BÔNUS 04 - 05/08/2023 MOTIVO: Relato descontraído de lesões passadas. RESUMO Boa tarde! Diante dos problemas que estou enfrentando atualmente, tive a ideia fazer um relato bônus aqui, de uma forma totalmente descontraída, citando cada lesão e/ou problema que eu já tive nesses quase 4 anos de academia. O intuito é simplesmente ter um background no diário do meu percurso nesse mundo. Além disso, embora sejam situações sérias, acredito que hoje podem parecer engraçadas quando vistas de uma forma diferente. Quando estamos passando por essas dificuldades, parece o fim do mundo, é tudo horrível e frustrante, a única coisa que queremos é melhorar. Porém, ao passar por essas adversidades, ganhamos experiências e histórias para contar, que é o objetivo do relato bônus de hoje! Espero que tirem proveito, ou pelo menos se divirtam com algumas das cagadas que já fiz nesse trajeto até hoje. LESÕES Irei fazer um breve resumo de cada lesão e/ou problema que já tive. Há relatos de lesões sérias e também há relatos de problemas extremamente bestas causadas por minha culpa, seja por negligência, seja por imprudência. Quero deixar claro que não recomendo seguir algumas de minhas atitudes em vários desses momentos. Sou uma pessoa que simplesmente não consegue iniciar algo e não finalizar. Sendo isso extremamente benéfico para algumas coisas, porém péssimo para outras. "Vai doer pra caramba amanhã né?" 2020 Para falar a verdade, a primeira lesão que tive não teve nada a ver com o academia em si. Imaginem a cena: Pós lockdown da pandemia, eu estava retornando para a academia, todo feliz e com brilho nos olhos, após já ter quebrado 3 vassouras, rasgado 1 mochila e deixando uma cama toda capenga por estar agachando levantando a cama. Bons tempos esses treinos em casa. Era o segundo dia da semana que eu já havia retornado aos treinos. Até aí os senhores podem imaginar que me lesionei devido à falta de condicionamento, mas não. Eu tinha noção que não devia começar no meu limite, estava fazendo um treino adaptativo, tudo correndo bem. O problema foi ao ter terminado o treino. Estava retornando para casa, quando ao dar um passo da calçada para atravessar a rua, pisei em falso e fiz uma torção interna do tornozelo. Todo o peso do meu corpo havia sido direcionamento para esse pé, uma vez que estava descendo um degrau. Não deu outra, fui de boca no asfalto. Não conseguindo me levantar, me arrastei até a calçada, onde fiquei uns bons minutos apenas gemendo de dor. O tal brilho nos olhos havia sumido, dando origem a lágrimas. Nesse momento, uma senhora parou na minha frente, pensei que a mesma iria me ajudar a levantar, porém, a única coisa que ela fez foi balançar a cabeça e dizer: - "Nossa, vai doer pra caramba amanhã, né?" A sorte dessa senhora era que eu não conseguia levantar, pois a vontade que eu tinha era de dar uma bicuda nela KKKKKKK. Virei para ela e disse: - "É, vai..." Após isso, me levantei e fui para casa feito Saci Pererê. Não consegui encostar o pé no chão por 2 semanas. Não procurei médico, pois embora meu tornozelo tivesse ficado maior que uma bola, eu ainda conseguia mexer, com extrema dor, mas conseguia. Em resumo, não consegui andar por 2 semanas. Foi muito gelo e repouso na época. Voltei para a academia mesmo com o tornozelo cagado na terceira semana, treinando superiores e dando uns estímulos na perna com máquinas. Só consegui realizar movimentos que pressionassem o tornozelo como agachamento e leg press um mês após a lesão. "Ferrou, prepara a cadeira de rodas" 2020 A segunda lesão que tive foi pouco tempo após eu ter me recuperado do tornozelo. Após iniciar meu tratamento com Roacutan, comecei a sentir algumas dores na região lombar. Não sei se devido ao treino, pois era pouco tempo após o lockdown, meu corpo não estava 100% adaptado, porém hoje atribuo a maior parte da dor ao remédio. Já haviam alguns dias que eu estava sentindo dores e desconfortos na região lombar para realizar qualquer movimento no meu dia a dia. Durante o treino, eu sentia um desconforto na região, porém nada de dor "lesiva", era mais como se a região estivesse sendo muito