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Doutrinação nas Faculdades e Influência dos grupos ativistas.


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Só de olhar o nível dos que criticam o Olavo dá vontade de rir HAHAHA, ou de chorar né... porque existir gente com tanta imbecilidade...

 

Sobre papo de astrologia:

 

Citar

"Trabalhei de astrólogo por dois anos, entre 1978 e 1980. Por achar que a técnica astrológica, embora não totalmente desprovida de valor, não entregava os bens que prometia, larguei a profissão há 33 anos. Daí as Genizahs e os Ghiraldellis tiram a conclusão altamente científica: “Olavo de Carvalho não é filósofo, é astrólogo.” Com muito mais razão, tendo em vista o maior tempo de prática, deveriam concluir também que:

Fernando Pessoa não foi poeta, foi astrólogo.
Henry Miller não foi escritor, foi astrólogo.
Johannes Kepler não foi astrônomo, foi astrólogo.
Carl G. Jung não foi psiquiatra, foi astrólogo.
Sto. Alberto Magno não foi frade nem filósofo, foi astrólogo.
Mohieddin Ibn ‘Arabi não foi filósofo, foi astrólogo.
Francis Bacon não foi filósofo, foi astrólogo.
Roger Bacon não foi frade nem cientista, foi astrólogo.
Giordano Bruno não foi filósofo, foi astrólogo.
Tommaso Campanella não foi escritor, foi astrólogo.
Geoffrey Chaucer não foi escritor, foi astrólogo.
Nicolau Copérnico não foi astrônomo, foi astrólogo.
William Drummond não foi poeta, foi astrólogo.
Abraham Ibn Ezra não foi rabino nem filósofo, foi astrólogo..
Marsilio Ficino não foi filósofo, foi astrólogo.
Philip Melanchton não foi teólogo protestante, foi astrólogo.
Galileu Galilei não foi matemático, foi astrólogo.
Hipócrates não foi médico, foi astrólogo.
André Breton não foi poeta, foi astrólogo.
Raimundo Lulio não foi filósofo, foi astrólogo.
John Napier não foi matemático, foi astrólogo.
Carl von Reichenbach não foi químico, foi astrólogo.
O Papa Silvestre II não foi papa, foi astrólogo.
William Butler Yeats não foi poeta, foi astrólogo.
E assim por diante.

 

https://pt-br.facebook.com/olavismocultural/photos/a.1461560937408899.1073741828.1461558310742495/1642787392619585/?type=3

 

Esse link por si só já refuta qualquer um anti, seja nessa parte do que o olavo falou sobre ciencia ou sobre filosofia/política.

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17 horas atrás, rednos disse:

Vocês conhecem algum amigo ou colega que entrou na faculdade e se entregou à doutrinação? Começou a defender a esquerda, PT e os movimentos ativistas? Alguém que tenha ficado irreconhecível ao que era quando entrou na faculdade?

 

Minha ex-namorada. Foi impressionante a mudança. Aos 15 ela era um doce de menina, valorizava-se, valorizava fazer a coisa certa, contava nos dedos com quantos caras tinha ficado, tinha planos, era uma baita menina. Fiquei na deprê por anos porque não dei valor pra ela nessa época.

 

Entrou na faculdade (estadual, psicologia), e aí já era. Virou uma dessas "luta pelas minorias", "fazer tudo que se quer", "emancipação" (como desculpa pra não fazer nada de útil + fazer merda).

 

Antes chorava por causa dos baseados que eu fumava. Quando a gente se viu depois de todos esses anos, "ufa, uma única boa coisa sobrou em você", pois tentei conversar sobre a ideia de princípios, de valores, de julgar aquilo que favorece ou que não favorece a você e à sua sobrevivência, mas essa galera toda largou mão de pensar, de usar o racional. É mais conveniente e prazeroso agir no mundo de um ponto de vista Niilista do que tomar responsabilidade pelos seus atos. 

