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Todas As Calorias Säo Iguais?


Torf

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Postado

A galera do forum é engraçada, pra treinamento nao existe individualidade biologica todos devem treinar frequentes, mas pra dieta existe. Onde na verdade a logica teria que ser ao contrario kkkk.

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Leonardo obesos a longo prazo tem resultados semelhantes com carbo ou gordura porque o objetivo é simplesmente perder peso, é a mesma coisa de um cara magrelo que nunca treinou ele começar a levantar peso ganha musculo muito rapido porque nunca tinha feito aquilo na vida, ate plantando bananeira ele ganha musculo, mas é ingenuidade achar que os ganhos vão ser contínuos. Agora pense num cara natural com varios anos de treino e dieta levados a serio estagnado, a diferença entre os macros vai fazer sim diferença pois seu objetivo nao é simplesmente perder peso e sim perder gordura, o que é bem diferente, ai é que vemos o melhor pra composição corporal a longo prazo, esquecendo peso e medidas, olhando so pro espelho.

Ninguem falou mal do carbo, estamos mostrando estudos científicos e artigos que comprovam os malefícios e benefícios da outra dieta. A maioria da galera que ta mostrando esses estudos nem mesmo abaixa os carbos tanto assim, a maioria faz moderado, como eu. Nao vejo vantagem nenhuma de se entupir de carboidratos para composição corporal e saude. É isso, as cartas estão na mesa ninguem é obrigado a seguir nenhum protocolo, façam como acham melhor pra si e como respondem melhor.

Postado (editado)

Acho que as diferenças dizem mais respeito ao particionamento de nutrientes e, talvez, em menor escala ao TEF. Vou copiar dois posts de outro tópico sobre os dois assuntos:

Particionamento

O particionamento de nutrientes (que é basicamente o destino do excedente calórico, gordura ou músculo) é na maior parte genético - algo em torno de 80-85%. Os outros 15-20% podem ser ajustados através de estratégias de dieta, treino e suplementação (e drogas, obviamente).

As dietas low carb tendem a melhorar esse particionamento, especialmente qd há um ciclo com refeeds/carbloads, associado a um treinamento adequado. Isto se torna mais evidente no caso de pessoas com sensibilidade à insulina ruim - pra estas pessoas, a escolha do estilo de dieta vai fazer uma diferença maior, enquanto que pra outras nem tanto.

TEF

Gorduras = 2-3% do total de calorias ingeridas;

Carboidratos = 5-6% (Carboidratos transformados em gordura utilizam ~23% das calorias como TEF)

Proteinas = 20-30%.

Enfim, de um modo geral, 1kcal = 1kcal, mas obviamente há outras considerações importantes. Além disso, a individualidade aqui pode desempenhar um papel fundamental nisso tudo - especialmente por conta da sensibilidade à insulina. O que é importante é entender isso e deixar o fundamentalismo de lado.

Abraços

Editado por Shrödinger
Postado

A galera do forum é engraçada, pra treinamento nao existe individualidade biologica todos devem treinar frequentes, mas pra dieta existe. Onde na verdade a logica teria que ser ao contrario kkkk.

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Leonardo obesos a longo prazo tem resultados semelhantes com carbo ou gordura porque o objetivo é simplesmente perder peso, é a mesma coisa de um cara magrelo que nunca treinou ele começar a levantar peso ganha musculo muito rapido porque nunca tinha feito aquilo na vida, ate plantando bananeira ele ganha musculo, mas é ingenuidade achar que os ganhos vão ser contínuos. Agora pense num cara natural com varios anos de treino e dieta levados a serio estagnado, a diferença entre os macros vai fazer sim diferença pois seu objetivo nao é simplesmente perder peso e sim perder gordura, o que é bem diferente, ai é que vemos o melhor pra composição corporal a longo prazo, esquecendo peso e medidas, olhando so pro espelho.

Ninguem falou mal do carbo, estamos mostrando estudos científicos e artigos que comprovam os malefícios e benefícios da outra dieta. A maioria da galera que ta mostrando esses estudos nem mesmo abaixa os carbos tanto assim, a maioria faz moderado, como eu. Nao vejo vantagem nenhuma de se entupir de carboidratos para composição corporal e saude. É isso, as cartas estão na mesa ninguem é obrigado a seguir nenhum protocolo, façam como acham melhor pra si e como respondem melhor.

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É lógico que um iniciante vai ter resultados fazendo qualquer merda, mas o cara que treina a anos e tá estagnado também pode ter fazendo qualquer uma das duas dietas.

Não falaram mal do carbo, sério? Podem não ter falado diretamente mas é só ler o sensacionalismo em cima dos textos postados que qualquer um com 2 neuronios consegue perceber o quão condenado o carbo foi.

Mas eu uso da sua frase final pra definir minha opinião sobre qual é a melhor dieta: 'façam como acham melhor pra si e como respondem melhor'

Postado (editado)

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Ow, vai lá ler seus Freud, Piaget, Kohler e compania ao invés de perder tempo comentando isso.

Desculpe, foi uma brincadeira infeliz. Eu não resisti ao que você disse e acabei explicitando um pensamento. Não voltarei a cometer esse erro. Editado por Priscilla Cabral
Postado (editado)

Como citei no outro tópico... esteroides mudam o rumo das kcals... conheço gente que usa e faz iifym e o shape ta bem legal. Agora pega o individuo natural e com uma genetica ruim, dai o buraco é mais em baixo. Já fiz cagada de bulking com "2g prot 1g fat o resto em carbo" e me fudi. Ganhei peso sim, 60% banha.

@topic

Acompanhando o topic!

Interessante, mas você era gordo antes? Digo endomorfo puro?

To seguindo uma dieta rica em carboidratos com um superávit de calorias baixo, até agora os ganhos estão aceitáveis.

Editado por NewbieTrack
Postado

Interessante, mas você era gordo antes? Digo endomorfo puro?

To seguindo uma dieta rica em carboidratos com um superávit de calorias baixo, até agora os ganhos estão aceitáveis.

sempre fui acima do peso e bf 20%+... prefiro ganhos bem lentos e limpos, por isso optei por lchf e me adaptei... na vdd as vezes como frutas, uma mandioca. Mas açúcar e derivados de trigo e glúten não entram na minha alimentação :)
Postado

Segue parte de uma entrevista com Alan Aragon, feita por Brad Schoenfeld (duas das maiores figuras desse campo), acerca da divisão de macronutrientes e seus impactos na perda de peso:

How important is macronutrient ratio with respect to weight loss?

