Cientistas fizeram algumas contas e chegaram à conclusão que ficar sentado demais faz mal –a chance de alguém que não se mexe muito morrer é até 27% maior se ele ficar sentado oito horas por dia ou mais.

 

A boa notícia é que, com uma hora diária de atividade física moderada, é possível reverter esse prognóstico ruim. Quem se mexe bastante mas fica sentado durante as mesmas oito horas tem um risco 4% maior de morrer – considerando a "margem de erro" da estatística, é como se não houvesse prejuízo.

 

Esses resultados não querem dizer que ficar sentado faz mal per se, mas que a inatividade física associada a ela traz, sim, prejuízos importantes, especialmente para a saúde do sistema cardiovascular, cujas complicações são a principal causa de morte em países desenvolvidos.

 

Algo semelhante, porém ainda mais assustador, é o que acontece quando se vê muita televisão. O risco de morte chega a aumentar 44% em quem assiste TV mais de 5 horas por dia.

"O problema de assistir TV é que o comportamento está ligado a outros, como ficar sentado, não se mexer e ter uma dieta inadequada", explica o educador físico e professor da Universidade Federal de Pelotas Pedro Hallal.

 

Mesmo em pessoas que praticam uma hora por dia de atividade física moderada, o prejuízo da TV ainda continua presente, embora com menos impacto –15% de aumento da mortalidade.

 

O estudo que formalizou esses escores foi feito com base em 16 pesquisas anteriores, que, no total, possuem mais de 1 milhão de participantes. A pesquisa foi publicada pela revista científica "The Lancet" em uma série de artigos relacionados à atividade física.

 

Segundo Hallal, coordenador desse projeto da revista britânica, a publicação próxima à Olimpíada consegue atrair atenção para a pandemia de inatividade física pela qual passa o mundo.

 

PIOR QUE TABACO

 

Em um dos artigos da série de 2012, calculou-se que mais de 5 milhões de pessoas morrem, anualmente, por falta de exercício físico. "Isso é comparável às mortes devido ao tabaco anualmente e é muito mais do que as mortes por Aids [1,2 milhão em 2014], por exemplo", diz o professor.

Outro achado aferiu a fração de adultos e adolescentes que são inativos fisicamente: 23% e 80%, respectivamente.

 

O alarmante índice de inatividade entre os adolescentes é devido a diferença do critério para os dois grupos. Enquanto os adultos ativos praticam 150 minutos de atividades moderadas por semana (o que equivale a 30 min por dia, de segunda a sexta), o sarrafo para adolescentes é mais acima –300 minutos por semana, ou 1h por dia útil. "Hoje em dia há muita tela e pouco movimento, comenta Hallal.

 

As consequências na saúde também são mensuráveis. Um em cada dez casos de câncer de colo e de mama poderia ser evitado se todos praticassem exercícios. O mesmo raciocínio vale para doenças coronarianas, diabetes e até demência.

 

A pergunta de um milhão de dólares é: como convencer as pessoas a desligar a TV, sair de casa e praticar exercícios?

 

Ninguém ainda achou a resposta, mas Hallal diz que a oferta de atividades e a comunicação devem ser melhoradas. "Não dá para vender a atividade física como remédio, tem que ser algo prazeroso e acessível. As pessoas não têm que pensar que precisam fazer uma hora de musculação ou algo que considerem chato. Se elas forem de bicicleta para o trabalho, já é o suficiente."

 

Em um dos artigos da série de 2016, foi quantificado o prejuízo financeiro trazido pela falta de exercícios: US$ 53,8 bilhões (R$ 172 milhões). Desse total, 58% foi arcado pelo setor público.

 

O investimento do Brasil para realizar uma Olimpíada está calculado em US$ 11,6 bilhões. Infelizmente, no que diz respeito à prática de atividade física, não há evidências científicas claras de que haja um legado olímpico positivo ou negativo.

 

"É uma oportunidade perdida", avalia Hallal. "Todo o mundo está vendo corpos em movimento, a área da educação física está em evidência. Não dá para aceitar que tem gente morrendo porque não faz nem um pouquinho de exercício." 

