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Ginecomastia. Regredir Com Tamox


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A ginecomastia é o desenvolvimento glandular das mamas do homem caracaterizada pelo crescimento dos ductos e do estroma da glândula. É uma patologia comum, representando cerca de 70% das patologias mamárias masculinas e acomentendo cerca de 57% da população masculina acima de 44 anos (1).

A Ginecomastia apresenta-se como uma massa na região mamária, palpável, variando de 1,0 a 10 cm de diâmetro. A massa geralmente tem contornos regulares, apresentando-se como um tecido fibroelástico subareolar em forma discóide, embora possa ser localizado no quadrante supero-lateral peitoral.(2)

A etiologia (causa) mais comumente aceita é o aumento circulante do hormônio feminino estradiol e/ou diminuição dos hormônios masculinos testosterona/dht, sendo possível dizer que qualquer aumento no denominador (E) ou diminuição do numerador (T+DHT) da fórmula T + DHT/E pode levar à ginecomastia. Embora haja casos em que não é possível identificar as causas. (ginecomastia idiopática). A fórmula significa que existe uma proporção e um equilíbrios entre os hormônios envolvidos. No caso de usuários de anabolizantes essa proporção poderá se alterar consideravelmente.

Vários quadros clínicos, medicamentos e patologias podem esta associados, incluindo: velhice, puberdade, síndrome de Klinefelter, hipogonadismo sistêmico, cirrose, insuficiência renal crônica, tumores diversos, maconha, diuréticos tiazídicos, omeprazol, drogas antiandrogênicas, anabolizantes, diazepam etc.

Três tipos de ginecomastia - florida, fibrosa e intermediária - foram descritas, parecendo ter relação com a duração da condição. Há um aumento no tecido ductal e hipervascularização no tipo florido; estroma fibroso acelular e poucos ductos são vistos no tipo fibroso. O tipo intermediário é uma mistura dos dois outros. A ginecomastia do tipo florida é geralmente de duração menor que 4 meses, o tipo intermediário de 4 a 12 meses de duração e a fibrosa, mais de 12 meses. (3)

O objetivo deste é avaliar a eficácia do tratamento realizado com medicamentos e quais drogas podem ser usadas para este fim.

Basicamente 3 classes de medicamentos são usados na literatura: androgênios (testosterona, dihidrotestosterona, danazol), inibidores de aromatase (anastrozole, letrozole) e anti-estrogenicos (clomifeno, tamoxifeno, raloxifeno).

Apesar de alguns estudos relatarem o uso da testosterona no tratamento da ginecomastia, sua utilidade é extremamente limitada devido à possibilidade de conversão para o estradiol com conseqüente piora do quadro (4).

A dihidrotestosterona - dht, um metabólito da testosterona e um poderoso androgênio, também tem sido usada no tratamento da ginecomastia. Kuhn e col.(5) avaliaram o uso de um gel tópico à base de dht. O estudo foi realizado em 40 homens com ginecomastias persistentes (com mais de 18 meses). Destes, 10 pacientes tiveram regressão total da ginecomastia, 19 pacientes tiveram regressão parcial e em 11 não houve alterações, depois de 4 a 20 semanas de utilização do gel.

Atualmente, Ting e cols. estenderam o uso de danazol - um fraco androgênio - para tratamento clínico de ginecomastia. Apesar destes ensaios clínicos sabe-se pouco sobre a ação desta droga em nível celular na mama. Acredita-se que a utilização do danazol, nas doses normalmente empregadas (20 e 80 mg kg-1 dia-1), causará a inibição da esteroidogênese por um lado com queda daprodução de SHBG aumentando a testosterona livre. Isso faria com que a produção dos estrogênios fosse inibida deslocando o estrogênio do seu receptor no parênquima mamário.

Um estudo realizado em 1997 avaliou o uso de 200mg de danazol em 55 pacientes comparando com o grupo placebo. No final do experimento o grupo que utilizou o danazol apresentava apenas 27% dos pacientes com indicação de correção cirúrgica contra 50% do placebo (6).

Outro estudo comparou o tamoxifeno com o danazol no tratamento da ginecomastia. Os pacientes que utilizaram o tamoxifeno tiveram uma boa resposta com regressão completa em 78% dos casos, comparado a somente 40% de resposta no grupo tratado com o danazol. (7). Infelizmente colaterais como edema, acne e outros tem limitado o uso do danazol.