usada. Até que chegou um dia que eu havia ajudado a carregar umas caixas em casa, minha lombar estava gritando, simplesmente uma dor que nunca havia sentindo antes. Parecia que eu havia desgastado tudo o que era possível nesse dia. Porém, mesmo assim fui treinar. E pra melhorar a situação, meu treino começava com um levantamento terra. Na 4ª série, simplesmente minha lombar travou. Não conseguia andar, a única coisa que consegui fazer foi me jogar para um banco que havia ali perto. Nesse momento, a dor já estava insuportável, a única coisa que pensei foi: - "Ah pronto, já não bastava o tornozelo, agora vou ficar sem coluna também". E quem disse que fui para casa né?! Fiquei uns minutos deitado até eu conseguir levantar novamente e então finalizei o treino de costas, com uma dor terrível, andando todo travado. Após isso, só consegui chegar em casa e deitar. Já era tempo de procurar um ortopedista. Em resumo, fui diagnosticado com espondilolistese grau 1. A vértebra L5 está deslizada cerca de 7 milímetros sobre a S1. O tratamento consistiu em uma dose de corticoide e umas 20 sessões de fisioterapia. Desde esse momento, tirei alguns exercícios como agachamento livre da minha rotina por cerca de 5 meses. Eu sentia a lombar para absolutamente tudo, desde ficar sentado, andar, deitar, nem ao dormir aliviava. Basicamente, eu estava com uma dor constante o dia inteiro. Fiquei cerca de 1 ano com dores e desconfortos, fazendo movimentos adaptados e utilizando bolsas de água quente diariamente na região. Eu sinceramente havia aprendido a conviver com a dor, para mim, eu iria viver com isso o resto da vida e já estava conformado. O desconforto só parou totalmente alguns meses após eu ter parado de tomar o Roacutan, e é por isso que desconfio que ele talvez tenha sido a causa das dores. Acredito que eu já havia essa lesão pois era algo crônico, não foi uma lesão aguda em algum exercício específico, e ao tomar o Roacutan, de alguma forma, comecei a sentir dores no local. Hoje tenho muito cuidado com a região, prezo muito pela técnica e coordenação em todos os movimentos. Realizo trabalhos de mobilidade frequentes para me auxiliar no dia a dia. "Melhora uma coisa e piora outra" 2021 A terceira lesão que tive foi relacionada ao ombro direito. Até hoje não sei direito o que era, mas sei que era algum problema na região do ombro. Já estava há alguns meses no foco, feliz por ter melhorado das dores na lombar. Havia feito meu primeiro cutting, então eu estava com a autoestima lá em cima, todo rasgado e fibrado. Até um dia que fui realizar crucifixo inverso na máquina (exercício que não faço até hoje com medo). Aumentei a carga e no meio do exercício, não sei direito o que ocorreu, mas parece que meu ombro deu algum mal jeito, senti como se tivesse ocorrido algum tipo de rotação interna. Após isso, comecei a sentir um desconforto constante nele. Não tinha noção da gravidade, até o próximo treino de ombros. Não estava com queixas de dor nem desconforto, pensei que havia sido apenas um mal jeito mesmo. Ao começar a realizar elevação lateral com halteres sentado, comecei a sentir uma forte fisgada no ombro. E novamente, quem disse que eu parei?! Eu não havia aprendido ainda, mas continuei a executar o movimento mesmo sentindo dor, até o momento que não conseguia mais fazer a elevação. Psicológico já bateu e comecei a me sentir frustrado, pensei: - "Puta merda, quando melhoro de algo eu me quebro em outra, não é possível." Fiquei duas semanas forçando o ombro tentando realizar elevação lateral, o que piorou ainda mais a situação. Ao invés de sentir apenas no treino e nesse exercício em específico, comecei a sentir em outros exercícios que utilizavam essa região e o pior, meu dia a dia começou a ser afetado. Senti grandes desconfortos diários que perduraram por cerca de 5 meses devido a isso. Eu já estava numa fase que estava evitando utilizar o braço direito para não forçar o ombro devido à dor e desconforto que estava sentindo. Nesse meio tempo de 5 meses, fiz um exame de ultrassom que não constatou nada de errado. Minha fisioterapeuta disse que provavelmente