 

16 horas atrás, GuitarndIron2 disse:

Outro ponto é que a direita no nosso país produz tantos, se não mais, memes que a esquerda. Olavo de Carvalho, Cunha, Bolsonaro e afins só tornam a causa de direita uma grande piada. O cara que cita ou acha que esses caras são alguma coisas além de charlatões tem que repensar sua vida seriamente. O Olavo mesmo é o pior de todos, argumentado que nem uma criança e xingando quando alguém prova que ele tá errado. Teve até a audácia de escrever uma crítica ao Newton, com interpretações absurdas de alguém que não entende bulhufas de física.

 

Colocar o Olavo junto com Cunha e até com Bolsonaro só mostra sua ignorância. Ele é o único que entende a totalidade da situação política nacional e internacional. Desde muito ele vem dizendo que o Gramscismo está sendo aplicado na sociedade brasileira, isso era um fato e o resultado podemos ver com clareza: é o que está sendo discutido nesse tópico. Desde o início ele já alertava para o fato de o PT ser o que é. Não é atoa. O cara só "acerta" nas previsões. Pode ser que uma ou outra merda tenha saído de sua boca, mas no que diz respeito à política, o velho manja muito, e temos de dar graças a Deus pela sua extensa influência.

 

 

-

 

 

Na minha faculdade, que é particular e de ciências contábeis, não vejo nada disso. Pra falar a verdade, por ser particular e noturno, pouca gente sabe alguma coisa sobre política.

 

Eu vi uma mulher falando uma vez que essa crise de valores, essa aceitação incontestável dos tortos da sociedade, tudo isso já aconteceu antes na história e sempre antecedia o colapso da sociedade em questão. Para mim está muito claro: o ocidente está caindo. Estudemos, formemo-nos indivíduos íntegros, espalhemos a mensagem e não cansemos até achar uma mulher compatível com nossos valores (elas existem, são raras mas existem). Tenhamos filhos diferenciados. É a única forma. Não de salvarmos o mundo, mas o nosso mundo.

 

O individualismo precisa ser resgatado. É por isso que eu bato tanto na tecla "Ayn Rand". Toda falácia esquerdista cai por terra se cada um passa a olhar para si, ao invés de para o outro, e se se preocupa consigo. Também precisa ser disseminada a ideia de um estado mínimo, de um partido libertário - que já existe, graças a Deus (Partido Novo). Ora, quanto mais dinheiro correr pelo Estado, mais será desviado antes de chegar no destino final. Quando menor, mais eficiente.

 

O problema é que essa mentalidade visa tornar todos iguais, tocando o foda-se para o fato de que somos diferentes, e não dar iguais oportunidades para que todos se desenvolvam. O mínimo (máximo) com que o Estado deveria se preocupar é isso, garantir iguais oportunidades e qualidade de vida, com educação pública, transporte, segurança e saúde de qualidade e somado a isso uma gerência eficiente da Economia (em resumo, facilitando o processo e sem meter o bedelho). Será isso que trará sólidos progressos sociais, sólido desenvolvimento, e nunca a transferência de renda na base da canetada.

 

Tá foda mesmo. E o pior, só quem não caiu nessas ideinhas esquerdistas é que consegue enxergar a realidade de fato. Os esquerdas se julgam minoria, julgam-se oprimidos, mas sabemos que hoje, na realidade, a maioria das pessoas tem essa mentalidade. Ser "direita", dizer "liberdade individual", "respeito à propriedade" e etc é entendido como "opressão ao pobre", "ser contra o povo" e portanto assinar sua sentença de perseguição, em qualquer lugar que seja.

 

 

 

Abraços.

Editado por Aroma
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5 horas atrás, GuitarndIron2 disse:

 

Existe. Os outros vídeos não vou comentar pq pelo que parece tem várias respostas por aí jogadas entre a "discussão" pírula vs. olavo.

 

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Enfim, não li a obra do Olavo para falar das outras ideias dele. Nem faria, porque o que mais me chama atenção nele é a boçalidade, falta de honestidade intelectual e oportunismo. O que posso citar é o que ta aí em cima, que ele fala sim muita bosta e parece ter alergia à ciência e dados empíricos. Na moral, querer defender religião racionalmente non ecxiste.

