Ciclo de GH: guia definitivo para usar hormônio do crescimento

Este é um guia sobre como fazer um ciclo de GH (hormônio do crescimento).

Usar hormônio do crescimento, fora do contexto médico, pode potencializar vários processos no metabolismo que aceleram a hipertrofia e a queima de gordura.

Contudo, crenças comuns, como pensar que a substância fará mudanças drásticas no físico por conta própria, podem gerar expectativas irreais.

Nota: Esta postagem tem caráter estritamente informativo e educativo e não substitui a consulta, diagnóstico ou acompanhamento de um profissional de saúde qualificado.

Ciclo de GH: como usar, quando usar, dosagem, duração e custo

Se tratando de praticantes de musculação recreativos, um ciclo de GH comum costuma envolver uma dosagem que varia de 2 a 4 UI por dia, administradas diariamente antes de dormir ou ao acordar.

Para maximizar a recuperação, a qualidade do sono e os processos de reparação muscular, o uso antes de dormir costuma ser o mais comum.

Por outro lado, se o foco primário for a queima de gordura, a aplicação ao acordar, em jejum (e se manter em jejum, como em jejum intermitente), é a estratégia mais eficaz.

No que tange à duração do ciclo, para poder realmente sentir os efeitos positivos, serão necessários 4 a 6 meses de uso contínuo, e não há regras absolutas.

Por exemplo, algumas pessoas, dependendo da resposta do organismo e os efeitos colaterais, poderão usar o hormônio indefinidamente (isso não significa “para sempre”).

É válido lembrar que o GH não é um esteroide anabolizante, e seu uso difere drasticamente em vários aspectos quando comparado ao ciclo com hormônios como testosterona, nandrolona, trembolona e outros da mesma categoria.

São necessários meses de uso contínuo para notar os efeitos do GH, e também não há a mesma urgência para definir início e fim do uso, já que os efeitos colaterais não são “agudos” como os dos esteroides.

Por fim, fazer um ciclo de GH minimamente correto pode custar cerca de R$2000 por mês.

Como não há como estimar o tempo t0tal de uso, a oscilação do preço durante o uso e ainda adivinhar qual dosagem cada pessoa usará, estimar o custo total é uma tarefa difícil.

Porém, é seguro dizer que estamos falando de um dos hormônios mais caros que existe.

Definitivamente, não há como usar o termo “barato” e “GH” na mesma frase.

Benefícios do GH na hipertrofia e queima de gordura

Usar GH, de forma direta e indireta, pode influenciar inúmeras vias no organismo que criam um ambiente mais anabólico para acelerar a hipertrofia.

Isso é feito através do aumento da síntese proteica e do estímulo para liberar IGF-1, um fator de crescimento semelhante à insulina.

Ambos aumentam a proliferação de células satélites, que, de forma simplista, são fundamentais para a reparação e o crescimento muscular.

Seu uso também pode ajudar na lipólise, que é a quebra das células de gordura, facilitando o uso delas como fonte de energia, fazendo o corpo “preferir” queimar gordura em vez de outros substratos, como proteínas ou carboidratos.

O hormônio do crescimento induz a lipólise ao se ligar a receptores nos adipócitos, aumentando a atividade das enzimas responsáveis pela quebra dos triglicerídeos em ácidos graxos livres, que são liberados para oxidação (queima) e produção de energia.

Quais os principais efeitos colaterais de um ciclo de GH?

Apesar dos efeitos colaterais do hormônio do crescimento não serem tão agudos e evidentes quando comparados aos dos esteroides anabolizantes, eles ainda existem.

Abaixo, mostraremos os mais comuns, principalmente quando há uso prolongado, incorreto ou em doses muito acima do comum.

Hiperglicemia

O GH pode causar hiperglicemia por ser um antagonista da insulina.

Ele diminui a capacidade do corpo de usar a glicose do sangue e, ao mesmo tempo, estimula o fígado a produzir e liberar mais glicose na corrente sanguínea, elevando os níveis de açúcar.

Este processo ocorre porque o GH induz um estado de resistência à insulina nos tecidos periféricos (músculos e gordura), dificultando a captação de glicose.

Simultaneamente, ele estimula a gliconeogênese hepática, via metabólica que gera nova glicose a partir de outros substratos.