era o tendão subescapular que estava inflamado, pois eu não conseguia fazer o movimento de girar o braço e colocar atrás das costas (como quando tentamos nos coçar). Fiquei esses 5 meses sem conseguir fazer elevação lateral com halteres, apenas realizava séries de elevação na polia, pois tinha mais controle. Tentei gelo, anti-inflamatórios, fisioterapia, e nada resolvia, a dor no dia a dia era constante. Também já estava chegando ao ponto de ficar conformado com a dor após tanto tempo. A solução apenas veio quando em uma conversa com um treinador, me passou alguns exercícios de mobilidade para o ombro, que comecei a realizar todos os dias, tanto em casa quanto antes do treino. Aquilo foi um milagre, duas semanas após ter iniciado, as dores já haviam melhorado. Desde então, aos poucos fui adquirindo mais confiança para voltar a inserir os exercícios que não conseguia mais fazer, e hoje, acredito que graças a mobilidade, estou conseguindo fazer tudo sem limitação ou dor. "Vish, estou tendo um AVC" 2022 O quarto relato não é bem uma lesão, mas me deixou baleado por umas semanas. Quando falam para não treinarmos doentes, ou pelo menos diminuir a intensidade, é porque é realmente necessário. Era uma semana comum de treinamento, entretanto, eu estava com uma gripe bem forte. Embora eu já tivesse plena consciência de não treinar doente, ou pelo menos fazer uma semana mais tranquila, eu estava em uma pegada muito forte já havia semanas, extremamente empolgado e animado com a evolução. Isso me fez cometer o grande erro de treinar pernas com a maior intensidade possível. Eu estava com febre e indo treinar, com sangue nos olhos me comprometendo a finalizar o treino. Uma total imprudência da minha parte. Meu maior medo era o agachamento, que consegui realizar. Achei que o pior havia passado, estava me sentindo aliviado e pensando no banho quente do pós-treino. Fui para o leg press, onde foi que o desastre ocorreu. Na 3ª série, fiz uma apneia para conseguir realizar a última repetição da série. No momento da força, senti uma contração na parte de trás do pescoço e automaticamente senti uma dor que nunca havia sentido antes, como se alguém tivesse dado um chute com todas as forças na parte de trás da minha cabeça. Nesse mesmo instante, a dor estava se irradiando da parte de trás da cabeça para todo o resto da mesma, como se fosse uma onda de choque ou a dissipação de uma explosão. Tudo isso ocorreu em frações de segundos, porém consegui sentir com detalhe tudo o que ocorria. No mesmo instante, senti uma tontura como se fosse desmaiar, a visão ficou preta e a única coisa que consegui pensar em fazer foi guardar o peso. Fechei os olhos após conseguir guardar o peso e pensei: - "Duas opções, ou estou tendo um AVC e vou morrer em alguns instantes, ou eu vou abrir os olhos e terminar essa porcaria de treino." A dor de cabeça tomou conta de mim, uma enxaqueca tremenda que estava me dando ânsia de vômito pela intensidade da dor. Fiquei cerca de 5 minutos de olhos fechados tentando melhorar. Ao abrir os olhos, me preparei mentalmente e finalizei a última série que faltava do leg press. Após isso, fui procurar um personal amigo meu e informá-lo da situação. Não estava conseguindo nem falar devido à dor, ele só estava dizendo para eu ir para casa que obviamente era o correto, eu nem deveria estar ali para início de conversa. Eu apenas disse para ele ficar de olho caso eu desmaiasse. Então continuei o treino, fiz um agachamento sumô, stiff e cadeira flexora para finalizar. Embora eu estivesse totalmente detonado fisicamente, psicologicamente estava satisfeito. Em resumo, foram 2 semanas com dor de cabeça constante, sem passar ou aliviar se quer um dia. Como a região atrás do pescoço estava tensa, recorri a minha fisioterapeuta, que disse que realmente o local estava tensionado, gerando as dores de cabeça. Possuo cefaleia tensional crônica. Provavelmente devido à fraqueza gerada pela gripe e mais o esforço extremo, gerei uma crise que permaneceu por duas semanas me atormentando. "Eu vou agachar até a boca sangrar" 2023 O quinto relato também não é uma lesão, porém