 

Isso é técnica de discurso. Muitos autores famosos já usaram, o Olavo não inventou a roda. E não, ele não tem alergia à ciência, mas quem não leu Platão, Aristóteles, os Escolásticos, Bacon, Descartes, Kant, Spinoza, Leibniz e etc, não faz a menor idéia do que ele fala, mas não passa nem perto mesmo. Eu sei disso pq eu já vi várias aulas que ele aborda a ciência e suas bases. E não é nada que ele inventa, ele só diz o que os outros pensadores falavam e caça uma ou outra contradição aqui ou ali.

 

Querer defender religião racionalmente não existe? Diz isso pros filósofos escolásticos, pros gregos - se bem que a noção de algo transcendental deles não era bem em um Deus -, enfim, há muitos, mas uma infinidade mesmo de filósofos e pensadores que fazem isso. Por que não se pode fazer isso? Você pode até dizer que leu as paradas, por exemplo a treta Chesterton vs. Nietzche, e falar que ficou convencido mais pelo o que o Nit falou, por x, y e z. Mas vc nem leu nada de nada e já exclui qualquer possibilidade de argumentação contrária ao que você acha que sabe, e que te chegou por meio da cultura atual cheio de estereótipos e deformações.

 

 

Citar

 

O infeliz não tem formação nenhuma acadêmica e, por alguns vídeos, não deve entender conceitos básicos para pesquisa científica como diferença entre correlação e causalidade. Lembrando que não estou falando dos livros do dito professor, mas das merdas que ele fala a torto e à direita.

 

Ler acima.

 

Citar

 

O cara sim é um intelectual com boa bagagem, mas deveria se deter aos ramos que ele entende: filosofia, literatura, linguística e história, pelo que vi. Não muda que ele é um mal caráter que deturpa conceitos para manipular a rapaziadinha. Agora tem assuntos que o conhecimento dele é pífio, só menor que a boçalidade de querer falar como autoridade.

 

Eu já vi várias tretas dele: do blog do Prometeu até o que vc imaginar. E vc não faz idéia do esforço que ele faz pra manter um discurso coerente e sem esconder nada de ninguém. Nas aulas do COF ele responde a todas as perguntas de qualquer polêmica que ele tá no meio. Só essa atitude de se explicar dessa forma pros alunos dele já mostra a honestidade intelectual dele.

 

Citar

 

"Daí vc ouve cientistas dizerem coisas como "dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço", pra depois dizer que os neutrinos são partículas que estão em dois lugares ao mesmo tempo".Danilo, existe dois campos bem diferente na física: a mecânica newtoniana e a quântica. Regidas por conceitos e leis diferentes. A mecânica newtoniana (que diga-se de passagem é a base para quase toda a tecnologia que temos hoje) e a física quântica (extremamente nova) ainda não foram conciliadas. São onde os grandes esforços da ciência estão hoje em dia, em uma teoria que una tudo que a gente conhece sobre física. E, na moral, toda tecnologia que desfrutamos hoje vem sim de descobertas físicas e aplicações dos seus conceitos. A contribuição dos grandes físicos à humanidade imensurável e o Olavo fica butthurt com a insignificância dele perto disso.

 

Na física, ao contrário de outros ramos do conhecimento, as teorias tem que ser validadas com EXPERIMENTOS. A teoria da relatividade foi validada em um experimento com foguetes em órbita com relógios atômicos acoplados a eles.

 

Existem uma boa quantidade de experimentos confirmando as questões levantadas pela física quântica:

 

 

Dizem que a Mecânica Quântica foi descoberta matematicamente e, só depois de muito tempo, compreenderam o que a equação estava dizendo. A mecânica quântica é de uma matemática sofisticadíssima, não é lugar para nego ficar dando pitaco sem conhecimento de causa.

 

Por fim, discussões e leituras filosóficas fazem parte de uma boa formação intelectual, mas ficar só nisso chega a um ponto que vira uma masturbação mental. Cuidado com isso rapaziada, ciência não é bicho papão. E sim, concordo que uma base epistemológica é interessante e deveria ser maior para os alunos de exatas.

 

 

A ciência em si mesmo é um conhecimento fragmentário, isso nunca vai mudar e eu sei disso. Vou postar aqui um material de uma aula sensacional que ele deu sobre isso. É grande, mas vale a pena (e eu aproveito e lembro disso):


 

Spoiler

 

"IMAGINAÇÃO E UNIDADE DO REAL

 

A existência de um mundo único, e a nossa própria existência dentro de uma unidade universal, são as condições mais elementares de todo o conhecimento. Sem a unidade do real, nenhuma afirmação, nenhum ato, poderia chegar à sua conclusão sem ser amputado, a meio do caminho, pelo corte entre os mundos.

