Pegada correta no supino: suicida ou polegar envolvendo a barra?

Você provavelmente já deve ter ouvido falar sobre pegada suicida (falsa) ou envolvendo o polegar na barra, mas, afinal, qual delas é a pegada correta no supino ?

Antes de qualquer coisa, não estamos nos referindo a distância entre as mãos durante o supino, mas sim a pegada em si – como você pega na barra ao fazer o exercício.

Se você não está familiarizado com o assunto, existem dois tipos comuns de pegada durante o supino:

Uma delas é a pegada suicida. Um estilo de pegada onde a barra fica livre nas mãos, sem o envolvimento do polegar.

É usada principalmente no supino, mas pode ser usada virtualmente em qualquer exercício que “empurre” a carga (como desenvolvimento com barra, por exemplo).

Este tipo de pegada é muito usado na musculação por fornecer maior conforto durante o exercício.

É como se a barra “se encaixasse” melhor nas mãos durante o exercício.

pegada correta no supino - pegada suicidaAlgumas pessoas sentem que é até possível usar mais carga usando a pegada suicida (apesar de powerlifters, os que mais se arriscam para levantar mais cargas, jamais usarem esse tipo de pegada).

Já a pegada com o polegar envolvendo a barra, significa justamente o que o nome sugere – envolver o polegar na barra ou halter durante o supino.

Mas, afinal, qual é a pegada correta no supino?

Logo de cara, ambas as pegadas vão funcionar e vão produzir bons resultados no supino reto e todas as suas variações.

E considerando que ambas vão funcionar, você sempre deve usar a pegada que envolve o polegar na barra durante o supino.

“Por quê ?”

Simples.

A pegada suicida pode até ser mais confortável, mas além disso não se transformar em mais resultados (que é o que importa para nós), este tipo de pegada passa uma falsa sensação de estabilidade que pode causar acidentes (em alguns casos, fatais).

Veja bem.

Quando a barra fica livre na mão – sem o polegar estar fixando ela – ela pode simplesmente rolar e cair em você como uma guilhotina.

Na verdade, praticamente todos os acidentes envolvendo o supino ocorrem porque, de alguma forma, a barra perde o contato com as mãos do praticante e cai sobre ele.

Não é preciso ser um gênio da biomecânica para entender que a pegada suicida favorece isso.

Também não é preciso ser um gênio para entender porque a pegada suicida tem esse nome em primeiro lugar.

E por mais que você seja a pessoa mais cuidadosa do mundo, a barra ainda pode rolar e esmagar você ao usar a pegada sem o polegar.

Por exemplo: barras de má qualidade podem facilmente entortar quando usadas com cargas absurdas, e isto por si só pode causar acidentes.

E ninguém está livre de usar uma barra assim, sem perceber e acabar se acidentando ao usar a pegada suicida.

Entenda.

Ao colocar a carga em uma carga que está curva, ela pode ficar presa em um ângulo específico no suporte.

Mas logo que o praticante tira a barra, ela pode girar de uma maneira que o peso irá para o lado oposto da curvatura, e isto fará com que a barra gire na sua mão e caia.

Isto vai acontecer independente dos seus cuidados e há muito mais chances de um acidente ocorrer se você estiver usando a pegada suicida.

Lembre-se também que você pode passar anos usando a pegada suicida, sem qualquer problema, porém basta um único dia de azar para que algo aconteça.

Talvez você esteja com algum problema pessoal e esteja especialmente distraído, ou o que seja, basta um deslize para que algo aconteça.

Nada atrasa mais os seus resultados do que uma lesão que o afaste da academia.

E tudo isso para usar uma pegada que não vai trazer uma vantagem em termos de hipertrofia do mesmo tamanho que os seus riscos.

Seja usando uma pegada suicida ou com o polegar envolvendo a barra, o importante no supino é trabalhar o peitoral.

Ambas farão isso com eficiência, mas somente uma delas pode causar acidentes graves.

Por conta disso, experiente adotar o costume de usar a pegada envolvendo o polegar na barra.

Esta é, de fato, a pegada correta para fazer supino, e sempre será a mais segura.

Se você não se sente confortável usando ela, acredite, é apenas uma questão de hábito.

Serão algumas semanas (às vezes apenas uma) para que você se acostume com essa pegada.

Também não deixe seu psicológico afetar suas decisões.

Você não estará perdendo nada em termos de resultados por abandonar um tipo de pegada.

Evite comparações absurdas com lendas do fisiculturismo também.

O Arnold, por exemplo, gostava muito da pegada suicida, mas não há como saber se houve ou não problemas por conta disso.

Na internet, só vemos o lado bom.

Poucas pessoas sequer sabem que o Arnold passou por cirurgias para reconstruir ligamentos do joelho e os ombros, após anos e anos treinando com lesões.

O que estamos querendo dizer é que atletas de elite não são os melhores pontes de referências para pessoas comuns.

Em outras palavras, não precisamos nos arriscar desnecessariamente para ter bons resultados, e não usar a pegada suicida é o exemplo perfeito disso.

No final do dia, a escolha sempre será sua. O nosso papel é apenas mostrar a porta para que você possa entrar e trilhar o seu caminho com as próprias pernas, da melhor forma possível.

Bons treinos.

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