mais uma loucura minha. Meses atrás, estava com os planos de tirar os 4 dentes siso de uma vez. Entretanto, não correu como o esperado. Um dos dentes, estava incluso e deitado, o que tornava a retirada bem mais complicada. Meu dentista iniciou por ele, devido a complexidade da extração. O que era pra durar cerca de 2 horas para retirar os 4 dentes, durou 2 horas para retirar apenas ele. O dente não saía de jeito nenhum, fiquei exatamente 2 horas sofrendo, já conformado que iria passar um bom tempo ali. Nem estava mais preocupado com a dor, estava rindo da situação, apenas queria que tudo acabasse. Quando o dente saiu, eu nem acreditei, falei: - "Mentira doutor, deixa eu ver. Beleza qual o próximo?" O doutor virou para mim assustado e disse: - "Próximo?! Eu detonei sua mandíbula, estamos a duas horas aqui, não vai ter próximo hoje não." Em resumo, ainda estou com os outros 3 dentes, que provavelmente vão ficar onde estão. O buraco de onde o dente foi tirado até hoje não fechou totalmente, foi realmente algo bem agressivo. Eu havia planejado ficar uma semana sem treinar me recuperando em casa. Estava tomando Nimesulida e antibióticos, seguindo a recomendação do dentista. Após 5 dias da extração, parei de tomar o anti-inflamatório, pois já havia dado o tempo recomendado e eu odeio tomar remédios, o quanto antes acabasse melhor. Devido a complexidade do procedimento, ao parar com o anti-inflamatório, comecei a sentir grandes dores, que pioravam MUITO ao deitar, o que estava me impossibilitando de dormir. Para piorar a situação, no 6º dia da recuperação eu já estava voltando aos treinos, com antibiótico no corpo, imunidade baixa, 3 pontos na boca e sem dormir devido a dor, o que mais poderia dar errado? É meus amigos, a loucura não parou por aí, era dia de quadríceps. Pensei: - "Vou gravar cada série de agachamento, caso a boca sangre, pelo menos vai ficar um vídeo maneiro!" Ainda tenho um vídeo aqui guardado, fiz todos os exercícios extremamente concentrado, pois ao fazer força, eu estava sentindo os pontos na boca apertarem, o que estava me dando um medo tremendo de eles arrebentarem. Não diminui cargas, a loucura foi completa. Ao chegar no final do treino, senti a febre bater, eu estava começando a tremer. Até então nada novo, final de treino de perna é assim mesmo. No dia seguinte fui treinar peito. A sensação era que a cada repetição de supino, os pontos iam pular fora, sentia os pontos apertarem toda vez que esticava os braços. Embora soubesse que não deveria estar me forçando, eu estava. Então, após mais um dia sem dormir devido a dor, estava parecendo um zumbi. Além disso, estava começando a ter sintomas gripais, muito provavelmente devido a imunidade baixa pelo uso de antibióticos e o treino forte do dia anterior. Fui treinar costas após a faculdade. Mesmo acabado fisicamente, fiz o treino completo. Ao voltar para casa percebi que estava ficando muito mal. Em resumo, peguei uma gripe e fiquei o resto da semana sem treinar. Me obriguei a tomar remédios para a dor e a pegar atestados do trabalho pois eu já estava há dias sem dormir. Mesmo após retirar os pontos, a dor no local da extração ficou por mais uma semana. Ao total foram 3 semanas com desconfortos que pareciam que nunca iam embora. CONSIDERAÇÕES E esses foram os relatos com todas as lesões e/ou problemas que tive até então. A lesão mais recente se encontra nas atualizações anteriores, na página 6 a partir da atualização BÔNUS 01. A conclusão que tiro disso é que infelizmente parece que eu não aprendo. Quando me lesionei na sexta-feira passada, a única coisa que passava pela minha cabeça ao realizar a remada cavalinho era: - "Você vai terminar esse treino, aguenta a dor, depois a gente resolve." Diante de tais experiências, meu nível de treinamento evoluiu, tanto em consciência quanto em execução. Além disso, hoje dou muita mais importância para exercícios de mobilidade, o que enriquece e muito o meu desenvolvimento. Por hoje é isso pessoal. Obrigado a todos que estão acompanhando, amanhã estarei aqui para a atualização semanal. Um forte abraço e um ótimo sábado a todos!