A resposta prática e direta é não: por si só, comer proteína demais não engorda, muito menos faz mal para pessoas saudáveis.
Proteínas formam os blocos construtores de praticamente todas as células vivas do nosso corpo, que tende a priorizar seu uso para manter funções vitais do corpo a pleno vapor.
Já de cara, do ponto de vista evolutivo e de sobrevivência, a ideia de que o organismo transformará qualquer “excesso” de proteína em gordura não parece ser realista.
E não, se você for saudável, manter uma ingestão alta de proteína não faz mal para os seus rins nem para nenhuma outra parte do seu corpo.
O excesso de proteína, como um malefício à saúde, é um mito que caiu por terra há muito tempo.
Comer proteína demais não engorda
A ideia principal por trás da crença é que qualquer quantidade de proteína acima do que você precisa pode ser transformada em gordura.
Apesar de o organismo possuir as ferramentas necessárias para fazer a conversão, na prática, isso raramente acontece.
O processo para converter proteína em gordura é metabolicamente custoso e ineficiente.
O organismo prioriza o uso dos aminoácidos da proteína para funções mais importantes, como reparo de tecidos, que podem ser vitais para o funcionamento do organismo.
Além disso, existe a mera questão de conseguir ingerir proteína demais.
Na prática, comer proteína demais é uma tarefa muito mais difícil do que a maioria das pessoas imagina.
Proteína é um dos nutrientes que mais promove saciedade.
Isso significa que ela ajuda a manter a fome sob controle, o que naturalmente funciona como um “limitador”, tornando difícil a ingestão excessiva, mesmo através de shakes proteicos.
Isso sem entrar no mérito de que muitas pessoas falham na dieta, não por estarem exagerando na proteína, mas, sim, por falharem em atingir o mínimo necessário de forma consistente.
Ainda existe a variável econômica: alimentos e suplementos ricos em proteínas (de verdade) estão entre os mais caros e manter uma dieta com ingestão muito alta funciona como um limitador adicional.
Basicamente, se preocupar com ganho de gordura por conta da ingestão de proteína é uma realidade muito distante e que passa longe da imensa maioria das pessoas.
Leia também: Quanta proteína devemos ingerir por dia para hipertrofia?
Excesso de proteína e seus “malefícios” para a saúde
Apesar da crença popular de que proteína demais pode causar todo tipo de problema no organismo, a literatura científica atual – os estudos – parecem não concordar com isso.
O receio mais comum, o de dano aos rins, ganhou tração principalmente por conta de uma orientação comum dada a pacientes com doença renal preexistente, de diminuir a ingestão de proteínas.
Para pessoas com rins saudáveis, o corpo se adapta eficientemente a uma maior ingestão proteica, sem que isso represente um risco ou sobrecarga prejudicial.
Com uma dieta rica em proteínas, é normal que os rins trabalhem mais. Isso é um processo adaptativo e fisiológico, não necessariamente um sinal de dano.
Ninguém pensa que o coração está sofrendo danos quando ele precisa trabalhar mais durante uma corrida ou quando geramos danos aos músculos durante o treino de musculação para gerar adaptação e, assim, hipertrofia.
Mas, por algum motivo, muitas pessoas insistem em ligar consumo de proteína com problemas renais.
Há outros “malefícios” também, como proteína roubar cálcio dos ossos ou facilitar a desidratação, mas até hoje não há estudos que comprovem essas alegações.
Em resumo, para a população saudável, os “malefícios” do excesso de proteína são, em grande parte, mitos não comprovados ou tirados de contexto.
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