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gcabrejos

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  1. Gostei
    gcabrejos recebeu reputação de Jessys em Ciclo oxandrolona feminino   
    Parabens pelos resultados! Ficou bonito e proporcional.
    Enviado do meu iPhone usando Tapatalk
  2. Gostei
    gcabrejos deu reputação a planeta em Hipogonadismo e tamoxifeno.   
    https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18426834
    https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3143915/
    https://press.endocrine.org/doi/full/10.1210/jc.2005-0982
     
     
  3. Gostei
    gcabrejos deu reputação a LeandroTwin em Perfil Exemestano (Aromasin)   
    Aromasin (Exemestano) é um esteróide inibior da aromatase taxado como suicida, isso significa que ele reduz a produção de estrógeno no organismo através do bloqueio da aromatase (enzima responsável pela conversão do estrogênio).

    Este medicamento foi desenvolvido para combater o câncer de mama em mulheres na pós-menopausa, que necessitam de uma terapia agressiva em sua recuperação, e para quem as defesas de primeira linha, como SERMs (tamoxifeno), não funcionaram. Nossa primeira dica de que este material é muito forte, ou pelo menos mais forte do que alguns outros compostos que são utilizados para combater o câncer de mama.

    Em média o Aromasin (Exemestano) possui uma taxa de 85% de repressão de estrogênio(4), por isso é claramente um agente muito eficaz para os fisiculturistas e outros atletas que querem evitar os efeitos colaterais relacionados ao estrogênio, tais como: ginecomastia, acne, retenção de água provocada pela aromatização dos esteróides. Especificamente, esta dose Exemestano (25mg/dia), inibe seletivamente a atividade da aromatase em um paciente ou usuário de esteróides anabolizantes (daí o termo suicida "exemestano" em seu nome, eu acho) (7).

    Tal como acontece com a maioria dos compostos dessa classe, ela também provoca um aumento razoável nos níveis de testosterona (6), e como você deve ter adivinhado, este aumento nas médias de testosterona que Exemestano causou, também pode causar os efeitos androgênicos (8) (9) (10 ). Como você pode ver no gráfico abaixo, Exemestano é muito eficaz, tanto na diminuição de estrogênio (estradiol) e no aumento da testosterona:



    FIG.1 . Estrógeno e níveis plasmáticos de androgênio após 10 dias de uso de Exemestano (25mg ou 50mg) em homens jovens e saudáveis (média ± DP; n = 9–11). Para converter para unidades internacionais de Systeme: estradiol, picomoles por litro (x3.671), estrona, por picomoles) litro (x3.699, androstenediona, nanomoles por) litro (* 0,003492; testosterona e, nanomoles por litro (x0.03467).

    Assim, podemos ver que 25mgs é uma dose muito eficaz a partir desse quadro, certo? Como um benefício adicional, Exemestano, não só aumenta a testosterona e diminui o estrogênio mas, também aumenta os níveis de IGF-1 (11). Além disso, é importante notar que Aromasin (Exemestano) pode eventualmente ser menos severo em lípidos no sangue (14) que alguns outros (semelhantes) compostos que usamos no mundo do fisiculturismo e atletismo (outros AE's). Também tem, na melhor das hipóteses nenhum efeito sobre IGF, e na pior das hipóteses poderia baixar (13). Os efeitos colaterais com AE's são muito complicados no que diz respeito às inconsistências nos níveis de IGF. Infelizmente, você precisa tomar Exemestano por uma semana para chegar a níveis sanguíneos plasmáticos da mesma e Exemestane tem uma ½ vida de 27 horas (12).

    A capacidade de exemestano tem de diminuir os níveis de estrogênio é acima de 85%, o que torna uma opção muito agradável para o uso em qualquer ciclo onde os esteróides aromatizantes são usados. Além disso, o uso de Exemestano melhora os perfis de lípidos no sangue, é uma escolha muito boa para os ciclos mais longos e a capacidade de aumentar tanto os níveis de testosterona, também parecem sugerir que seria uma opção muito boa para uma terapia-pós-ciclo (TCP ou PCT ).