People have varying total energy demands, and this can differently influence their macronutrient requirements. Ratios per se shouldn’t be the focus since they’re merely a default result of figuring absolute needs. For example, those with a moderate to high energy output (through formal training, non-exercise activity, or both), can typically consume a higher amount of carbohydrate and still lose weight. In contrast, sedentary or barely active folks have lower overall energy demands, thus a high carbohydrate intake wouldn’t likely be optimal. Nevertheless, there’s rather interesting, yet unreplicated research examining the effects of insulin sensitivity on weight loss (low-carb worked better for insulin-resistant subjects while high-carb worked better for insulin-sensitive subjects). Unfortunately, body composition wasn’t assessed, nor was there any structured exercise protocol. My hunch is that a well-designed, progressive training program would greatly diminish the influence of pre-existent differences in insulin sensitivity on weight loss.

Are you a proponent of cutting carbs for someone who wants to get really lean?

For losing fat past the initial stages, I’m a proponent of imposing a calorie deficit, and depending on the individual situation, this can involve a decrease in caloric intake, an increase in caloric output, or a combination of both. In the case of intake reduction, it doesn’t make sense to hack into critical nutrients – especially protein, whose requirement actually increases in a caloric deficit. So, for the most part, it’s carbs that will get the brunt of the reduction when it’s time to cut calories, while protein & fat remain somewhat stable (I typically set protein slightly higher than it needs to be). The degree of carb reduction varies individually, but the underlying aim is to consume the highest amount of carbs that still allow a satisfactory rate of fat loss. This approach accomplishes two main things – it enables the highest possible training performance (in terms of both strength & endurance), and also the lowest chance of undue hormonal downregulation from prolonged bouts of dieting. Carb reduction can then be strategically positioned as a trump card. In other words, carbs can always be incrementally reduced on an as-needed basis, depending on how results are proceeding. Starting off with minimal carbs from the get-go leaves fewer options in the toolbox to break through progress plateaus once training volume is maxed-out.

Segue link da entrevista completa, onde ele fala também sobre jejum intermitente e protein timing:

https://www.lookgreatnaked.com/blog/interview-with-nutrition-expert-alan-aragon/

Impressiona a reverência do Brad em relação ao Alan.

Abraços

Postado

Marcando. Tem muita coisa pra ler. Mas um debate interessante e importante. Boa Torf

Sempre soube que enchia o cu.

...
Muito bom tópico, muito bom mesmo!

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Ow, vai lá ler seus Freud, Piaget, Kohler e compania ao invés de perder tempo comentando isso.

Desculpe, foi uma brincadeira infeliz. Eu não resisti ao que você disse e acabei explicitando um pensamento. Não voltarei a cometer esse erro.

Hummm, vai dar casório HAHAHAHAHAAHHAAH

Postado

As coisas são tão mais complexas do que imaginamos e estamos longe de conhecer o todo. Existem estudos muito interessantes (vou tentar os achar novamente para trazer para cá) que analisa pessoas caminhando descalças e com sapato e descobriram que só por estar descalço a circulação aumenta, inflamação celular diminui, intoxicação eletromagnética cai para níveis saudáveis automaticamente. Talvez um dia chegaremos a conclusão que só por andar descalça uma pessoa pode emagrecer porcentagens bem maior do que quem não anda descalça, ainda não tem evidências disso, mas quem sabe? A natureza não nos fez de sapato.

Postado (editado)

Sempre cai na mesma coisa.

Problemas com variáveis.

Dificilmente será mensurável pela variedade e mutabilidade que podem ocorrer em um determinado período de tempo e características internas/externas.

A grosso modo: Só se pode concluir algo entre indivíduos idênticos com período de tempo idêntico com as características idênticas.

"Kcal = Kcal".

"Kcal =/= Kcal".

É relativo e pode ser provável que estudos tenham resultados diferentes, mas que desde que tenha um bom critério, possam ser ambos considerados "corretos".

Editado por Born4Run
Postado (editado)

Carboidrato vilão!!!!!!!! Carboidrato engorda!!!!!!!!!!!!! Fujam desse macro do mal!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Eu não aguento mais essa insistencia recente do fórum de endeusar a vida low-carb e querer provar que as calorias não são iguais. Nunca vou acreditar nisso, ainda mais eu que perdi 112kg enchendo o cu de carboidrato durante todo meu emagrecimento.

112kg enchendo o cu de carbo? vocÊ devia ter vergonha de vir postar uma mentira dessas, por isso esse fórum não vai pra frente com tantos liars e troll's.

troll.jpg

Nunca que kcal's são iguais... come só fast food e veja se você terá micronutrientes. Ou consuma 500gr de pão ou 500gr de brocólis e uva que contem substancias anti-oxidantes e anti-aromatizantes (muitas já confirmadas pela ciência e usada na fitomedicina)

Parem de falar bobagem! A dieta pode sim ser flexível, pode sim ter lixos, e até DIÁRIOS numa dieta sem estragar um shape (saúde são outros 500) , principalmente em que esta onfire (essa ultima eu nem precisava citar né?) mas afirmar com toda conviccção que se um individuo comer 4 bigmacs para ter 2000 calorias ele vai ter a mesma composição corporal de um cara que come 2000 de carnes, vegetais e frutas é a maior asneira que existe.

Vamos aposentar os nutricionistas, nutrólogos, os PHD's nessa área, basta contar calórias e vamos desfilar com a mesma definição do zyzz.

Sinceramente eu desisto, façam o que querem com suas vidas mas não passem essa visão distorcida para iniciantes que podem crescer rápido e seco se comerem limpo desde o início (o que a maioria não faz)

Editado por drjohnson
Postado

De fato a melhor dieta eh aquela que você consegue seguir todos os dias , não adianta seguir a dieta cetogênica por exemplo porque um amigo fez se você não sente prazer em fazer a tal dieta , aí vira uma obrigação acabando em desistência.

Uma frase que li aqui no fórum

A dieta tem que se adequar a você ,sua rotina, não o contrário.

Na minha opinião não importa a dieta escolhida desde que siga diariamente ,chegara ao objetivo desejado

Postado (editado)

112kg enchendo o cu de carbo? vocÊ devia ter vergonha de vir postar uma mentira dessas, por isso esse fórum não vai pra frente com tantos liars e troll's.

troll.jpg

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Então você não acredita que eu desci dos 185kg para os 73kg comendo 250g de carbo na maioria do tempo e em certos dias 400/500g??

