Qual a diferença entre trembolona acetato e enantato?

A principal diferença entre trembolona acetato e enantato está na velocidade de absorção do hormônio no organismo. O acetato de trembolona é absorvido rapidamente, enquanto o enantato de trembolona tem uma absorção muito mais lenta em comparação.

A velocidade de absorção — consequentemente sua meia-vida — pode alterar o tempo que os efeitos esperados (e não esperados) demoram para aparecer, a frequência de injeções e como cada pessoa pode responder ao hormônio.

Nota: O conteúdo deste texto é meramente informativo e, de forma alguma, substitui a orientação de um profissional de saúde. Usar esteroides anabolizantes, em qualquer dose ou duração, apresenta riscos à saúde e não deve ser feito sem acompanhamento médico.

Diferenças práticas entre trembolona acetato e enantato

Éster

A principal diferença entre os dois tipos de trembolona está no tamanho e na complexidade do éster atrelado à molécula do hormônio, o que altera a velocidade de absorção, a meia-vida e a frequência das injeções.

De forma simplista, quanto mais longo e complexo é um éster, mais tempo o corpo leva para “quebrar” sua estrutura e mais gradual é a entrega do hormônio no organismo, alterando sua meia-vida.

Dito isso, o acetato é um éster curto e simples de ser quebrado; logo, essa versão de trembolona é absorvida rapidamente, resultando em uma meia-vida de aproximadamente 1 a 2 dias.

Por outro lado, o enantato é um dos ésteres mais longos e complexos, fazendo com que essa versão de trembolona seja absorvida lentamente, aumentando a meia-vida do hormônio para cerca de 7 a 10 dias.

Frequência de injeções

O acetato de trembolona, devido à sua meia-vida curta, exige que as aplicações sejam frequentes. Geralmente, isso se traduz em injeções diárias ou, no mínimo, em dias alternados (dia sim, dia não), o que pode ser visto como um inconveniente.

Por outro lado, o enantato de trembolona é absorvido lentamente e tem uma meia-vida longa, de 7 a 10 dias; é possível manter os níveis sanguíneos estáveis com apenas uma ou duas aplicações por semana, tornando o seu uso tecnicamente mais simples e mais conveniente, ao menos nesse aspecto.

Controle de efeitos colaterais

Com o acetato de trembolona, como sua metabolização é mais rápida, caso surjam colaterais mais severos do hormônio, como insônia acentuada, ansiedade, paranoia ou picos de pressão arterial, a interrupção do uso levará a uma rápida diminuição dos níveis do hormônio no sangue junto com a diminuição dos colaterais.

Por outro lado, o enantato de trembolona possui uma metabolização lenta e meia-vida longa, o que pode se tornar uma grande desvantagem em termos de controle de colaterais.

Se houver colaterais severos com o enantato, mesmo cessando o uso, ainda demorará um bom tempo para a droga sair do organismo, prolongando o tempo que o corpo fica exposto aos colaterais.

Tempo para ver resultados

O acetato de trembolona, por ser de ação rápida, traz resultados perceptíveis mais rapidamente.

Usuários frequentemente relatam aumentos expressivos de força e alterações visíveis na composição corporal já nas primeiras semanas de uso.

O enantato de trembolona, por sua vez, exige mais paciência.

Devido à sua liberação lenta e gradual, pode levar de duas a quatro semanas para que os níveis do hormônio atinjam um pico estável e os ganhos em massa muscular e força se tornem pronunciados.

Potência

Em uma comparação miligrama por miligrama, o acetato de trembolona é tecnicamente mais potente. Isso não se deve a uma diferença na atividade do hormônio em si, mas ao tamanho do éster e, se algo pode ser medido através de tamanho, é porque, de alguma forma, algum espaço é ocupado.

Em termos simples e indo direto ao ponto, acetato é um éster menor que enantato.

Consequentemente, em uma dose de 100 mg de acetato de trembolona, há uma quantidade maior de trembolona ativa do que em 100 mg de enantato de trembolona, onde o éster ocupa uma porção maior da dosagem total.

Não é possível quantificar de forma prática qual deles gerará mais resultados, mas, olhando apenas para o lado técnico, é possível dizer que a versão acetato é mais “forte” porque há mais do princípio ativo, miligrama por miligrama.

Supressão da testosterona natural e terapia pós-ciclo

Trembolona, independente do éster, é um dos hormônios mais supressores da produção natural de testosterona.

No entanto, a diferença prática entre as duas versões aparece no planejamento da terapia pós-ciclo, essencial para restaurar a função hormonal.

Com o acetato, a TPC pode ser iniciada poucos dias (geralmente 3-4 dias) após a última aplicação, pois, como vimos, trata-se de um éster curto.

No caso do enantato, é necessário um período de espera muito maior, em torno de duas a três semanas, para que os níveis caiam o suficiente a ponto de parar a supressão e, só então, a TPC possa ser eficaz, tornando a recuperação potencialmente mais longa e desafiadora.

Entre trembolona acetato e enantato, qual é melhor?

Se tratando de um hormônio extremamente potente e com vários efeitos colaterais em potencial, de maneira geral, o acetato de trembolona costuma ser a versão superior quando comparada com o enantato.

A trembolona acetato é absorvida rapidamente, traz os efeitos mais rápido, permite ciclos curtos e, em caso de problemas, é possível interromper o uso e cessar os efeitos adversos mais rapidamente.

No entanto, é importante notar que a genética e a experiência do usuário ainda podem influenciar essa comparação.

Algumas pessoas simplesmente não lidam bem com picos rápidos do hormônio causados pela versão acetato ou, propositalmente, podem optar pela versão de entrega gradual, em especial se já tiverem experiência com o hormônio (sabem como o corpo responde aos colaterais) e se houver uma estratégia específica por trás da escolha.

Referências

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  • Dudu Haluch – Hormônios no fisiculturismo – história, fisiologia e farmacologia (livro). Páginas 79 e 80.
  • William Llewellyn – Anabolics (livro). Página 296.

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