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Nutrição e Degeneração Física: O Estudo Crucial do Dr. Price

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Postado
  • Este é um post popular.
Uma longa experiência cirúrgica tem me demonstrado de forma conclusiva que há algo radical e fundamentalmente equivocado no estilo de vida civilizado, e acredito que, a menos que os hábitos dietéticos e sanitários da raça branca sejam reorganizados, a decadência social e a deterioração da raça são inevitáveis.
(Sir William Arbuthnot Lane, 1856-1943, cirurgião escocês e um dos profissionais de saúde mais ilustres em seu tempo).
 
É bem sabido que os dentes são um bom indicativo de saúde em um indivíduo: durante os tempos de escravidão, a primeira coisa que se fazia antes de adquirir um escravo era verificar o estado de seus dentes, para ver se tratava dum indivíduo bem formado e alimentado corretamente desde a infância. Tradicionalmente, as unidades militares também concediam muita importância para a saúde dental, e atualmente, continuam a dar prioridade aos indivíduos com dentes saudáveis para serem astronautas, pilotos ou mergulhadores. Atualmente, a frequência de caries e defeitos dentais entre os países mais modernizados ronda em torno de 85-99%, se tratando talvez das infecções mais comuns. Além disso, existem outros problemas comuns, tais como a falta de espaço para os dentes do siso, devido ao subdesenvolvimento da mandíbula, que por sua vez, evidência uma falta de desenvolvimento do esqueleto. Isso unido a corpos dilapidados e saúde deplorável da imensa maioria da população “civilizada” atual, isso é mais que uma prova evidente de que mesmo na década de trinta, algo cheirava podre no estilo de vida moderno.
 
Um dos especialistas que percebeu nitidamente isso foi o Dr. Price (1870-1948), um dentista e nutricionista americano, que estava chocado com as taxas de deformação dental e mandibular que estavam alcançando em seu país, ao ponto de que era praticamente impossível encontrar alguém com dentes normais e bem ajustados.
 
weston-price-small1.jpg
O Dr. Weston A. Price (1870-1948), chamado de “o Darwin da nutrição”, descende de uma linhagem de qualidade. Era o nono de doze filhos, dentre os quais contava com um inventor, um médico, dois dentistas, um ministro metodista e um agricultor de sucesso. Seu sobrinho foi um famoso escritor e explorador do National Geographic. A família Price poderia traçar a sua origem de uma linhagem de nobres célticos centrados na população de Brecon, País de Gales (Grã-Bretanha), pelo menos, por volta do ano de 203 AEC.
 
Price, muito familiarizado com os benefícios da vida do campo, estava convencido de que esses defeitos dentais não eram genéticos, mas que se deviam a uma série de hábitos antinaturais, especialmente alimentares, danosos para a saúde. Ele considerava que os dentes eram a primeira linha de frente para os “alertas de saúde” do corpo, que a péssima saúde dental das nações ocidentais era somente o começo, e que evidenciava um grave problema nutricional e sanitário que ameaçava derrubar a raça branca. Sua busca dos dentes perfeitos o levou a realizar um estudo de dez anos, durante os quais ele viajou com sua esposa Florence para áreas isoladas de todo nosso planeta, com o objetivo de estudar milhares de pessoas de comunidade “primitivas” que não haviam sido tocadas pela civilização industrial – e talvez, tampouco pela agricultura.
 
Os grupos estudados por Prince incluíam povos remotos dos vales suíços, comunidades de herança céltica das ilhas Hébridas Exteriores, pescadores irlandeses de língua gaélica, indígenas de ambas Américas, esquimós, insulares melanésios e polinésios, diversas tribos africanas, aborígenes australianos, maoris neozelandeses, etc. Dentre esses povos, de composições raciais, dietas e origens extremamente diversas, o Dr. Prince encontrou uma proliferação de arcos dentários totalmente perfeitos e em sintonia com o plano da Natureza. Isso veio a confirmar suas suspeitas, de que, na maior parte dos casos, a decadência dentária se devia a deficiências nutricionais (tanto dos pais quanto do indivíduo durante sua fase de crescimento) não de defeitos geneticamente hereditários.
 
