Que vão contra que eu saiba tem os que correlacionam alta ingestão de proteínas com problemas renais que é mais mito que comer de 3/3h e tem alguns que não mostram benefícios adicionais. Ai se for pra errar, na proteina acho melhor errar pra mais que pra menos.. Haha.
1,2g/kg é um valor que eu considero legal já mas também o limite minimo; consegue se obter benefícios, mas ai entram outros fatores. 1,2g/kg, por exemplo, pra alguem com o bf de 20% tem um impacto diferente do que aquele que tem de 12%. Temos que levar em consideração se está em déficit, manutenção ou superávit. A fonte de onde vem essa proteina, porque dependendo a fonte podemos estar subestimando a quantidade. A dieta em um contexto em geral, por exemplo: se a pessoa estiver em keto pode não ser interessante um quantidade grande de proteinas se a relação de gorduras não estiver muito alta.
Enfim, malefícios não vai ter pela maior ingestão de proteinas, benefícios muitos estudos mostram, então pelo menos arriscar eu acho que vale a pena.
A ideia deste tópico é listar e discutir estudos sobre alta ingestão de proteínas e seus potenciais efeitos na composição corporal e na saúde. Aqui eu vou mais listar do que discorrer sobre mecanismos e coisas do tipo (@{..mAthEUs..} prometeu um tópico semelhante, onde provavelmente veremos um texto mais técnico).
Os estudos mais relevantes me parecem ser os do José Antônio, principalmente porque foram feitos com atletas treinados. Primeiro ele fez oestudo abaixo com ingestão de 4,4g/kg:
Neste estudo surgiu a hipótese de disappearing protein, que é a ideia de que se for feito um superávit grande de proteínas, esse excedente não se torna gordura. @Felipefabri tem uma anedota interessante que reforça essa teoria:
Depois o mesmo José Antônio fez um follow-up também em pessoas treinadas, mas com ingestão de 3,4g/kg:
Mais recentemente ele fez mais um avaliando marcadores de saúde em uma dieta alta em proteína (2,6-3,3g/kg/dia) e não houve problemas nos indicadores de saúde avaliados:
Abaixo review do Alan Aragon retirado do AARR sobre o estudo acima:
Curiosamente houve mais uma vez a historia do disappearing protein. Além disso, 9 de 11 participantes tiveram redução de gordura corporal no grupo high protein, mesmo ingerindo mais calorias - vide trecho em negrito acima.
Abaixo trecho de uma entrevista com uma pesquisadora, onde ela fala sobre os efeitos do estudo, onde houve melhora na composição corporal no grupo high protein.
Uma limitação dos estudos do Jose Antônio é a utilização de food diaries como forma de controlar a dieta (o que é pouco confiável) e contrapõe pontos positivos como nível de treinamento dos participantes e duração dos estudos.
Abaixo mais um estudo mostrando recomposição corporal com alta ingestão de proteínas (2,4g/kg versus 1,2g/kg), mas com a limitação de ter sido feito em obesos:
O mais surpreendente foi que o grupo high protein ganhou massa muscular (média de 1,2kg em 4 semanas) mesmo com um déficit de 40% do GCD. O grupo de controle (1,2g/kg de proteína) não ganhou massa muscular. O grupo high protein também perdeu mais gordura. Isso reforça a ideia de alta ingestão de proteína com déficits calóricos agressivos.
Abaixo uma tabela feita pelo Eric Helms em um artigo onde ele defende a existência de recomposição corporal, mesmo em atletas treinados:
Aparentemente, uma condição para obter recomposição é a alta ingestão de proteínas. Me parece que mesmo que não se obtenha recomposição corporal, a alta ingestão de proteínas vai melhorar o particionamento, isto é, vai promover maiores ganhos de massa muscular e menores de gordura.
Agora sobre ingestão de proteínas em um momento específico: pós treino. O estudo abaixo comparou a ingestão de 20g contra 40g de proteínas seguindo um treino fullbody e as 40g promoveram uma maior síntese proteica:
Em um post no Facebook, Joseph Agu compara com outro estudo em que mais proteína não promoveu maior síntese proteica, mas com o treino de apenas uma perna. Aparentemente, quando treinamos fullbody (ou mais partes do corpo no mesmo treino), necessitamos de mais proteína pra maximizar a síntese proteica.
Sobre a quantidade de proteína ingerida de uma única vez, o estudo abaixo sugere um melhor balanço de nitrogênio ao se consumir 70g versus 40g em uma única refeição.
A ideia é que, apesar de não haver maior síntese proteica, há menor quebra, promovendo portanto um maior saldo de proteínas.
O que acontece é um turnover grande de proteína durante todo o dia, ou seja, há muita síntese e quebra a todo tempo. Ao se consumir mais proteína, aumenta-se a síntese e reduz-se a quebra, o que provoca um aumento do saldo - em outras palavras, mais gainz.
Há ainda os efeitos de saciedade, que eu não vou tratar nesse momento - basicamente, proteína é o macro que mais sacia, o que pode ser importante em dietas de restrição calórica.
