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Açúcar Mata


pequenalisboa

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Não, não é uma frase sensacionalista. De acordo com muitos pesquisadores renomados na área da nutrição, o açúcar é um alimento tão tóxico quanto muitas drogas ilegais. Li, nos últimos meses, pelo menos 6 livros que tratavam do açúcar de uma forma totalmente inovadora. Muitos usuários do fórum, principalmente os adeptos ao IIFYM já diriam: que besteira! IIFYM, qual o problema?

O problema é que estes usuários ignoram toda a via metabólica dos alimentos. Uma caloria não é uma caloria. Um carbo não é só um carbo. Há todo um envoltório de micronutrientes para cada grama de carbo que entra na tua boca, e o processamento de cada um destes se dá de uma forma muito diferente. Tirei, dos livros, algumas partes que achei mais interessantes e resumi.

A moderna fabricação do açúcar nos

trouxe doenças inteiramente novas. O

açúcar nada mais é do que um ácido

cristalizado que está provocando a

degeneração dos seres humanos e é hora

de insistir num esclarecimento geral.

Robert Boisler

O conceito de alimento

Definir alimento, convenhamos, é um assunto meio complicado. Vamos buscar a definição mais geral e abrangente possível: é aquilo que entra no organismo para fornecer energia, matéria viva de crescimento, manutenção, reparo, reprodução e excreção. Dessa definição depreende-se que os alimentos desempenham papéis no organismo: plástico, energético, regulador e protetor.

Um assunto polêmico envolve o papel energético dos alimentos, certamente uma subversão do conceito de alimento inventada para que o açúcar entrasse de contrabando no rol dos produtos alimentícios. Segundo o fundador da medicina experimental, Claude Bernard, desde Lavoisier que se repete a comparação entre alimento e combustível, a comparação entre alimento e combustível é pouco exata, porque o organismo não emprega para as suas atividades o calor de combustão dos próprios alimentos, mas utiliza diretamente a energia química neles contida e no oxigênio, energia química que por comodidade é medida calorimetricamente, mas que no corpo realiza outras transformações: distribui-se em soluções de concentrações diversas, em sistemas complexos; transforma-se abundantemente em energia de superfície que, por sua vez, cria forças tensoras e atrativas

(absorção); estabelece potenciais de membranas e finalmente reflui irreversivelmente no mar morto da energia menos nobre, a mais degradada, que é a energia térmica, e sob essa forma, se não há trabalho externo, abandona o organismo .

E aprofundando o assunto com Dr. Seabra Veloso: Na máquina mecânica o combustível desenvolve energia que se traduz em força, em trabalho, em movimento, mas as peças se gastam; na máquina orgânica, porém, além da energia e do calor resultantes, o alimento repõe os gastos ocorridos, e refaz as células, tecidos e órgãos. De modo que esses se renovam automaticamente.

A alma do conceito de alimento é ser fonte de nutrientes e o teor de nutrientes do açúcar é ZERO! Aquilo a que o açúcar se

propõe - fornecer energia - é uma proposta de fazer chover no molhado, posto que TODOS os alimentos (carboidratos, gorduras e proteínas) já fornecem a energia de que o corpo precisa ao mesmo tempo em que o nutrem. A capacidade do açúcar de repor os gastos ocorridos, e refazer as células, tecidos e órgãos é igualmente ZERO! E o que é pior: o açúcar além de não fornecer nenhum nutriente ainda vai precisar de nutrientes das reservas do corpo para poder ser metabolizado, desvitaminizando, desmineralizando e desidratando o organismo.

A ingestão de açúcar altera o funcionamento das glândulas endócrinas, pâncreas, supra-renais, pituitária e até do fígado. Puxado pela hiperinsulinemia o sistema glandular endócrino, com o tempo, entra em pane, e o pâncreas perde a sintonia fina que existe entre níveis de glicose e doses de insulina, o glucagon e até a adrenalina entram nessa dança. E o abuso de oferta de insulina faz com que, com o tempo, ela perca a eficácia. O equilíbrio ácido/base e o equilíbrio osmolar, também são alterados e nuvens de radicais livres invadem seu corpo. A glicação que toma conta de proteínas do sangue, de órgãos e tecidos é algo semelhante a cupim atacando móvel de madeira ou ferrugem atacando uma máquina de ferro. O sistema imunológico e o metabolismo também são debilitados. A festa que o açúcar faz no corpo humano ainda está para ser mapeada pela

medicina com ajuda da bioquímica.