Essa é uma das razões para muitos fisiculturistas combinarem GH com insulina.

Dores articulares

O uso de GH pode causar dores articulares principalmente devido à um possível aumento na retenção de líquidos.

Quando isso ocorre, o hormônio aumenta o acúmulo de água nos tecidos, elevando a pressão dentro e ao redor das articulações, o que gera a sensação de dor, inchaço e rigidez.

Tecnicamente, excesso de fluido nos tecidos sinoviais e conectivos comprime as terminações nervosas. A proliferação de tecido cartilaginoso, estimulada pelo IGF-1, também pode contribuir para causar dores articulares.

Alterações físicas

O GH pode causar o crescimento das extremidades (mãos, pés) e alterações faciais, como alargamento do maxilar e nariz.

Isso ocorre porque, mesmo após a puberdade, esses ossos e cartilagens ainda são capazes de responder ao estímulo de crescimento do hormônio, podendo ocorrer alterações físicas dependendo da sensibilidade individual, tempo de uso e abuso.

Diminuição da testosterona

O uso de GH pode afetar a produção natural de testosterona.

De forma simplista, a cascata hormonal iniciada pelo hormônio do crescimento interfere na sinalização do cérebro para os testículos, resultando em uma menor ordem para produzir o hormônio masculino.

Essa supressão pode ocorrer principalmente porque o hormônio reduz a leptina, que influencia o hipotálamo.

Com menos leptina, o hipotálamo diminui a liberação de gonadotrofinas (LH e FSH), que são os principais hormônios que estimulam os testículos a produzir testosterona.

Isso não é um problema para usuários de esteroides, em especial que usam testosterona, mas sim para aqueles que ainda mantém a ideia de usar GH sozinho como se fosse uma solução mágica.

Alterações cardiovasculares

Dentre os órgãos vitais, o coração possui a maior concentração de receptores para o hormônio do crescimento.

Mais receptores, nesse caso em específico, significa maior chance do órgão sofrer hipertrofia. Afinal, estamos falando do hormônio do crescimento.

Em termos simples, ter um coração aumentado geralmente faz com que a estrutura das câmaras do coração se torne mais espessa e rígida, diminuindo o volume de sangue que os ventrículos conseguem comportar.

Consequentemente, o coração precisa trabalhar com mais força, o que pode levar a condições como insuficiência cardíaca, arritmias e hipertensão arterial a longo prazo.

Vale a pena usar GH? Uma checagem de realidade

GH realmente é uma substância extremamente poderosa.

Porém, ao contrário do que muitas pessoas acreditam, não se trata de uma solução definitiva para todas as pessoas e para todos os casos.

Este hormônio deve ser visto como um recurso avançado que deve ser usado no contexto correto e por pessoas que já estão no limite do treino, da dieta e no próprio uso de esteroides anabolizantes.

Inversamente, usar o hormônio sem contexto específico ou, pior, para compensar alguma falha, pode não só ser inútil como piorar as coisas (mais sobre isso adiante).

Para facilitar as coisas, imagine que usar hormônio do crescimento é o mesmo que usar um recurso avançado de Fórmula 1.

Por exemplo, usar um aerofólio gigante controlado eletronicamente para alterar a aerodinâmica do carro durante curvas pode fazer toda a diferença para um carro de F1, mas seria altamente desnecessário para um carro de uso urbano e até causar problemas.

Agora, imagine ir mais longe e acreditar que usar apenas esse recurso isoladamente transformará o carro de uso urbano em um carro de F1 completo.

Fazendo as devidas conversões na analogia, é isso o que a maioria das pessoas imagina sobre o GH: que o hormônio, sozinho, tem o potencial de fazer toda a diferença, quando a verdade é justamente o contrário.

Usá-lo sozinho e sem a devida estratégia, pode ser o pior caminho.

Referências

O Hipertrofia.org mantém critérios rigorosos de referências bibliográficas e dependemos de estudos revisados por pares e pesquisas acadêmicas conduzidas por associações e instituições médicas. Para obter mais informações detalhadas, você pode explorar mais lendo nosso processo editorial.


Ainda está com dúvidas sobre alguma questão? Visite nosso fórum de discussões e compartilhe suas dúvidas com mais de 270 mil pessoas cadastradas.