Os efeitos colaterais mais comuns da trembolona são acne, perda de cabelo, insônia, alteração nos níveis de colesterol, aumento da pressão arterial, ginecomastia, supressão da produção natural de testosterona, estresse no sistema cardiovascular e desordens psicológicas, somente para citar os mais frequentes.
A genética do usuário, a dose e a duração de uso podem influenciar na gravidade e incidência desses efeitos colaterais. Porém, quando comparada com outros esteroides anabolizantes, a trembolona possui um dos piores perfis em termos de colaterais.
Abaixo, listaremos cada efeito colateral, suas chances de acontecer, se é possível evitar e o risco geral que cada um pode trazer para a saúde.
Nota: As informações presentes neste texto são meramente informativas e não substituem a orientação de um médico.
Acne
- Risco para a saúde: baixo.
- Probabilidade de acontecer: média.
- É possível evitar: depende diretamente da predisposição do usuário.
- É possível reverter: sim.
A trembolona pode causar acne devido a sua potente ação androgênica nas glândulas sebáceas, que, de forma simplista, pode estimular essas glândulas a produzirem mais sebo, o que deixará a pele mais oleosa.
Se houver predisposição do usuário a ter acne, esse aumento na oleosidade pode facilitar o surgimento ou piorar o quadro.
Evitar ou amenizar esse colateral é, no mínimo, incerto.
É possível tomar medidas preventivas, como melhorar a higiene pessoal, usar cremes ou remédios específicos para controlar a acne, mas isso ainda dependerá da sensibilidade e predisposição de cada pessoa.
Não é um efeito colateral que pode trazer riscos sérios à saúde do usuário.
Perda de cabelo
- Risco para a saúde: baixo.
- Probabilidade de acontecer: média.
- É possível evitar: depende diretamente da predisposição do usuário.
- É possível reverter: não.
Mesmo não sendo um derivado e não sofrendo conversão em DHT (o principal hormônio causador da perda de cabelo), a trembolona causa o problema devido à sua grande facilidade para ligar-se aos receptores androgênicos do couro cabeludo.
No entanto, a chance do colateral ocorrer é maior em pessoas com predisposição à calvície e, quando ocorre, não há como evitar ou amenizar.
Inibidores de 5-alfa-redutase, como finasterida ou dutasterida, são ineficazes, pois esses medicamentos impedem a conversão de hormônios em DHT, o que não ocorre com a trembolona.
Se houver perda de cabelo, isso será, na esmagadora maioria das vezes, irreversível, já que não há como recuperar folículos capilares que foram completamente perdidos.
Não é um problema que traz riscos diretos à saúde.
Ginecomastia
- Risco para a saúde: baixo.
- Probabilidade de acontecer: baixa.
- É possível evitar: sim.
- É possível reverter: em alguns casos.
A principal causa da ginecomastia é a presença de níveis elevados de estrogênio, um hormônio capaz de estimular o crescimento das glândulas mamárias no homem.
No entanto, a trembolona não é convertida em estrogênio, tampouco é um derivado do mesmo.
Contudo, o hormônio pode alterar os níveis de prolactina que, indiretamente, modificam a sensibilidade do corpo ao estrogênio, mesmo na presença de níveis normais do hormônio.
A chance do colateral acontecer certamente é menor quando comparado com outros esteroides, mas ainda existe a possibilidade.
Dosagem, tempo de uso e sensibilidade individual serão os fatores determinantes.
Casos leves podem ser revertidos se forem tratados logo no início e, no geral, não costuma oferecer riscos sérios à saúde do usuário.
Piora nos níveis de colesterol
- Risco para a saúde: alto.
- Probabilidade de acontecer: alta.
- É possível evitar: não.
- É possível reverter: sim.
Qualquer esteroide anabolizante, em algum grau, afetará os níveis de colesterol, já que a presença de excesso de hormônios anabólicos androgênicos altera o funcionamento de certas enzimas do fígado. De forma simplificada e resumida, isso resulta na degradação do colesterol bom (HDL) e no acúmulo do colesterol ruim (LDL).
Quanto mais androgênico for um hormônio, mais pronunciados tendem a ser os efeitos deletérios no colesterol.
Como a trembolona é um dos esteroides mais potentes que existem, a piora nos níveis de colesterol não só é esperada como ocorre em grau significativo na maioria das pessoas.
Mesmo tomando medidas preventivas, como a melhora da dieta e a adição de cardio na rotina, o efeito colateral ainda ocorrerá.
Ter um perfil de colesterol ruim é um fator de risco para desenvolver doenças cardiovasculares, por isso esse efeito colateral é considerado um dos piores.
No entanto, após a interrupção do uso, os níveis de colesterol tendem a normalizar gradualmente ao longo de vários meses, especialmente se os hábitos e estilo de vida do usuário forem saudáveis.