Inibidores da enzima responsável pela conversão da testosterona em estrogênio, a aromatase, tem sido usados com diferentes graus de sucesso. Zachman e cols trataram 22 garotos com ginecomastia puberal com 450mg de testolactona por duas a seis semanas sem efeitos colaterais. Os autores notaram o amaciamento do tecido com conseqüente redução dos mamas, no entanto não concluíram quantos dos pacientes tiveram regredido 100% da ginecomastia.

Poucos estudos estão disponíveis sobre o uso da nova geração de inibidores de aromatase - anastrozole, letrozole, exemestano - no tratamento da ginecomastia. Um estudo avaliou o uso de 1mg/d de anastrozole durante seis meses em pacientes adolescentes com ginecomastia puberal. Cinqüenta por cento dos pacientes obtiveram diminuição do tamanho das mamas (9). Quando comparado ao tamoxifeno, no entanto, o anastrozole demonstrou baixa eficácia (10).

Devido ao baixo índice de coletarais, custo e aliado ao fato de haver inúmeros estudos a respeito, os antiestrogênicos tem sido as drogas mais estudadas no tratamento da ginecomastia. O clomifeno (clomid) foi utilizado em um estudo com adolescentes que apresentavam ginecomastia puberal persistente. O protocolo utilizado foi de 50mg por dia por até 3 meses. O resultado do estudo não foi animador, pois consiguiu-se apenas uma leve redução no tamanho das mamas. (11)

O tamoxifeno, um antiestrogênico com grande afinidade pelas células mamárias tem demonstrado grande eficácia no tratamento da ginecomastia, principalmente quando esta é incipiente. Não há um protocolo definido, mas estima-se que na dose de 10mg por dia deve ser usado por, no mínimo, 3 meses. (12)

Um estudo avaliou o uso do tamoxifeno no tratamento da ginecomastia puberal nas doses de 20 a 40mg por dois a doze meses. Na maioria dos casos a ginecomastia regrediu totalmente, apenas dois pacientes demonstraram ginecomastia palpável no final da terapia (13)

Poucos estudos analisam o tratamento do tamoxifeno para os casos em que a ginecomastia foi causada pelo uso abusivo de esteróides anabolizantes. De Luis DA e cols. avaliaram um caso assim e o trataram com tamoxifeno, após o paciente ter interrompido o uso dos esteróides. O indivíduo respondeu de forma satisfatória, contudo não houve regressão total do quadro (14).

Recentemente um estudo comparou o tratamento realizado com tamoxifeno com outro antiestrogênico menos conhecido - o raloxifeno (15). Alguma melhora foi vista em 86% dos pacientes que usaram o tamoxifeno e em 91% daqueles que fizeram uso do raloxifeno, contudo as melhoras mais significativas ocorreram no grupo que utilizou o raloxifeno (86%).

CONCLUSÃO

Não há um protocolo fixo a ser seguido no tratamento da ginecomastia. Dentre as drogas analisadas o grupo dos antiestrogênicos mostra ser a escolha mais racional. Dentre eles, o tamoxifeno nas doses de 10mg a 20mg por dia por um período mínimo de 3 meses.

O quadro a seguir sintetiza os estudos, a dose de tamoxifeno utilizada, a duração, o número de pacientes e a percentagem de sucesso (valores entre parênteses) (16).

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É importante salientar que na grande maioria dos estudos, os medicamentos, mesmo sendo eficazes e levando a uma diminuição do tamanho das mamas, muitas das vezes não conseguiram levar à regressão total do quadro. Há ainda que ser considerado o tipo de ginecomastia, sendo que para alguns tipos os medicamentos não agem da mesma forma. Ginecomastias fisiológicas tendem a ser mais facilmente tratáveis do que aquelas causadas pelo uso de drogas, especialmente anabolizantes.

Para aqueles que desejam um tratamento realmente efetivo e rápido a cirurgia é a melhor opção.

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  • 10 anos depois...

Tamoxifeno sem receita médica - https://qualitypillprovider.com Para evitar ginecomastia durante ciclos, a dosagem padrão de tamoxifeno é de 10 a 20mg por dia
Contudo o medicamento só é usado se houver sintomas de ginecomastia como:
1)Sensibilidade aumentada nos mamilos
2)Aparecimento de nódulo em um dos mamilos (ou ambos)
3)Histórico prévio do problema
Logo seu uso é feito diariamente até que os efeitos desapareçam.Tenha em mente também que há drogas que simplesmente não aromatizam (não são convertidas em estrogênio), mas causam ginecomastia através de outros mecanismos. Como é o caso da trembolona, que causa um tipo de ginecomastia gerado pelo aumento de prolactina. Nesta situação, usa-se outro medicamento, geralmente um antagonista de dopamina como cabergolina.

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