Remada curvada e baixa: quais as diferenças e qual fazer?

As principais diferenças entre a remada curvada e a remada baixa estão no equipamento usado e no posicionamento. A remada curvada é feita tradicionalmente com barra livre, em pé e com o corpo inclinado para a frente, enquanto a remada baixa é feita usando uma máquina de polias na regulagem baixa e sentado.

Em geral, a remada curvada é um exercício mais completo e eficaz por ser feito com pesos livres, não depender excessivamente de equipamentos e tender a recrutar mais músculos como um todo.

Porém, isso não necessariamente torna a remada baixa um exercício a ser evitado. Pelo contrário, dependendo do contexto e das necessidades individuais, ela se torna uma opção superior.

As 5 diferenças mais relevantes entre remada curvada e remada baixa

Equipamento usado

A remada curvada é um exercício originalmente feito com barra e anilhas, e a remada baixa é um exercício feito usando uma máquina com sistema de polias.

Porém, essa distinção vai além do óbvio.

Exercícios com pesos livres costumam recrutar mais músculos para estabilizar a carga, não dependem de equipamentos especiais, são mais versáteis e você dificilmente encontrará fila para fazê-los.

Enquanto isso, exercícios na polia oferecem tensão constante durante todo o movimento, mais segurança, estabilidade e costumam ter uma curva de aprendizado menor quando comparados com exercícios compostos livres.

No entanto, você precisa, antes de qualquer coisa, ter acesso ao equipamento e ele precisa estar em boas condições para ser usado.

Potencial para progressão de cargas

Progressão de cargas envolve forçar o corpo a realizar mais trabalho gradualmente, tornando o treino continuamente desafiador.

Este é um dos pilares fundamentais da hipertrofia muscular.

Dito isso, a remada curvada é um exercício com maior potencial para progredir em cargas quando comparado à remada baixa.

Usando pesos livres, é possível ter maior controle e variedade para escolher a carga, especialmente no que se refere ao tamanho dos incrementos.

Por exemplo, você pode adicionar anilhas tão leves quanto as que pesam 500g de cada lado e, se isso representar fazer mais do que no treino anterior, o conceito de progressão de carga estará sendo empregado corretamente.

Por outro lado, a remada baixa oferece uma forma de escolher a carga extremamente prática e direta, mas com poucas possibilidades de personalização.

Basicamente, você está preso aos pesos que a máquina oferece e os “saltos” de peso costumam ser fixos, o que, em alguns casos, podem ser grandes o suficiente para fazer você ficar estagnado neles, atrapalhando o progresso gradual de cargas.

Facilidade para fazer o exercício corretamente

A remada baixa na polia possui uma curva de aprendizado mais suave e rápida, sendo um exercício extremamente acessível para praticantes com qualquer nível de experiência.

A máquina também oferece mais suporte para o corpo, eliminando a necessidade de se preocupar com a estabilização e permitindo maior foco no músculo alvo.

Na contramão, a remada curvada é um exercício com curva de aprendizado mais íngreme e lenta.

À primeira vista, parece ser apenas uma questão de puxar a carga em direção ao corpo com o tronco inclinado, mas há nuances na técnica que decidirão se você conseguirá sentir as costas trabalhando, não deixará os braços dominarem o movimento e não colocará sua coluna em uma posição potencialmente perigosa.

Em suma, dominar a técnica da remada curvada exige tempo, prática e, às vezes, a supervisão mais atenta de um profissional.

Segurança e risco de lesões

A remada baixa na polia é uma opção inegavelmente mais segura e com menor risco de causar lesões.

O suporte oferecido pelo aparelho diminui a necessidade de estabilizar o corpo, em especial a região lombar, que é o ponto mais vulnerável na remada curvada.

Na verdade, o principal ponto que afeta a segurança da remada curvada está justamente na necessidade de manter a coluna perfeitamente neutra sob cargas elevadas; qualquer arredondamento ou perda de postura pode gerar forças de cisalhamento perigosas nos discos intervertebrais.

Isso não significa que a remada baixa é 100% isenta de riscos. Mesmo sentado, ainda há necessidade de estabilizar a coluna para mantê-la em posição neutra e o praticante tem espaço suficiente para usar impulsos e forçar a lombar ao fazer o movimento errado.

No entanto, a probabilidade e a severidade de uma lesão são consideravelmente menores, tornando-a a escolha mais segura e “amigável” para as articulações, em especial para treinar com alto volume ou para indivíduos com histórico de dores na lombar.

Tensão constante nos músculos das costas

Na remada curvada com barra, a tensão sobre o músculo não é constante; ela varia ao longo do movimento devido à ação da gravidade, atingindo seu pico quando a barra está mais próxima do tronco.

Além disso, se você permitir que os braços estendam completamente, o peso pode ser suportado pelas articulações e remover momentaneamente a tensão dos músculos das costas.

Já na remada baixa na polia, os cabos proporcionam tensão constante, independentemente do ângulo ou parte da repetição, mantendo os músculos das costas sob tensão constante durante toda a amplitude do movimento.

Essa característica é interessante para treinos voltados para a técnica, em particular para aqueles que possuem dificuldade em sentir os músculos das costas trabalhando.

Quando optar pela remada curvada

Por ser um exercício executado com pesos livres, a remada curvada exige um recrutamento muito maior de músculos estabilizadores em todo o corpo — desde a lombar, core e até os glúteos —, gerando um estímulo muscular mais completo.

Seu potencial para a progressão de cargas também é superior, permitindo incrementos de peso mais precisos e graduais, o que é um fator fundamental para estimular as adaptações que causam a hipertrofia.

No entanto, para obter os benefícios do exercício, é necessário dominar a técnica primeiro, e isso é menos simples do que parece.

Consequentemente, a escolha pela remada curvada é mais estratégica para praticantes intermediários a avançados, que já possuem uma boa consciência corporal e dominam a técnica para executá-la com segurança.

Levando isso em consideração, é o exercício ideal para ser a base de um treino de costas, especialmente quando se busca um movimento composto completo que não depende de máquinas específicas.

Quando optar pela remada baixa

A remada baixa se torna a opção superior em contextos onde a segurança, redução de estresse articular e a facilidade de execução são as prioridades.

Para iniciantes, a curva de aprendizado mais suave da máquina permite focar no desenvolvimento da técnica correta para sentir os músculos das costas trabalhando sem o mesmo perfil de risco da remada curvada.

Além disso, para indivíduos com histórico de dores na lombar ou limitações de mobilidade para dobrar o quadril, a versão na polia é uma escolha mais prudente, pois o suporte da máquina minimiza a tensão na coluna, permitindo um treino mais seguro que ainda pode ser feito de forma desafiadora.

Estrategicamente, a remada baixa também é a escolha ideal quando o objetivo é maximizar o estímulo localizado com menor fadiga sistêmica.

A tensão constante oferecida pela polia é uma ferramenta valiosa para melhorar a conexão mente-músculo, sendo especialmente útil para quem tem dificuldade em “sentir” os dorsais trabalhando.

Em treinos de alto volume ou ao final de uma sessão, quando a capacidade de estabilização já está comprometida por outros exercícios, ela permite adicionar trabalho de qualidade sem que a lombar se torne o fator limitante.

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