Desmascarando Feministas.

[AmericanHero 259]

Por OLAVO DE CARVALHO

As mulheres sempre foram exploradas pelos homens. Se há uma verdade que ninguém põe em dúvida, é essa. Dos solenes auditórios de Oxford ao programa do Faustão, do Collège de France à Banda de Ipanema, o mundo reafirma essa certeza, talvez a mais inquestionada que já passou pelo cérebro humano, se é que realmente passou por lá e não saiu direto dos úteros para as teses acadêmicas.

Não desejando me opor a tão augusta unanimidade, proponho-me aqui arrolar alguns fatos que podem reforçar, nos crentes de todos os sexos existentes e por inventar, seu sentimento de ódio ao macho heterossexual adulto, esse tipo execrável que nenhum sujeito a quem tenha acontecido a desventura de nascer no sexo masculino quer ser quando crescer.

Nosso relato começa na aurora dos tempos, em algum momento impreciso entre Neanderthal e Cro-Magnon. Nessas eras sombrias, começou a exploração da mulher. Eram tempos duros. Vivendo em tocas, as comunidades humanas eram constantemente assoladas pelos ataques das feras. Os machos, aproveitando-se de suas prerrogativas de classe dominante, logo trataram de assegurar para si os lugares mais confortáveis e seguros da ordem social: ficavam no interior das cavernas, os safados, fazendo comida para os bebês e penteando os cabelos, enquanto as pobres fêmeas, armadas tão-somente de porretes, saíam para enfrentar leões e ursos.

Quando a economia de coleta foi substituída pela agricultura e pela pecuária, novamente os homens deram uma de espertinhos, atribuindo às mulheres as tarefas mais pesadas, como a de carregar as pedras, domar os cavalos, abrir sulcos na terra com o arado, enquanto eles, os folgadinhos, ficavam em casa pintando potes e brincando de tecelagem. Coisa revoltante.

Quando os grandes impérios da antiguidade se dissolveram, cedendo lugar aos feudos perpetuamente em guerra uns com os outros, estes logo constituíram seus exércitos particulares, formados inteiramente de mulheres, enquanto os homens se abrigavam nos castelos e ali ficavam no bem-bom, curtindo os poemas que as guerreiras, nos intervalos dos combates, compunham em louvor de seus encantos varonis.

Quando alguém teve a extravagante idéia de cristianizar o mundo, tornando-se necessário para tanto enviar missionários a toda parte, onde arriscavam ser empalados pelos infiéis, esfaqueados pelos salteadores de estradas ou trucidados pelo auditório entediado com os seus sermões, foi novamente sobre as mulheres que recaiu o pesado encargo, enquanto os machos ficavam maquiavelicamente fazendo novenas ante os altares domésticos.

Idêntica exploração sofreram as infelizes por ocasião das cruzadas, onde, armadas de pesadíssimas armaduras, atravessaram os desertos para ser passadas a fio d'espada pelos mouros (ou antes, pelas mouras, já que o machismo dos sequazes de Maomé não era menor que o nosso). E as grandes navegações, então! Em demanda de ouro e diamantes para adornar os ociosos machos, bravas navegantes atravessavam os sete mares e davam combate a ferozes indígenas que, quando as comiam, – era porca miséria! – no sentido estritamente gastronômico da palavra.

Finalmente, quando o Estado moderno instituiu o recrutamento militar obrigatório, foi de mulheres que se formaram os exércitos estatais, com pena de guilhotina para as fujonas e recalcitrantes, tudo para que os homens pudessem ficar em casa lendo A Princesa de Clèves.

Há milênios, em suma, as mulheres morrem nos campos de batalha, carregam pedras, erguem edifícios, lutam com as feras, atravessam desertos, mares e florestas, sacrificando tudo por nós, os ociosos machos, aos quais não sobra nenhum desafio mais perigoso que o de sujar nossas mãozinhas nas fraldas dos nossos bebês.

Em troca do sacrifício de suas vidas, nossas heróicas defensoras não têm exigido de nós senão o direito de falar grosso em casa, de furar umas toalhas de mesa com pontas de cigarros e, eventualmente, de largar um par de meias no meio da sala para a gente catar.

[planeta 5555]

rsrs

[WertWet 11]

eu gosto dos peitos de fora!

[AnaCarol 118]

Eu simplesmente vivo minha vida sem me preocupar machismo e feminismo.

Sempre paguei minhas próprias contas.

Sempre dividi a conta do restaurante.

Sempre lutei pelos meus objetivos e quando não os alcancei (felizmente, poucas vezes) não atribui isso ao fato de ser mulher.

Meu marido ficou anos desempregado e eu banquei tudo. Hoje ele passou no concurso que queria, e eu estou muito feliz; não me arrependo de te-lo ajudado, mesmo que ele me troque por outra amanhã: fiz o que minha consciência me orientou. Até porque, durante esse tempo, praticamente TODOS os afazeres domésticos ficaram por conta dele.

Penso que ser mulher ou homem tem seus prós e seus contras.