Um bom critério para deixar clara a nulidade nutricional do açúcar é examiná-lo a partir de um ponto-de-vista negativo. Quando uma pessoa deixa de ingerir um nutriente essencial contrai uma doença, são as chamadas doenças carenciais ou avitaminoses. Assim,

quem deixa de consumir alimentos que contenham vitamina A contrai cegueira noturna. Povos cujo alimento básico da sua dieta era o arroz integral, rico em vitaminas do complexo B, ao transitar para o arroz branco polido e pobre dessas vitaminas contraíram beribéri. A falta de vitamina C gera escorbuto. E assim por diante. Sabem o que acontece a uma pessoa que deixa de comer açúcar? Não só não vai contrair doença nenhuma como ainda vai ficar livre da possibilidade de cáries dentárias, obesidade, diabetes, doenças cardíacas e outras do largo espectro das doenças crônicas, não transmissíveis.

Alimento versus calorias

Desde que a humanidade existe - pode ir bem longe, ao tempo do Australopitecus, por exemplo - que o organismo animal está adaptado à relação matemática existente entre alimentos e calorias. Todo mundo que tem um pingo de noções de nutrição conhece essa relação: 1 grama de carboidrato ou proteína equivale a 4 calorias e 1 grama de gordura equivale a 9 calorias. E sabe também que todo e qualquer alimento, glicídio, lipídio ou protídio, fornece a energia de que o corpo necessita. Quando o Australopitecus capturava um animal e o comia cru ou assado, ou um chinês, há cinco mil anos, comia uma tigela de arroz, o pâncreas deles sabia qual a quantidade de insulina que deveria produzir para aquela quantidade de comida. Uma espécie de calculadora biológica entrava em ação prontamente. O organismo lidava com um bolo de alimento que ao mesmo tempo nutria e fornecia energia.

Com o açucaramento da dieta a calculadora biológica entrou em pane ao passar a lidar com um bolo de alimentos estranhamente enriquecido de calorias, o que demandava mais insulina. Conforme Arthur Guyton, o trânsito de glicose para o interior das células, quando o pâncreas secreta grandes quantidades de insulina, é dez ou mais vezes mais rápido que o normal.

A dieta açucarada criou uma situação de estresse permanente no metabolismo. Desde que os europeus passaram a produzir

açúcar, o açucaramento da dieta humana tem sido progressivo. E o doutor Atkins adverte: Quanto mais açúcar você come mais anormal torna-se a resposta do organismo ao açúcar .

O que é açúcar e o que não é

Glicose e frutose são chamados de açúcares simples porque já estão prontos para ser utilizados pelo organismo. Do jeito que forem ingeridos serão assimilados, não sofrem nenhuma ação de enzimas digestivas, não dão trabalho ao organismo. A rigor, açúcar em última instância é a glicose; a frutose, apesar de ser assimilada enquanto tal pelo organismo, no fígado se transforma em glicose. Esses dois açúcares de verdade é que são oferecidos a você de bandeja, nas frutas maduras e no mel das abelhas.

O açúcar complicado (ele mesmo, o do açucareiro) não é açúcar de verdade. A sacarose, como o açúcar é conhecido pelos químicos é, a rigor, uma substância de reserva dos vegetais. A sacarose antes de ser utilizada pelas plantas ou pelo organismo humano tem que ser decomposta (hidrolisada) em suas partes constituintes, justamente glicose e frutose. A sacarose, portanto, é fonte de glicose e frutose; estas duas é que são fontes de energia. Em outras palavras, sacarose não é açúcar e sim fonte ou reserva de açúcares.

Na verdade o açúcar é um enigma semântico ou um caso de falsidade ideológica: deram o nome de açúcar a uma substância de reserva de açúcares. O açúcar ideal para o consumo humano são apenas dois: a glicose e a frutose, presentes nas frutas e no mel.

Um resumo final

A hipótese básica que sustento aqui é a de que a grande causa das doenças crônicas é a dieta humana envenenada pelo açúcar. Sobre isso vejamos o que diz o Dr. Elliot Joslin, verdadeiro papa da diabetologia durante todo o século XX. Joslin morreu em 1962 e a primeira edição do seu manual sobre diabetes é de 1918.

Com a palavra o Dr. Joslin: Uma correlação interessante existe entre o tipo de alimento ingerido e a instalação do diabetes . Ele exemplifica com o famoso caso dos judeus iemenitas, vítimas de diabetes depois que foram trasladados para Israel, quando ficaram expostos a uma dieta ocidental que consiste de açúcar refinado em grande quantidade e carboidratos em abundância . Joslin acrescenta que em comunidades africanas, (a incidência de) diabetes entre os nativos é rara até que o amido e açúcar refinado sejam consumidos ; toxinas na dieta, o metabolismo orgânico ou um metabolismo autônomo poderiam todos desempenhar um grande papel (na instalação do diabetes), maior do que neste momento podemos saber ; e conclui que o mecanismo exato do papel da dieta na instalação do diabetes é desconhecido, mas a evidência de que a

dieta está implicada na doença é muito sugestiva .