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Nativos da Ilha de Harris, nas Ilhas Hébridas Exteriores, a noroeste da Escócia. Eles são irmãos, no entanto, o da esquerda usa a comida moderna e da direita segue com a dieta tradicional de seus antepassados. O primeiro tem dentes defeituosos e um rosto estreito devido a um desenvolvimento esquelético mal efetuado (que por sua vez, é resultado de uma deficiência ou má assimilação de minerais). O segundo tem um rosto largo, dentes perfeitos e melhor constituição física.
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O quadro era semelhante em todas as etnias “primitivas” que o Dr. Price visitou: rostos largos, narinas desenvolvidas, arcadas dentárias afiadas e encaixadas com perfeição milimétrica, taxas de cáries eram ínfimas. Em suma: boa saúde. Esses indivíduos são de origens e composições raciais diversificadas, mas todos têm algo em comum: eles aderem a dieta tradicional de seus respectivos antepassados e são considerados como “aldeões”, “atrasados”, “desculturados”, “pacatos”, “pouco desenvolvidos” e inclusive “terceiromundistas”, por parte do mundo moderno. No entanto, nenhum destes indivíduos necessita de creme dental, escovas de dente, antissépticos bucais, ortodontia, dentistas ou cirurgiões plásticos para ter dentes totalmente perfeitos.
 
Características da dieta tradicional
 
Price logo percebeu que a perfeição dos arcos dentários era somente a ponta do iceberg, e que a saúde dos indivíduos examinados ia além de seus dentes. Essas são algumas das ideias que ele descobriu sobre as dietas tradicionais em seu estudo, Nutrition and Physical Degeneration ("Nutrição e Degeneração Física"): 
 
• As análises revelaram que as dietas tradicionais continham altas quantidades de proteína e aminoácidos. Todas as dietas tinham ao menos uma fonte de proteína cru e inalterada procedente de carnes, frutos do mar, peixes, nozes, ovos de peixe (“caviar”) ou sementes germinadas de alta qualidade. Hoje sabemos que a revolução carnívora foi o que fez-nos evoluir, desenvolvendo nosso cérebro e nos tornando humanos.
 
• As dietas tradicionais continham, pelo menos, quatro vezes mais quantidade de vitaminas hidrossolúveis (que se dissolvem na água, como a B e C), de cálcio e de outros minerais, do que a dieta moderna.
 
• Também continham, pelo menos, dez vezes mais (!) a quantidade de vitaminas lipossolúveis (que se dissolvem na gordura, como A e D) do que as dietas industriais modernas. Essas vitaminas também são absorvidas muito melhor graças à abundância de gorduras animais presente na dieta. As vitaminas lipossolúveis atuam como catalizadoras para a absorção de minerais, a produção de testosterona, melhor utilização de proteínas e construção de tecidos, mas seu efeito mais notável é o aumento na qualidade óssea e muscular.
 
• Alta ingestão (e o consumo se eleva quanto mais baixa estiver à temperatura ambiente) de gorduras saturadas de origem animal. De acordo com a área, essas gorduras provinham de manteiga, peixes, mariscos, órgãos de animais ou óleo de foca, baleia ou de fígado de bacalhau. De acordo com a etnia e latitude (por regra geral, mais gordura quanto mais ao Norte e mais frio é o local), a gordura constituía de 30 a 80% das calorias da dieta, do qual somente 4% vinha de azeite poliinsaturados de origem vegetal. O balanço de calorias obtidas de gordura era primariamente entre ácidos graxos saturados e monoinsaturados. A gordura animal tinha diversos fatores lipossolúveis, incluindo as vitaminas citadas e um elemento chamado “Ativador X”, (mencionado por Price), que agora é chamado de vitamina K2.

•  As dietas "primitivas" continham quantidades similares e equilibradas ácidos graxos essências como ômega-6 e ômega-3. Isto contrasta com as dietas modernas que tem muito mais ômega-6, do que ômega-3. (Atualmente, para obter ômega-3, além das vitaminas lipossolúveis, é recomendado tomar azeite de fígado de bacalhau).
 
•  Tinham alto conteúdo de enzimas e bactérias benéficas procedentes de vegetais, lacto-fermentados, frutas, bebidas, derivados lácteos, carnes e condimentos.

•  Os produtos de origem animal, especialmente da caça e da pesca de frutos do mar (conquilicultura) gozavam de grande prestígio. As carnes de órgãos (principalmente o fígado, coração, cérebro, testículos, medula e rins) tinham o maior prestígio, seguido da gordura e carnes musculares.
 