Editado por leonardooosouza
Postado

As coisas são tão mais complexas do que imaginamos e estamos longe de conhecer o todo. Existem estudos muito interessantes (vou tentar os achar novamente para trazer para cá) que analisa pessoas caminhando descalças e com sapato e descobriram que só por estar descalço a circulação aumenta, inflamação celular diminui, intoxicação eletromagnética cai para níveis saudáveis automaticamente. Talvez um dia chegaremos a conclusão que só por andar descalça uma pessoa pode emagrecer porcentagens bem maior do que quem não anda descalça, ainda não tem evidências disso, mas quem sabe? A natureza não nos fez de sapato.

Não fala isso, Wesley. Daqui a pouco o pessoal que acha que mora da pré historia daqui do fórum vão começar a ir trabalhar descalço e pelado.

Postado

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Então você não acredita que eu desci dos 185kg para os 73kg comendo 250g de carbo na maioria do tempo e em certos dias 400/500g??

então defina o que é encher o cu de carbo.

Você fez o que todo mundo fala: carb-cycling.

Do modo como falou parecia que tava mandando 500 carb por dia.

você fez 1 low carb (pro seu peso) e com dias de refeed.

Postado

Carboidrato vilão!!!!!!!! Carboidrato engorda!!!!!!!!!!!!! Fujam desse macro do mal!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Eu não aguento mais essa insistencia recente do fórum de endeusar a vida low-carb e querer provar que as calorias não são iguais. Nunca vou acreditar nisso, ainda mais eu que perdi 112kg enchendo o cu de carboidrato durante todo meu emagrecimento.

+1

Postado

então defina o que é encher o cu de carbo.

Você fez o que todo mundo fala: carb-cycling.

Do modo como falou parecia que tava mandando 500 carb por dia.

você fez 1 low carb (pro seu peso) e com dias de refeed.

É, talvez eu me expressei mal mesmo. Mas ainda assim não deixou de ser uma quantidade legal de carbo (msm pro meu peso) e acabei emagrecendo por causa da termodinamica.

Postado

Nutrição é igual musculação o básico funciona não tem para que inventar moda, Carboidrato não é que ele engorda mais que gordura ou proteína e sim que ele retem líquidos e da um aspecto de inchado gordo, Porem ainda acho que o que conta é as kcals, micronutrientes e a divisão certa de macros o resto é para mim é desculpa para justificar o próprio fracasso

Postado (editado)

Nada impede que a pessoa use iifym, use altas quantias de carboidratos e tenha um padrão de vida saudável, se alimente bem, ingira os nutrientes adequados, seja ativo, treine bem... Enfim, nas discussões parece que só pelo fato da pessoa ingerir quantidades razoáveis de carbo, automaticamente tem que comer porcaria o tempo todo. Pq as pessoas tem que escolher extremos? Menos. Existe um meio termo que provavelmente será mais saudável mentalmente e fisicamente.

Antes que joguem pedras, eu gosto de low carb.

Abraços

Editado por Shrödinger
Postado

Pessoal, termodinâmica funciona sim, mas o fato de funcionar não quer dizer que é a melhor forma a se fazer.

Da pra emagrecer contando calorias, da pra ganhar massa contando calorias. Agora se esse é o modo mais eficiente, ai já é outra história.

Ninguem dúvida e tambem ninguem está falando que uma dieta com carbo alto/moderado é ruim, que não funciona, mas pra muitos, e com bases cientificas/estudos, pra maioria, por causa da nossa fisiologia, uma dieta com carbo mais baixo (note bem, carbo baixo, não carbo zero) e com gordura sobressaindo.

O impacto de 1 kcal de gordura é diferente de 1 kcal de proteina, que por sua vez é diferente de 1 kcal de carbo.

Postado (editado)

Aqui está o que você precisa saber ...
  • Lutando cotra a falta de motivação, baixa libido ou apenas sentindo que você fez todas as coisas certas, mas já não consegue responder à dieta e ao treino? Pode ser uma disfunção metabólica.

  • Você pode sentir-se mal e ter disfunção metabólica sem estar em um estado que a doença se manifesta.

  • "Comer menos e fazer mais exercício" pode facilmente levar um levantador avançado a um estado de disfunção metabólica.

  • Seu metabolismo não funciona como uma calculadora. Ele funciona como um termostato.

  • Há três maneiras de reparar o seu metabolismo, dependendo em qual estágio do "estado de fome" que você está.

Estado de fome, disfunção metabólica, resistência à perda de peso, fadiga adrenal ... Por alguma razão, estes termos ficam sob a pele das pessoas. Você ouve constantemente sobre esse e aquele mito e sobre como todas essas coisas são falsas. Isso de lembra de um provérbio de Osho, meu filósofo favorito: "Quanto menos uma pessoa sabe o mais obstinadamente ele sabe disso."

Esses não são mitos e há uma abundância de pessoas que lidam com estas questões. Se você é uma daquelas pessoas de vinte e poucos anos com grande energia, um corpo perfeito e pouca experiência de vida, então provavelmente você está pronto para descartar este artigo logo de cara. Mas só me faça um favor: guarde-o. Você pode precisar dele mais tarde.

Por outro lado, se você é alguém que tem lutado com a falta de motivação, baixa libido, overtraining, doença ou sente que você fez todas as coisas certas, mas já não consegue responder à dieta e ao treino da mesma forma, então essas informações são para você.

Compreendendo a terminologia

Honestamente, eu não sei de onde esses termos vieram. Como muitas coisas na saúde e no fitness, há frases que são utilizados em algum lugar e, em seguida, tornam-se parte do vocabulário.

Eu sou um médico integrativo. Eu, e muitos médicos como eu, têm lidado com problemas de danos metabólicos durante anos. Só que nunca os chamamos de "danos metabólicos" ou "estado de fome." Nós os chamamos de disfunção neuro-endócrino-imune. Ou nós os chamamos por algumas de suas manifestações, como "fadiga adrenal." Às vezes, quando um diagnóstico real pôde ser feito, nós os chamamos de "hipotireoidismo" ou "tireoidite de Hashimoto" ou "insuficiência adrenal."

Desde então adotei o termo "dano metabólico" porque é mais descritivo e mais fácil de compreender em comparação com "disfunção neuro-endócrino-imune."

Disfunção versus Doença

Aqui está uma visão sobre medicina e saúde que é importante entender. Uma pessoa pode sentir-se mal e ter disfunção metabólica sem estar em um estado de doença. Deve fazer sentido para a maioria das pessoas que você pode ter disfunção metabólica muito antes de você ter a doença metabólica. E a medicina tradicional não tem muito a oferecer a menos que haja um diagnóstico. É por isso que o campo da medicina funcional emergiu.

Medicina funcional é uma especialidade médica que lida com a área cinza da disfunção entre a saúde e a doença. Este é o tipo de medicina que pratico. E é aí que termos não-diagnósticos como "fadiga adrenal" vem.