    Referências:

    1. 1. A predictive model for exemestane pharmacokinetics/pharmacodynamics incorporating the effect of food and formulation.Br J Clin Pharmacol. Um modelo preditivo de exemestano farmacocinética / farmacodinâmica incorporando o efeito dos alimentos e formulation.Br J Clin Pharmacol. 2005 Mar;59(3):355-64. 2005 Mar; 59 (3) :355-64.
    2. 2. Exemestane for breast cancer prevention: a feasible strategy?Clin Cancer Res. Exemestano para prevenção de câncer de mama: é viável? Estratégia Cancer Res Clin. 2005 Jan 15;11(2 Pt 2):918s-24s. 2005 15 de janeiro, 11 (2 Pt 2): 918s-24s.
    3. 3. Endocrinology and hormone therapy in breast cancer: Aromatase inhibitors versus antioestrogens, Anthony Howell1 and Mitch Dowsett2 Endocrinologia e terapia hormonal do câncer de mama: Aromatase inibidores versus antioestrogens, Anthony Howell1 e Mitch Dowsett2
    1CRUK Department of Medical Oncology, University of Manchester, Christie Hospital, Manchester, UK 1CRUK Departamento de Oncologia Médica, da Universidade de Manchester, do Hospital Christie, de Manchester, Reino Unido
    2Academic Department of Biochemistry, Royal Marsden Hospital, London, UK 2Academic Departamento de Bioquímica, o Royal Marsden Hospital, Londres, UK
    Breast Cancer Res 2004, 6:269-274 doi:10.1186/bcr945 Res Câncer de Mama 2004, 6:269-274 doi: 10.1186/bcr945
    Published 6 October 2004 Publicado em 06 de outubro de 2004
    4. 4. Eur. Eur. J. Cancer. J. Cancer. 2000, May;36(8):976-82 2000, Maio, 36 (8) :976-82
    5. 5. Breast Cancer Res Treat. Res do cancro da mama Treat. 1995;36(3):287-97. 1995, 36 (3) :287-97.
    6. 6. J Clin Endocrinol Metab. J Clin Endocrinol Metab. 2003 Dec;88(12):5951-6. Dezembro 2003, 88 (12) :5951-6.
    7. 7. Nippon Yakurigaku Zasshi. Nippon Zasshi Yakurigaku. 2003 Oct;122(4):345-54. Outubro 2003, 122 (4) :345-54.
    8. 8. Clin Cancer Res. Res Clin Cancer. 2003 Jan;9(1 Pt 2):468S-72S. 2003 Jan; 9 (1 Pt 2): 468S-72S.
    9. 9. J Clin Endocrinol Metab 2000 Jul;85(7):2370-7 J Clin Endocrinol Metab 2000 Jul; 85 (7) :2370-7
    10. 10. J Steroid Biochem Mol Biol 1997 Nov-Dec;63(4-6):261-7 J Mol Biol Steroid Biochem 1997 novembro-dezembro; 63 (4-6) :261-7
    11. 11. Anticancer Res. Anticancer Res. 2003 Jul-Aug;23(4):3485-91 Ago-2003 Jul; 23 (4) :3485-91
    12. 12. Clin Cancer Res. Res Clin Cancer. 2003 Jan;9(1 Pt 2):468S-72S 2003 Jan; 9 (1 Pt 2): 468S-72S
    13.The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism Vol. 13.O Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism Vol. 88, No. 12 5951-5956Copyright © 2003 by The Endocrine Society 88, n º 12 de 5951-5956 Copyright © 2003 por The Endocrine Society
    14. J Clin Endocrinol Metab. 14. J Clin Endocrinol Metab. 2003 Dec;88(12):5951-6. Dezembro 2003, 88 (12) :5951-6.

    Fonte: Steroid.com
    Traduzido e editado por: MarkRJ
    Autor: Anthony Roberts
  4. Gostei
    gcabrejos recebeu reputação de THIEGO007 em "FAMÍLIA MAROMBA"!!!! ciclo de oxandrolona aos 40 anos - homem   
    Acompanhando!!
  5. Gostei
    gcabrejos recebeu reputação de Gabriel1991 em Melhor calculadora de Percentual de Gordura Corporal?   
    Show. Valeu... E eu acreditando em bioimpendancia.
  6. Gostei
    gcabrejos deu reputação a busarello em Melhor calculadora de Percentual de Gordura Corporal?   
    Nenhuma.
     