 

No entanto, é certo que os sentidos não nos dão nenhum conhecimento acerca dessa unidade. Tudo o que eles nos fornecem são apenas fragmentos, não só descontínuos, mas separados entre si por abismos intransponíveis. Quando vemos um cão que late, temos a impressão visual da sua figura e a audição do som que ele emite. Como sabemos que ambos provém do mesmo sujeito agente? Só temos a visão e a audição separadas. Nenhum sentido extra informa-nos da unidade substancial da fonte que se origina esses dois estímulos distintos.

 

Esta observação levou muitos filósofos a supor que a unidade do real - e mesmo a de cada ente real tomada separadamente - é uma construção do nosso psiquismo. Aí reside o princípio mesmo da filosofia de Kant: tudo o que sabemos do mundo são fragmentos esparsos; o mundo enquanto tal, enquanto unidade, é construído dentro de nós.

 

Mas é claro que a solução Kantiana implica uma contradição. É certo que, enquanto puros sujeitos cognoscente abstratos, tomados no sentido cartesiano - que é o ponto de partida de Kant - podemos estar seguros da nossa própria unidade independentemente até da existência de um mundo. Mas essa certeza só aparece no instante atomístico do 'cogito ergo sum', depois desaparece." 

 

Parênteses meu aqui: o cogito ergo sum é o famoso 'penso logo, existo; todas as vezes que penso isso, isso é verdade'. Traduzindo isso, fica assim: se nada existisse além de mim mesmo pensando, isso continuaria sendo verdade; e se eu jamais tivesse pensado, isso continuaria sendo verdade, porque quando eu pensasse a primeira vez, eu existiria. Ou seja, essa é uma frase independente de qualquer condição externa, absolutamente vazia. E pro Descartes chegar nela, ele falsificou a própria experiência (ele teve uma série de sonhos com o demônio e muitos dos conceitos que ele usa, como a dúvida integral, se originaram dessa experiência, que ele sempre tenta encobrir nos escritos dele).

 

Voltando ao texto:

 

"Transcorrido um momento. o eu-cartesiano não pode sequer recordar de ter tido antes a certeza de sua própria existência, pois o reconhecimento da identidade entre duas certezas vivenciadas em momentos diferentes requer a continuidade do eu-pensante no tempo. E essa continuidade, com toda a evidência, não pode ser provada pela experiência do 'cogito atomístico'. Quanto mais impossível não seria então expressar em palavras a experiência do 'cogito' sem a certeza da continuidade entre o sujeito da experiência e o sujeito do discurso.

 

Se, de fato, a unidade do mundo é um produto do nosso modo de conhecer e não um dado da realidade, quem fala e escreve a respeito disso opera o impossível: a passagem de um interior a um exterior que não existe, exceto como criação desse mesmo interior. Aquele que fala e escreve, tem a certeza de fazê-lo para um público que existe fisicamente fora dele, num mundo objetivo tão independente dele, que continuará a existir e a lê-lo depois que ele deixar de existir ou de escrever. Se a existência da posteridade no mesmo mundo em que estou agora é apenas uma síntese operada na minha mente, não faz sentido nenhum esperar que os produtos objetivados dessa mente permaneçam existindo na mesma unidade do mundo depois que a mente cessar de operar.

 

De nada vale aqui o subterfúgio de que a unidade do mundo não é puramente subjetiva - uma objeção comum entre os kantianos. Entre a subjetividade do autor e a do leitor, há uma série de mediações físicas (papel, tinta, serviços gráficos e etc.) que não podem ser ao mesmo tempo uma criação dessas subjetividades e o elo material que permite a sua comunicação. Se a filosofia de Kant existe, ela deve estar errada em algum ponto. No entanto, a observação que lhe serve de ponto de partida continua firme e inabalável: nada podemos conhecer ou fazer sem a unidade do mundo; e essa unidade não nos é dada pelos sentidos.

