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A História De Joe Kavey, Atleta Que Perdeu As 24 Lutas Que Disputou


Wallking

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Postado (editado)

Por TATAME

Redação, Rio de Janeiro

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Joe Kavey tem 24 derrotas em 24 lutas (Foto divulgação)

Vitórias, fama, dinheiro, respeito… Deve ser ótimo ter a vida de um grande astro do MMA, idolatrado no mundo inteiro e recebendo altos salários para fazer o que mais ama. A realidade para muitos atletas, no entanto, é completamente diferente.

Basta uma rápida pesquisa no Sherdog, site que lista todas as pelejas que acontecem nos quatro cantos do planeta, para encontrarmos atletas que perderam mais de 90% de suas lutas, ou alguns que competem por mais de cinco anos e jamais sentiram o sabor da vitória.

Qual a motivação para se manter no esporte sem vencer um combate sequer?

A vitória é imprescindível em um esporte individual, mas ela não vem para todos. Que dirá o norte-americano Joe Kavey, natural da pacata Pittsfield, cidade de apenas 45 mil habitantes em Massachusetts.

Aos 25 anos, Joe contabiliza 24 lutas em seu currículo, sem uma vitória sequer. Apesar de seu cartel oficial constar “apenas” 20 derrotas, sendo 10 por nocaute e 10 por finalização, ele revelou à TATAME que disputou ainda quatro pelejas não listadas – e perdeu as quatro.

“Em algumas lutas eu tinha dois ou três meses para me preparar, em outras substituí atletas com uma semana ou duas de antecedência… Eu estava com fome e estava sendo pago, então estava feliz por estar ali”, explica Joe.

Lutador profissional desde 2006, Kavey sempre esteve muito ativo. Em 2009, por exemplo, disputou 10 combates, metade delas num período de quatro meses, e admite que a necessidade financeira o fez aceitar grande parte de suas lutas, mas que a paixão pelo esporte é o que ainda o mantém dentro dos ringues.

No entanto, sua vida fora dos palcos de MMA foi a principal causa do seu insucesso. Sem academia para treinar, o norte-americano contava com a ajuda do amigo Frank Stone para treinos, sem estrutura alguma.

“Lutei Wrestling por dois anos na faculdade antes de abandonar os estudos. Depois passei a treinar de vez em quando com garotos que sabiam Jiu-Jitsu na casa deles. Conheci o Frank Stone, que se tornou meu parceiro de treino mesmo, e corríamos 5km por dia, depois treinávamos Boxe e Wrestling em um parque”, conta.

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Joe Kavey conta que problemas com drogas contribuíram para seu péssimo retrospecto no MMA (Foto divulgação)

As pedras no caminho

A falta de bons treinos causou a sequência inicial de derrotas, que só aumentou com o passar do tempo. Os problemas pessoais, também.

“Um amigo foi assassinado e eu acabei virando alcoólatra. Morei nas ruas por dois anos e, quando tudo parecia não poder ficar pior, me envolvi com a polícia, com brigas… Tudo isso sem ter lugar nem pra dormir. Meus amigos começaram a morrer de overdose de heroína e eu passei a beber ainda mais. Foi aí que eu percebi que precisava fazer alguma coisa ou morrer lentamente, e decidi viver”, lembra.

Cinco anos de fracasso no esporte o fizeram tomar uma decisão: parar para treinos sérios e só voltar quando estiver realmente pronto para triunfar. “Eu enfrentei o Rodrigo Ruiz e ele me venceu com low kicks. Eu nunca tinha sentido chutes tão fortes. Nas semanas seguintes, lutei com Chuck O’Neil e Steve Dunn, que me deram lesões na cabeça… Eu literalmente tomei uma surra! Depois lutei com um moleque que eu tinha certeza que venceria, e até dominei grande parte da luta, até que ele me pegou num triângulo. Aí eu decidi parar, não quero mais perder. Estou treinando e esperando a hora certa para voltar, lutar e vencer”, conta.

A experiência de Joe não é muito diferente de diversos outros atletas. Na lista de 30 piores cartéis do MMA, o percentual de vitórias não passa de 15%. Nos 10 piores, a média de vitórias é de apenas 1,8%. Kavey lamenta não ter dado um tempo antes de acumular 24 derrotas.

“Me arrependo de não ter resolvido meus problemas mais cedo… Dinheiro não é mais importante agora. Vou lutar para vencer, não por comida”, diz, emendando.

“Eu não vou perder de novo… Eu vou lutar novamente, mas quero ter certeza de que terei os melhores treinadores para vencer. Sei que tenho talento demais, não posso ser vencido por erros que cometi e falta de preparação. Quero me tornar igual aos caras que me inspirava no começo da minha carreira”.

Editado por Wallking
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Também acho, até pelo lado apelativo e de exemplo para outros membros da equipe ou futuros alunos..

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