No estudo abaixo os sujeitos fizeram um ano de alta ingestão de proteína e nenhuma alteração negativa foi detectada no sangue nem no fígado. Além disso, teve o desappearing protein, já que novamente, mesmo com aumento nas calorias, os caras não ganharam peso.
Abaixo um prospectivo que não fala exatamente de alta proteína, mas que uma dieta LC, que geralmente tem pelo menos um pouco mais de proteína do que uma dieta "convencional", em 1 ano não apresentou nenhum efeito negativo sobre a saúde renal:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20338292
Mais um onde a dieta com mais proteínas não trouxe nenhum maleficio renal, nem ósseo e nem hepático:
Pra finalizar, segue review de 2005 da Nutrition & Metabolism que diz o seguinte: ..nós não encontramos nenhuma evidência significativa de um efeito prejudicial da ingestão de alto teor de proteína na função renal em pessoas saudáveis..
A minha conclusão é que uma alta ingestão de proteínas (>3g/kg) pode ser benéfica para uma melhora no particionamento e na composição corporal, podendo, em certas circunstâncias, promover até mesmo recomposição (ganho de massa e perda de gordura). Em restrição calórica, a alta ingestão pode garantir a manutenção - e até mesmo o ganho - de massa magra. Além disso, as evidências atuais não apontam pra qualquer prejuízo da saúde caso se ingira altas quantidades de proteína - talvez não se deva ultrapassar a marca de 5g/kg habitualmente, mas um consumo entre 3 e 4g/kg não parece ter qualquer consequência nefasta pra pessoas saudáveis.
Pra enriquecer o tópico, anedotas e outros estudos são bem vindos
Se o problema da cetogênica for deficiência vitamínica então seu argumento é totalmente furado. Uma boa dieta montada nesse sentido e suplementação já supre TODAS as necessidades diárias.
Vitamina D-3, K-2, magnésio, sódio, potássio, zinco, complexo-B e até mesmo vitamina C, nada disso é problema pra quem faz direito. Alguns não pode suplementar (como potássio), outros só assim mesmo, porque não dá pra tirar somente da dieta.
Tendo como objetivo perder gordura abdominal não vai adiantar de forma alguma não fazer ao menos por algum tempo uma dieta restritiva em carboidratos, moderada em proteína (quando falo moderada é concentrar 20 a 30% nisso) e alta em gordura. Da forma correta, claro, pois feita de qualquer jeito e sem força de vontade não rola, por isso que muitos desistem.
Depois é que vendo a necessidade e objetivo de cada um que se aumenta um pouco os carboidratos.
Dietas com maior quantidade de gordura tem mais colesterol, que também é obrigatório se o objetivo é aumentar testosterona.
O problema da dieta cetogênica é que é difícil mesmo encontrar produtos que valham a pena (e isso até mesmo em lojas especializadas) ou fora de casa encontrar pratos com receitas low-carb e KETO... fazer tudo em casa fica complicado. Mas assim como foi com alimentos veganos, com o tempo se tornará realidade.
Nesse vídeo recente o Arnold Schwarzenegger diz que não bebe leite de vaca e sim amêndoas:
https://www.youtube.com/watch?v=jFk-L7Wcg0g
Ele diz que não segue nenhuma dieta restritiva, mas aí que tá: ele tem como objetivo o mesmo que o meu, que é perder essa gordura abdominal que mesmo com esse físico nunca saiu? Ele tem deficiência de testosterona como eu, que fiquei em 300, 400 ng/dL? Talvez não.
O erro em introduzir carboidratos numa dieta é não prestar atenção na FRUTOSE, que é tão ruim quanto açúcar. Suco é algo que tem que ser totalmente cortado (faz mais mal que comer fruta), e fruta limitada pra 1 ou uma segunda bem pouca. Demais carbs também acho que dá pra reintroduzir futuramente, de modo a aumentar a ingestão diária pra que fique entre 20 a 50 ou talvez 50 a 100 gramas.
Acredito que se colocar 20% de carboidratos, 25 de proteínas e 65% de gordura (que tem de ficar entre 50 a 70%) + um jejum de umas 16 horas (comer em janela de 8) já fique satisfatório.
Se há alguma dúvida sobre a eficácia desse planejamento o treino irá dizer e além disso exames também irão apontar se os níveis melhoraram, pioraram ou continuaram os mesmos.
Isso também vou refazer, pra ver o que mudou.
Veja que suplementação pode ser necessária até pra baixar cortisol, que é também um fator que diminui muito testosterona, um exemplo seria Ashwagandha, que é eficaz pra isso, e pra aumentar libido tem a MACA PERUANA e TRIBULUS TERRESTRIS. Baixa libido é também sintoma de baixa testosterona.
Vou só postar um tópico rico em informações sobre alta ingestão de proteínas:
Porque praticar uma alta ingestão de proteínas
Tem trocentos estudos, infográficos, reviews nesse tópico. Bem resumidamente é o seguinte:
Otimização de ganho de massa muscular: >2g/kg;
Otimização na preservação de massa muscular: >3g/kg
Recomposição corporal: >3g/kg
E não faz nenhum mal pra saúde ingerir 3-4g/kg de proteína.