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Aula 09/10 - Bioquímica.

Confesso que não entendi absolutamente nada em aula e tive que penar pra absorver o negócio. E também teve umas questões levantadas em aula sobre tomar l-Carnitina e não obter resultado algum com isso, e a profe disse que a suplementação com carnitina é bobagem. Enfim, essa discussão eu deixo com vocês.

Ativação do ácido graxo pela AcilCoA.

Na corrente sanguínea o ácido graxo (AG) viaja carregado pela albumina, que pode se ligar a até 6~8 moléculas de AGs por vez. Quando eles são transportados do adipócito para dentro do citosol da célula, eles precisam ser ativados para poder entrar na beta oxidação dentro da mitocôndria. A Ativação do ácido graxo ocorre com o gasto de ATP, que liga o AG à uma Acil-Coenzima A, formando AG+Acil-CoA. Esse Acil-Coa Graxo é transportado para o espaço intermembranoso e logo passa pela proteína de membrana Carnitina PalmitoilTransferase-1 (CPT-1) na face externa da membrana interna, que acopla esse AG ativado (AG+acil-CoA) à uma molécula de Carnitina, enquanto remove a Coenzima A, deixando um AG+AcilCarnitina. Na membrana Interna da mitocôndria, o AG+AcilCarnitina é transferido para matriz mitocondrial por outra proteína e em seguida passa pela Carnitina Palmitoil-Transferase-2 (CPT-2), que remove a carnitina e acopla outra Coenzima A ao AG+Acil. A carnitina recém removida é retransportada para o o espaço intermembranar para carregar um próximo AG do citosol pelo mesmo caminho.

Isso é importante: NÃO HÁ CONTATO ENTRE A COENZIMA A do citosol e da membrana interna da mitocôndria.

carnitina.gif

Agora que o grupo AcilCoA foi reunido ao Ácido Graxo e a carnitina voltou para o espaço intermembranoso, então o processo de Beta-Oxidação pode começar.

FAT BURNING. BURNING FAT.

Só pra avisar, a beta-oxidação NÃO transforma gordura em glicose. Lamento lhes informar, mas gordura não vira glicose quando é oxidada. Vira Acetil-Coenzima A. Essa sim, entra no ciclo de Krebs e na Fosforilação Oxidativa para virar ATPs. F**a né?

O Processo de beta-oxidação deu algumas voltas no meu cérebro até que eu o compreendesse. Na real, se fosse feito em um Ácido Palmitico, seriam precisamente 7 voltas.

Siga o raciocínio. Um Acetil é uma molécula de 2 carbonos. Em cada uma das voltas que o Acetil-CoA Graxo dá, dois carbonos são clivados do resto da cadeia, utilizando-se de algumas enzimas e produção de NADH+H e FADH2. O exemplo mais comum é o exemplo do Ácido Palmítico, de 16C. Explicarei aqui o que acontece em cada volta do ciclo.

image034.jpg

Isso é o que acontece.

1-Quando ele, após o processo descrito no início do post, entra na matriz mitocondrial, uma enzima desidrogena dois dos carbonos próximos ao grupo carboxílico, que são o Carbono Alfa e Carbono beta (contando a partir do grupo carboxílico), na extremidade do AG, Se um carbono é desidrogenado, isso significa que a FAD é quem oxida esses dois carbonos (FAD, vocês já sabem, produzirá 2 ATPs depois). Nessa etapa, o carbono do grupo carboxílico e o primeiro carbono após ele (carbono alfa) foram oxidados..

Lembrete: na ponta desse grupo carboxílico está ligado uma Coenzima A

2-Uma segunda enzima hidrata o carbono Alfa e Beta da cadeia, sendo que eles haviam a pouco sido sido desidrogenados.

3-Uma terceira enzima desidrogena novamente esse segmento do ácido graxo, com a redução de uma molécula de NADH+. Essa desidrogenação deixa o terceiro carbono a partir da CoA com uma Dupla Ligação, formando um Álcool.

