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GSM

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  1. Gostei
    GSM deu reputação a Felipefabri em Vamos conversar sobre carboidratos   
    Olha eu aqui de novo. Dessa vez pra continuar o assunto sobre a conversão dos carboidratos em gorduras uma explicação mais ampla e completa que tive o prazer de receber em um grupo de nutrição e metabolismo, escrito por Michael Alexandre, deixando claro que de bom coração tomei liberdade de cortar algumas análises maiores sobre os mecanismos para o texto ficar mais objetivo e curto. 
    A glicose, como dito, atua acionando sinalizadores, contudo, ela é quase totalmente proporcional a quantia ingerida com a oxidada. Kaori et al.(2003) recrutou 9 indivíduos (5 homens e 4 mulheres), eutróficos (IMC= 22 kg/m2) e uma média de 26 anos de idade. A antropometria foi feita por dobras cutâneas entre as intervenções da dieta, os indivíduos não usavam medicamentos e não tinham antecedentes de obesidade e diabetes. O estudo durou 8 dias, Sendo que 4 dias foi dieta isocalórica (50% Carboidratos – 304g, 35% lipídeos e 15% proteínas) e seguidos de 4 dias de dieta hipercalórica (175% de calorias adicionais, sendo que 71% carboidratos – 759g, 20% lipídeos e 9% proteínas) e os alimentos fontes de carboidratos eram variados, sem seleção por índice glicêmico. O estudo envolveu como análise exames, biopsia do tecido adiposo, Vo2, Vco2, nitrogênio urinário, equações e marcador da glicose. Os resultados mostraram que no início do estudo (dieta isocalórica) houve uma maior síntese de glicogênio (54%), Oxidação de glicose (42%) e lipogênese proveniente da glicose (4%) e Na dieta hipercalórica houve uma maior oxidação de glicose (57%), glicogênese (30%) e lipogênese (13%). O aumento de peso foi em média 1,3 kg entre o inicio e o final do estudo, sendo que 200g foi de gordura entre a dieta isocalórica e hipercalórica. Entretanto as enzimas que atuam na lipogênese aumentaram exponencialmente, SREBP e acido graxo sintase (72%) e acetil CoA carboxilase (363%). A atividade principal para via da lipogênese, é a via das pentoses fosfato, no qual fornece NADPH, onde 20% da glicose foi desviado para essa rota. A sensibilidade a insulina não foi alterada segundo os autores, porém, só foi avaliado glicose em jejum e acredita-se que maior parte do ganho de gordura foi no tecido adiposo. O estudo é com um grupo pequeno e indivíduos saudáveis, mas isso foi bem compactado que a rota da glicose preferencial não virar gordura, com isso ocorre o controle da regulação quando sua ingestão é ampliada.
    Hellerstein (1999) revisou os aspectos de novo lipogênese pontuando com questões sobre essa atividade metabólica alternativa. Mulheres na fase lútea e homens tem atividade da lipogênese de novo semelhantes, contudo mulheres na fase folicular tem três vezes maior potencial da lipogênese de novo, mas a diferença é pequena, aproximadamente 750g no ano. Obesos e resistente a insulina tem uma atividade moderadamente dessa lipogenese elevada, agora obesos e com a sensibilidade à insulina normalizada, tem atividade normal, correspondendo em torno de 4g/dia na lipogênese de novo. A inflamação potencializa também essa via lipogênica, mas, só se o glicogênio hepático está baixo. A lipogênese de novo até o momento foi mostrada ser maior expressa no fígado, os tecidos extra hepático ainda está em questão. Estudos contidos nessa revisão, mostraram baixas atividade da lipogênese de novo em biópsia do tecido adiposo, entretanto, a limitação está no tamanho do tecido, já que ele ocupa um espaço bem amplo no corpo. O álcool também é um componente que pode contribuir para lipogênese de novo, contudo a contribuição é muito baixa, não sendo significativa, já que o fígado converte a acetato para que o mesmo seja oxidado em outros tecidos ao invés de proporcionar lipogênese. A frutose é metabolizada exclusivamente pelo fígado, onde ocorre a clivagem da triose fosfato, formando dihidroxiacetona fosfafato e gliceraldeido 3 fosfato. A hipertrigliceridemia já uma característica bem marcada da frutose, mas, no caso da lipogênese de novo, em uma dieta rica em frutose (70% dos carboidratos era frutose), apenas 15% do VLDL e palmitato veio da dessa lipogênese, sendo que a frutose atua aumentando SREBP e aumento do substrato para acetil CoA e glicerol 3-fosfato. Alguns estudos mostram também aumento da apo B com o alto consumo de frutose, uma proteína essencial para produção de VLDL, além de outras vias metabólicas, como síntese de glicogênio e conversão em glicose. Ainda nesse estudo, foram recrutados estudos mostrando em dietas ricas em carboidratos (700g/dia) durante 7 dias, mostrou um aumento aproximado de 20% do VLDL-palmitato, contudo, o ganho de gordura proveniente do carboidrato foi de 1g, ou seja, nada significativo.
