Tive essa impressão durante as festas de final de ano que pude dar uma flexibilizada maior na dieta.
Parece que quando voltei na semana no déficit calórico tive uma resposta melhor.
Não sei se tem algo a ver, mas tive esse pensamento de que o "dia do lixo" trouxe vantagens.
O balanço calórico não é uma questão meramente bioquímica e fisiológica, é uma questão de física (termodinâmica).
Estamos falando de energia e matéria.
Se fizer uma analogia com um carro a gasolina, a sua frase seria o mesmo que eu falar que seu carro com 5l de gasolina no tanque faz 10km/l mas com 50l no tanque faria 15km/m.
Claro q a conta não fecha pois todos sabemos que a energia necessária para mover o carro depende do consumo da gasolina e isso é praticamente uma constante (ignorando variações que influenciam no consumo, analisando as mesmas condições).
Essa volta toda só pra dizer que o balanço consumo/gasto calórico sempre vai mandar.
Quando a gente vai aprofundar na anamnese do paciente vai encontrar pistas de desvios no consumo calórico e redução do gasto calórico, mais uma vez reforçando que balanço calórico sempre vai mandar.
As pessoas superestimam demais o quanto elas estão gastando de calorias no exercício e subestimam muito o quanto estão ingerindo de calorias.
Hoje em dia não é possível fazer estudos dessa forma, mas até os anos 50/60 tinham estudos onde as pessoas ficavam meses, até 1 ano literalmente confinadas em hotel ou condomínio e cada grama de comida consumida era controlada pelos pesquisadores. E independente da divisão de macros, idade, composição corporal, e qualquer outro ponto as pessoas perdiam ou ganhavam peso de acordo com o estudo que estivesse sendo conduzido.
Voltando para o seu caso, eu não vejo necessidade de uma restrição calórica tão grande durante a semana e nem uma ingestão tão grande de refeição livre. Gosto muito da abordagem de média semanal, aplico bastante, mas não nessa proporção tão grande.
Muito provável que você especificamente se adapte mais fácil com esse esquema, consiga controlar mais o consumo e preparo das refeições na semana, até mesmo se motivando com o grande consumo que vai vir no final.
Isso pode ser fator decisivo de adesão pra você.
Aí entra o maior fator quando se fala em refeição livre, a questão psicológica.
Motivação durante a semana e a satisfação pós refeição.
Existe também uma questão metabólica que é uma melhora da função da tireóide, mais especificamente: quando consumimos pouco carboidrato por longos períodos temos uma redução da conversão do T4 em T3(mais ativo e potente) e uma redução leve da função da tireóide. Isso falando em meses e com muita restrição de carboidratos (pessoal da cetogênica e carnívora aí).
E em refeições livres com muito carboidrato temos esse efeito de conversão de T3.