4-Uma quarta enzima, a tiolase faz o corte entre o segundo e terceiro carbono, removendo a Coenzima A + C1 (que era do grupo carboxílico), e adicionando uma acetil, formando uma Acetil-CoA, e deixando outra Coenzima A ligar-se ao álcool (C=O) que foi deixado pela desidrogenação durante a terceita etapa. Com isso um ácido graxo de 14C é deixado a partir do Palmitato de 16C.

ciclo-3.gif

Isso representa cada volta da beta-oxidação. Após essas 4 etapas, tem-se a formação de 1FADH2, 1NADH+H e um acetil-CoA que vai entrar no ciclo de Krebs.

Dos 7 NADH+H e 7 FAD2H gerados pelo total de 7 voltas do ácido palmítico, formar-se-ão 35 ATPs (3x7 do NADH mais 2x7 do FADH2), e mais 8 acetil-CoA que formarão 80 ATPs..

Mas por que 7 voltas se o ácido tem 16 carbonos? não era para ser 8 voltas?

Nops, por que a última volta não há o que clivar e o carbono restante já está ligado à uma Coenzima A, aí ele segue direto para o ciclo de Krebs sem fazer volta alguma.

Assim sendo, o ácido palmítico produz 35 ATPs somente do NADH+H e FADH2 das 7 voltas. Cada Acetil-Coa gera no ciclo de Krebs 10 ATPs, e são 7 Acetil-Coa das voltas mais o Acetil-Coa dos últimos dois carbonos que não precisam fazer volta. Soma aí que dá 115 ATPs.

Editado por lourensini
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Que lindo! Agora diga para minha gordura teimosa que ela tem que amadurecer e sair de casa para passar por todo esse processo aí, pois ela fica teimando em permanecer quietinha nos meus flancos! kkkk

Mas olha, interessantíssimo a B-Oxidação. Eu já tiha lido alguma coisa mas agora ficou bem mais claro.

Agora, com relação ao que sua professora falou da L-Carnitina, ela tem razão, mas na minha opinião, apenas em parte.

A l-carnitina não é um "emagrecedor" como um inibidor dos alfa2-receptores por exemplo. Como podemos ver pelo seu post, ela é uma proteína carregadora, que serve pra levar os AG pra dentro da mitocôndria para serem queimados através da beta-oxidação.

Bem, se nós não tivéssemos l-carnitina naruralmente, nada dessa coisa toda aconteceria, então é muito importante que tenhamos l-carnitina. Porém, uma dieta comum, que possua quantidades boas de carne, sim carne mesmo (de onde você acha que veio o nome "carnitina"?), já é suficiente para manter os níveis de L-carnitina normalizados.

No entanto, existem casos onde pessoas não possuem níveis adequados, ou melhor, sofrem de uma deficiência de l-carnitina, seja por conta de uma dieta pobre em carne ou por algum problema genético (não sei qual seria nem se é comum ter algum problema desse tipo).

Nesses casos, a suplementação com L-carnitina pode ajudar a queimar mais gordura já que agora o indivíduo se faz "completo" com toda a carnitina necessária para maximizar a beta-oxidação.

Preciso agora então dar uma pesquisada para saber quais são os níveis máximos ou ideais de L-carnitina no corpo, e quanto de carne precisamos comer para atingir esses níveis.

Mas olha, eu já usei L-carnitina, no início do meu cutting, e para mim pelo menos pareceu muito eficaz. Quando estamos com bastante gordura, aquela gordura "fácil de sair", que possui uma relação entre os receptores alfa:beta menor, então os níveis de ácidos graxos no sangue aumenta muito, e assim sendo é importantíssimo que os níveis de L-carnitina estejam adequados, senão você pode aumentar muito os níveis plasmáticos de triglicérides e colesterol e não usar toda essa energia por causa da deficiência de L-carnitina, que provavelmente não é uma coisa comum, apenas somos induzidos a pensar que L-carnitina vai resolver toda nossa banha, afinal é um suplemento como qualquer outro e que precisa ser vendido.

Se alguém puder colaborar com alguma ciência sobre os níveis normais de carnitina seria ótimo.

Abraço e continue postando essas maravilhosas aulas de bioquímica!

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Aula 11/10 - Microbiologia.

Pela primeira vez, microbiologia foi divertida.

