Essa briga sobre o efeito ou não do tribulus vai longe! Sei que não vou encerrar o assunto, mas se entenderem o que estou prestes a colocar, poderão entender melhor e ver que na verdade, como tudo nesta área, varia de indivíduo para indivíduo.
Em primeiro lugar, tribulus funciona? SIM e NÃO. Se não funcionasse, não haveria milhares de pessoas (inclusive eu) alegando que tiveram aumento da libido. Por outro lado, se funcionasse, não haveria pessoas dizendo que não sentiram sequer um efeito.
Qualquer um que tenha tido uma conversa com um endocrino e pesquisado bastante, vai perceber que a testosterona não é um hormônio que só serve para aromatizar e /ou participar da síntese protéica, como vemos por exemplo, aqui no fórum. Cada atividade do organismo utiliza uma parte desta testosterona e a quantidade é bem variável intra-indivíduos e inter-indivíduos. Para facilitar aos leigos, vamos imaginar uma fila de copos vazios.
Cada copo vazio representa uma função desempenhada pela testosterona. A cada ciclo, os copos se enchem e se esvaziam conforme inúmeras funções e atividades do organismo e que pelo princípio da incerteza de heisenberg, creio nunca podermos determinar. A testosterona livre representa uma pequena parte que transita pela corrente sanguínea e não sei quando nem onde, levou a fama de ser o "padrão gold" para se determinar se o sujeito vai ganhar ou não massa muscular. É claro que pensar assim é um erro e se voltarmos aos exemplos do copo podemos entender. Portanto, os copos representam as atividades desempenhadas pela testosterona. A água dos copos é a própria testo, que enche-os e esvazia-se. A água que não é colocada em nenhum dos copos é a testosterona livre. Agora, suponhamos que determinada função necessite de "água". Quais são os canos que levarão a água até o copo? A corrente sanguínea. Portanto, dizer que a testosterona é "livre" já é um erro, pois ela pode estar endereçada para um determinado copo, tendo sida contabilizada como livre num dado momento, mas que em outro encontrava-se no copo. Voltando ao princípio de heisenberg, OU podemos saber a quantidade de testo num dado momento OU sua posição (seu destino) mas nunca os dois. É aí que os exames de testosterona livre falham. Falham não em necessidade e importância clínica, mas para se provar que um dado suplemento não aumenta a testosterona no organismo. Ora, um dado suplemento pode estimular a produção de testosterona e ela sequer ser percebida, pois iria para um destes copos e não ficar livre como muitos pensam. Na verdade, a lenda que temos é a de que o excesso extra de testo fique prontinho para virar massa muscular. Mas com exceção dos fisiculturistas (que fazem uso de MUITA testo) a produção extra pode ficar residente em um dado copo e assim jamais ser percebida. Apenas a partir do momento em que todos os copos se enchem é que a testo começa a "sobrar" no organismo. Mas isso ocorre em doses acima do normal (diga-se esteróides anabolizantes).
Assim, inumeros usuários do tribulus descrevem como efeito um aumento da libido. Simplesmente a produção estimulada pelo tribulus chegou até o copo da libido. Há algumas teorias para isto: A primeira e mais plausível é a de que o papel da testosterona como instigadora de libido é a função mais sensível a alterações. Seja estresse do dia-a-dia, seja alimentação ou medicamentos, o corpo sabe que a libido é uma das poucas funções que poderão ser afetadas momentaneamente sem prejudicar o organismo como um todo (o corpo "rouba" testo das funções de libido para outras funções mais vitais). Resumindo, você não vai morrer se seu bilau não subir por uns três dias, já outras funções...
Portanto, podemos concluir que qualquer alteração em funções desempenhadas pela testosterona por meio da suplementação por tribulus (libido, sínstese protéica, produção de outros hormônios) já é uma prova contundente de que houve aumento da produção natural, pois em caso negativo, nenhum copo haveria sido afetado.
Agora, para falar que o tribulus não gera ganhos diretos em massa magra eu concordo. Isso porque um copo preenchido com testo extra não significa que alguma outra quantidade estará disponível. Ela pode simplesmente ser usada por um outro copo. Então, para vermos um aumento de massa, precisaríamos, como dito, transbordar todas as funções para que assim houvesse o desempenho que se espera da testosterona. Ora, o corpo é um ser inteligente, ele não vai deixar o copo de síntese protéica lotado enquanto o da libido está lá, seco. Nisso o tribulus ajuda. Claro que nem de longe é comparável a sintéticos, mas dizer que é inútil também é errôneo. Na melhor das hipóteses, você vai curtir semanas de prazer e libido.
E até hoje não descobriram uma forma de fazer a testo seguir um caminho pretendido (diretamente para a síntese protéica, por exemplo), porque o corpo faz o mencionado, movendo de onde tem muita para onde há pouco.
Desta forma, a pesquisa que todos repetem incessantemente (inclusive citada no artigo, a dos jogadores) é bem insuficiente, pra não dizer aquém de qualidade para os padrões atuais para provar que o tribulus não funciona. Isso porque medir apenas a testosterona livre é um baita erro. Se pudéssemos medir a quantidade em cada "copo", aí sim poderiamos chegar a um resultado. O resultado que muitos chegaram: Aumento da libido, por exemplo. Mas e os outros, os que não sentiram diferença alguma? Como mencionado, os níveis de testo vão muito além do que se prevê em um exame de testo na corrente sanguínea. Enquanto alguns se vangloriam por ter 900mg de testo livre (captadas enquanto elas estavam indo para alguma função), pode ter gente aí com 450mg de testo livre, mas com os copinhos todos cheios, promovendo ganhos em todos os sentidos. Ambos se equivalem, pois a diferença entre eles é que em um dado momento (no exame) um estava com testo locomovendo-se para funções e o segundo não. Talvez ambos podem ter a mesma quantidade e mesmo assim ficam repetindo o mito da testo livre.
"Ah mas se a minha testo está toda sendo usada, então como vou virar um boi??" Simples, você não vai. Naturalmente você vai chegar até o seu limite de produção natural de testosterona, talvez com uma melhora por parte de um tribulus, por exemplo, mas vai ficar nisso. Vale lembrar que nós seres humanos, desde a era pré-histórica, viemos abrindo mão de massa muscular, força e tamanho para aumentar a capacidade cerebral e cognição. É a evolução e não temos como fugir dela, o que significa que cidadãos naturais ( E POR FAVOR ESTAMOS FALANDO APENAS DE NATURAIS, NÂO ME VENHA COM PHIL HEAT) daqui a 3 mil anos, terão ainda menos propensão à massa muscular do que temos hoje, em compensação a capacidade cerebral...
É isso!