Ronnie Coleman foi um fisiculturista profissional lendário, famoso por vencer o Mr. Olympia oito vezes consecutivas (1998-2005). Neste texto, veremos como foi sua trajetória no esporte, como era seu treino, dieta, qual foi sua lesão e o que o colocou em uma cadeira de rodas.
Perfil do atleta

Nome completo: Ronald Dean Coleman
Data de nascimento: 13 de maio de 1964
Local de nascimento: Monroe, Louisiana, EUA
Nacionalidade: Estados Unidos
Altura: Aproximadamente 180cm de altura
Peso em competição: Aproximadamente 130-136 kg
Peso em off-season: Aproximadamente 143-150 kg
Apelidos: “The King”
Principais títulos no fisiculturismo: Mr. Olympia: 8 vezes (1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005) e mais 26 títulos em competições profissionais pela IFBB.
Legado: Considerado um dos maiores fisiculturistas de todos os tempos, conhecido por sua força extrema e volume muscular massivo. Popularizou frases como “Yeah Buddy!” e “Light Weight Baby!”
Vida no esporte
O início nos treinos
Ronnie Coleman começou a treinar bem jovem, por volta dos 12 ou 13 anos. Desde cedo, gostava de esportes, o que incluia a musculação, que era levado como um hobby regular.
Na faculdade, ele continuou treinando e praticando esportes. Ele jogava futebol americano e sempre queria estar na academia, mesmo com a rotina puxada dos estudos e das responsabilidades exigidas pelo futebol (estar no time de futebol de faculdade nos EUA é como se fosse um trabalho).
O treino com pesos não era obrigatório para o time. Quem quisesse, precisava acordar às cinco da manhã. Era o único horário disponível para usar a academia.
Na faculdade, seu foco principal era o powerlifting, algo mais direcionado ao aumento de performance transferível para seu esporte do que estética.
Ronnie encarava o desafio e ia treinar umas duas ou três vezes por semana.
Após se formar em contabilidade, ele imediatamente percebeu que não gostava da profissão e, por consequência ou não, ele não conseguiu empregos na sua área de formação.
Isso fez Ronnie trabalhar em vários empregos, até chegar a um ponto relevante da sua história que foi se tornar um policial e ele continuou treinando todo esse tempo, agora usando a academia da própria delegacia.
Na própria delegacia, um colega o convidou para conhecer a Metroflex Gym. Lá, Ronnie conheceu Brian Dobson, dono da academia, que viu potencial imediato nele.
Brian ofereceu uma proposta: deixaria ele treinar de graça na academia se Ronnie aceitasse tentar ser um fisiculturista e competir em um campeonato local de fisiculturismo.
Ronnie aceitou a proposta, mesmo sem nunca ter pensado em competir. Brian passou a treiná-lo, ensinando poses, dieta e técnicas de treino específicas para fisiculturismo.
Primeira Competição
Alguns meses sob a tutela de Brian Dobson e Ronnie estava pronto para participar da sua primeira competição de fisiculturismo que foi na categoria “amador” no Mr. Texas em 1990.
Ronnie levou pra casa seu primeiro troféu aos 26 anos, vencendo não só todos os outros amadores, mas como seu próprio treinador, Brian, que também participou da competição.
Percebendo seu potencial para o fisiculturismo, Ronnie Coleman não parou e já entrou em outra competição, no mesmo ano, o NPC Texas daquele mesmo ano.
Só que esta era uma competição muito mais dura, com mais competidores e com nível maior que o amador.
Neste NPC Ronnie ficou em terceiro lugar, o que o fez repensar sua estratégia como fisiculturista, fazendo-o se afastar temporariamente das competições para conseguir ganhar mais volume muscular.
Transição para um fisiculturista profissional
Depois de se afastar por aproximadamente um ano das competições, Ronnie fez seu regresso no mundial de amadores, em 1991, na Polônia.
Ronnie levou o 1º lugar para casa deixando todos os juízes impressionados com seu físico.
Além disso, este campeonato era federado pela IFBB e premiava o 1º lugar com o pro card, que nada mais é do que o cartão oficial que permite o atleta de participar de competições profissionais pela IFBB, a federação internacional de fisiculturismo.