Um bacteriófago é um vírus específico para uma bactéria. O basicão é a Cabeça do vírus, formada por uma capa protéica que protege o material genético (DNA) que tem dentro. O cabeção é separado da Cauda por um cerne, que faz a conexão das duas cosas. A Cauda é é uma baínha distendida e uma placa basal na qual fibras caudais se conectam. Em resumo, parece um poste de luz.

27-27f.jpg

Bom, o objetivo de um vírus é o mesmo da raça humana, e vice-versa: crescei e multiplicai-vos, e é claro que não há uma única forma disso acontecer.

Ciclo Litico, típico do parasitismo clássico, no qual um bacteriófago virulento adentra uma bactéria, inserindo seu material genético da mesma forma que uma seringa. Na bactéria esse material genético utliza-se das mesmas enzimas e o RNAr responsáveis pela multiplicação do DNA da bactéria para autoreplicar. Então, após ter o DNA multiplicado, ele rouba também aminoácidos, glicoses e os ribossomos da bactéria para sintetizar um corpo novo em folha para cada um dos novos DNAs copiados e sai da bactéria destruíndo ela após se multiplicar o suficiente para explodí-la por ação mecânica, sem deixar nada seu para tras.

Ciclo Lisogênico só é possível por bacteriófagos temperados, isso quer dizer, vírus de bactérias que podem fazer tanto o ciclo lítico quanto o ciclo que vou descrever.

Esse ciclo difere do ciclo lítico a partir do momento em que o bacteriófago ingeta o DNA, literalmente. Quando DNA fágico invade a bactéria, ele não vai simplesmente autoreplicar, ele irá incorporar o DNA próprio no código genético da bactéria. Isso pode ser ótimo para a bactéria, que passa a ter alguns superpoderes, ao menos por um tempo. Após um tempo, o DNA fágico se separa do cromosomo da bactéria e leva embora parte do DNA dela, deixando-a com uma mão na frente e outra atras.

bacteriofagosciclo.gif

No ciclo lisogênico, o DNA incorporadao à bactéria, na verdade beneficia ela. Mas é claro, se fosse só benefício hoje as bactérias seriam todas imortais, por isso, a infeção com bacteriófago temperado pode trazer genes que quando expresso pouco ou nada contribuem para o hospedeiro.

Na transdução, o bacteriófago virulento faz primeiro o ciclo lítico, no qual ele lisa a bactéria para se multiplicar. Uma de suas cópias passa para um intermediário e a partir dele entra em um ciclo temperadado, no qual seu DNA irá ser acrescido ao da bactéria, podendo ser bom ou não para a evolução daquela bactéria. Independente disso, o próximo passo é lise através de outro ciclo lítico. Nesse processo, o bacteriófago, ao invadir Intermediário, trabalha na evolução da bactéria. É assim que superbactérias são criadas.

Lourensini me tira uma dúvida....

qual a ordem dos tecidos de musculos estriados cardiacos... que revestem o coração?

é assim?

de dentro pra fora: miocardio > endocardio > pericardio?

abraço!

Endo é sempre interno. Mio é muscular, Peri é periférico.

Endo> Mio> Peri

Preciso agora então dar uma pesquisada para saber quais são os níveis máximos ou ideais de L-carnitina no corpo, e quanto de carne precisamos comer para atingir esses níveis.

Mas olha, eu já usei L-carnitina, no início do meu cutting, e para mim pelo menos pareceu muito eficaz. Quando estamos com bastante gordura, aquela gordura "fácil de sair", que possui uma relação entre os receptores alfa:beta menor, então os níveis de ácidos graxos no sangue aumenta muito, e assim sendo é importantíssimo que os níveis de L-carnitina estejam adequados, senão você pode aumentar muito os níveis plasmáticos de triglicérides e colesterol e não usar toda essa energia por causa da deficiência de L-carnitina, que provavelmente não é uma coisa comum, apenas somos induzidos a pensar que L-carnitina vai resolver toda nossa banha, afinal é um suplemento como qualquer outro e que precisa ser vendido.

Se alguém puder colaborar com alguma ciência sobre os níveis normais de carnitina seria ótimo.