  7. Gostei
    gcabrejos deu reputação a zyzzbor em Primeiro Ciclo com Oxandrolona   
    De fato. Tem uma diminuição forte do SHBG usando IA. 
     
    Mas mesmo assim, não sei se vale a pena. Depois dessa experiência com a oxan + serms + IA e depois de estudar o porquê do rebote, e do desbalanço de e2 após o uso, eu acho que quanto menos droga melhor. Tanto intra ciclo quanto pós ciclo. 
     
    Mas pode ser que eu tenha suprimido os benefícios do aromasin usando o tamox junto. Enquanto um suprimia o E2, o outro aumentava em todos os outros tecidos que não o mamário... Enfim, só sei que o que era pra ser uma TPC e reduzir os danos, causaram mais danos do que o próprio ciclo em si (que foi bem curto e com uma quantidade de droga moderada).
  8. Gostei
    gcabrejos deu reputação a Lucas em Porque praticar uma alta ingestão de proteínas   
    Olá,
     
    A ideia deste tópico é listar e discutir estudos sobre alta ingestão de proteínas e seus potenciais efeitos na composição corporal e na saúde. Aqui eu vou mais listar do que discorrer sobre mecanismos e coisas do tipo (@{..mAthEUs..} prometeu um tópico semelhante, onde provavelmente veremos um texto mais técnico).
     
    Os estudos mais relevantes me parecem ser os do José Antônio, principalmente porque foram feitos com atletas treinados. Primeiro ele fez oestudo abaixo com ingestão de 4,4g/kg:
     
    https://jissn.biomedcentral.com/articles/10.1186/1550-2783-11-19
     
    Neste estudo surgiu a hipótese de disappearing protein, que é a ideia de que se for feito um superávit grande de proteínas, esse excedente não se torna gordura. @Felipefabri tem uma anedota interessante que reforça essa teoria:
     
     
    Depois o mesmo José Antônio fez um follow-up também em pessoas treinadas, mas com ingestão de 3,4g/kg:
     
    https://jissn.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12970-015-0100-0
     
    Mais recentemente ele fez mais um avaliando marcadores de saúde em uma dieta alta em proteína (2,6-3,3g/kg/dia) e não houve problemas nos indicadores de saúde avaliados:
     
    https://jissn.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12970-016-0114-2
     
    Abaixo review do Alan Aragon retirado do AARR sobre o estudo acima:
     
     
    Curiosamente houve mais uma vez a historia do disappearing protein. Além disso, 9 de 11 participantes tiveram redução de gordura corporal no grupo high protein, mesmo ingerindo mais calorias - vide trecho em negrito acima.
     
    Abaixo trecho de uma entrevista com uma pesquisadora, onde ela fala sobre os efeitos do estudo, onde houve melhora na composição corporal no grupo high protein. 
     
     
    Uma limitação dos estudos do Jose Antônio é a utilização de food diaries como forma de controlar a dieta (o que é pouco confiável) e contrapõe pontos positivos como nível de treinamento dos participantes e duração dos estudos.
     
    Abaixo mais um estudo mostrando recomposição corporal com alta ingestão de proteínas (2,4g/kg versus 1,2g/kg), mas com a limitação de ter sido feito em obesos:
     
    https://ajcn.nutrition.org/content/early/2016/01/26/ajcn.115.119339
     
    O mais surpreendente foi que o grupo high protein ganhou massa muscular (média de 1,2kg em 4 semanas) mesmo com um déficit de 40% do GCD. O grupo de controle (1,2g/kg de proteína) não ganhou massa muscular. O grupo high protein também perdeu mais gordura. Isso reforça a ideia de alta ingestão de proteína com déficits calóricos agressivos.
     