• Os métodos de armazenamento e conservação de alimentos apenas alteram o perfil nutritivo da comida. Enterro, dissecação, desidratação, congelamento (somente em climas frios), etc.
 
• A maior parte dos alimentos se comiam crus, pouco cozinhados ou cozinhados de maneira extremamente lenta e prolongada, “a fogo baixo”, de modo que se conservasse todos os nutrientes intactos. Um dos métodos observados para cozinhar carne “a fogo lento” era fazer um fosso no chão, colocar pedras ardentes, cobrir de grama, colocar a carne em cima, mais grama por cima, cobrir tudo de terra e deixar entre metade de um dia e um dia inteiro.
 
• Nenhum alimento estava refinado, desnaturalizado, adulterado ou despojado de fibras. Isso contrasta com abominações modernas como o açúcar refinado, o xarope de milho com alto nível de frutose,  a farinha branca, comidas enlatadas, leite pasteurizado, homogeneizado ou desnatado, gorduras trans ou aditivos químicos.
 
• Os grupos étnicos que praticavam a agricultura o faziam em solos com riqueza mineral natural, e não utilizavam pesticidas, tampouco fertilizantes químicos. Mesmo assim, eles também tinham muito cuidado para não esgotar a riqueza natural do solo, deixando-o repousar e não o superexplorando mediante uma agricultura demasiadamente intensiva.

• Havia acesso a fontes de água mineral natural de alto valor para o organismo humano. Não existia contaminação e não era necessário tratar a água com aditivos tóxicos como o cloro ou flúor. Ao contrário da sociedade industrial, não se canalizava a água por tubos metálicos que carregam consigo metais tóxicos para a saúde humana.

• As sementes, as nozes, os grãos de cereais, as leguminosas e outros alimentos problemáticos eram posto de molho, germinados, fermentados ou levados para neutralizar certos antinutrientes naturais (como inibidores de enzimas, tanino e ácido fítico). Somente depois desta preparação que estavam aptos para o consumo humano.

• Todas as etnias examinadas levavam a cabo atividades físicas intensas no cotidiano. Essas atividades podiam vir de desportos, trabalho de campo, construção de casas, jogos, danças folclóricas, concursos e competições, caça, viagens nômades ou colheita.
 
• Todos os indivíduos passavam a maior parte do dia fora de casa, em contato com ar puro e luz do Sol, e isso influência positivamente em seus níveis de vitamina D3, que por sua vez afetam diretamente no fortalecimento esquelético, dentre outros fatores. Além disso, eles estavam pouco protegidos contra as intempéries de todo tipo.

• Geralmente os doces, inclusive os naturais, eram comidos com pouca frequência, e quando o comiam era somente em ocasiões de rituais ou festividades especiais.
 
• Todos os grupos seguiam etapas periódicas de jejum total, durante o qual não ingeriam nada que não fosse água. Estes jejuns tinham um papel ritual relacionado com a purificação e ajudavam a purificar as correntes sanguíneas, limpar toxinas e renovar os tecidos do organismo.

• Importância da dieta pré-conceitual e pré-natal. Todos os grupos étnicos davam grande atenção a alimentação dos casais jovens durante a “lua de mel”. Tanto para o esposo, como para a esposa, durante a etapa de concepção, eram reservados uma maior proporção de produtos de origem animal ricos em nutrientes (ovos, peixes, frutos do mar, carne animal, etc.), para aumentar a vitalidade, a libido, a qualidade do sêmen do homem e as reservas biológicas da mulher visando a gravidez (atualmente sabemos que as reservas de vitamina A no corpo da mulher se esgotam durante a gravidez e é necessário supri-las). Esses alimentos também eram considerados importantes para a mulher durante o período de gestação e amamentação, e posteriormente, para a criança durante os anos de crescimento. Consideravam que esse processo resultava em crianças fortes, saudáveis e inteligentes.
 
• Se fazia uso de ossos de animais, geralmente na forma de caldos de osso, ricos em gelatina que ajudavam o corpo a se desintoxicar e carregam consigo grande quantidade de minerais de alta biodisponibilidade.
 
• Todas as mães amamentavam elas mesmas seus filhos. O faziam durante um tempo mais prolongado que nas sociedades civilizadas e não tinham problemas com a produção de leite materno.
 
