Esse tópico já foi postado em outro fórum de discussões e, portanto, neste, repiso a mesma resposta sobre a questão.
O princípio que basila a hipertrofia é o da sobrecarga. Portanto, carga excessiva é aquela que seu sistema músculo-esquelético e ligamentar não consegue sustentar e lesão está normalmente ligada à incorreta execução do exercício ou a questões morfológicas e fisiológicas que devem ser diagnosticadas em checkups períodicos por médico habilitado.
É óbvio que a utilização de uma sobrecarga além das possibilidades físicas vai levar à uma execução incorreta e, por conseguinte, podendo ocasionar o surgimento de lesões, porém veja que não é a sobrecarga que ocasiona lesões, mas o erro na definição da carga para determinado e certo treinando. De fato, isso exige preparação, muita pesquisa, estudo E, sobretudo, DESAPEGO AO EGO, o que não é o caso de muitos malhadores de plantão nem de alguns "treinadores", mal formados e sem experiências práticas, que infestam as academias.
Isso, sem entrar na importância de uma dieta equilibrada e de suficiente sono que permita a autocompensação.
Diante desse posicionamento foi questionado POR QUE MUITOS BODYBUILDERS ALTAMENTE TREINADOS SOFREM LESÕES GRAVÍSSIMAS COM O TEMPO? Eles não tem os músculos mais fortes? Os tendões mais fortes? E eles NÃO aumentam as cargas repentinamente...
Por que vários deles tem lesões tão graves, como ROMPIMENTO de tendões (fortalecidos)? SERÁ QUE NÃO SERIA PELAS CARGAS ALTÍSSIMAS QUE OS MESMOS USAM EM SEUS TREINOS? Lembra-se da lesão sofrida por Dorian Yates que teve rompimento do tríceps.
Pois bem.
A questão de lesão nos fisiculturistas profissionais de praxe está diretamente ligada aos efeitos colaterais da utilização dos EA que intensificam a força e potência em detrimento do sistema ligamentar que não acompanha esse abrupto aumento decorrente dos efeitos dos EA sobre o sistema músculo-esquelético.
Essa foi o causa da ruptura do tríceps do Dorian Yates, em especial porque ele vinha de um extenso período em off e precisava se preparar num curto prazo para o Olympia, o que o levou à intensificação dos treinos, além da capacidade dele.
Por isso, torno a frisar, entendo que não existe carga excessiva, mas sobrecarga que o sistema músculo-esquelético E LIGAMENTAR não suporta. A utilização de EA falseia essas informações, fazendo com que se acredite numa capacidade maior do que a efetiva e esquecendo-se que os ligamentos compõem esse conjunto e que não acompanham esse acréscimo de força e potência.
Portanto, isso somente reforça que a lesão, quando ligada à sobrecarga, normalmente decorre de erro na definição da carga para determinado e certo indivíduo e não da sobrecarga em si (nesse universo estão os fisiculturistas, os atletas recreacionais, os malhadores de plantão etc). Sobrecarga não ocasiona lesão se bem definida sob o prisma de respeito à capacidade individual do treinando. O erro na definição da sobrecarga é que pode levar a uma lesão.
Agora não restam dúvidas que a possibilidade de lesões num treinamento de intensidade, na fase ordinária ou de choque, é muito maior do que num treino de manutenção ou de recuperação, justamente porque é maior a possibilidade de erro já que o treinando está trabalhando no limite dele.
Porém, também é certo que os resultados hipertróficos obtidos do treino com intensidade são muito superiores àqueles advindos de um treino sem intensidade ou simples "malhação".
Também é certo que para o "treinador" é muito mais cômodo não responder pela ocorrência desse fator de risco que sempre está ligado a um treinamento realizado no limite do treinando e, assim, manter a "reputação".
Treinar, comer e dormir: SEMPRE