    Abaixo uma tabela feita pelo Eric Helms em um artigo onde ele defende a existência de recomposição corporal, mesmo em atletas treinados:
     

     
    Aparentemente, uma condição para obter recomposição é a alta ingestão de proteínas. Me parece que mesmo que não se obtenha recomposição corporal, a alta ingestão de proteínas vai melhorar o particionamento, isto é, vai promover maiores ganhos de massa muscular e menores de gordura.
     
    Agora sobre ingestão de proteínas em um momento específico: pós treino. O estudo abaixo comparou a ingestão de 20g contra 40g de proteínas seguindo um treino fullbody e as 40g promoveram uma maior síntese proteica:
     
    https://physreports.physiology.org/content/physreports/4/15/e12893.full.pdf
     
    Em um post no Facebook, Joseph Agu compara com outro estudo em que mais proteína não promoveu maior síntese proteica, mas com o treino de apenas uma perna. Aparentemente, quando treinamos fullbody (ou mais partes do corpo no mesmo treino), necessitamos de mais proteína pra maximizar a síntese proteica. 
     
    Lyle fez um review do referido estudo:
     
    https://www.bodyrecomposition.com/research-review/protein-amount-and-post-workout-protein-synthesis-research-review.html/
     
    Sobre a quantidade de proteína ingerida de uma única vez, o estudo abaixo sugere um melhor balanço de nitrogênio ao se consumir 70g versus 40g em uma única refeição.
     
    https://m.ajpendo.physiology.org/content/early/2015/10/29/ajpendo.00365.2015
     
    A ideia é que, apesar de não haver maior síntese proteica, há menor quebra, promovendo portanto um maior saldo de proteínas. 
     
    O que acontece é um turnover grande de proteína durante todo o dia, ou seja, há muita síntese e quebra a todo tempo. Ao se consumir mais proteína, aumenta-se a síntese e reduz-se a quebra, o que provoca um aumento do saldo - em outras palavras, mais gainz.
     
    Há ainda os efeitos de saciedade, que eu não vou tratar nesse momento - basicamente, proteína é o macro que mais sacia, o que pode ser importante em dietas de restrição calórica.
     
    No estudo abaixo os sujeitos fizeram um ano de alta ingestão de proteína e nenhuma alteração negativa foi detectada no sangue nem no fígado. Além disso, teve o desappearing protein, já que novamente, mesmo com aumento nas calorias, os caras não ganharam peso.
     
    https://www.hindawi.com/journals/jnme/2016/9104792/
     
    Agora vou colocar aqui a contribuição do @{..mAthEUs..} sobre os impactos de uma alta ingestão de proteína na saúde:
     
    No estudo abaixo não foi encontrada associação entre aumento nos níveis de ácido úrico e uma dieta hiperproteica em pessoas normais:
     
    https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1262767/?tool=pubmed
     
    Neste outro pacientes obesos que tiveram um aumento nas proteinas da dieta apresentaram mudanças na função renal que não apresentou efeitos adversos:
     
    https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10578207
     
    Esse mostra que o consumo alto de proteinas por atletas não apresenta malefícios:
     
    https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2631482/?tool=pubmed
     
    Abaixo um prospectivo que não fala exatamente de alta proteína, mas que uma dieta LC, que geralmente tem pelo menos um pouco mais de proteína do que uma dieta "convencional", em 1 ano não apresentou nenhum efeito negativo sobre a saúde renal:
     
    https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20338292
     
    Mais um onde a dieta com mais proteínas não trouxe nenhum maleficio renal, nem ósseo e nem hepático:
     
    https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3023677/?tool=pubmed
     
    Pra finalizar, segue review de 2005 da Nutrition & Metabolism que diz o seguinte: ..nós não encontramos nenhuma evidência significativa de um efeito prejudicial da ingestão de alto teor de proteína na função renal em pessoas saudáveis..
     
    https://nutritionandmetabolism.biomedcentral.com/articles/10.1186/1743-7075-2-25
     
    A minha conclusão é que uma alta ingestão de proteínas (>3g/kg) pode ser benéfica para uma melhora no particionamento e na composição corporal, podendo, em certas circunstâncias, promover até mesmo recomposição (ganho de massa e perda de gordura). Em restrição calórica, a alta ingestão pode garantir a manutenção - e até mesmo o ganho - de massa magra. Além disso, as evidências atuais não apontam pra qualquer prejuízo da saúde caso se ingira altas quantidades de proteína - talvez não se deva ultrapassar a marca de 5g/kg habitualmente, mas um consumo entre 3 e 4g/kg não parece ter qualquer consequência nefasta pra pessoas saudáveis. 
     