Contudo, isso não facilitou as coisas. Alias, Ronnie não teve um começo fácil na sua carreira profissional.
Seu primeiro show foi o Chicago Pro Championships de 1992, que contou com um forte elenco incluindo atletas com mais experiência, como Bob Paris, Kevin Levrone e Milos Sarcev.
Nesta competição ele foi o 11º colocado, o que criou uma espécie de sequência de derrotas para os próximos três anos.
Entre 1992 e 1994, Ronnie entrou em mais de 10 competições. No entanto, a colocação mais alta que ele conseguiu foi um sofrido terceiro lugar.
Subindo a montanha para o sucesso
Sem desistir, Ronnie continuou entrando em competições e continuou tendo uma performance abaixo da esperada.
Mas isso não abalou sua força de vontade.
Somente em 1995 e somente aos 31 anos de idade, Ronnie venceu o Canada Pro Cup que tinha competidores como Rich Gaspari e Milos Sarcev.
Ronnie levou para casa seu PRIMEIRO troféu de fisiculturismo vindo de uma competição profissional.
Esta vitória colocou Ronnie no centro das atenções e só então ele começou a ser visto como uma promessa.
Fazendo história no Olympia

Durante os 10 anos seguintes, Ronnie viveu uma série de vitórias, dominando a maioria das competições em que participou – ele foi embora com 24 troféus, tornando-se quase imbatível no seu auge.
Durante este período, ele escreveu o seu nome nos livros de recordes; Ronnie igualou o recorde de Lee Haney ao vencer 8 vezes o prestigioso Mr. Olympia.
Ao derrotar consistentemente pessoas como Flex Wheeler, Shawn Ray, Kevin Levrone, Lee Priest, e Jay Cutler – Ronnie ficou conhecido como um dos maiores fisiculturistas da história do esporte.
Como era a rotina de treino e dieta de Ronnie Coleman
A rotina de treino e dieta de Ronnie Coleman era extremamente sistemática e extrema.
Todos os dias, ele ia dormir por volta das 4h da manhã e acordava às 7h para fazer sua primeira refeição e voltava a dormir até as 8h.
Ao acordar, começava o cardio, fazendo uma hora de esteira ao lado da cama.
Terminando o cardio, Ronnie fazia mais uma refeição e seguia para a academia. Chegava ao treino por volta do meio-dia, quase uma hora da tarde.
Seus treinos eram curtos, porém intensos. Treinava por volta de 60-90 minutos. Sempre colocando o máximo de volume possível nesse tempo e somente com o máximo de carga.
Após o treino, ia direto para o trabalho na polícia. Chegava lá às 15h, tomava banho, se arrumava e fazia mais uma refeição antes de iniciar o expediente.
Durante o trabalho, aproveitava o intervalo de almoço de 45 minutos para consumir outra refeição, mantendo o corpo sempre nutrido.
Saía do trabalho às 23h. Ao chegar em casa, comia novamente, tomava banho e cuidava de e-mails e outras tarefas pessoais.
Antes de dormir, ainda fazia sua última refeição: um shake com 100g de proteína, garantindo o aporte necessário para recuperação muscular.
Mesmo com essa rotina puxada, Ronnie manteve disciplina total, equilibrando treinos pesados, dieta rigorosa e trabalho em tempo integral.
Ronnie não tinha desenvolvido um físico daquele tamanho por acaso; ele treinava de forma muito metódica (e extremamente pesada) dentro da academia.
Apesar de ser conhecido por fazer exercícios com cargas monstruosas usando baixas repetições, na maioria do tempo ele treinava com 10 a 20 repetições.
Além disso, Ronnie treinava 5 dias por semana, descansando apenas sábado e domingo.
Qual foi a lesão do Ronnie Coleman e como ele foi parar na cadeira de rodas?
Ronnie Coleman enfrenta hoje sérios problemas de mobilidade, precisando de muletas ou cadeira de rodas para se locomover.
Suas múltiplas lesões são resultado de anos de treinamento extremamente pesado, levando seu corpo ao limite.
Porém, acredita-se que a lesão mais grave começou com uma hérnia de disco específica e mais tarde problemas no quadril.
A origem da lesão parece ser de um treino de pernas nos anos 90, ao agachar com cargas pesadas.
Em todo caso, mesmo carregando a lesão, Ronnie Coleman continuou treinando no seu máximo, independente de dor ou qualquer outra coisa.
No entanto, com o passar do tempo, a situação se agravou, ao ponto de afetar sua carreira e exigir intervenção cirúrgica.
Foram mais de dez intervenções na coluna e também na região do seu quadril lesionado.
Infelizmente, várias dessas cirurgias complexas acabaram gerando complicações secundárias, como dores crônicas e diminuição da capacidade de locomoção.
Em resumo, uso da cadeira de rodas ou muletas então se tornou uma necessidade constante para ele.
Apesar de tudo, Ronnie Coleman já mencionou ter esperanças de voltar a andar melhor. No tempo que este texto foi escrito/atualizado (2025), Ronnie continua tentando tratar seus problemas e recuperar sua mobilidade.