Deixe-me dar um exemplo concreto deste problema. Diga que você não está se sentindo tão bem, você está com fome o tempo todo, urinando mais do que o normal e ganhando peso. Quando você vai ver o seu médico tradicional, ele testa o seu açúcar no sangue para descartar diabetes. Se os seus níveis de açúcar no sangue em jejum são 119, você não tem diabetes, mas se bater 120 você tem. Você vê como absolutamente ridículo isso é? Muito antes de você chegar à marca de 120, você tinha alguma disfunção grave acontecendo. Mas ninguém sabe ao certo como chamá-la.

Assim, a medicina chama de um monte de coisas diferentes, como a desregulação de açúcar no sangue, diminuição da glicemia, pré-diabetes, etc. Mas nenhum desses termos são aceitos como diagnóstico. Eles são simplesmente termos descritivos que descrevem uma perturbação mensurável que ainda não se tornou uma doença.

Os termos de danos metabólicos, estado de fome e outros sofrem um problema similar. Eles descrevem um distúrbio funcional que pode ou não estar associada a uma doença particular.

Muito antes de transtorno de déficit de atenção, síndrome do ovário policístico, fibromialgia, autismo e síndrome de fadiga crônica tornarem-se diagnósticos válidos, eles foram chamados de mitos e suas existências foram negadas. Enquanto isso, doutores com visão de futuro foram logo tratá-los e definir as suas características.

Assim, dizer que estado de fome ou danos metabólicos "são mitos" é muito parecido com dizer que pré-diabetes é um mito. Dizer que "fadiga adrenal não existe" é como dizer que "o overtraining não existe." Estes são distúrbios funcionais que têm sinais e sintomas que podem ser detectados em exames físicos e exames de sangue.

Esses distúrbios podem ou não ter um diagnóstico correspondente, mas isso não significa que eles não existem. Esta é a área cinzenta entre a saúde e doença, a área onde as funções começam a ficar comprometidas.

Então o que é "estado de fome" exatamente?

Estado de fome e danos metabólicos são reais. Para facilitar o entendimento, eu só vou me referir a este como estado de fome daqui em diante. (Você verá logo aonde "danos metabólicos" se encaixa)

O engraçado é que quando você consegue enxergar o que realmente é estado de fome, você provavelmente vai entender o que estamos falando rapidamente. Descobri que a confusão sobre estes temas geralmente vem da falta de uma estrutura organizacional para entender as coisas.

Na realidade, estado de fome é sem dúvida a ocorrência mais aceita em todas as pesquisas sobre dietas. Mas os pesquisadores não o chamam de "estado de fome", o chamam de termogênese adaptativa. Eu o chamo de Lei da Compensação metabólica. Refiro-me a ele como uma lei, porque é um fenômeno confiável e previsível que ocorre em qualquer cenário de dieta. É o grau de ocorrência que varia.

Você pode pensar nisso como um mecanismo natural de proteção desenvolvido pelo metabolismo ao longo de milhões de anos. É o que impediu o seu antepassado de morrer de fome quando a sua próxima refeição nunca foi uma garantia. Se você é um fisiculturista magro, um atleta de elite ou uma pessoa comum tentando perder algum peso, você vai sofrer pela compensação metabólica do corpo.

Dano metabólico: um exemplo

Vamos examinar um exemplo. As coisas começam com uma dieta. Pela dieta eu quero dizer que você faça alguma combinação de comer menos e fazer mais exercício. No começo você parece estar indo muito bem. Você perde alguns quilos logo de cara. Por enquanto, tudo bem.

Agora você está há uma semana assim e começa a sentir fome, sua energia cai e você se encontrar com desejo por alimentos salgados, alimentos gordurosos e doces. Este é um sinal de que o corpo está começando a se mover para uma compensação metabólica. Pense nisso como Nível 1 do estado de fome.

Devido a esta compensação, você nota que sua perda de gordura diminui. Talvez ela pare de uma vez. E se você é uma daquelas pessoas que tem uma queda metabólica muito brusca, pode até perceber um certo ganho de peso. E a fome, energia e desejo por alimentos lixo está ficando cada vez pior.

Mas você não está brincando. Você se orgulha da sua vontade de ferro e ética de trabalho sólida. Você dobra os seus esforços e aumenta o corte de calorias e também o tempo de treino. Muito bem. Agora seu corpo está mudando novamente. Outro quilo, talvez dois, perdidos. Mas isso não dura. Algumas semanas mais tarde e você está preso novamente. Desta vez, a fome e os desejos são piores e sua energia está no vaso.

Seu metabolismo não está exatamente cantarolando. Sua taxa metabólica diminui ainda mais. Talvez se esforça ainda mais, mas agora seu corpo apenas não vai ceder. Você parece estar fazendo tudo "certo", mas o metabolismo ignora seus saltos. Você acabou de entrar em resistência metabólica. Este é estado de fome Nível 2.

Você não sabe o que diabos está acontecendo e não sabe como lidar com isso. Tudo que você precisa fazer é se esforçar mais. Você vai assistir Conan o Bárbaro e ouvir a música tema de Rocky Balboa. Você quadruplica o seu esforço!

Você vê muito pouco resultado para seus esforços neste momento. Semanas se passaram e você está se sentindo acabado. E agora você tem outras queixas. Você começa a se sentir com gases e inchado. Os shakes de proteína que você usou para tolerar esse estado estão perturbando seu estômago. Você está recebendo azia também. Se você é uma mulher, sua menstruação se torna irregular ou desaparece. Se você é um homem, sua libido vai pro saco.

O sono é fragmentado e imprevisível. Você tem essa sensação estranha de estar ligado internamente, mas cansado externamente. Você está começando a se sentir doente e com mal-estar. Você pode estar ansioso, deprimido ou ambos. E agora você parece retido, apesar de uma dieta baixa em carboidratos e apenas não consegue treinar do mesmo jeito. Você ainda pode estar ganhando peso! Este é o dano metabólico, Fase 3, e a fase final do estado de fome.

O que não fazer

Então agora você corre atrás de alguma ajuda. Todo esse material sobre "danos metabólicos" sendo um mito está voltando para assombrá-lo. Então você vai para um treinador físico. Descreve a ele o que está acontecendo e ele diz: "Você está em estado de fome. Você precisa comer mais e aliviar os exercícios." Dizem-lhe para dobrar sua ingestão de calorias e ter calma no seu treino louco.

Adivinha o que acontece? Você explode como um balão de hélio. Com o seu metabolismo se movendo no ritmo de um caracol, porque você fez exatamente a coisa errada. Não é uma jogada inteligente.