 

Mais utópico ainda seria tentar restaurá-la depois de ter picotado ainda mais o material dos sentidos mediante a exclusão dos estímulos sensoriais secundários e a redução dos primários às suas contrapartidas matematicamente mensuráveis. Se o próprio universo dos sentidos já é um farelo solto, subdividir cada grão de farelo só pode nos afastar cada vez mais daquela unidade sem a qual nada podemos conhecer.

 

A ciência tem como principal fundamento a unidade do real, mas não pode provar que ela exista. É fatal pois, admitir que todo o nosso conhecimento seja uma criação subjetiva, sem nenhum poder de compreensão sobre a substância do real. Ou, que temos uma via de acesso ao conhecimento da unidade do real acima e para além dos sentidos e de toda a ciência.

 

Aristóteles, os escolásticos, os filósofos escoceses da linhagem de Thomas Reid e, mais recentemente, George E. Moore, reconheciam a existência de um conhecimento sensível geral, por trás e por cima dos cinco sentidos específicos (por exemplo: as sensações de movimento e reparo, a forma e o tamanho de um objeto, bem como a sua unidade e seu número, podem ser percebidas tanto pela visão quanto pelo tato). Dessa observação e de tantas outras similares, aqueles filósofos concluíram que deva existir um sentido comum, capaz de apreender a unidade dos objetos por trás das informações sensíveis e irredutíveis umas as outras. O sentido comum - o 'sensus communis' - não seria a atividade de nenhum órgão especial, mas uma função da própria unidade corporal do sujeito cognoscente.

 

Que algo assim deva existir é - como observou Moore - uma exigência lógica incontornável, de vez que a sua negação leva a contradições absurdas. No entanto, também é fato que a própria unidade corporal do sujeito - incluindo suas sensações internas e a visão externa de que tem dos seus próprios membros e movimentos - é bastante problemática, e pode ser dramaticamente afetada por estados patológicos ou hipnóticos. O sentido comum pode nos dar a percepção da unidade dos objetos percebidos, mas nem de longe nos fornece a certeza da unidade do real como um todo.

 

Louis Lavelle buscou resolver o problema postulando a idéia da experiência inicial da pura e simples presença no ser. Antes de podermos subdividir a nossa experiência em interna e externa, recebida e construída, passada e presente, sensível e não sensível e etc, temos que sofrer o impacto da presença do ser e da nossa presença no ser. Sem essa experiência inicial, nenhuma outra experiência seria possível. Qualquer um pode testar a veracidade disso experimentando por si mesmo a absoluta impossibilidade de conceber um puro nada. Algo há. Isso, segundo Mário Ferreira dos Santos, é o princípio incontrovertido e supremo de todo o conhecimento.

 

Isso revela um problema e resolve-o em tese e metafisicamente. O ser indiviso que nos abrange se impõe por si mesmo como um axioma mudo, contra o qual todo discurso seria vão. Não obstante, um fundo de dúvida ainda permanece. Como condição da possibilidade da consciência, a unidade do ser não pode ser, ao mesmo tempo, um dado da própria consciência. Ela fica, por assim dizer, no fundo da consciência, sem poder apresentar-se abertamente diante dela.

 

Por outro lado, ela apresenta-se indireta e simbolicamente em cada percepção singular. Nesse hiato entre o fundamento da possibilidade da consciência e a consciência exercida neste ou naquele momento do tempo, podem se introduzir todas as dúvidas céticas que, embora negando-se ao negar a unidade do real, continuam eficazes como negações não da unidade em si, mas da consciência que podemos ter dela.

 

Se a unidade do real só é acessível indiretamente, não se pode ter dela uma certeza intuitiva, mas somente uma demonstração por absurdo. De experiência que era, a presença no ser se torna uma afirmação lógica - eternamente discutível como todas as afirmações lógicas. Bem sabemos o que há de artificioso e postiço nessas contestações, mas ainda nos falta o dado incontestável da experiência com o que possamos aplacar a dúvida cética.

