitadas são óleos vegetais processados, margarinas e
qualquer tipo de alimento frito.
Recentemente, a margarina foi condenada como sendo pior para a
saúde do que a manteiga. Ocorre que a indústria tem de processar
pesadamente o óleo vegetal para transformá-lo de líquido para sólido. Em
geral todos os óleos de supermercado foram parcialmente ou muito
hidrogenados. A única exceção é o azeite de oliva virgem extra.
EFAs (gorduras essenciais) são incluídos com o objetivo de ocasionar maior crescimento muscular, aumentando a sensibilidade à insulina, e outros bons efeitos
provocados por este tipo de alimento mencionado anteriormente.
DIETAS ALTAS EM CARBOIDRATOS
alta ingestão de carboidratos, médio-alto consumo de proteínas e
baixo consumo de gorduras.
A importância da proteína é óbvia; os carboidratos se transformam em
glicogênio e enchem o músculo, tornando-o maior e mais forte, enquanto que
a gordura deve ser evitada ou reduzida ao mínimo, ingerindo só aquela já
contida nos alimentos.
Por tentativa e erro chegou-se a um denominador comum quanto à
distribuição percentual diária dos grupos alimentares: 60% de calorias de
carboidratos, 30% de proteína, 10% de gordura.
Completando esta teoria, consideremos a informação a seguir: de 6-8 gramas
de carboidratos, de 3-4 gramas de proteína e de 0.4-0.6 gramas de gordura
por quilo de peso ao dia repetidamente.
como exemplo um culturista de 100 Kg consumindo o limite
superior dos grupos alimentares anteriormente citados:
800 gr de carboidratos = 3200 calorias
400 gr d proteínas = 1600 calorias
60 gr de gorduras = 540 calorias
Total em calorias = 5330 calorias
(obviamente divididas em 5-6 refeições diárias)
Muitos se tornaram mais musculosos e definidos,
havendo aqueles que aumentavam ainda mais a ingestão de carboidratos e
reduziam a quase zero a quantia de gordura e ainda assim obtinham
resultado.
no entanto, é que para a maioria de nós mortais
esta fórmula tem apenas adicionado mais tecido adiposo e a conseqüência é
uma correria antes da competição para definir para o apronto ou para não
passar vergonha em temporada de praia e com isso, além da gordura, vai-se
boa parte da massa muscular conquistada a duras penas.
Esta pode não ser a melhor dieta para você, a não ser que você seja um destes
privilegiados metabolicamente.
DIETA Isométrica DE DAN DUCHAINE
Dan Duchaine, uma espécie de guru da musculação nos Estados
Unidos, introduziu esta dieta depois de verificar que muitos atletas da
musculação, ele inclusive, estavam se tornando gordos com a dieta
tradicional, alta em calorias.
Como o nome revela, esta é uma dieta baseada na ingestão de partes
iguais de carboidratos, proteínas e gorduras. Não precisa ter iguais partes em
todas as refeições, mas no somatório de todas. Neste caso, para uma dieta
com o total de 2400 calorias:
200 gr de carboidratos = 800 cal
200 gr de proteínas = 800 cal
90 gr de gorduras = 800 cal
total em calorias 2400 cal
dividas em 5-6 refeições
Esta dieta fará com que um indivíduo de 100Kg que realiza um
treino adequado, perca peso. Talvez seja adequada também para um
indivíduo de 70Kg.
os carboidratos devem provir de fontes complexas
DIETA Anabólica DE MAURO di PASQUALE
Esta dieta nos é bastante simpática se destinada para aqueles que têm
tendências a acumular gorduras. Ela é um pouco mais complicada, mas já
presenciamos ótimos resultados em alguns de nossos clientes e conosco
mesmo.
De acordo com di Pasquale a dieta alta em carboidratos também não é
o melhor plano de nutrição, apesar de ainda ser o mais popular. A dieta alta
em gorduras, se acordo com sua opinião, maximiza o ganho de massa
muscular pela estimulação da produção hormonal e proteção da proteína
muscular, enquanto limita a acumulação de gordura subcutânea. Por isso,
esta dieta é baseada em alta ingestão de gorduras e de proteínas e baixa
ingestão de carboidratos por 5 dias e alta ingestão de carboidratos e média
ingestão de gorduras e proteínas por 2 dias.
Dia de semana
7.5 gr de carboidratos = 30 cal
247.5 gr de proteínas = 990 cal
220 gr de gorduras = 1980 cal
total em calorias 3000 cal
dividas em 5-6 refeições
Fim de semana
457.5 gr de carboidratos = 1830 cal
142.5 gr de proteínas = 570 cal
67 gr de gordura = 600 cal
total em calorias 3000 cal
dividas em 5-6 refeições
A teoria por detrás desta dieta é similar à da dieta de Duchaine. Na
dieta anabólica, o seu organismo utiliza um meio metabólico, onde a gordura
corporal é utilizada como energia. Na dieta alta em carboidratos, você utiliza
a glicose proveniente destes, sendo que a insulina liberada pelo pâncreas
torna toda a glicose não utilizada pelo músculo ou armazenada pelo fígado
em gordura de reserva e o torna balofo. Este é um risco que se corre, caso
haja um desequilíbrio na dieta.
A insulina liberada pela alta ingestão de carboidratos ativa a produção
de gordura e diminui a sua queima. O oposto ocorre com a dieta metabólica,
que é alta em gordura. Com quantidades limitadas de glicogênio no corpo,
você é obrigado a utilizar a gordura como fonte de energia enquanto
economiza preciosa proteína muscular. Isto é o que ocorre durante os dias de
semana, sendo que nos fins de semana (durante 2 dias), a quantidade de
carboidratos aumenta generosamente para que se possa saturar a célula já
depletada e tomada por carboidratos. Truque similar é utilizado, de qualquer
forma, por culturistas, uma semana antes das competições, para garantir o
máximo de definição e de volume muscular.
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