Abraço e continue postando essas maravilhosas aulas de bioquímica!

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732005000500008

Níveis normais são de 20g.

Artigo interessante. Preciso dar uma olhada com mais calma assim que tiver tempo.

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Aula 16/10 - Fisiologia.

Os Rins.

Depois que a gente se depara com tamanha sabedoria fisiológica, é até uma afronta achar que rins servem para filtrar o xixi (isso equivale a dizer que terra é pra dorsal, e não épra dorsal). Filtrar o líquido ingerido e o líquido já presente no corpo é uma tarefa árdua e contínua (fico pensando até quanta energia isso gasta diariamente, mesmo que boa parte do processo seja por transporte passivo). Enfim, sódio, potássio, cloreto, magnésio, creatinina (resultante do metabolismo da creatina muscular), ureia (metabolismo proteico), bilirrubina (do metabolismo das hemácias, quando elas são degradadas no baço).

Durante a modificação de uma dieta, na qual passamos a ingerir mais sódio, o rim demora de 2 a 3 dias para se adaptar a essa nova condição e passar a excretar mais sódio e reduzir a retenção líquida extracelular, por isso que o dia do lixo, no domingão, retém líquido normalmente até terça ou quarta-feira. O sódio em excesso também aumenta a pressão arterial, pois mais sangue diluído no líquido retido exige mais força do coração para bombeá-lo (eu jurava que era ao contrário).

sistema_urinario_ou_excretor_corte_longitudianal_rim.gif

Equilíbrio ácido-básico eu estudei e lhes apresentei em uma das aulas anteriores, e até lhes aconselho lê-la novamente. O sistema de tamponamento feito pelo rim se baseia na excreção de íons H+/retenção de Na (por anti porte), excreção K/retenção HCO3, e vice versa. Excreção de ácido sulfúrico e ácido fosfórico são ácidos que SÓ os rins podem regular. São provenientes do metabolismo proteico também.

Nem preciso dizer que o mecanismo é complexo (é, Biofísica, assusta), e que não entendi quase nada em sala de aula. But anyway, here I'm, trying to teatch myself again.

rim.jpg nefron.jpg

Esse é um rim. Eu e você temos 2 deles (espero). E à direita um Néfron.

A unidade funcional do rim é o Néfron, ele fica no córtex renal. Um rim contém em média um milhão de néfrons.

Primeiro, o sangue chega ao glomérulo através de uma artéria aferente e então sai por uma artéria eferente, ou seja, o sangue ainda é sangue oxigenado. Um glomérulo é uma estrutura porosa e cercada de outras células, formando a cápsula de Bowman. O sangue entra com pressão e entra no espaço interno dela. Agora é que a filtração ocorre para moléculas como glicose, sódio, aminoácidos, que caem ali e seguem para o túbulo proximal. Nessa parte do néfron, coisas que o corpo não quer perder são retídas, tipo aminoácidos, que são úteis demais pra jogar fora, um pouco de água, sódio, de acordo com a necessidade. Em seguida, na alça de Henle, que desce além do córtex, atingindo parte da medula renal, água é expelida (por osmose) para fora da alça no caminho descendente, então sódio e potássio são ativamente filtrados para o fluído extracelular durante o caminho ascendente da alça de henle. Isso, é claro, torna essa parte do rim hipertônica.

Após a alça de Henle, um tubo chamado Tubo Distal faz a segunda parte da reabsorção de água e sais que são importantes para o corpo. No Ducto Coletor, qualquer coisa inútil para o corpo será triada para excreção. Como esse ducto coletor passa novamente pela medula renal, assim como a porção descendente da alça de Henle, ela pode se tornar mais porosa pela ação do hormônio anti-diurético e reabsorver um pouco daquele líquido extracelular que foi anteriormente excretado da alça de henle para remoção através da urina.

A Filtração, excreção e secreção. Quais seriam as diferenças?

No néfron, unidade funcional do rim, determinadas etapas pelas quais o líquido passa determinam o que sera excretado ou secretado após a filtração, e os dois não são sinônimos. Excreção é algo eliminado pela urina, enquanto Secreção pode ser por uma reabsorção em uma dos capilares peritubulares, que após filtração numa etapa anterior, voltam a jogar para dentro do túbulo renal algo que deverá ser excretado pela urina. Capitche?