Você ganha cerca de 7 quilos em 6 dias (Eu tive vários pacientes com este tipo de colateral)! É claro que é fisiologicamente impossível para ganhar essa quantidade de gordura em um curto espaço de tempo; é quase tudo água, mas é um sinal de seu metabolismo não está tão rápido.

Você quer respostas então vai um médico. Talvez te diagnostiquem com problema de hipotireoidismo ou algum outro, ou talvez eles dizem que você é normal e nada está errado. Obviamente, eles não têm respostas. Se você for realmente azarado, eles dizem para você voltar ao comer menos e exercitar mais. Mas ainda não vai funcionar e isso só vai perpetuar o ciclo negativo e trazer mais danos à sua fisiologia e ao seu psicológico.

Consertando o dano metabólico

Aqui está o que você precisa saber sobre o seu metabolismo. Ele não funciona como uma calculadora; ele funciona como um termostato. E seu termostato agora está "quebrado".

Quando a abordagem "comer menos, exercitar mais" é levada ao extremo, é como um jogo de cabo-de-guerra que você nunca pode ganhar. Você puxa e puxa para trás o metabolismo mas é difícil. Você se esforça mais e o metabolismo ri e quase arranca você para fora de seus pés. Qual é a única maneira de vencer cabo-o-guerra contra uma equipe mais forte do que você? Quando eles puxam, você deixa ir e eles impotentemente caem no chão. Esse é o caminho para fora do estado de fome metabólico.

Consertando o estado de fome

Não importa em que fase você está, o primeiro passo é parar com a abordagem de comer menos e fazer mais exercícios. Este é o equivalente a soltar a corda.

Neste ponto, você tem duas escolhas. Você pode comer menos e se exercitar menos ou comer mais e exercitar mais. Esta é a única maneira de reduzir o estresse do seu metabolismo e não ganhar peso no processo. Se você chegou até a fase 3 no entanto, sua única opção é a comer menos e exercitar menos.

Recuperando seu metabolismo

  • Fase 1: Compensação Metabólica: Esta fase é fácil de lidar. Mova-se para uma abordagem "comer menos, exercitar menos" ou "comer mais, exercitar mais". Ambos irão funcionar. Contanto que você saia do "comer menos, exercitar mais", normalmente você vai estar de volta na pista dentro de uma semana.

  • Fase 2: resistência metabólica: Isso também não é tão difícil de lidar. Apenas cicle a sua dieta. Gaste 2-3 semanas em uma fase "comer menos, exercitar menos", em seguida mude de direção para uma abordagem de "comer mais, exercitar mais". Você pode precisar passar por algumas outras etapas também. Isso pode envolver priorizar o descanso e a recuperação. Andar a pé, massagem, sauna terapêutica, sestas, sexo / afeto físico, rir, passar um tempo com animais de estimação, etc. Basicamente, qualquer coisa que reduza os hormônios do estresse e restaure o equilíbrio do sistema neuroendócrino. Programe-se para estar de volta ao caminho certo dentro de 1-3 meses.

  • Fase 3: Danos Metabólicos: Uma vez que você está aqui, você tem pouca escolha. "Comer menos, exercitar menos" é a única opção. Você precisa concentrar todo o seu tempo em repouso e recuperação. Andar a pé e alguns tradicionais exercícios de peso é provavelmente tudo que você vai ser capaz de fazer.

Consultar com um médico de medicina funcional seria inteligente. Eles serão capazes de avaliar tireóide, supra-renal e função gonadal. Isso está além do escopo de um treinador físico. Suplementos e hormônios podem ser necessários. Com a ajuda certa, você pode estar de volta no caminho certo dentro de 3 a 15 meses.

O cenário ideal? Não se meta nessa situação, para começar.

Referências

  1. Major, et. al.Clinical significance of adaptive thermogenesis. International Journal of Obesity. 2007 Feb;31(2):204-12. PUBMED

  2. Jason, et al. Chronic fatigue syndrome versus neuroendocrineimmune dysfunction syndrome:differential attributions. Journal of Health & Social Policy 2003;18(1):43-55. PUBMED

  3. Muller, et. al. Adaptive thermogenesis with weight loss in humans. Obesity. Feb;21(2):218-228. PUBMED

  4. Rosenbaum, et. al. Long-term persistence of adaptive thermogenesis in subjects who have maintained a reduced body weight. American Journal of Clinical Nutrition. 2008;88(4): 906-912. nutrition.org

  5. Camps, et. al. Weight loss, weight maintenance, and adaptive thermogenesis. American Journal of Clinical Nutrition. 2013;97(5):990-994. PUBMED

  6. Tremblay, et. al Adaptive reduction in thermogenesis and resistance to lose fat in obese men. British Journal of Nutrition. 2009;102(4):488-492. PUBMED

  7. Labayen, et. al. Role of baseline leptin and ghrelin levels on body weight and fat mass changes after an energy-restricted diet intervention in obese women: effects on energy metabolism. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. 2011;96(6):E996-1000. PUBMED

  8. Miller, et. al. Resistance to slimming: adaptation or illusion? Lancet. 1975;1(7910):773-775. PUBMED

  9. Winsier, et. al. Do adaptive changes in metabolic rate favor weight regain in weight-reduced individuals? An examination of the set-point theory. American Journal of Clinical Nutrition. 2000;72(5):1088-94. PUBMED

    ...

Editado por Andrey Soares
Postado

Nesse mês foi publicado um estudo que fala sobre os efeitos metabólicos dos adocantes näo calóricos. O estudo tenta avaliar a capacidade dos adocantes de, mesmo sem conter calorias, promover a obesidade pois o mesmo pode causar desregulacäo do metabolismo.

Infelizmente o artigo tá online no ElSevier e eu só tenho acesso ao resumo. Se alguém do meio científico tiver acesso ao artigo completo e quiser postar no tópico eu vou ficar agradecido.