LIÇÕES DO ESTUDO DO DR. PRICE
 
Os resultados destas condições de vida tão ideais foram imediatos. No estudo, o Dr. Price chegou a algumas conclusões acerca da qualidade biológica destes povos “atrasados”, afim de melhorar a alimentação e constituição física dos povos “avançados”.
 
1. Constituição esquelética ideal. Devido ao maior aporte e melhor absorção de vitaminas (especialmente lipossolúveis) e minerais, assim como a elevada ingestão de gorduras, a densidade óssea se manifestava dos indivíduos era muito maior que de seus compatriotas "civilizados". Essa densidade óssea se manifestava em um esqueleto melhor mineralizado e mais sólido, e num rosto mais largo. O rosto mais largo se manifestava, por sua vez, em uma mandíbula mais larga, com o qual os dentes não se atropelam e crescem de ordenados e retos, com bastante espaço para os dentes do siso. Além de formar arcadas dentárias perfeitas, os dentes são fortes e carecem de cáries e outros defeitos, devido à excelente mineralização. As fraturas ósseas também são pouco frequentes.
 
Período histórico
Média do índice pélvico
Média da estatura (homens)
Média da estatura (mulheres)
30.000-9000 AEC (Paleolítico Superior)
97,7
1,77
1,66
9000-7000 AEC (Mesolítico)
86,3
1,72
1,59
7000-5000 AEC (Início do Neolítico)
76,6
1,69
1,54
5000-3000 AEC (Final do Neolítico)
75,6
1,61
1,54
3000-2000 AEC (Início da Idade do Bronze)
85
1,66
1,52
2000-1450 AEC (Povo médio)
78,8
1,66
1,53
1450-1150 AEC (Reis do bronze)
82,6
1,72
1,60
1150-650 AEC (Início da Idade do Ferro)
80,6
1,66
1,54
650-300 AEC (Período Clássico)
83,5
1,70
1,56
300 AEC-120 EC (Período Helenístico)
86,6
1,71
1,56
120-600 (Período Romano Imperial)
84,6
1,69
1,58
Grécia Medieval
85,9
1,69
1,57
Constantinopla Bizantina
87,9
1,69
1,54
1400-1800
84
1,72
1,58
1800-1920
82,9
1,70
1,57
Norte-americano branco moderno
92,1
1,74
1,63
 

A tabela foi retirada do livro "Paleopathology at the Origins of Agriculture" de Mark N. Cohen, e se referem à região do Mediterrâneo Oriental, incluindo Grécia e Turquia. É preciso deixar que claro que embora essa tabela deixe a impressão duma evolução ininterrupta, não reflete as invasões, mudanças de composição racial, diversidade étnica ou diferenças de classe social. Por exemplo, a nobreza sempre esteve melhor constituída do que os camponeses, devido a seu maior consumo de produtos animais. Os esqueletos das tumbas de micênicas na Grécia (1500 AEC) mostram que a aristocracia tinha uma melhor alimentação do que a plebe, e que tinham estaturas de 5 a 7 cm mais altas e dentes muito melhor formados e com menor índice de defeitos. Além disso, a aristocracia era de composição racial diferente de pessoas comuns. No entanto, as medidas são bastante indicativas e é interessante comprovar como a qualidade de vida, refletida na constituição esquelética, sofreu um colapso absoluto quando a agricultura foi adotada , tocando no fundo do poço durante o final do Neolítico e renascendo  ligeiramente com o advento dos povos indo-europeus.
 
2. Índices pélvicos ideais, alta fertilidade. Em geral, as mulheres engravidavam facilmente e davam a luz numa idade jovem e com pouco sofrimento. Isto é consistente com o registro fóssil dos caçadores-coletores paleolíticos, que mostra índices pélvicos (proporções do canal pélvico, através do qual se dá à luz) ideais para o parto. Os problemas reprodutivos (esterilidade, infertilidade, libido baixa, impotência) tanto de homens como por mulheres, eram praticamente desconhecidos. Uma esquimó do Alasca que foi examinada pelo Dr. Price havia tido 26 filhos (!). Muitos de seus partos ocorreram durante a noite e somente ela bastava pra dar à luz sem ajuda. Ela sequer acordava seu marido, paria em silêncio e o presenteava com uma nova criança na manhã seguinte. Todos os seus 26 filhos tinham dentes perfeitos.
 