    Pra enriquecer o tópico, anedotas e outros estudos são bem vindos  
     
    Abraços.
     
    Lucas
  9. Gostei
    gcabrejos recebeu reputação de larinha1992 em Tenho que ser estudada!!!!   
    Então, não manjo de hormônios femininos, indicaria ir com um endocrino. Sei que se fizer um geral dá pra ter uma noção e caso haja alguma alteração, ir com algum endocrino. Tem plano de saúde? Conhece algum médico? Pede uma requisição de exame de sangue pra testar os seguintes hormônios:
     
    Creio que seja importante: testosterona livre, testosterona total, FH, LSH, TSH, estradiol, prolactina, T3 livre, IGF-I, SDHEA, TGO, TGP.
     
    Boa sorte!
  10. Gostei
    gcabrejos deu reputação a Mateus~ em Hipogonadismo e tamoxifeno.   
    @gcabrejos
    Infelizmente é assim mesmo.
    São poucos os profissionais aqui no br que tem conhecimento para tratar esse tipo de problema,aqui não se da muito valor para a qualidade de vida,ou seja,se você ta com os exames dentro dos limítrofes,ta tudo certo!parecem que esquecem que cada um é cada um.
    Por exemplo,você com 23 anos a testo 240,dependendo do laboratório,vai estar dentro do limítrofe,mas pela idade deveria estar bem maior,concorda?
    Não entra na minha cabeça que eu,com plenos 21 anos,na época,tenha 300 de testo e ''ta tudo certo'',porra,to no ápice do pico de testosterona o bagulho bate baixo e ninguém fala nada,alias,foi o mesmo que disseram pra você,''com o tempo regulariza''.
     
  11. Gostei
    gcabrejos deu reputação a Aless em Gh, Insulina, Cortisol E Outros Hormônios   
    Focando-se na resposta hormonal: uma forma de esquecer o mais importante

    Fisiologia é uma coisa complicada. Assim que temos um pedaço destrinchado, nós esquecemos como isso interage com todo o resto. O corpo é um organismo complexo e interrelacionado, de sistemas integrados, com multiplos mecanismos de feedbacks redundantes. Isso ocorre muito frequentemente quando os pesquisadores examinam um quebra-cabeças com relação à resposta hormonal aguda com relação a treino e dieta. Um tempo atrás, eu escrevi sobre os equívocos relaciodos à liberação hormonal relacionadas ao treino e as comuns enganações dos programas feitos para otimizar a liberação de GH e testosterona. Hoje eu vou discutir sobre o GH de novo, mas do ponto de vista da dieta e também sobre insulina, e vou tocar um pouco no cortisol. Isso vai ficar um pouco técnico, mas eu vou me preocupar com o todo ao invés de me preocupar com os detalhes, já que é aqui onde os erros são cometidos.

    Muito frequentemente, padrões de dieta, divisão de macros, combinações de comidas e horários das refeições são recomendados na tentativa de manipular o Hormônio do Crescimento (GH). Uma das ações do GH é que ele estimula a queima de gordura. No entanto, muito frequentemente este é visto como o único mecanismo para queima de gordura, e o principal é esquecido. As catecolaminas (epinephrine/nor-epinephrine), leptina, e outros hormônios também entram na jogada e têm uma parcela significante na perda de gordura. Mas muito mais importante, o déficit calórico é o fator determinante se você vai queimar ou não gordura. Hormônios são simplesmente a ferramenta que o corpo usa para mobilizar gordura, eles não são um processo separado. É sério, leia isso de novo.