Aumento na pressão arterial
- Risco para a saúde: alto.
- Probabilidade de acontecer: baixa/média.
- É possível evitar: sim.
- É possível reverter: sim.
A trembolona pode elevar a pressão arterial principalmente por dois fatores: ela pode aumentar a porcentagem de hematócrito, tornando o sangue mais viscoso, e pode alterar funções nos rins que, direta ou indiretamente, influenciam a pressão.
A chance de ocorrência do colateral é mais alta quando comparada com outros esteroides, a ponto de o uso do hormônio por pessoas que já têm o problema ser algo altamente contraindicado.
O problema pode ser evitado ou mitigado com um controle mais rigoroso da dieta, aumento na frequência e quantidade de exercícios que trabalham o sistema cardiovascular e, em casos mais graves (e com acompanhamento médico), através do uso de medicamentos específicos para controle da pressão sanguínea.
Geralmente, a pressão arterial volta ao normal ao cessar o uso do hormônio, mas a hipertensão é um problema que pode se tornar crônico se ocorrer danos às artérias. Não há como saber, com exatidão, se o uso de trembolona pode influenciar nisso no médio/longo prazo.
Transtornos psicológicos
- Risco para a saúde: médio/alto.
- Probabilidade de acontecer: média.
- É possível evitar: raramente.
- É possível reverter: sim.
Esteroides anabolizantes podem alterar a produção e o equilíbrio de certos neurotransmissores, já que o cérebro também possui receptores androgênicos (e até precisa deles em doses normais).
No entanto, quando há excesso de hormônios androgênicos circulantes, maior o potencial para que mais desses hormônios se liguem aos receptores no cérebro.
O resultado prático disso são mudanças de comportamento e maior incidência de transtornos psicológicos, como ansiedade, paranoia, depressão, agressividade, mudanças súbitas de humor e outros problemas do gênero.
Como esse efeito colateral depende da potência e dose do hormônio, não é uma surpresa que a trembolona seja um dos piores esteroides nesse quesito; desordens psicológicas são comuns e, dependendo da predisposição do usuário, difíceis ou impossíveis de manejar.
A “boa” notícia é que esses efeitos costumam desaparecer quando a droga sai completamente do organismo.
Supressão da produção natural de testosterona
- Risco para a saúde: médio.
- Probabilidade de acontecer: alta.
- É possível evitar: não.
- É possível reverter: sim.
Por ser um andrógeno extremamente potente, a trembolona causa a supressão da produção natural de testosterona de forma rápida e pronunciada.
Isso ocorre em forma de feedback negativo: de maneira simplista, o cérebro percebe que há hormônios anabólicos em excesso e, como medida de contenção, interrompe a produção natural de testosterona.
Não há como escapar desse efeito colateral, mas é possível revertê-lo na maioria dos casos após o uso, especialmente com a ajuda da terapia pós-ciclo.
Insônia
- Risco para a saúde: médio.
- Probabilidade de acontecer: alta.
- É possível evitar: raramente.
- É possível reverter: sim.
A trembolona causa insônia por estimular o sistema nervoso central.
Ela interfere com neurotransmissores como a dopamina e a serotonina, mantendo o cérebro em estado de alerta e dificultando o relaxamento necessário para o sono.
A chance de ocorrer é alta, sendo um dos relatos mais comuns entre usuários.
Não é possível evitar esse colateral sem ajuda farmacológica, o que pode adicionar uma nova camada de efeitos colaterais trazidos pelos próprios medicamentos que ajudam no sono.
Após a suspensão do uso, a insônia tende a diminuir e cessar conforme o corpo elimina o hormônio e restaura o equilíbrio neuroquímico natural, embora o tempo para a reversão completa possa variar entre os indivíduos.
Piora geral do sistema cardiovascular
- Risco para a saúde: alto.
- Probabilidade de acontecer: alto.
- É possível evitar: não.
- É possível reverter: em alguns casos.
A trembolona agride o sistema cardiovascular por múltiplos mecanismos.
Ela piora drasticamente o perfil lipídico, reduzindo o colesterol HDL (bom) e aumentando o LDL (ruim), o que pode acelerar certas condições, como a aterosclerose.
Pode elevar a pressão arterial, o que, por si só, pode causar vários problemas no sistema cardiovascular, como tornar as artérias mais rígidas e aumentar o estresse cardíaco.
É uma substância cardiotóxica – a trembolona pode afetar o coração diretamente.
Em suma, é praticamente impossível evitar os danos no sistema cardiovascular durante o uso. Contudo, o grau dos danos pode variar com a dose, tempo de uso e predisposição do usuário a ter problemas cardiovasculares.
Após o ciclo, a reversão completa é questionável: níveis de colesterol e pressão podem melhorar, mas danos estruturais no coração e artérias costumam ser permanentes.