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Royler Gracie Deve Dar Adeus Ao Mma Nesta Noite


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Um momento histórico toma curso esta noite em Manaus, a capital amazonense. Em mais algumas horas o franzino Royler Gracie se aposenta do MMA. Aos 45 anos, ele é um dos pioneiros desse esporte. Na luta de despedida, o faixa-preta mais técnico da família encara o temido japonês Masakatsu Ueda no confronto principal do Amazon Forest Combat.

Royler formou inúmeros atletas em Manaus. A torcida toda o ovacionará como um herói. Mas em caso de derrota, não será surpresa vê-lo anunciar mais uma luta de aposentadoria. Ele não pisa numa arena de MMA desde 2006, quando foi batido pelo japa Hideo Tokoro. Tem 5 vitórias, 4 derrotas e um empate num cartel iniciado em 1996.

Em entrevista exclusiva ao Por Dentro da Arena, Royler deixou no ar a possibilidade de retornar à batente em caso de fracasso nesta noite. O Gracie lembrou de momentos polêmicos e marcantes da carreira. E mostrou a determinação de um novato ao falar do desafio no Amazon Combat. Estou em Manaus para acompanhar o evento. Atualizem o blog o dia todo para mais informações exclusivas.

POR DENTRO DA ARENA - Você tem dito que a luta do Amazon será a última. Mas e se você perder, essa será mesmo sua luta final?

ROYLER - Minha prioridade agora não é essa, mas pretendo fazer dessa a minha última luta. Minha meta é que essa seja mina luta de encerramento, independente do resultado. Mas nunca se sabe. Nunca se diga nunca.

O seu adversário é de alto nível e pode complicar o seu lado. Foi você que o escolheu ou foi a organização do evento?

Foi o pessoal do evento. Na verdade ia ser o Tokoro que é campeão do DREAM (um evento japonês), mas ai depois escolheram ele, que foi campeão do Shotoo. Ele pegou alguns bons brasileiros, é canhoto, luta tranquilo, e é bem perigoso.

Você fez questão de lutar com um atleta renomado?

Não quero lutar contra um cara desconhecido. É importante ser contra alguém renomado. Valoriza o card. Vai ser no calorão de Manaus. Isso tudo me motiva. Ninguém quer fazer a despedida contra alguém sem nome.

Que armas usará pra ganhar?

Eu vou ganhar. Disso não tenho dúvidas. Não sei como será a luta, mas é isso que tenho em mente. Meu plano é agarrar. Minha luta é no corpo a copo. Mas tudo com calma. Se tiver que trocar (socos), eu trocarei.

Não lembro de nenhuma luta oficial sua de MMA no Brasil. Essa será a primeira?

Minha primeira luta oficial foi no Rio de Janeiro e agora essa em Manaus. Primeira e a última no Brasil (risos).

Seus irmão sempre dizem que escolheram o Royce Gracie para lutar no UFC porque ele era o mais magrinho. Mas o mais magrinho sempre foi você. Por que não te escolheram?

O Royce foi escolhido por conta de uma combinação de coisas. Ele já tava morando na América e tava em contato maior com meu irmão Rorion que foi o criador do UFC. Então, achou-se melhor que fosse o Royce. Podia ter sido eu, ele o Rickson. Mas deu certo com o Royce e graças a Deus ele é um espelho para o mundo com tudo o que ele faz.

Quem foi seu maior adversário nessa carreira dedicada ao MMA?

Sempre considero todos meu adversários como grandes adversários. Eu não tenho nenhum que eu trate como o mais perigoso. Mas as lutas mais duras que tive foram as que perdi. O Sakuraba foi uma derrota que na verdade eu não considerei uma derrota. Tive uma derrota para o Genki Sudo e uma para o Kid Yamamoto. Uma porque eu vinha despreparado e outra por falta de atenção, mas são derrotas (ele não cita a derrota para o Tokoro em 2006).

Na luta contra o Sakuraba o combinado era que você venceria se o tempo da luta acabasse sem que você desistisse, mas o árbitro parou o combate a 15 segundos do fim. Foi malandragem japonesa ali?

Não sei se foi malandragem ou se tavam querendo forçar o Royce ou o Rickson a lutar contra o Sakuraba (quando um Gracie perde outro sempre tenta vingar a família). Na época o Sakuraba era o cara. Eu pesava 20 quilos a menos do que ele. Pra mim isso foi um grande feito na minha carreira. To satisfeito.

Mas não tem como você não ter ficado engasgado com isso?

Eu fiquei engasgado porque foi chato. No Japão eu declarei que achava um absurdo um povo que fala em sacrifício e em ser guerreiro ir lá e terminar a luta dizendo que eu ia quebrar o braço. Enfim, isso ai ficou engasgado.

Sente falta de não ter lutado no UFC?

Eu sou bem resolvido com minha carreira de Vale Tudo. Na época que a meca do Vale Tudo era o Japão eu lutava lá. Lutei no Pride, no K1. Então, a época do UFC é agora e eu to meio que parando. Pra mim ta fora de mão. Não que eu não quisesse, mas infelizmente não foi a minha época.

Qual foi a luta mais importante de sua carreira?

Eu considero a luta do Sakuraba uma luta bem importante. Foi uma das que mais me marcou pela razão de no mesmo ano eu ter sido campeão panamericano, campeão do Abu Dhabi (subimission), ter sido campeão mundial (de jiu-jitsu) e no final do ano fazer a luta contra o Sakuraba. Pouca gente fez isso na história da luta.

A única fez que você foi finalizado foi no Abu Dhabi para o Eddie Bravo e nunca aconteceu a revanche apesar de terem dito que vocês lutariam de novo. Por que não teve outra luta?

Queriam fazer no Abu Dhabi um contrato pra essa luta de boca, sem assinar papel. E eu passei dessa fase. Não to de brincadeira e acho que o atleta tem que ser valorizado.

O Eddie quis evitar a revanche de alguma forma?

Não porque pra ele o que vier é lucro. Ele ganhou, mas ele quer a revanche de qualquer jeito. Nunca vi um cara que ganha querer a revanche (risos).

Ele quer provar que não foi um golpe de sorte?

É, mas um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, pode ter certeza.

Seu maior orgulho na carreira?

O maior orgulho é seguir o que o meu pai (Hélio Gracie) fez. Foi o velho que plantou a semente ai. E hoje todo mundo colhe com isso. Formou-se um círculo em torno de uma coisa inventada por um brasileiro.

Quem inventou as alavancas e as novas técnicas que distinguem o jiu-jitsu do Brasil e dos Gracies do jiu-jitsu tradicional?

O Carlos foi o primeiro a aprender e ele depois passou para o Hélio. O Hélio sempre dizia que sem o Carlos ele não era ninguém e o Carlos sem ele não era ninguém. Era unha e carne. As alavancas e golpes foram melhoradas pelo Hélio. A gente não ta preocupado em entrar nessa polêmica. Eu nasci bem depois dessas época.

Por que dizem que o Hélio é o pai do jiu-jitsu?

Porque meu pai foi o cara que mais teve horas de voo no tatame. Depois de um certo período o Carlos passou a administrar o que o Hélio fazia. Mas um completou o outro nessa fusão e existência pra chegar a onde chegou o jiu-jitsu.

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