    É importante ser claro sobre os efeitos do excesso de carboidratos não terá cooperação significativa para sua conversão em gordura. Isso tem sido amplamente mal interpretado na literatura leiga. Embora excedente, os carboidratos não podem ser diretamente convertido para gordura em grandes quantidades, em contrapartida o carboidrato substitui a gordura como combustível principal corpo e oxidação de gordura total pode ser quase completamente desligada pela ingestão alta de carboidratos. A gordura corporal é assim poupado pelo excesso de carboidratos e apesar da ausência de lipogênese de novo, a gordura corporal pode ser armazenada sempre que existir gordura na dieta. A gordura por si, tem atividade “neutra” no metabolismo, onde a glicose e aminoácidos tem uma influência maior na síntese e oxidação de da mesma, onde a atividade desses outros nutrientes são determinantes para o ambiente lipogênico ou lipolítico, atuando de forma indireta na atividade hormonal e celular regulando os processos metabólicos com maior intensidade, e o excesso é oxidado em sua maior parte.
    Ao meu ver isso se dá em resume de forma bem importante duas interpretações além daquela de que lipogênese é uma via pouco favorecida, mas também a de TEF que nosso amigo @Ricardo Queiroz contribuiu, até porque pelo visto o óbvio aconteceu, onde teve maior ingestão de carboidratos houve um aumento gigantesco na oxidação de carboidratos (57%) deixando para trás até a via de síntese de glicogênio, o que é obvio, não quer dizer que ter uma maior ingestão também vai proporcionar maior capacidade de estoque, reforçando a ideia que o nem mais nem menos, apenas o necessário. E podem refazer as suas amizades com a Macarronada de domingo.
  2. Gostei
    GSM deu reputação a Felipefabri em Vamos conversar sobre carboidratos   
    CARBOIDRATOS E A FAMOSA JANELA ANABÓLICA: 

    ESSENCIAL/INDISPENSÁVEL? não
    IMPORTANTE? muito. 
    Cara, sabe o que eu acho que é o problema de tudo quanto é estudo que saem por aí? É que sempre tudo é levado ao extremismo, se um estudo diz "você não precisa comer carboidratos imediatamente após o treino para fazer ressíntese de glicogênio" aí o que o cara faz? ele nunca mais come hehe. Realmente, não é necessario, se você não tiver que fazer outro treinamento com pesos no mesmo dia (eu diria em até 12h) e ainda for fazer outras refeições com carbos você provavelmente vai encher seus estoque uma hora, não precisa ser tão rápido, ninguém aqui ta falando pra você sair correndo pra casa e tomar dextrose ou seu Gatorade. Mas porque não é necessario quer dizer que não é importante? Aí que tá, é importante e nunca deixou de ser, afinal a janela existe SIM, não dá forma como nos foi apresentada mas existe.. A janela que to falando é referente ao aumento da expressão da enzima glicogênio síntese, e ela vai estar sedenta por alimentação (isso se resume em melhor absorção) nas primeiras duas horas depois do treinamento com pesos.. vou ter que dizer que ela fica elevada durante um período próximo de até 6 horas pós treino, mas são nessas duas primeiras que as expressões são significamente altas, e favorecem ainda uma maior ressíntese assim como maior sinalização.. quero dizer que: se você pode, se é comodo para você, se você gosta de tomar um shake com carbos ou comer altos ig sólidos pós treino APROVEITE E FAÇA !(mesmo ou principalmente em low carb) Se você não curte, não pode ou não é comodo para você preste ainda mais atenção nas suas próximas refeições.. quero dizer um cara que sabe aproveitar a janela vai precisar de menos atenção aos carbos durante o restante do dia para ter um maior carregamento (meio óbvio) e um cara que não aproveita geralmente precisa usar carbos mais inteligentes até o próximo treino para ter a mesma performance que o primeiro, eu me arrisco dizer performance porque nível de glico em estoque é determinante pra quão intenso seu treino pode ser, e mesmo em cutting, treinar intenso sempre se resume em maior gasto energético tanto durante quanto pós exercício.. então deixa os menino tomar dextrose se quiser sim! 


    Essa é pra galera que quando aparece um novato pedindo ajuda na dieta com uma dextro no pós e os caras já vem com "para com isso", "não é necessário".. hehe Gravem a diferença entre: necessário e importante. 
  3. Gostei
    GSM deu reputação a FabricioZanchetta em Vamos conversar sobre carboidratos   
    Como tudo em fisiologia, depende.
    Qual o objetivo, qual o indivíduo que tá adotando essa dieta, qual o tipo de exercício, etc.
    No que diz respeito a performance tem algo meio padrão por conta do tipo de metabolismo de cada atividade.