Editado 5/08/2016 às 15:47 08/5, 2016 por Torf (veja o histórico de edições)

Muito bom! excelente matéria. Atende a todos, por isso peço permissão pra copiar o texto e colocar impresso no mural aqui da empresa onde trabalho, faço parte da CIPA,  e essa matéria seria muito bem vinda. 

A indústria da TV e Internet "ganha" quanto aos espectadores sedentários pois quanto mais sedentário for, mais consome dos seus produtos. É só observar o facebook e os inúmeros jovens e adultos (até mesmo crianças) que basicamente passam mais horas do dia vendo do que dormindo. Além do sedentarismo , essa tecnologia de mídia trás danos aos olhos pois não é algo natural olhar para uma tela várias horas seguidas. As olimpíadas ao meu ver não trazem incentivo ao movimento mas pelo contrário , faz com que as pessoas fiquem assistindo o movimento dos atletas pela TV ou Internet sem ganhar nenhum benefício físico. Mas agora vem o outro lado da moeda, quando essa parte trás o incentivo do movimento como por exemplo em Video-games que possuem jogos interativos com o corpo do jogador através de gestos etc. A música , os clipes de TV que podem trazer a dança, as aulas de ginástica famosas nos anos 2000 pela TV que permitia o espectador repetir os movimentos em casa. Tem várias formas inteligentes de trazer o movimento a vida através da TV e Internet.

Depois que li matéria "sentar é o novo fumar" que foi novamente e recentemente pelo fba, eu levanto a cada 1h30 e por uns 5 a 10 min faço 15-20 agachamento bodyweight, 1min cócoras, 1min prancha e algumas séries de alongamento de contagem de 30 a 40. Sem falar do treino de costume. Pretendo adotar o hábito de todo dia fazer 20 barras, 20 flexão hindu e 10 terras com peso leve de manhã ao acodar.

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47 minutos atrás, Bigatti disse:

Muito bom! excelente matéria. Atende a todos, por isso peço permissão pra copiar o texto e colocar impresso no mural aqui da empresa onde trabalho, faço parte da CIPA,  e essa matéria seria muito bem vinda. 

Agradecimentos à Folha de Säo Paulo.

https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2016/08/1799131-uma-hora-diaria-de-exercicio-anula-danos-de-ficar-oito-horas-sentado.shtml

41 minutos atrás, Wesley Pinto disse:

Depois que li matéria "sentar é o novo fumar" que foi novamente e recentemente pelo fba, eu levanto a cada 1h30 e por uns 5 a 10 min faço 15-20 agachamento bodyweight, 1min cócoras, 1min prancha e algumas séries de alongamento de contagem de 30 a 40. Sem falar do treino de costume. Pretendo adotar o hábito de todo dia fazer 20 barras, 20 flexão hindu e 10 terras com peso leve de manhã ao acodar.

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Há quanto tempo que você está fazendo esse procedimento? Notou melhoras ou mudancas?

Sim, sem dores no coccix, melhora na mobilidade para agachamento na coluna quadril e tornozelo. Mas creio que o principal benefício é a longo prazo na saúde.

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Eu trabalhava sentado, tinha dia q ficava 6h por dia sentado em posição desconfortável. Realmente, depois q passei a fazer atividades físicas as dores diminuíram muito, mas ainda existiam, principalmente nas costas, ficava 5h na escola e 6h no trabalho sentado, não tem quem aguente.

Excelente matéria!

 

Eu tenho hérnia de disco na lombar, e uma coisa que me ajuda muito é ficar em atividade todo dia. Além do treino com peso 3x na semana eu faço uma caminhada de 30 min do metrô até minha casa e chegando em casa faço alguns alongamentos dinâmicos, cócoras, alongamentos estáticos e às vezes prancha, totalizando 1h de "treino" leve em dias off. É só eu ficar um dia em off completo que eu sinto dores, coisa leve, mas incômoda. Procuro me manter ativo no maior período o possível porque trabalho sentado, então pra mim é imprescindível essas atividades.