Fig_9.jpg
Essa mulher esquimó tem uma sólida constituição fácil e bons dentes, apesar de que devido a um golpe, ela perdeu um dente e entortou outro. Ela teve 26 filhos, todos com dentes perfeitos. Os esquimós comiam quantidades recordes de gordura animal provindo de mamíferos aquáticos como foca, morsa e narval.
 
3. Harmonia corporal. Em todas as comunidades estudadas, praticamente não havia homens ou mulheres que tivessem a cintura mais larga que os quadris, apesar das imensas quantidades de gorduras saturadas de animais (incluindo colesterol) em suas dietas. Isso contrasta enormemente com a sociedade atual, que consome cada vez menos gordura saturada, mas que cada vez mais padece de casos de obesidade, devido ao consumo indiscriminado de amidos concentrados, açúcar refinado, farinha branca, adoçantes artificiais e outras substâncias indesejáveis desprovidas de enzimas e disparadoras de insulina.
 
4. Ausência de doenças degenerativas. Praticamente não havia casos de diabetes, câncer, Alzheimer, obesidade, gota, reumatismo, hipertensão, artrite, diversas formas de esclerose, osteoporose, raquitismo, encurvamento da coluna, etc., e gozavam de maior imunidade a doenças infecciosas (como a tuberculose). Não se encontrava entre eles doenças cardíacas, infartos, alergias, asma, dores de cabeça, fadiga muscular, narcolepsia e muitas outras pragas que a sociedade moderna pressupõe como se fossem normais ou formasse parte da condição humana. Também era desconhecido males psicológicos ridículos do mundo moderno, como neurose, histeria, esquizofrenia, anorexia, ansiedade, bulimia, transtornos bipolares ou depressão, pelo contrário, eles tinham uma atitude ótima, segura e confiante perante a vida. As principais causas de morte eram acidentes e infecções. Isso apenas contrasta com a catastrófica taxa de doenças psicofísicas das sociedades “avançadas”, sociedades que somente perduram graças a toda uma indústria farmacêutica voltada a prolongar artificialmente a quantidade de vida humana a custo de reduzir sua qualidade.
 
5. Continuidade da tradição ancestral. Com o fim de proteger e perpetuar sua herança genética, essas sociedades estavam em condições de instruir a suas novas gerações na sabedoria de seus antepassados, e nos costumes tradicionais. Novamente, isso contrasta com as sociedades “avançadas” que tem desarraigado o indivíduo de seu marco ancestral, retirando-lhe de toda tradição e em seguida inflando toda uma bagagem de comportamentos artificias e pré-fabricados que danificam o código genético.
 
6. O modus vivendi do mundo moderno é danoso para a espécie. Sob um ponto de vista estritamente sanitário, evolutivo e da qualidade humana, aderindo exclusivamente à harmonia da saúde física e psicológica, tal e como faria um médico examinando seu paciente, o contato com a civilização foi desastroso para todos os grupos estudados. Price observou que quando um casal “primitivo” passava a aderir o estilo de vida civilizado, eles concebiam filhos com uma configurações esquelética, facial e dental inferior: rostos estreitos e, portanto, dentes emaranhados e\ou mal colocados devido a mandíbula demasiada pequena, problemas com os dentes do siso, narinas pouco desenvolvidas (incluindo casos de complicações respiratórias que bloqueiam as vias nasais e obrigam a respirar exclusivamente pela boca), defeitos de nascimento, comportamentos erráticos presagiadoras de doenças mentais e uma suscetibilidade aumentada das doenças infecciosas e crônicas. Significativamente, quando estes casais retornaram a seus costumes ancestrais, os defeitos das crianças deixaram de se agravar, e os filhos nascidos posteriormente gozavam de uma constituição física e mental perfeita. Este foi um fator que desmentiu a possibilidade de que a perfeição dentária fosse um fator exclusivamente genético ou resultante da seleção natural.
 
fcc.jpg
Hoje os homens modernos têm orgulho de seu estilo de vida, como se tivesse um grande mérito apertar um botão repetidamente e fazer ligações, ou como se cada um deles tivessem inventado a máquina do qual estão utilizando. O que não passa na cabeça do "senhorito satisfeito" do qual falou Ortega y Gasset, é que o modus vivendi atual quase parece desenhado intencionalmente para minar a qualidade biológica do ser humano e adoecê-lo — para não mencionar o desgaste produzido sobre nosso planeta. Essa situação não é sustentável e não só entrará em crise e colapsará, como é desejável que assim seja. 
 