 

No entanto esse dado existe. Dá para fecharmos os olhos e ele se apresenta diante de nós, sob a forma de um fluxo de imagens, sons, e outras sensações absolutamente inseparáveis entre si. As imagens do sonho e da imaginação não podem falar aos nossos sentidos separadamente porque esses sentidos estão adormecidos. Aí, a unidade entre som e imagem não se apresenta como a ação de um senso comum que unifica os dados de dois sentidos ao mesmo tempo, mas vem a nós de modo direto e inseparável. Mais ainda, os dados que na percepção de vigília jamais poderiam aparecer, senão por enormes diferenças de tempo e espaço, aí se apresentam juntos: no mundo dos sonhos, um velho pode ser ao mesmo tempo criança; os edifícios podem voar como passarinhos; as árvores falam; e o futuro esta presente junto com o passado.

 

Se aceitarmos como realidade básica o mundo dos sentidos e, mais ainda, esse mesmo mundo recortado e subdividido pelas ciências, jamais chegamos à unidade do real. E ao mesmo tempo, quando essa unidade se apresenta a nós em sonho, logo a neutralizamos como pura criação da nossa subjetividade isolada. Ou seja, na vida em vigília - no mundo em que acreditamos ser real - a unidade do real nunca aparece, no entanto, sabemos que sem essa unidade o real não seria real de maneira alguma. E no mundo dos sonhos e da imaginação, onde temos alguma experiência dessa real, dizemos que isso não é uma experiência, mas apenas uma invenção subjetiva da nossa mente.

 

Há nessa atitude predominante em nossa cultura uma absurdidade patente. Se nós sabemos que a unidade do real é uma condição de todo o conhecimento e a ponte entre o subjetivo e o objetivo, com que direito reduzimos a puro delírio subjetivo justamente a experiência daquela unidade? Notem bem, todos os sentidos, sem exceção, só funcionam, de maneira atomística. Nenhum deles pode continuar em ação sobre um mesmo objeto por mais de alguns segundos.

 

O mundo sensível considerado em si mesmo não é senão um farelo de impressões soltas, separadas e incomunicáveis umas com as outras. Isso não constitui de maneira alguma um 'mundo'. Kant tinha toda razão em dizer que esse farelo só adquire forma e figura na imaginação. Ele errou, porém, ao considerar o que imaginava como pura criação subjetiva, ou mesmo inter-subjetiva. Se a nossa subjetividade está separada da realidade (como dizia Montaigne, "nós não temos acesso ao ser") como pode ser ela mesma, ao mesmo tempo, o fator que unifica o mundo e torna a realidade desse mundo possível?

 

Se os sentidos - e a ciência baseada na sua matematização - só nos dão fragmentos separados; e se por outro lado sabemos que fragmentos separados não podem existir de maneira alguma, e que só a unidade do mundo lhes garante existência efetiva; por que devemos chamar de objetiva a apreensão dessa poeira de inexistências e de subjetiva a função que capta algo do próprio fundamento da possibilidade de toda e qualquer existência e conhecimento? Sem a menor sombra de dúvida, a imaginação é a função que mais nos aproxima da unidade do real. E é portanto nela que está a garantia de todo o conhecimento possível."

 

Bom, essa foi uma aula preliminar para o que eu vou escrever agora:

 

"- CIÊNCIA E ALTA CULTURA

 

A genética afirma que a diferença entre um homem e um macaco é de apenas 3%. No entanto, isso não é uma diferença que pode ser separada e medida pelos critérios de uma ciência particular. Não é uma mera diferença de número. Há uma diferença global que aparece somente na experiência e concreta humana.Toda ciência é um recorte específico, feito em função de certas perguntas específicas. Uma hipótese científica é uma conjectura de que certo grupo de fenômenos funciona de acorda com uma determinada constante. Daí, os fenômenos escolhidos para prová-la, são aqueles que respondem a ela.

 

Por isso, é claro que todo empreendimento científico é tautológico, redundante. Se a redundância falhar é porque as observações foram mal feitas. Toda teoria científica consiste em dizer que os fenômenos escolhidos para provar determinada hipótese provam esta hipótese; e os fenômenos, por sua vez, foram selecionados de acordo com essa mesma hipótese.

 

Do ponto de vista da educação, é absolutamente ridículo acreditar que uma educação científica seja uma educação. Ela não é de forma alguma, pois o procedimento científico é simples e indefinidamente repetido. O que tem função é o aprendizado dos métodos científicos, da teoria da ciência e etc, mas isso não faz parte de nenhuma ciência.