    Vamos explicar um pouco disso. Estar em um balanço negativo de energia (em cutting), significa que o corpo precisa achar energia para balancear o que está abaixo da linha de manutenção. Para fazer isso, ele lança hormônios para liberar tecidos acumulados, incluindo gordura corporal. Um desses horônios é o GH, e ele é lipolítico (queima gordura). Mas a razão do hormônio ser liberado é que você está em déficit calórico. O corpo não vai tentar queimar gordura para produzir energia se ele estiver recebendo quantidade suficiente de energia. Quando você cria um déficit, o corpo libera os estoques de gordura (através de hormônios que queimam gordura como GH e outros) para substituir o déficit e o acúmulo de gordura é reduzido (pela redução da insulina e outros hormônios).

    Pense sobre isso. Estar em déficit cria níveis de hormônios que queimam gordura de forma crônica comparados com manutenção ou superávit. É assim que o corpo queima a gordura. Sim, uma refeição vai atenuar a liberação de GH e aumentar os níveis de insulina por um curto período e a queima de gordura vai cair. Essa é a razão pela qual vários treinadores ou fisiculturistas desinformados sugerem não combinar gordura e carboidratos, ou fazer outras manipulações idiotas para tentar previnir a inibição do GH elevado. À primeira vista faz sentido: se o GH vai e a insulina aumenta, a queima de gordura é reduzida, então o objetivo deveria ser manter o GH elevado e insulina baixa, não? Mas vamos parar com essa linha de pensamento por um segundo. Vamos pensar porque a queima de gordura é reduzida quando temos uma refeição. Se você não está comendo, o seu corpo queima gordura para compensar (através do GH e outras coisas), se você começa a comer, ele pára. Ele pára porque ele não precisa liberar os estoques de gordura porque você está comendo e fornecendo energia para o corpo. Na verdade isso é bem lógico e natural quando você divide as etapas e pensa sobre isso e não é necessário tentar manipular o processo.

    Eu até já vi treinadores e fisiculturistas recomendarem a não ingestão de carboidratos após o treino porque isso suprimi a resposta do GH após o exercício. Os benefícios que o carboidrato fornece após o treino ultrapassa e muito os efeitos da supressão do GH. Eu me pergunto o que esses treinadores pensam que o GH está fazendo nos outros horários do dia quando a pessoa não está comendo (como nas outras 20 horas do dia)? Será que eles não entendem que o GH está trabalhando para você se você está em déficit em qualquer horário que você não está comendo? Porque focar-se em reduzir carboidratos após o treino quando comer carboidratos é benéfico, ao invés dos outros horários do dia quanto ele não é tão benéfico? Às vezes quando você coloca a lupa nos detalhes, acaba perdendo a parte mais importante.

    Balanço energético/termodinâmica e os métodos hormonais para perda de gordura são duas coisas diferentes. Prestar atenção no balanço calórico e resposta hormonal ao mesmo tempo também não faz muito sentido. Essas duas coisas não podem ser manipuladas separadamente sem gerar conflito uma na outra. Hormônios são usados para chegar ao balanço de energia. Se você está com superávit, insulina (e outros) é usada para comandar o armazenamento de energia, e se você estiver em déficit, GH (e outros) é usado para utilizar a energia armazenada. O foco deveria ser no déficit e superávit, não nos hormônios. GH e insulina são apenas como o corpo funciona. Lembre-se, o corpo tem outros métodos de guardar e queimar energia além do GH e insulina. Você se lembra dos métodos de feedback redundante, complexos e interrelacionados que eu disse no primeiro parágrafo?

    Eu estou simplificando as coisas demais por aqui. Na verdade, os hormônios que estocam e queimam gordura estão sempre funcionando simultaneamente. Além disso, eles têm doses dependentes em resposta à ingestão de alimentos. Quando você está com déficit, a ênfase é um pouco mais voltada à liberação de energia, e quando você está em superávit, a ênfase é mais voltada ao armazenamento das calorias. Não é um botão de liga e desliga, nada no corpo funciona assim. Uma forma de pensar nisso é uma escala móvel. Mesmo em um espaço de tempo bem curto, você acumula gordura após qualquer refeição. Inversamente, você queima gordura entre as refeições e enquanto dorme. O saldo final de quanta gordura você armazenou e queimou determina se você vai perder ou ganhar gordura. Isso é comandado pelo balanço energético: déficit ou superávit. Os hormônios são apenas a forma usada pelo corpo para desempenhar essa tarefa.