Bônus: O açúcar e a atividade física

Quem se alimenta da dieta açucarada moderna, sem querer faz uma opção pelo suicídio lento, mas se quiser acelerar esse processo o caminho é a pratica de exercícios físicos. Num boneco de açúcar a prática de exercícios físicos tem o dom de acelerar o envelhecimento das células. A causa é o aumento excessivo do número de radicais livres no corpo, formados durante a respiração celular. O número de radicais livres aumenta muito e, quando a alimentação não é adequada para atender as necessidades de antioxidantes, o dano celular se acentua e acelera o envelhecimento , explica o professor Danilo Wilhelm

Filho do Dpto. de Ecologia e Zoologia da UFSC, segundo matéria jornalística disponível na página do Conselho Federal de Nutricionistas na internet.

Ainda segundo essa fonte, mais de duzentas doenças estão diretamente relacionadas com os radicais livres. A formação dessa substância no organismo ocorre durante a queima de açúcares quando partículas de oxigênio são liberadas e se transformam em radicais superóxidos, espécie de moléculas-vampiro, eletronicamente desequilibradas. Os radicais livres buscam outras moléculas, átomos ou compostos do corpo para se estabilizarem.

Ah, sim: se você não come açúcar, ou seja, não é um boneco glicosilado, pode correr à vontade que faz bem.

Se alguém quiser algum esclarecimento sobre qualquer outra parte ou dúvida eu posso tentar procurar mais nos livros e postar aqui.

Esse texto em especial vem de excertos do "Livro Negro Sobre o Açúcar." Recomendo também o "Why we get fat".

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  • Supermoderador

bah. Então quer dizer que o açúcar é a causa de inúmeros males. Mas se eu ingerisse glicose e frutose separadamente não teria nenhum problema? WTF?

"O açúcar ideal para o consumo humano são apenas dois: a glicose e a frutose, presentes nas frutas e no mel." Até parece que frutas e mel têm apenas glicose e frutose na forma simples. Frutas e mel têm também sacarose... justamente o "açúcar branco" terrível e malvado, causador de todos os males da sociedade.

É claro que ingerir sacarose a partir de fontes como frutas e mel é mais saudável. Mas daí a colocar o açúcar como grande vilão...

quem deixa de consumir açúcar fica " livre da possibilidade de cáries dentárias, obesidade, diabetes, doenças cardíacas e outras do largo espectro"? HAHAHAHA, só pode ser piada.

Maldito livro negro do açúcar...

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bah. Então quer dizer que o açúcar é a causa de inúmeros males. Mas se eu ingerisse glicose e frutose separadamente não teria nenhum problema? WTF?

"O açúcar ideal para o consumo humano são apenas dois: a glicose e a frutose, presentes nas frutas e no mel." Até parece que frutas e mel têm apenas glicose e frutose na forma simples. Frutas e mel têm também sacarose... justamente o "açúcar branco" terrível e malvado, causador de todos os males da sociedade.

É claro que ingerir sacarose a partir de fontes como frutas e mel é mais saudável. Mas daí a colocar o açúcar como grande vilão...

quem deixa de consumir açúcar fica " livre da possibilidade de cáries dentárias, obesidade, diabetes, doenças cardíacas e outras do largo espectro"? HAHAHAHA, só pode ser piada.

Maldito livro negro do açúcar...

Vou parar de comer frutas 8)

Imune a obesidade

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Eu já fiquei um tempo sem comer quase nenhum açúcar (pelo menos propositalmente) numa dieta... Sinceramente, dá vontade de comer e depois que acabo a dieta volto a consumir... É simplesmente se controlar e tals... Brasileiro consome muito açúcar mesmo, e sal, de fato. O consumo de açúcar cresceu de acordo com a expectativa de vida, claro que não foi um em consequência do outro, mas não adianta falar que nosso modo de vida moderno de consumir açúcar está acabando com a saúde do pessoal. Eu estou gordo, realmente, mas estou conseguindo emagrecer, cortando parte do açúcar, sim, mas também outros carboidratos, gorduras...

E se o cara for parar de usar açúcar, então que pare com qualquer adoçante mesmo heuehue. Que além de provavelmente fazer mais mal que açúcar, grande aprte das coisas adoçadas com adooçante fica ruim pra caramba.

Editado por Romare
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