    No endurance que a intensidade é mais baixa, o consumo de glicose vai ser mais baixo, nesse caso low carb com refeed dias antes da prova costuma funcionar bem. Porque a glicose vai ser fundamental pra fornecer oxalacetato pra manter o ciclo do ácido cítrico. Mas no caso do endurance de longa distância o fundamental continua sendo a suplementação durante a prova/treino. Não tenho muita certeza de cabeça se o refeed por si só faria alguma diferença, já que no longão o mamífero precisa suplementar de qualquer jeito, tirando a diferença da quantidade e frequência da suplementação, é claro.
    No espectro de força acho que é meio unanimidade, carbo baixo = baixo rendimento. Mas é importante entender que o carbo se torna importante pro treino em si, pro desenvolvimento da performance em si.
    Sobre low-carb e endurance eu já escrevi sobre um paper que é bem interessante: 
     
    O maior problema que isso tudo gera, é que nos estudos geralmente não condiz com a realidade da maioria das pessoas, tampouco as aplicações feitas com atletas. O cara treina 2-3x por dia lpo, é óbvio que low carb vai quebrar o cara, ele nem vai conseguir manter a frequência de treino. 
    Pensando em saúde, low-carb/keto tem se mostrado o melhor, tudo que é doença que testam intervenção com low-carb mostra melhores resultados.
    Se a gente pensar na evolução do nosso genoma, isso depende da origem da população em si, de acordo com a distribuição geográfica as populações tinham consumos diferentes, o que é óbvio já que nas regiões do extremo norte e extremo sul não é viável o desenvolvimento de inúmeros vegetais pra consumo. Enquanto em outras regiões quase não existiam animais mas existiam muitos vegetais. O problema com isso é o mix da genética de todas essas populações. Então tem pessoas que certamente vivem bem comendo mais carbo do que outras.
    O que parece um consenso, é que como nosso corpo produz glicose através de outras vias, não existe uma real necessidade de consumo de carboidratos. Aparentemente é possível viver sem eles, ou pra não exagerar, com uma porcentagem muito baixa, já que mesmo alimentos considerados isentos de carboidratos podem conter algum resquício. Mas é impossível viver sem consumir gorduras e proteínas.
    Voltando no conceito de origem, isso significaria que o pico de insulina é uma aberração da natureza, já que seria impossível consumir quantidades absurdas de carboidrato pra conseguir ter um pico tão elevado, tanto que somos os únicos mamíferos que produzimos esse efeito de forma exacerbada. Talvez isso tenha mais a ver com o lance dos estudos no quesito saúde.
    Sobre composição corporal acho que é muito variado isso, os carbos estão concentrados em uma refeição? bem distribuídos? etc. Isso acaba sendo um problema dos estudos com camundongos, eles comem ração, a ração tem as porcentagens que eles determinam da dieta. Mas nesse caso não é possível concentrar todo o carboidrato em uma refeição, por exemplo.
    Um dos problemas que costumo comentar em algumas palestras é em relação a ácido graxo sintase (que sintetiza os ácidos graxos), a enzima tem a atividade exacerbada na presença de insulina. Portanto consumir carbo+gordura numa mesma refeição engordaria mais do que comer carbo no café da manhã e gordura a noite, por exemplo. Isso no sentido de composição corporal, mas no final das contas pode ocorrer um desbalanço hormonal que altera a taxa metabólica basal, então a dieta que era isocalórica passa a ser hipercalórica, e o indivíduo começa a ganhar peso.
    Carbos são bem mais complexos do que as pessoas acham que não é. A gente sabe que o índice glicêmico é um fator a ser considerado numa boa alimentação. Mas o que acontece quando um indivíduo tem uma sensibilidade a insulina muito alta e come carbo de baixo índice glicêmico? Ele tem o efeito parassimpático prolongado, então o cidadão pode ficar letárgico por mais tempo. 
    O maior problema que eu costumo ver na prática é que muita gente fica viciada em carboidrato, aí não tendo nenhum controle a coisa fica mais difícil mesmo.
    Mas no final sempre volta para aquilo que falei no início, depende. Por que, para que e para quem?
  4. Gostei
    GSM deu reputação a Lucas em Vamos conversar sobre carboidratos   
    Tem dúvida nenhuma não. Aqui todo mundo saca muito de nutrição, metabolismo, hormônios, treinamento... A gente só discute pelas tretas  
  5. Gostei
    GSM deu reputação a {..mAthEUs..} em Vamos conversar sobre carboidratos   
    Olha, não tem mais maléfico ou benéfico, eu diria que fica a seu critério. Se tratando de reposição de glico, os dois são fontes de amido. Eu optaria pelo que me desse mais vontade no dia, e não tem problema por ser a noite, sendo a noite ou de manhã, a digestão vai ocorrer do mesmo jeito.
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