Vou trazer o resumo traduzido. Aqui o link pra o estudo: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26095119

Efeitos metabólicos dos adocantes näo-nutritivos

Resumo

Até recentemente, acreditava-se que os adoçantes não nutritivos (NNS) foram os substitutos do açúcar saudáveis ​​porque eles fornecem sabor doce sem calorias ou efeitos glicêmicos. No entanto, dados de vários estudos epidemiológicos descobriram que o consumo de NNS, principalmente em refrigerantes diet, está associado a maior risco de desenvolver obesidade, síndrome metabólica e diabetes tipo 2. O principal objetivo deste artigo é revisar as evidências científicas recentes suportar eventuais mecanismos que explicam como os adocantes "metabolicamente inativos" , que têm poucas, às vezes nenhuma, calorias, pode promover a desregulação metabólica. Três mecanismos potenciais, que não são mutuamente exclusivas, são apresentados: 1) NNS interfererem com respostas aprendidas que contribuem para controlar a glicose e homeostase energética, 2) NNS interferem com a microbiota intestinal e induzem intolerância à glicose, e 3) NNS interage com doce-gosto dos receptores expressos em todo o sistema digestivo, que desempenham um papel na absorção de glucose e o gatilho da secreção de insulina. Além disso, os resultados recentes de nosso laboratório que mostram uma associação entre a sensibilidade do gosto individual para detectar sucralose e efeitos agudos da sucralose sobre a resposta metabólica a uma carga de glicose oral são relatados. Tomado como um todo, os dados apoiam a noção de que NNS ter efeitos metabólicos. Mais pesquisas são necessárias para elucidar os mecanismos pelos quais NNS pode conduzir a desregulação metabólica e compreender melhor os efeitos potenciais destes aditivos alimentares usados.

Palavras-Chave

adocantes artificiais; controle glicêmico; adocantes intensos; metabolismo; adocantes näo-calóricos; sucralose

Pepino MY Metabolic effects of non-nutritive sweeteners. Physiol Behav. 2015 Jun 18. pii: S0031-9384(15)00372-8. doi: 10.1016/j.physbeh.2015.06.024.

Postado

Nada impede que a pessoa use iifym, use altas quantias de carboidratos e tenha um padrão de vida saudável, se alimente bem, ingira os nutrientes adequados, seja ativo, treine bem... Enfim, nas discussões parece que só pelo fato da pessoa ingerir quantidades razoáveis de carbo, automaticamente tem que comer porcaria o tempo todo. Pq as pessoas tem que escolher estremos? Menos. Existe um meio termo que provavelmente será mais saudável mentalmente e fisicamente.

Antes que joguem pedras, eu gosto de low carb.

Abraços

Concordo, mas o ponto que ja mencionei em outros tópicos é densidade nutricional. Compare o ovo com um pão, arroz com abacate, qualquer carbo com um bife de figado. São raras fontes de carbo que possuem densidade nutricional elevada (incluindo frutas). Contudo pode abordar que inhame, batata doce, oleaginosas, tem densidade nutricional média/alta, mas quanto de batata doce precisa comer para ter 150gm de carbo na dieta, em média meio kilo, bem diferente de meio kilo de macarrão integral. Ou seja, da para encaixar batata doce numa abordagem low - medium carb, lembrando que low carb não significa 40-30gm de carbo, dependendo da rotina 150gm de carbo pode ser considerada low, uma pessoa de rotina pesada com gasto de 4mil kcal diaria, 200gm de carbo = 800kcal é só 20% da dieta, é o que é recomendado de gordura nas dietas tradicionais de alto carbo, ou seja, 200gm de carbo passa a ser low carb tb.

Postado

Aqui está o que você precisa saber ...
  • Lutando cotra a falta de motivação, baixa libido ou apenas sentindo que você fez todas as coisas certas, mas já não consegue responder à dieta e ao treino? Pode ser uma disfunção metabólica.

  • Você pode sentir-se mal e ter disfunção metabólica sem estar em um estado que a doença se manifesta.

  • "Comer menos e fazer mais exercício" pode facilmente levar um levantador avançado a um estado de disfunção metabólica.

  • Seu metabolismo não funciona como uma calculadora. Ele funciona como um termostato.

  • Há três maneiras de reparar o seu metabolismo, dependendo em qual estágio do "estado de fome" que você está.

Estado de fome, disfunção metabólica, resistência à perda de peso, fadiga adrenal ... Por alguma razão, estes termos ficam sob a pele das pessoas. Você ouve constantemente sobre esse e aquele mito e sobre como todas essas coisas são falsas. Isso de lembra de um provérbio de Osho, meu filósofo favorito: "Quanto menos uma pessoa sabe o mais obstinadamente ele sabe disso."

Esses não são mitos e há uma abundância de pessoas que lidam com estas questões. Se você é uma daquelas pessoas de vinte e poucos anos com grande energia, um corpo perfeito e pouca experiência de vida, então provavelmente você está pronto para descartar este artigo logo de cara. Mas só me faça um favor: guarde-o. Você pode precisar dele mais tarde.

Por outro lado, se você é alguém que tem lutado com a falta de motivação, baixa libido, overtraining, doença ou sente que você fez todas as coisas certas, mas já não consegue responder à dieta e ao treino da mesma forma, então essas informações são para você.

Compreendendo a terminologia

Honestamente, eu não sei de onde esses termos vieram. Como muitas coisas na saúde e no fitness, há frases que são utilizados em algum lugar e, em seguida, tornam-se parte do vocabulário.

Eu sou um médico integrativo. Eu, e muitos médicos como eu, têm lidado com problemas de danos metabólicos durante anos. Só que nunca os chamamos de "danos metabólicos" ou "estado de fome." Nós os chamamos de disfunção neuro-endócrino-imune. Ou nós os chamamos por algumas de suas manifestações, como "fadiga adrenal." Às vezes, quando um diagnóstico real pôde ser feito, nós os chamamos de "hipotireoidismo" ou "tireoidite de Hashimoto" ou "insuficiência adrenal."

Desde então adotei o termo "dano metabólico" porque é mais descritivo e mais fácil de compreender em comparação com "disfunção neuro-endócrino-imune."

Disfunção versus Doença

Aqui está uma visão sobre medicina e saúde que é importante entender. Uma pessoa pode sentir-se mal e ter disfunção metabólica sem estar em um estado de doença. Deve fazer sentido para a maioria das pessoas que você pode ter disfunção metabólica muito antes de você ter a doença metabólica. E a medicina tradicional não tem muito a oferecer a menos que haja um diagnóstico. É por isso que o campo da medicina funcional emergiu.

Medicina funcional é uma especialidade médica que lida com a área cinza da disfunção entre a saúde e a doença. Este é o tipo de medicina que pratico. E é aí que termos não-diagnósticos como "fadiga adrenal" vem.

Deixe-me dar um exemplo concreto deste problema. Diga que você não está se sentindo tão bem, você está com fome o tempo todo, urinando mais do que o normal e ganhando peso. Quando você vai ver o seu médico tradicional, ele testa o seu açúcar no sangue para descartar diabetes. Se os seus níveis de açúcar no sangue em jejum são 119, você não tem diabetes, mas se bater 120 você tem. Você vê como absolutamente ridículo isso é? Muito antes de você chegar à marca de 120, você tinha alguma disfunção grave acontecendo. Mas ninguém sabe ao certo como chamá-la.