7. A escória genética moderna é resultado do advento da civilização. Os estratos sociais inferiores, os delinquentes, os defeituosos e grande parte da população penitenciária do mundo civilizado, têm traços faciais que evidenciam deficiências nutricionais dos pais, especialmente da mãe durante a gravidez e durante o período de amamentação, além de uma má alimentação durante a infância e adolescência. Este tipo de característica vem aumentando, porque, sob condições civilizadas, a escória biológica é mais promiscua e tem uma maior taxa de natalidade que a elite. Para além disso, atualmente, a “solidariedade” mal entendida da civilização tende a proteger os legados genéticos defeituosos, enquanto desperdiça a genética valiosa. Nas sociedades tradicionais, com os rigores da seleção natural, a escória genética se mantém ínfima.
 
8. Sensatez ou extinção. Se o homem moderno pretende sobreviver a longo prazo, deve operar uma reeducação alimentar, emular os rigores do mundo natural e adotar a sabedoria nutricional do homem “primitivo”. Do contrário, enfrentará taxas de esterilidade em aumento constante e a extinção por inépcia evolutiva. O homem moderno enfrenta a possibilidade de que o instinto humano volte a superfície e passe do subconsciente ao consciente, saltando todos os obstáculos, cortando todos os laços, se manifestando de maneira mais primitiva e reivindicando os direitos que os pertencem legitimamente.
 
indians2.jpg
O preço por trair os antepassados e dar as costas para a Natureza. Todos esses indivíduos pertencem a grupos étnicos tradicionais que adotaram recentemente a dieta trazida pela sociedade industrializada. Alguns (como os dois africanos abaixo na esquerda) trabalham em plantação dirigidas por ocidentais, outros (como o de cima à direita, bem penteado mas com uma dentadura lamentável) são pessoas "privilegiadas" que tiveram acesso a uma educação "civilizada"... mas, infelizmente também tiveram acesso a comida "civilizada". Os resultados são sempre os mesmos: degradação dental em diversos graus (segundo fosse maior ou menor a proporção de produtos processados em sua dieta), estaturas mais baixas, rostos e mandíbulas mais estreitos, narinas menos desenvolvidas (incluindo chegando a obstrução permanente das vias nasais, chegando ao ponto de ter que respirar pela boca) e um aspecto mais fraco e doente que seus compatriotas "selvagens". Quando pensamos que o homem ocidental tem por muitos séculos vivendo sob esse tipo de alimentação, compreendemos a imensidão do dano perpetrado.
Que todos esses princípios funcionavam em sua aplicação prática seria demonstrado posteriormente por George E. Meinig (1914-2008), diretor de cirurgia oral, nutricionista e membro da Price-Pottenger Foundation. Seus princípios nutricionais e o excelente efeito dental que resultava de sua aplicação alcançaram tal fama em certos meios elitistas que foi contratado pelo estúdio 20th Century Fox para ser o "dentista das estrelas" e aconselha-los em matéria de nutrição. Em contrapartida, esses princípios nunca foram predicados nos meios destinados ao público comum.

"Um búfalo é muito mais forte e temível do que um leão. A diferença é que o leão quer comer um bife de búfalo e o búfalo não quer comer um bife de leão. Resultado: o leão acaba vencendo."  Olavo de Carvalho

Postado

Porra cara, maneiro demais!!

 

Estou estudando nutrição, artigo bem relevante e mostra mais um pouco da importância de uma boa alimentação...

 

Obrigado por compartilhar aqui!

 

Postado

Muito interessante.

É possível desentortar os dentes naturalmente mudando hábitos de dieta? 

Alguém conhece algum caso específico?

Preocupe-se mais com a sua consciência do que com a sua reputação.

Porque sua consciência é o que você é,

e a sua reputação é o que os outros pensam de você.

E o que os outros pensam,

é problema deles

Postado

Muito bom o artigo, excelente !!

 

21 minutos atrás, Daniel Sevla disse:

Muito interessante.

É possível desentortar os dentes naturalmente mudando hábitos de dieta? 

Alguém conhece algum caso específico?