A excreção de urina é medida pela Filtração - a Reabsorção + secreção capilar.

Ou seja, quando o líquido entra no glomérulo e segue pelo túbulo renal é a Excreção, menos o conteúdo líquido reabsorvido pelos túbulos contornados, mais aquilo que o capilar peritubular secreta nos mesmos túbulos

Existem 4 tipos de filtração renal pelo néfron. Haja o que houver serão somente essas 4.

filtraom.jpg

Nesta imagem, há 4 tipos de depurações renais. O Filtrado (líquido depurado) pode ser:

A- Apenas Filtrado: Filtrado completamente e excretado completamente. Isso não quer dizer que "filtração=excreção", pois o que é filtrado são proteínas e substâncias que o corpo não pode -e não deve se livrar.

B- Filtrado e parcialmente reabsorvido: Sódio e Cloreto, devido sua importância para pH sanguíneo e pressão arterial, podem ser reabsorvidos de acordo com a necessidade. Isso acontece logo após o filtrado passar pelos túbulos , quando ele se junta ao sangue que está voltando pelos capilares.

C- Filtrado e totalmente reabsorvido. Uma pessoa normal não excreta glicose ou aminoácidos pelo sangue. Neste tipo de depuração, todo o filtrado é reabsorvido pelos capilares peritubulares, sem desperdiçar uma gota.

D- Filtrado com acréscimo de alguma secreção. Neste caso todo conteúdo filtrado pelos glomérulos que vai para os túbulos renais ganha o acréscimo de outras substâncias da corrente sanguínea e é eliminado pela urina.

Esse processo, nem precisaria ser tão óbvio, é regulado de acordo com as necessidades. Mas talvez o mais interessante disso tudo, é saber que os rins filtram diariamente 180 Litros de líquidos (125 ml/min), enquanto uma quantidade de 1,5 litros é devidamente excretada. Na real a gente tem entre 2 e 3 litros de plasma sanguíneo, isso significa que esse conteúdo passa pelo rim mais de 60 vezes todos os dias. Pode isso, Arnaldo?

Pode, e a regra é clara: 0,2% do conteúdo plasmático passa pelo rim nessas 60 vezes diárias, o que dá um total de 20 litros por dia.

Essa regulação é determinada pelas Pressões Hidrostáticas e Coloidosmóticas no glomérulo e nas arteríolas Aferente e Eferente. E também pelo Coeficiente de Filtração (K), que é o resultado do conteúdo filtrado pela simples permeabilidade ocasionada pela área superficial do capilar (quanto maior o capilar, mais área ele tem para permitir esse "extravasamento") menor é a pressão Hidrostática.

Oh God, what does it even mean?

Calma lá.

Pressões Hidrostáticas não é o mesmo que pressão Hidrogeniônica (pH), e sim a pressão pelo próprio fluxo renal (quanto de água tá chegando) pela arteríola Aferente glomerular e Dentro do próprio glomérulo. Simplesmente Não dá para passar sem fazer um brief sobre isso.

Pressão Hidrostática capilar Glomerular: Há capilares sanguíneos (arteríolas Aferentes) chegando até o glomérulo. Logo, elas tem o "poder" de reduzir o calibre por uma constrição (coisa do Sistema Nervoso) e reduzir a filtração glomerular. Por que? é claro, se há menos sangue chegando, há menos pressão, e portanto, menos sangue entrando. Se isso ocorrer nas arteríolas Eferentes que saem do glomérulo, duas coisas distintas podem acontecer:

-uma é que a pressão dentro do glomérulo será maior, pois há uma constrição no capilar eferente, segurando mais sangue para entrar na cápsula de Bowman, promovendo aumento da filtração glomerular.

-outra é que se há redução na pressão hidrostática eferente (pela ação da angiotensina II), há mais sangue passando pela arteríola eferente e seguindo viagem, e menos sangue sendo filtrado para os túbulos (= menos excreção).