Assim, a medicina chama de um monte de coisas diferentes, como a desregulação de açúcar no sangue, diminuição da glicemia, pré-diabetes, etc. Mas nenhum desses termos são aceitos como diagnóstico. Eles são simplesmente termos descritivos que descrevem uma perturbação mensurável que ainda não se tornou uma doença.

Os termos de danos metabólicos, estado de fome e outros sofrem um problema similar. Eles descrevem um distúrbio funcional que pode ou não estar associada a uma doença particular.

Muito antes de transtorno de déficit de atenção, síndrome do ovário policístico, fibromialgia, autismo e síndrome de fadiga crônica tornarem-se diagnósticos válidos, eles foram chamados de mitos e suas existências foram negadas. Enquanto isso, doutores com visão de futuro foram logo tratá-los e definir as suas características.

Assim, dizer que estado de fome ou danos metabólicos "são mitos" é muito parecido com dizer que pré-diabetes é um mito. Dizer que "fadiga adrenal não existe" é como dizer que "o overtraining não existe." Estes são distúrbios funcionais que têm sinais e sintomas que podem ser detectados em exames físicos e exames de sangue.

Esses distúrbios podem ou não ter um diagnóstico correspondente, mas isso não significa que eles não existem. Esta é a área cinzenta entre a saúde e doença, a área onde as funções começam a ficar comprometidas.

Então o que é "estado de fome" exatamente?

Estado de fome e danos metabólicos são reais. Para facilitar o entendimento, eu só vou me referir a este como estado de fome daqui em diante. (Você verá logo aonde "danos metabólicos" se encaixa)

O engraçado é que quando você consegue enxergar o que realmente é estado de fome, você provavelmente vai entender o que estamos falando rapidamente. Descobri que a confusão sobre estes temas geralmente vem da falta de uma estrutura organizacional para entender as coisas.

Na realidade, estado de fome é sem dúvida a ocorrência mais aceita em todas as pesquisas sobre dietas. Mas os pesquisadores não o chamam de "estado de fome", o chamam de termogênese adaptativa. Eu o chamo de Lei da Compensação metabólica. Refiro-me a ele como uma lei, porque é um fenômeno confiável e previsível que ocorre em qualquer cenário de dieta. É o grau de ocorrência que varia.

Você pode pensar nisso como um mecanismo natural de proteção desenvolvido pelo metabolismo ao longo de milhões de anos. É o que impediu o seu antepassado de morrer de fome quando a sua próxima refeição nunca foi uma garantia. Se você é um fisiculturista magro, um atleta de elite ou uma pessoa comum tentando perder algum peso, você vai sofrer pela compensação metabólica do corpo.

Dano metabólico: um exemplo

Vamos examinar um exemplo. As coisas começam com uma dieta. Pela dieta eu quero dizer que você faça alguma combinação de comer menos e fazer mais exercício. No começo você parece estar indo muito bem. Você perde alguns quilos logo de cara. Por enquanto, tudo bem.

Agora você está há uma semana assim e começa a sentir fome, sua energia cai e você se encontrar com desejo por alimentos salgados, alimentos gordurosos e doces. Este é um sinal de que o corpo está começando a se mover para uma compensação metabólica. Pense nisso como Nível 1 do estado de fome.

Devido a esta compensação, você nota que sua perda de gordura diminui. Talvez ela pare de uma vez. E se você é uma daquelas pessoas que tem uma queda metabólica muito brusca, pode até perceber um certo ganho de peso. E a fome, energia e desejo por alimentos lixo está ficando cada vez pior.

Mas você não está brincando. Você se orgulha da sua vontade de ferro e ética de trabalho sólida. Você dobra os seus esforços e aumenta o corte de calorias e também o tempo de treino. Muito bem. Agora seu corpo está mudando novamente. Outro quilo, talvez dois, perdidos. Mas isso não dura. Algumas semanas mais tarde e você está preso novamente. Desta vez, a fome e os desejos são piores e sua energia está no vaso.

Seu metabolismo não está exatamente cantarolando. Sua taxa metabólica diminui ainda mais. Talvez se esforça ainda mais, mas agora seu corpo apenas não vai ceder. Você parece estar fazendo tudo "certo", mas o metabolismo ignora seus saltos. Você acabou de entrar em resistência metabólica. Este é estado de fome Nível 2.

Você não sabe o que diabos está acontecendo e não sabe como lidar com isso. Tudo que você precisa fazer é se esforçar mais. Você vai assistir Conan o Bárbaro e ouvir a música tema de Rocky Balboa. Você quadruplica o seu esforço!

Você vê muito pouco resultado para seus esforços neste momento. Semanas se passaram e você está se sentindo acabado. E agora você tem outras queixas. Você começa a se sentir com gases e inchado. Os shakes de proteína que você usou para tolerar esse estado estão perturbando seu estômago. Você está recebendo azia também. Se você é uma mulher, sua menstruação se torna irregular ou desaparece. Se você é um homem, sua libido vai pro saco.

O sono é fragmentado e imprevisível. Você tem essa sensação estranha de estar ligado internamente, mas cansado externamente. Você está começando a se sentir doente e com mal-estar. Você pode estar ansioso, deprimido ou ambos. E agora você parece retido, apesar de uma dieta baixa em carboidratos e apenas não consegue treinar do mesmo jeito. Você ainda pode estar ganhando peso! Este é o dano metabólico, Fase 3, e a fase final do estado de fome.

O que não fazer

Então agora você corre atrás de alguma ajuda. Todo esse material sobre "danos metabólicos" sendo um mito está voltando para assombrá-lo. Então você vai para um treinador físico. Descreve a ele o que está acontecendo e ele diz: "Você está em estado de fome. Você precisa comer mais e aliviar os exercícios." Dizem-lhe para dobrar sua ingestão de calorias e ter calma no seu treino louco.

Adivinha o que acontece? Você explode como um balão de hélio. Com o seu metabolismo se movendo no ritmo de um caracol, porque você fez exatamente a coisa errada. Não é uma jogada inteligente.

Você ganha cerca de 7 quilos em 6 dias (Eu tive vários pacientes com este tipo de colateral)! É claro que é fisiologicamente impossível para ganhar essa quantidade de gordura em um curto espaço de tempo; é quase tudo água, mas é um sinal de seu metabolismo não está tão rápido.

Você quer respostas então vai um médico. Talvez te diagnostiquem com problema de hipotireoidismo ou algum outro, ou talvez eles dizem que você é normal e nada está errado. Obviamente, eles não têm respostas. Se você for realmente azarado, eles dizem para você voltar ao comer menos e exercitar mais. Mas ainda não vai funcionar e isso só vai perpetuar o ciclo negativo e trazer mais danos à sua fisiologia e ao seu psicológico.