 

Acho que não mano. Se realmente a genética não for dominante na arcada dentária, penso que pra desenvolver dentes ótimos deve-se ter um alimentação boa desde a infância, conforme os dentes vão crescendo. Se já está torto, pra endireitar é só com ortodentista mesmo.

Postado

"Vilhjalmur Stefansson foi um explorador do Ártico no início do século XX. Mas Stefansson foi muito mais do que isso. Foi um verdadeiro cientista, na acepção de alguém que busca, acima de tudo, a verdade. Nascido em 1879, morreu em 1962 aos 84 anos (em uma época na qual a expectativa de vida para homens brancos nos EUA era de 67 anos).

Stefansson viveu ente os esquimós pela primeira vez em 1906, e conviveu com os mesmos por muitos anos. Descobriu que este povo vivia com zero carboidratos na dieta, e disso não decorria nenhum problema, pelo contrário, tinham saúde superior à média dos europeus. Naquela época, como hoje, os médicos e nutricionistas simplesmente não acreditaram em seu relatos. Era mais fácil aceitar que Stefansson estivesse mentindo, do que aceitar que as teorias vigentes sobre dieta balanceadas estivessem equivocadas.

Stefansson, contudo, realizou o impensável: internou-se em um hospital de Nova Iorque, sendo observado, 24 horas por dia, por cientistas de várias universidades renomadas, para provar que podia viver comendo apenas carnes e água por UM ANO!

Suas aventuras foram por ele relatadas em 3 longos artigos nos números de novembro e dezembro de 1935 e janeiro de 1936 da revista americana Harper's Monthly. Achei realmente fascinante ler sobre como muitos dos preconceitos sobre dieta já eram os mesmos há 100 anos, e como algumas de nossa perguntas já foram respondidas (respostas essa que foram relegadas ao total esquecimento) também há quase um século. E como voltamos a repetir os mesmo erros..."

 

Abaixo está o trecho onde é descrito a saúde dental dos inuítes, islandeses antigos e outros povos primitivos.

 

Spoiler


O metrô de Nova Iorque, tempos atrás, cooperou com a secretaria da saúde deixando bem visível um cartaz com os seguintes dizeres:
 

PARA DENTES SAUDÁVEIS
DIETA BALANCEADA com
SALADAS : FRUTAS : LEITE
ESCOVE OS DENTES
VISITE SEU DENTISTA REGULARMENTE
Shirley W. Wynne, M.D.
Secretária da Saúde


Durante o mesmo período as páginas das revistas e as ondas do rádios estavam repletas de propagandas alegando que uma pasta, um pó ou um antisséptico bucal poderiam alterar a química da boca de forma a prevenir as cáries, que um dente limpo nunca cria cáries, que um tipo especial de escova de dentes atinge todos os recantos, que uma marca particular de frutas, leite ou pão é rica em elementos para a saúde dentária. Havia dias de treinamento de escovação de dentes na escolas. Mães do país todo estavam xingando, persuadindo e subornando as crianças para que usassem estes preparados, comessem as comidas, e seguissem as regras que assegurariam a higiene bucal perfeita.

Ao mesmo tempo tempo surgiu uma declaração do Dr. Adelbert Fernald, curador do museu de história odontológica da Universidade de Harvard, de que ele vinha coletando moldes de dentição de americanos vivos, desde os esquimós mais próximos ao polo até a fronteira com o México. Os melhores dentes e as bocas mais saudáveis eram encontradas em pessoas que jamais beberam uma gota de leite desde que deixaram de ser amamentados e que jamais comeram nenhuma das coisas recomendadas no cartaz da secretaria de saúde de Nova Iorque. Estas pessoas, os esquimós, jamais usaram creme dental, pós para os dentes, antissépticos bucais, etc. Eles nunca fazem nenhum esforço para limpar os dentes ou a boca. Eles não visitam seu dentista duas vezes por ano, aliás não visitam nunca. E sua comida é exclusivamente carne. Carne, note-se, não é sequer mencionada no cartaz emitido pela Dra. Wayne.

Dentes muito superiores aos dos presidentes de nossas maiores companhias de creme dental são encontrados no mundo, atualmente, e têm existido há séculos, entre pessoas que violam cada preceito das propagandas atuais de dentifrícios. Nem todos vivem exclusivamente de carne; mas, baseado em extensa correspondência que tenho trocado com autoridades no assunto, a ausência completa de cáries em comunidades inteiras jamais existiu no passado e não existe atualmente, exceto entre pessoas cuja dieta é ou exclusivamente de carne ou na qual a carne é fortemente predominante.