Pressão Hidrostática na Cápsula de Bowman: Essa pressão muda por fatores patológicos (cálculos renais, ex.). Não diz nada aqui sobre os capilares Aferentes e Eferentes alterarem a pressão hidrostática da cápsula, somente diz que alterações aqui são difíceis de acontecer. Enfim, tem que ter pressão dentro, e essa pressão se opõe a pressão dos capilares (é contrária à filtração)

Pressão Coloidosmótica. Um coloide é uma substância gelatinosa. E sabe o que tem na gelatina? proteína. Isso que colóides são: proteínas, e proteínas não são filtradas, ora por serem de carga negativa, por serem muito grandes. Como há proteína no plasma e 20% dele é diariamente filtrado, assim que essa proteína plasmática chega ao glomérulo, ela passa para a arteríola Eferente, e fica "meio empacada" por lá, aumentando a pressão e diminuindo a diferença entre a pressão do capilar e do glomérulo, logo, haverá menos filtração glomerular. Isso depende da pressão sanguínea e, portanto, quanto sangue está chegando ao glomérulo. Se há uma pressão sanguínea aumentada, há mais proteína chegando, mais proteína "entupindo" e menos filtração glomerular.

Blood Piss: Not a Good Thing.

Os líquidos corporais filtrados pelos glomérulos são chamados de Filtrado Glomerular (podia ser mais óbvio?!). Os capilares glomerulares são impermeáveis à certas substâncias, como proteínas plasmáticas (albumina, por exemplo) e Hemácias. Ácidos graxos ligados à proteínas (bilirrubina conjugada) e cálcio também não podem ser filtrados, pois o peso molecular (tamanho da molécula-basicamente) não permite passagem pelos podócitos do glomérulo, e não é filtrada.

Então é claro, se há sangue na urina é por que tem algo de errado.

Isso equivale a dizer que a quantidade de soluto filtrado é inversamente proporcional ao seu tamanho, ou seja: albumina tem peso molecular altíssimo, e não é filtrada; sódio, potássio, cloreto água sim são filtrados quase que completamente, pois o peso molecular é baixíssimo.

Outro fator é a carga elétrica da molécula. Na parede do endotélio vascular, a carga é negativa por causa do conteúdo desse endotélio, formado de proteoglicanos. Logo, proteínas, que também são negativas, não passam por ali, pois a química simplesmente não permite. Ok, mas cloreto é negativo e passa também? sim mas cloreto é um cátion, minúsculo.

A Filtração Glomerular per se.

Medindo a Pressão Efetiva de Filtração.

Quando o sangue chega pela arteríola Aferente ao capilar glomerular, ele tem duas opções: ou dá ou desce, ou é filtrado e cai no túbulo para formar a urina, ou segue adiante pelo capilar Eferente. Só que essa escolha é determinada por diferença de pressão. Dentro da cápsula de Bowman há uma pressão normal de 18mmHg (milímetros de Mercúrio), enquanto a pressão Hidrostática glomerular (do líquido que chega) é de 60mmHg, e da pressão Coloidosmótica (do líquido que sai) é de 32mmHg.

No momento em que há líquido entrando com uma pressão bem alta (60mmHg), há líquido saindo há uma pressão menor (50mmHg), calculado pela soma entre a pressão dentro da cápsula (18mmHg) + a pressão da arteríola Eferente (32mmHg). Isso é que controla a quantidade de líquido filtrado, pois essa pressão somada (32+18=50) é, óbviamente, 10mmHg menor que a pressão dentro da cápsula de Bowman. Pronto, líquido sendo eliminado pela urina.

fig4artfisren.jpg

Medindo a Filtração Glomerular.

Pega-se o resultado do Coeficiente de filtração e se multiplica pela Pressão Efetiva de Filtração. Ou seja, o resultado da filtração de 100g (4,2) vezes o peso total de ambos os rins, e multiplica pelos 10mmHg do coeficiente de filtração. 12,5mL/min/mmHg X 10mmHg = 125ml/min/Hg.