Consertando o dano metabólico

Aqui está o que você precisa saber sobre o seu metabolismo. Ele não funciona como uma calculadora; ele funciona como um termostato. E seu termostato agora está "quebrado".

Quando a abordagem "comer menos, exercitar mais" é levada ao extremo, é como um jogo de cabo-de-guerra que você nunca pode ganhar. Você puxa e puxa para trás o metabolismo mas é difícil. Você se esforça mais e o metabolismo ri e quase arranca você para fora de seus pés. Qual é a única maneira de vencer cabo-o-guerra contra uma equipe mais forte do que você? Quando eles puxam, você deixa ir e eles impotentemente caem no chão. Esse é o caminho para fora do estado de fome metabólico.

Consertando o estado de fome

Não importa em que fase você está, o primeiro passo é parar com a abordagem de comer menos e fazer mais exercícios. Este é o equivalente a soltar a corda.

Neste ponto, você tem duas escolhas. Você pode comer menos e se exercitar menos ou comer mais e exercitar mais. Esta é a única maneira de reduzir o estresse do seu metabolismo e não ganhar peso no processo. Se você chegou até a fase 3 no entanto, sua única opção é a comer menos e exercitar menos.

Recuperando seu metabolismo

  • Fase 1: Compensação Metabólica: Esta fase é fácil de lidar. Mova-se para uma abordagem "comer menos, exercitar menos" ou "comer mais, exercitar mais". Ambos irão funcionar. Contanto que você saia do "comer menos, exercitar mais", normalmente você vai estar de volta na pista dentro de uma semana.

  • Fase 2: resistência metabólica: Isso também não é tão difícil de lidar. Apenas cicle a sua dieta. Gaste 2-3 semanas em uma fase "comer menos, exercitar menos", em seguida mude de direção para uma abordagem de "comer mais, exercitar mais". Você pode precisar passar por algumas outras etapas também. Isso pode envolver priorizar o descanso e a recuperação. Andar a pé, massagem, sauna terapêutica, sestas, sexo / afeto físico, rir, passar um tempo com animais de estimação, etc. Basicamente, qualquer coisa que reduza os hormônios do estresse e restaure o equilíbrio do sistema neuroendócrino. Programe-se para estar de volta ao caminho certo dentro de 1-3 meses.

  • Fase 3: Danos Metabólicos: Uma vez que você está aqui, você tem pouca escolha. "Comer menos, exercitar menos" é a única opção. Você precisa concentrar todo o seu tempo em repouso e recuperação. Andar a pé e alguns tradicionais exercícios de peso é provavelmente tudo que você vai ser capaz de fazer.

Consultar com um médico de medicina funcional seria inteligente. Eles serão capazes de avaliar tireóide, supra-renal e função gonadal. Isso está além do escopo de um treinador físico. Suplementos e hormônios podem ser necessários. Com a ajuda certa, você pode estar de volta no caminho certo dentro de 3 a 15 meses.

O cenário ideal? Não se meta nessa situação, para começar.

Referências

  1. Major, et. al.Clinical significance of adaptive thermogenesis. International Journal of Obesity. 2007 Feb;31(2):204-12. PUBMED

  2. Jason, et al. Chronic fatigue syndrome versus neuroendocrineimmune dysfunction syndrome:differential attributions. Journal of Health & Social Policy 2003;18(1):43-55. PUBMED

  3. Muller, et. al. Adaptive thermogenesis with weight loss in humans. Obesity. Feb;21(2):218-228. PUBMED

  4. Rosenbaum, et. al. Long-term persistence of adaptive thermogenesis in subjects who have maintained a reduced body weight. American Journal of Clinical Nutrition. 2008;88(4): 906-912. nutrition.org

  5. Camps, et. al. Weight loss, weight maintenance, and adaptive thermogenesis. American Journal of Clinical Nutrition. 2013;97(5):990-994. PUBMED

  6. Tremblay, et. al Adaptive reduction in thermogenesis and resistance to lose fat in obese men. British Journal of Nutrition. 2009;102(4):488-492. PUBMED

  7. Labayen, et. al. Role of baseline leptin and ghrelin levels on body weight and fat mass changes after an energy-restricted diet intervention in obese women: effects on energy metabolism. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. 2011;96(6):E996-1000. PUBMED

  8. Miller, et. al. Resistance to slimming: adaptation or illusion? Lancet. 1975;1(7910):773-775. PUBMED

  9. Winsier, et. al. Do adaptive changes in metabolic rate favor weight regain in weight-reduced individuals? An examination of the set-point theory. American Journal of Clinical Nutrition. 2000;72(5):1088-94. PUBMED

    ...

Excelente contribuicäo para o tópico! =)

Postado

Nada impede que a pessoa use iifym, use altas quantias de carboidratos e tenha um padrão de vida saudável, se alimente bem, ingira os nutrientes adequados, seja ativo, treine bem... Enfim, nas discussões parece que só pelo fato da pessoa ingerir quantidades razoáveis de carbo, automaticamente tem que comer porcaria o tempo todo. Pq as pessoas tem que escolher estremos? Menos. Existe um meio termo que provavelmente será mais saudável mentalmente e fisicamente.

Antes que joguem pedras, eu gosto de low carb.

Abraços

Melhor comentário do tópico.

Algumas discussões excelentes. Parabéns por trazer a questão Torf!

Postado

Concordo Matheus

Mas tem o outro lado. Não contar funciona também (eu mesmo não conto, não tenho saco), mas justamente o fato da pessoa não contar não tem como saber exatamente como anda a ingestão calórica. E tem gente que só com esse fato de comer ad libitum acham que estão comendo 5000kcals.

O cara não contou calorias e emagreceu (perdeu PESO), significa que esta em dieta hipocalórica, o cara não contou calorias e ganhou massa (aumentou o peso) significa que ele está em hipercalórica.

Isso que muitas pessoas não entendem, a dizem que termodinâmica é balela. Ele não conta as calorias, como vai saber se esta comendo mais ou menos ? Impossível.

Mas concordo, que só o fato de não contar, já torna a dieta melhor, acho muito chato ficar pesando e anotando o que come. Se estou perdendo peso como mais, se estou ganhando rápido (impossível, não ganho peso :sad02: ) como menos.

Abraços

Postado

Mas é fato que o modo como estimamos o gasto calórico é algo muito impreciso.

Quanto mais eu leio a respeito e descubro as variáveis que supostamente influenciam no metabolismo, mais vejo o quäo grande é a possibilidade da TMB calculada ser um valor totalmente fora da realidade.

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