Penso ainda que, naquilo que a sociedade atual tem de danosos, é danosa para o ser humano em si e não para um gênero específico.

Editado Abril 15, 2013 às 11:34 por AnaCarol

[planeta 5555]

muito bem Ana... ia reputar mas

Ocorreu um erro

Você já atingiu seu limite de reputações positivas para hoje

[greco-romano 108]

Gosto de mulher assim, que faz questão de rachar conta.

Se eu tiver filha, farei questão de ensiná-la (ao menos tentarei) a não deixar homem nenhum querer ficar bancando coisas.

[FrangoSemPena 39]

Acredito que há sim diferença entre homens e mulheres, não na superioridade de um em relação ao outro, apenas nas diferenças.

[AnaCarol 118]

Valeu a intenção Planeta! hehehe

Greco, somos 2 então.

Se tiver uma filha, também educarei dessa forma (penso que será fácil pois ela terá um exemplo em casa).

Claro que, eventualmente, o homem pagar a conta não é um problema. Da MESMA forma que o oposto pode acontecer. É uma questão de bom senso.

Algumas mulheres argumentam que "devem ser mimadas, cuidadas".

Nada contra.

Até porque, em um relacionamento, ambos merecem uma certa dose de mimo e cuidado (sempre sem excessos). Não acho que deva ser privilégio do sexo feminino.

Enfim, vejo relacionamento como uma parceria. E em uma parceria é inconcebível um se acomodar em cima do outro.

Aí já é algo doentio: um com uma necessidade absurda de controle e outro com falta de iniciativa ou com uma forte tendência a se colocar no papel de vítima.

Editado Abril 16, 2013 às 11:22 por AnaCarol

[AnaCarol 118]

Uma das diferenças que achei muito interessante foi a forma de funcionamento da visão:

Como as mulheres ficavam nas aldeias e eram obrigadas a estar atentas a tudo que acontecia ao redor, para perceber a aproximação de um predador, o que o bebê estava fazendo, não deixar a comida queimar e não deixar o fogo apagar, sua visão se tornou menos profunda e mais abrangente, por isso que mulher consegue carregar a casa dentro da bolsa e encontrar cada coisinha.

Já o homem precisava localizar a caça, reconhecer eventuais ameaças no terreno e encontrar o caminho de volta para casa, então desenvolveu uma visão de túnel e um melhor senso espacial.

Bem interessante isso. Também já li que as mulheres tem uma capacidade mais acentuada em identificar expressões faciais de raiva e tristeza - variando conforme o período do ciclo menstrual - o que também pode estar relacionado com essa questão de proteção da cria. Pra quem quiser ler mais: http://www.usp.br/agen/?p=6209

O problema, que os próprios autores apontarem, é o tal do politicamente correto, pois hoje em dia é normal e legal dizer que a mulher é superior ao homem.

E tem muita coisa que mulher faz melhor do que homem mesmo.

Só que se vc disser que tem algo que o homem faz melhor do que a mulher vish, vira um inferno, é mimimi de feminista pra cá, ameaça de processo pra lá, acusações de machismo e misoginia a torto e direito e por ae vai...

Mas a verdade universal, inquestionável e imutável (por mais que reclamem) é que homens e mulheres se complementam em suas diferenças.

Essa conversa de mulher ser superior ao homem - um modismo atual diga-se de passagem - chega a me ofender, por vários motivos.

Primeiro porque é uma grande inverdade.

Segundo porque me parece muita "babação de ovo" heheheheh

Terceiro porque ser valorizada pelo meu gênero é no mínimo deprimente. O que, ao meu ver, deve importar são as minhas idéias e minhas atitudes.

Até que enfim posts sensatos e sem mimimi.

Concordo com os dois.

Estou gostando, o tópico está num debate interessante

Editado Abril 16, 2013 às 15:43 por AnaCarol

[Fefe 5819]

A questão que envolve o feminismo X machismo já encheu. Não adianta puxar brasa para sua condição sexual e acabar insatisfeito (a) ou infeliz.

Acredito que homens e mulheres têm suas funções na sociedade e cada um deve exercer a sua com competência. Exemplo: um homem não pode engravidar, eis que é tarefa da mulher.

Eu, na minha condição de mulher, quero ser vista e tratada como tal. Trabalho, em consequência tenho renda, tenho objetivos, sou esposa, mãe, dona de casa e outras qualificações mais. Mas adoro quando recebo uma flôr, quando alguém abre a porta do carro ou tem um gesto de gentiliza. Meu lado mulher agradece e nem por isso me diminui. É da minha essência.

Sobre certos aspectos eu tenho a mente aberta demais e prefiro nem me manifestar, pq o lado machista da sociedade (entendam-se aí reunidos homens e mulheres) cairiam de pau. Acredito que o importante mesmo é cada um fazer o seu papel, sendo que deve-se buscar a igualdade sonhada pela constituição federal, sem perder de vista que em certas competências a igualdade é a desigualdade.