 

- CIÊNCIA E NATURALISMO

 

Uma das características que chama a atenção na história das ciências é o pressuposto - que hoje é aceito em praticamente todo o universo científico - de que as ciências devem sempre buscar explicações naturais, jamais recorrendo a sobrenatural. Essa idéia partiu primeiramente de discussões teológicas que afirmavam que o natural era um domínio fechado e auto-explicativo, regido por leis naturais constantes e inabaláveis. Mas a única lei constante e inabalável que existe é a entropia - a segunda lei da termodinâmica, que afirma que tudo está sempre baixando de diferença quantitativa e qualitativa, e que há uma tendência ao nivelamento das diferenças - e por ela ser constante, as outras não podem ser. Existem leis bastante duráveis, mas não se pode dizer que são eternas e imutáveis.

 

A discussão teológica que se deu foi de que, se Deus construiu tudo de maneira tão perfeita e depois interferiu nela, acabou por desmoralizar-se, e reconhecer que sua obra não é perfeita. Daí o salto que os teólogos protestantes e anglicanos fizeram de que a natureza deveria ser estudada em si mesma, fora de qualquer referência a Deus e ao sobrenatural.

 

Se essa questão fosse proposta a um filósofo escolástico de 400 anos antes, ele explicaria que não há maneira de compreender diretamente as relações entre Deus e a natureza, pois elas são extremamente complexas e mediadas por toda a estrutura do mundo espiritual. Deus também não tem diante de quem se desmoralizar. E se as leis naturais fossem eternas, a natureza também seria e, logo, não poderia haver o juízo final. Isso entra em contradição com a própria criação.

 

Até mesmo Newton teve a prudência de observar que as leis da natureza funcionam a partir da criação, mas não podem explicá-la. Porém, a maioria das pessoas que discutiam este problema entre o séc. XVII e o XIX, sobretudo no meio anglo-saxônico, não percebiam isso e colocavam as questões de maneira artificial e barbaramente simplificada. Schelling disse que na passagem da escolástica para a modernidade, houve uma puerilização da filosofia. Eles tinham perdido a noção de sutiliza e complexidade das questões, e toda aquela técnica analítica enormemente sofisticada dos escolásticos foi perdida.

 

Descartes também parte da premissa naturalística, porém ele sabia que ela era uma ficção e declarava isso abertamente. Daí percebemos que a capacidade que nós temos de raciocinar logicamente a partir de premissas ficcionais que, embora sejam falsas podem parecer com a realidade, é uma das capacidade mais perigosas do ser humano. O universo inteiro da premissa naturalística é ficcional e sua origem não é científica.

 

- AS VÁRIAS CAMADAS DE SIGNIFICAÇÃO DE CIÊNCIA

 

1) O ideal de ciência

 

O ideal de ciência tal como Sócrates, Platão e Aristóteles o formularam, fazia oposição à doxa, ao mundo da opinião. A ciência, ou episteme, é aquele conhecimento que é demonstrativo, que não apenas afirma algo, mas fornece os elementos de prova necessários para saber que as coisas não podem ser de outro modo, senão daquele modo a que sua conclusão lógica levou. Então, a idéia de alcançar um conhecimento demonstrativo, apodíctico ('apo' quer dizer não, é um negativo; e 'deiksis' quer dizer destruir, logo, indestrutível) é o ideal inicial da ciência.

 

2) O paradoxo entra a ciência e o seu ideal

 

Aristóteles sabia que o ideal de ciência só pode ser realizado de maneira parcial e imperfeita. E, no entanto, era o mesmo ideal que dava forma e sentido aos esforços científicos, ainda que frustrados. Ele entendia o mundo da natureza como o mundo onde as coisas estão em constante transformação e, por isso mesmo, não acreditava em constantes da natureza, mas apenas estabilizações provisórias (ele está mais perto da física quântica do que do mundo de Newton). Por isso mesmo, ele dizia que o campo inteiro das ciências naturais não podia ser reduzido à ciência no sentido estrito e perfeito. Não existia uma episteme da natureza, portanto, o conhecimento dela, teria que ser sempre tentativo.

