Fazer remada curvada com barra ou halteres: qual é melhor?

Em geral, quando o objetivo é hipertrofia muscular, fazer remada curvada com barra é uma escolha superior quando comparado com a remada curvada com halteres.

Ao fazer o exercício com barra, é possível combinar a força dos dois lados do corpo para levantar cargas maiores, gerando mais tensão mecânica, com maior potencial para progresso de cargas. Dois aspectos fundamentais para promover hipertrofia.

No entanto, as diferenças entre os dois exercícios não são grandes o suficiente a ponto de tornar um deles em uma peça-chave para ter bons resultados; ambos são exercícios compostos e trabalham os mesmos músculos das costas, por meio do mesmo movimento.

Além disso, necessidades específicas podem mudar as vantagens e desvantagens de cada variação, virando o jogo e fazendo com que uma delas seja a mais indicada.

Principais diferenças entre remada curvada com barra e halteres

ilustração mostrando as diferenças entre remada curvada com halteres e barra

Antes de prosseguir com as principais diferenças, é sempre válido reforçar que, independente delas, tanto a remada curvada com barra como a remada curvada com halteres são basicamente o mesmo movimento e têm um lugar merecido entre os melhores exercícios para costas para usar no treino.

Portanto, não veja essas diferenças de forma dicotômica; cometendo o erro de achar que superioridade de um deles, automaticamente torna o outro um exercício ruim.

Não existe exercício “ruim” na musculação. Tudo depende de contexto, necessidades específicas e até preferências pessoais. Leve essa informação para além dessa postagem.

Com isso fora do caminho, vamos em frente e ver as diferenças mais relevantes entre dois grandes exercícios.

Diferenças na mecânica do movimento

Com a barra, o exercício possui uma mecânica bilateral onde os dois lados do corpo trabalham juntos e de forma sincronizada para mover uma única carga, o que permite o uso de cargas maiores, mas com maior rigidez durante o movimento, já que as duas mãos estão fixas na barra e “presas” no mesmo padrão de movimento.

Com halteres, a mecânica do movimento se torna unilateral, em que cada lado do corpo move cargas individuais. Embora isso diminua a carga total que pode ser usada, há maior liberdade para ajustes, permitindo um movimento mais livre e natural, além de impedir que o lado dominante faça mais força, identificando e corrigindo diferenças de força entre os lados do corpo.

Diferenças na amplitude de movimento

Na versão com halteres, sem a barra limitando o movimento ao tocar o tronco, a maioria das pessoas poderá realizar o movimento com uma amplitude ligeiramente superior, o que pode aumentar o recrutamento muscular e os estímulos para a hipertrofia.

De forma simplista, quanto maior a amplitude de movimento, mais unidades motoras (e fibras musculares) tendem a ser recrutadas para que o músculo consiga trabalhar por toda a extensão do movimento.

Diferenças no estímulo para hipertrofia muscular

São dois exercícios multiarticulares e compostos que usam pesos livres. Ou seja, estamos falando de dois exercícios que podem ser usados como a base do treino para construir massa muscular nas costas.

No entanto, o uso da barra permite o uso de cargas maiores, o que, por sua vez, permite gerar mais tensão mecânica nos músculos usados e um progresso de cargas mais consistente, dois pilares fundamentais para promover a hipertrofia muscular.

Diferenças no equipamento usado (além do óbvio)

Além das diferenças óbvias entre um exercício feito com barra e o outro com halteres, além do impacto dessa escolha ter sido explicado nos itens anteriores, existem diferenças técnicas e práticas entre os equipamentos que podem afetar o seu treino de maneiras sutis e que muitas pessoas ignoram.

Veja, fazer remada curvada com a barra é obviamente mais trabalhoso e, à primeira vista pode parecer uma inconveniência desnecessária.

Você precisa montar a barra e ficar alterando a configuração de anilhas no decorrer das séries, depois há o trabalho de desmontar tudo e colocar as coisas no lugar.

Halteres já estão montados com cargas específicas e em várias situações facilitam a sua vida ao mesmo tempo que otimizam o tempo de treino.

No entanto, a barra permite uma gama maior de ajustes de cargas, permitindo inúmeras configurações.

Isso inclui (e mais importante) fazer pequenos incrementos de carga que permitem aplicar o conceito de sobrecarga progressiva de forma mais gradual e contínua.

As cargas predefinidas dos halteres, apesar de serem a melhor opção para muitas pessoas, especialmente por aumentar a praticidade do treino, em alguns casos podem oferecer “pulos” muito grandes nos pesos.

Isso faz com que certas pessoas fiquem presas em uma espécie de limbo, onde a carga atual é leve para um dado número de repetições, mas a próxima carga é pesada demais para fazer o exercício sob as mesmas condições, podendo causar o pior tipo de estagnação, aquela que passa desapercebida.

Quando fazer remada curvada usando barra?

De forma geral, a remada curvada com barra é mais indicada para aqueles que desejam maximizar a hipertrofia muscular acima de tudo.

Sua principal vantagem, quando comparada à versão com halteres, está no potencial superior para gerar tensão mecânica e progresso de cargas, dois pilares essenciais para o crescimento muscular.

Como vimos, isso ocorre devido à mecânica bilateral do movimento.

Ao segurar uma única barra, o praticante consegue recrutar e combinar a força dos dois lados do corpo de forma simultânea para levantar cargas substancialmente maiores, o que cria um ambiente que gera mais estímulos para os músculos crescerem.

Além disso, a barra facilita uma aplicação mais refinada da sobrecarga progressiva.

A possibilidade de adicionar pequenas anilhas permite incrementos de peso graduais e contínuos, evitando os “pulos” de carga dos halteres que, por vezes, criam um limbo onde o peso atual é leve e o próximo, pesado demais, causando uma estagnação sutil.

Quando fazer remada curvada usando halteres?

Embora o potencial de carga seja menor, a remada curvada com halteres ainda pode ser a escolha superior quando há necessidades específicas envolvidas, como a correção de desequilíbrios ou a busca por um movimento mais natural e adaptado à sua individualidade, o que está diretamente ligado à mecânica unilateral da variação, por conta do uso de dois halteres.

Como cada lado do corpo move uma carga independente, o exercício impede que o lado dominante compense a fraqueza do outro.

Isso não apenas ajuda a identificar, mas também a corrigir diferenças de força e tamanho muscular entre os lados, promovendo um desenvolvimento muscular mais simétrico e equilibrado.

Além disso, a ausência de uma barra limitando o movimento ao tocar o tronco permite que a maioria das pessoas execute o exercício com uma amplitude ligeiramente superior.

Essa maior amplitude tende a recrutar mais unidades motoras, otimizando o estímulo para a hipertrofia por uma via diferente da sobrecarga progressiva.

Portanto, para quem sente desconforto articular com a barra, possui assimetrias de força ou simplesmente deseja maximizar a qualidade e a amplitude do movimento em cada repetição, os halteres se tornam a variação superior, mesmo que a carga total seja inferior.

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