    Já está na hora de mudar a forma que você pensa. E daí que você vai acumular gordura imediamente após a refeição? E daí que você não está queimando gordura durante o cardio? O que importa é o saldo calórico no longo prazo. A liberação de GH não é fator determinante na queima de gordura. Sim, enquanto você está liberando GH a gordura é mobilizada, mas se você não está com déficit elas serão armazenadas novamente mais tarde. O mesmo é válido para insulina. Quando você ingere a refeição e libera insulina, um pouco das calorias vão ser guardadas como gordura. se aquelas calorias que foram guardadas não forem necessárias, elas vão continuar guardadas. Mas, se você precisar delas (até mesmo 10 minutos mais tarde), elas serão liberadas e usadas como energia. Isso é exatamente o que acontece quando você está em déficit. Isso normalmente não é entendido direto e leva a estratégias no fisiculturismo que são idiotas:

    A zona de queima de gordura durante o cardio
    Redução de carboidratos durante a noite
    Evitar carboidratos após o treino durante cutting
    AEJ
    Evitar comer carboidrato e gordura junto
    Evitar comer carboidrato entre as refeições
    E vários outros

    Não importa se é as 9 da noite, após o treino, ou primeiro coisa de manhã, você vai ter uma resposta hormonal à comida que depende da quantidade de comida. Se a sua dieta tem 2500Kcal por dia, e você comer tudo em uma porção de 2500Kcal, haverá possivelmente mais acúmulo de gordura do que queima. Da mesma forma, se comer uma pequena porção, possivelmente haverá mais liberação de gordura do que armazenamento. Insulina e GH não são botões de liga e desliga. Você pode armazenar gordura na presença de GH, e você pode queimar gordura na presença de insulina. De novo, considere a escala móvel. É um processo contínuo de picos e depressões hormonais, como uma conta no banco.

    Redução de carboidratos, ou evitar carboidratos após o treino, é parecido com olhar transações bancárias em intervalos isolados. No primeiro dia do mês você talvez tenha apenas R$20 na conta bancária por causa do aluguél. Mas no dia 15 você talvez tenha R$1000,00 porque você acabou de receber. Para dizer se você está ganhando ou perdendo dinheiro, você tem que olhar a declaração anual, não apenas as trasações em uma data específica.

    O corpo está frequentemente fazendo transações, tanto depositando quanto sacando. Os hormônios são apenas a forma que isso é feito; é o resultado final que importa.

    Muito frequentemente as pessoas se preocum em quanta gordura está sendo queimada imediatamente durante uma seção de cardio, ou logo após a refeição. Quem se importa se você acumula gordura às 5 da tarde se você está queimando no resto do dia? A única forma de queimar gordura ao máximo, durante o dia todo, seria não comer nada o dia todo. E para ser honesto, eu estou surpreso que ninguém sugeriu isso até agora considerando a quantidade de erros espalhados por aí.

    Já está mais na hora de parar de rotular hormônios como "bons" ou "ruins" quando eles são muito mais importantes do que isso. Outro exemplo é o cortisol; ele é normalmente considerado catabólico que destrói tecidos musculares. Há até suplementos feitos para minimizar o cortisol. No entanto, ele é muito mais dinâmico do que isso. O cortisol fica elevado principalmente durante o treino. O quanto que ele sobe é um indicador de quanto estresse você colocou no corpo. Isso quer dizer que você não deveria treinar e evitar que o cortisol suba tanto assim? É claro que não, já que sabemos que treino pesado causa adaptações e crescimento. Há coisas mais importantes aí. Dizer para alguém para não comer carboidratos após o treino porque isso reduz o GH é que nem dizer para alguém não treinar para evitar o cortisol.

    Tradução: Aless
    Fonte: https://www.3dmusclejourney.com/2011-04qa.php

    Se acharem algum erro de português, me avisem. Traduzi sem auto-corretor. Se gostaram, deixem um comentário e 'curtam' ali do lado
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