 

Assim, o paradoxo da ciência e seu ideal, se dá de maneira que, para a quase totalidade dos domínios da realidade, este não será realizado. Porém, ao mesmo tempo, você não pode abdicar dele, pois ele que dá a forma lógica do esforço que você está fazendo. É este ideal que é a medida de cientificidade da ciência, mas também é a própria negação dessa cientificidade. Note bem que aí já estava dado tudo que o Popper vem a dizer mais tarde sobre a refutabilidade.

 

3) O conjunto das observações e teorias historicamente existente, incluindo as erradas

 

A formulação que Aristóteles dá do método científico é a mais perfeita que alguém já deu. No entanto, a partir do séc. XVI, começa a se formar uma intelectualidade que não tinha a formação escolástica completa. Eram pessoas da nobreza que recebiam o mínimo desse conhecimento nos colégios em que frequentaram durante algum tempo. Bacon, por exemplo, escreve toda a sua obra como uma crítica ao Aristotelismo, mas ele não conhecia a obra de Aristóteles pois, o que Bacon criticava, sequer foi dito por ele. E o que Bacon sugere que se ponha no lugar desse Aristotelismo de espantalho é justamente o que Aristóteles prega como ideal de ciência.

 

Se o sujeito não sabe onde está a atividade dele dentro do desenvolvimento histórico da disciplina que ele está praticando, então ele já está fora da realidade, pois ele não sabe qual é o 'status quaestionis'. Todos os críticos de Aristóteles, da Renascença para adiante, que ciaram a ciência moderna, não tinham a menor idéia do que é a filosofia de Aristóteles.

 

4) Ciência e técnica

 

Todas as conquistas que acreditamos ser fruto da ciência - internet, por exemplo - são apenas aplicações tecnológicas, produtos da técnica. Não há aplicação tecnológica que possa ser reduzida inteiramente a uma explicação científica. Toda técnica consiste em fundir conhecimentos heterogêneos, irredutíveis a um princípio explicativo comum, e dar a essa heterogeneidade de linhas causas, uma existência corporal. Por exemplo, matar alguém com uma martelada na cabeça é tecnicamente eficaz, mas não revela toda a fisiologia da morte.

 

Assim, devemos julgar a ciência, não pelos efeitos laterais que ela teve através de sua fusão com a tecnologia, e sim por sua ambição declarada de nos dar uma explicação naturalística do fenômeno.

 

5) A ciência como atividade socialmente existente, como profissão, que implica a existência de entidades, subsídios, e de uma série de elementos políticos que possibilitam a sua existência.

 

6) A idéia de ciência como autoridade social; como aquela instância que, perante o povo, está habilitada para separar o verdadeiro do falso.

 

7) A ciência como fundamento alegado de certas crenças filosóficas gerais como, por exemplo, o naturalismo.

 

- CIÊNCIA E UNIDADE DO REAL

 

Desse modo, quando se fala em 'ciência', isto é apenas uma figura de linguagem que compacta de alguma maneira, coisas enormemente separadas entre si. E para complicar, a história do método científico é composta de uma falsidade inaugural com relação ao pensamento Aristotélico-escolástico. Portanto, um elemento fundamental para a aquisição de alta cultura, é a perda do temor reverencial ante as ciências. Elas, ainda que a mais próxima do idealizado por Aristóteles, são um conhecimento fragmentário. Não que elas não possuam nenhum valor, mas que esse valor depende da capacidade humana de julgar esses conhecimento em função do conhecimento que cada um tem da unidade do real."

 

 

Ficou grande, mas vale a leitura. E nego ainda tem a coragem de falar que o Olavo não sabe do que tá falando, mas quem não sabe do que o Olavo tá falando é quem acusa ele disso. E olha que isso é apenas uma parte mínima do que ele aborda sobre esse assunto. Foi um resumão organizado que eu fiz do que ele expôs com muito mais detalhes em uma única aula. Tem muitas outras aulas disso como muitos outros aspectos. Quando ele fala pra ler as coisas que ele escreve antes de criticar, assistir as aulas dele, ele não está brincando, é uma coisa extremamente verdadeira.

 

 

 

Editado por danilorf
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