Para cada 100g de tecido renal, A filtração glomerular é de 4,2mL/min/mmHg, e um rim de um adulto do sexo masculino tem até 170g, mas como são 2 rins, então se soma o peso dos dois rins, e a conta fechará por aí mesmo nos 12,5mL/min/mmHg. Basta apenas multiplicar o peso total dos dois rins pelo coeficiente de filtração das 100g (4,2) e o resultado -usando rins de 170g como base- fica um pouco acima dos 12,5, logo, dá para ver que esse valor foi calculado com um rim um pouco menor, de umas 140g.

Medindo o Coeficiente de Filtração.

O capilar possui poros que permitem a passagem de líquido para a reabsorção e secreção. Quanto maior a área do capilar, maior será a filtração, por que maior se torna a permeabilidade do mesmo.

O Coeficiente é medido pela Filtração Glomerular (125mL/min/mmHg) dividida pela Pressão Eficiente de Filtração (10mmHg) - esses valores são basais. O resultado é um coeficiente de filtração glomerular de 12,5mL/min/mmHg).

Pressão Arterial na filtração Glomerular

Mas é claro, dá para modificar esse valor, e é simples: coma mais sal. Com a pressão arterial aumentada, o volume fluídico que chega na arteríola Aferente até a cápsula de Bowman será aumentada ainda acima dos 60mmHg, fazendo com que MAIS líquido seja depurado e eliminado na urina, pois, obviamente, a diferença de pressão será ainda maior que os 10mmHg. Da mesma forma, pressão arterial baixa reduz essa pressão e, se chegar abaixo desses 10mmHg fisiológicos, menos líquido será filtrado, restabelecendo o esquema todo.

Além da pressão sanguínea, o Sistema Nervoso Autônomo Simpático, brilhantemente, também bota o dedinho lá quando precisa, aumentando a constrição (redução da grossura mesmo) das arteríolas, da seguinte forma:

Constrição das Arteríolas Aferentes: As aferentes são as que trazem o líquido até o glomérulo. Se a espessura dela for reduzida, haverá menos sangue passando para o glomérulo e para o espaço da cápsula de Bowman, logo, há menos pressão Hidrostática Glomerular, e mais pressão na parte anterior àquela que foi constrita da arteríola. É como pisar em uma mangueira com a torneira aberta, a pressão anterior ao teu pé será bem maior que a pressão após o local aonde você pisou. É até óbvio.

Constrição das Arteríolas Eferentes: seguindo o mesmo exemplo acima, se as arteríolas eferentes forem constritas, há mais fluido passando para a cápsula de Bowman, justamente por que isso aumenta a pressão hidrostática glomerular. É como pisar na mesma mangueira, só que agora ela tem um furinho antes do local aonde você está com o pé: a pressão será maior antes do pré e vai esguichar mais água pelo furinho.

Todo esse mecanismo depende do fluxo renal. Mesmo que você tenha pisado na mangueira, se a torneira está aberta apenas "de leve", a pressão será menor que se estiver totalmente aberta. Quanto maior o fluxo sanguíneo através do glomérulo, maior é a filtração glomerular, e o mesmo vale para o contrário.

O que o Sistema Nervoso Autônomo faz é estimular a liberação de norepinefrina, epinefrina e endotelina, que são vasoconstritores, atuando naquele esquema de reduzir o calibre do capilar aferente/eferente.

Dá para fazer uma aula só sobre isso, mas só pra constar aqui: angiotensina II faz a constrição dos vasos eferentes, aumentando a pressão hidrostática, e o óxido nítrico faz a redução dessa resistência (constrição) e aumenta a filtração glomerular.

A Shared Though

Deu pra notar alguns pontos de raciocínio até aqui?

São coisas que não passam pela cabeça em aula, mas agora sim. Quando você abre mais a torneira, aumenta a pressão na mangueira e deixa mais água vazar pelo furinho, mesmo sem ter posto o pé em cima. Quando você fecha um pouco a torneira, reduz a pressão na mangueira, e menos água sai pelo furinho. Chega a ser óbvio.

Filtração Glomerular não quer dizer nada além de quanto fluido está passando pelo glomérulo e se direcionando a arteríola eferente. Não é o conteúdo excretado, e sim o que NÃO é excretado (claro, o livro não expõe nessas palavras). Na definição da palavra, filtrar é "escoar", "fazer passar um líquido pelo filtro", tendo o glomérulo como filtro, e o capilar eferente como "ralo".

