SABEDORIA:
Vou aqui expor os dois extremos opostos que resultaram no atual psiquismo feminino e na desgraça do homem. Se muitos se indagam sobre o porquê das mulheres serem naturalmente refratárias, manipuladoras e indiferentes a nós, então não necessitarão de procurar muito pois isso brotou dos séculos, ou até mesmo milênios, de condicionamento e proibições que lhes foram impostas da nossa parte. O que incentiva a interdição? A rebeldia, é claro. O psiquismo feminino desenvolveu-se da forma como o observamos como uma defesa adaptativa contra a nossa autoridade.
O homem sempre foi muito territorial e, como tal, sempre se certificou de que outros machos se mantinham distantes do seu território, filhos e fêmea. Ora, este controlo foi gerando repulsa com o decorrer do tempo, gerando de igual forma um desejo de fugir a tal autoridade. É daqui que advém a constante insatisfação feminina, que verá sempre o seu companheiro, por melhor que ele seja, como um controlador, alguém que lhe impossibilita de ser livre, fazendo com que a sua mente deseje perpetuamente outro que esteja fora do lar, alguém que o seu inconsciente interpreta como uma representação da liberdade que lhe permite fugir às limitações e monotonia da vida conjugal. É precisamente por esta razão que os casamentos são irrisórios, pois tanto homens quanto mulheres nunca estarão satisfeitos neles. Os homens motivados pela sua natureza que os impulsiona a procriar com o maior número de mulheres possível, e as mulheres por sua vez por desejar um grande número de provedores e bajuladores (para que sirvam de reconforto emocional), agindo como pneus sobresselentes, uma garantia caso o relacionamento atual se rompa, e para lhes dar a sensação de que podem e conseguem fugir à "opressão" do lar, algo resultante das proibições de convivência que ocorreram durante tanto tempo, primeiro impostas pelos pais, depois pelos maridos. Elas ainda carregam esse estigma ancestral.
Da mesma forma que a natureza nos consagrou com maior força física e maior raciocínio, dotou as mulheres, com o passar do tempo, com as ferramentas para desenvolverem uma refinada estrutura emocional capaz de nos desconcertar. Como o intuito desta existência é a reprodução, pois não deixamos de ser animais, o macho sempre se viu dependente da fêmea para alcançar esse objectivo. As fêmeas nunca precisaram de competir muito entre si ao longo da história (esse fenômeno é mais recente), pois sempre foi mais fácil para elas reproduzirem-se do que para nós. Enquanto os machos lutavam entre si, a fêmea aguardava pacientemente o vitorioso. O fraco podia muito bem ir morrer frustrado num canto, pois piedade nenhuma lhe alcançaria.
Nunca deveriam ter existido proibições, mas sim o livre arbítrio seguido das repercussões correspondentes a más ações. Dar total liberdade para fazer o que ela quiser, mas punir (nunca de forma física), por infrações cometidas. Se trair, rompimento definitivo da relação; se se distanciar, corresponder com maior distância; se fazer uso da amabilidade, ser mais amável ainda. Ou seja, o segredo não é tentar mudar as mulheres, como pensavam os nossos antepassados, que acreditavam que a devida proibição, ou doutrinação, as faria saber discernir entre o correto e o errado no que toca a relações amorosas, mas sim mover-se com desenvoltura de um extremo estado de ser ao outro. Sermos desconcertantes e indefinidos como elas são, mais ainda, devo dizer. Ora ser amável, ora ser frio, ora ser punitivo com o silêncio ou o rompimento. Não é o que elas fazem connosco? Então, sejamos melhores que elas nessa sua inata habilidade. A paixão turva a nossa visão, pois impede-nos de fazer uso da lógica e constatar situações que num estado sóbrio ser-nos-iam claramente ridículas, e delas nos distanciaríamos com prontidão. Infelizmente as pessoas só aprendem quando sentem diretamente na pele as consequências dos seus erros, sejam homens ou mulheres. Palavras não surtem o mesmo efeito, por isso é inútil tentar argumentar ou proibir seja o que for.
O que existe hoje, pois é-nos dito que o homem é um monstro que tanto mal causou às mulheres, é o extremo oposto da proibição, pelo menos, no ocidente. Hoje os homens sentem a obrigação de se redimir pelos erros dos seus antepassados, mas, para sua surpresa, a bajulação, o querer agradar, não está a dar os resultados esperados. Porquê? Porque as mulheres vêem os homens que as tentam agradar como otários facilmente manipuláveis, e os otários pegajosos rapidamente se tornam entediantes, facto esse que os leva a ser portadores de chifres muito depressa. Servem somente o propósito de amenizar as oscilações de humor femininas ou o de servir como bois de carga.
Ou seja, a situação jamais mudará enquanto o homem não matar em si quaisquer resquícios de sentimentalismo, de paixão, pois os mesmos sempre o levarão a cometer erros e a descer a patamares humilhantes. Pobres coitados dos que acreditam que se conquista mulher alguma ao concordar insistentemente com as suas opiniões, ao lhes oferecer algo, ao lhes agradar de forma incansável. São feitos de palhaços e disso nem se apercebem, pelo menos, não de imediato. Aí passa o homem para a busca da outra excepção que ele acredita existir, encontrando mais do mesmo. Isto acontece porque as mulheres, no seu íntimo, querem um super-homem e não um homem comum. Quando se apercebem que o homem que têm a seu lado é um mero mortal, com defeitos e sentimentos, como elas, né, ao invés de sentirem compaixão, de corresponderem a entrega dele com sentimentos nobres da sua parte, sentem repulsa, raiva, pois o seu instinto as lança na resoluta busca do homem que seja diferente, único, forte, intransigente, mas ainda assim protector e um pouco gentil, mas não muito.
O homem não foi feito para ter fraquezas, e é assim que o instinto animal feminino nos encara. Se tiver alguma, por menor que seja, é um espécimen inferior, e merece ser descartado ou corneado, como alternativa. Contudo, mesmo encontrando esse homem, o único, ao se tornar marido, a própria convivência inadvertidamente trará o enfastio, a não ser que ele consiga ser muito misterioso e cativante, mesmo vivendo na mesma casa que ela (são raros os que conseguem ser assim).