-Aumento na pressão Hidrostática na cápsula de Bowman reduz a Filtração glomerular. Por que? por que há redução na pressão eficiente de filtração.

-Aumento na pressão Coloidosmótica reduz a Filtração Glomerular. Por que? por que ela se soma à pressão glomerular e reduz a pressão eficiente de filtração.

-Aumento do Fluxo sanguíneo glomerular aumenta a filtração glomerular. Por que? por que será?

-Redução do Fluxo sanguíneo glomerular reduz a filtração glomerular. Por que? mesmo que a de cima.

A pressão arterial influencia na pressão hidrostática aferente/eferente, e essas vão interferir na pressão capilar glomerular. Se aumenta a pressão arterial, aumenta a pressão dentro do glomérulo, se ela diminui, mesma coisa.

Um aumento da resistência dos capilares (vasoconstrição) Aferentes diminui a pressão dentro do glomérulo. Uma vasoconstrição dos capilares Eferentes tanto diminui quanto aumenta a pressão dentro do glomérulo, depende de quanto está sendo constrito.

Editado por lourensini
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Visitante deletado____

Calma lá com as generalizações, Lourensini. Estimulação adrenérgica causa vasoconstrição dependendo do sítio de ação (em função da interação com receptor específico).

E coloide, o termo químico, quer dizer, basicamente, que tem molécula grande demais na jogada (ainda que solubilizadas). A analogia da gelatina é interessante mas pode levar a algum equívoco.

Essa parte de pressão coloidosmótica é fundamental pra entender formação de edema e aquele papo todo de que sódio causa retenção (ou não), não só por causa do papel disso em solução (i.e. plasma) quanto nos rins mesmo (como eles "entendem" isso e qual a resposta fisiológica).

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Calma lá com as generalizações, Lourensini. Estimulação adrenérgica causa vasoconstrição dependendo do sítio de ação (em função da interação com receptor específico).

E coloide, o termo químico, quer dizer, basicamente, que tem molécula grande demais na jogada (ainda que solubilizadas). A analogia da gelatina é interessante mas pode levar a algum equívoco.

Essa parte de pressão coloidosmótica é fundamental pra entender formação de edema e aquele papo todo de que sódio causa retenção (ou não), não só por causa do papel disso em solução (i.e. plasma) quanto nos rins mesmo (como eles "entendem" isso e qual a resposta fisiológica).

Valeu pelo toque, Quisso. Eu não entendi quase nada em aula e tive que pegar a coisa por mim. Em aula anotei tudo que havia nos slides e prestei atenção o máximo possível, e tinha isso escrito:

Controle FG (filtração glomerular).

Ativação Sisstema nervoso simpático= redução filtração glomerular pela constrição arteríolas.

Aferentes e Eferentes -> redução fluxo sanguíneo.

Hormônios e autocóides.

Norepinefrina, epinefrina e endotelina -> constrição de vasos renais -> redução filtração glomerular.

Angiotensina II -> contrição das arteríola eferente -> aumento da pressão hidrostática glomerular

Óxido Nítrico -> redução da resistência vascular -> aumento filtração glomerular

Autoregulação FG ->feedback tubuloglomerular.

Copiei exatamente o que havia escrito, e depois tive que interpretar.

Não lembro da professora mencionar sobre a especificidade do sítio/receptor.

E quanto ao Coloide quem usou esse exemplo foi a professora mesmo.

Tu poderia POR FAVOR ler mais uma vez o texto e fazer algumas observações sobre os possíveis erros? Dessa vez eu tava por conta com esse conteúdo.

Por favor, quem puder me ajudar com essa aula eu agradeço imensamente, tenho prova semana que vem e não posso deixar nada em aberto.

Amanhã prova de Imunologia, já estou começando a fazer os resumos.

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Lourensini me tira uma dúvida....

qual a ordem dos tecidos de musculos estriados cardiacos... que revestem o coração?

é assim?

de dentro pra fora: miocardio > endocardio > pericardio?

abraço!

De dentro pra fora: endocárdio, miocárdio, pericárdio.

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