Nossos experimentos em Bellevue lançaram uma luz sobre o assunto das cáries, mas a chave para a situação situa-se mais na ciência da antropologia. Eu agora lhes conto, na forma de amostra e de resumo, fatos de que tenho conhecimento pessoal em virtude de meu trabalho antropológico de campo.

Minha primeira missão antropológica veio do Museu Peabody da Universidade de Harvard; eu e John W. Hasting fomos mandados à Islândia em 1905. Nós achamos em um local um cemitério medieval que estava sendo destruído pelo mar. Crânios rolavam pela água na maré alta; na maré baixa, nós os recolhíamos e coletávamos dentes espalhados aqui e ali. À medida que o vento e as águas moviam a areia, achávamos mais e mais dentes até juntarmos um bom punhado. Mais tarde, obtivemos permissão para escavar o cemitério, e ao final trouxemos de volta para Harvard uma miscelânea de vários ossos que incluía 80 crânios e, como dito, muitos dentes soltos.

A coleção tem sido estudada por dentistas e antropólogos físicos sem que uma única cárie tenha sido descoberta em nenhum dos dentes.

Os crânios da coleção Hastings-Stefansson representam pessoas ascendência islandesa comum.  Não havia aborígenes naquela ilha quando os irlandeses as descobriram algum tempo antes do ano 700. Quando os noruegueses chegaram lá em 860, encontaram apenas os irlandeses. Estima-se hoje que a origem étnica dos islandeses seja 10 a 30% irlandesa, 40 a 50% norueguesa e o restante, talvez 10%, de origem escocesa, inglesa, sueca e dinamarquesa.

Nenhum dos povos cuja sangue veio a compor a etnia islandesa é racialmente imune às cáries, nem tampouco o são os islandeses modernos. Então por que os islandeses da idade média eram completamente imunes?

Uma análise de vários fatores tornou bem claro o fato de que sua comida os protegia das cáries na idade média. Os principais elementos eram peixe, ovelha, leite e derivados. Havia uma certa quantidade de carne de gado e pode ter havia um pouco de carne de cavalo, particularmente nos períodos iniciais do cemitério. Cereais eram pouco importantes e podem ter sido usados para fazer cerveja ou invés de mingaus. Pão era quase inexistente, assim como outros elementos do reino vegetal, nativos ou importados.

Minha mãe, que nasceu na costa norte da Islândia, lembrava de um período em meados do século 19 quando o pão era ainda tão raro quanto, digamos, o caviar é na Nova Iorque dos dias de hoje - ela experimentava pão apenas 3 ou 4 vezes por ano e em pequenos pedaços quando viajava com sua mãe. Quanto a ter pão em sua própria casa, era usado como um regalo para crianças que vinham visitá-los. A dieta era ainda substancialmente aquela da idade média, embora o uso de mingaus estivesse aumentando. Ela não lembra de jamais ter ouvido falar em dor de dente na sua infância, mas já lembra de ouvir relatos sobre esta dolorosa raridade em torno da época em que veio para a América em 1876. Mas logo após sua chegada aos EUA (estados de Wisconsin, Minnesota e Dakota) e Canadá (Nova Escócia e Manitoba), os colonos islandeses tornaram-se completamente familiarizados com a devastação das cáries. Eles desenvolveram dentes tão ruins como os dos americanos médios antes de 1900.

Assim, há pelo menos um caso de um povo do norte da Europa cuja imunidade às cáries (a julgar pela coleção de Hastings-Stefansson e relatos) chegava próxima a 100% por cerca de 1000 anos, até aproximadamente a época da Guerra Civil Americana. A dieta era fundamentalmente do reino animal. Agora que sua dieta tornou-se, tanto na América quanto na Islândia aproximadamente a mesma da média dos EUA e da Europa, os dentes dos islandeses presentam alta percentagem de cáries.

Eu entrei em contato com outro povo previamente sem dor de dentes quando me uni aos esquimós do rio Mackenzie em 1906. Alguns deles vinham consumindo comidas europeias em quantidades consideráveis desde 1889, e dores de dente e cáries estavam começando a aparecer, mas exclusivamente nas bocas daqueles que passaram a gostar das novas comidas trazidas pelos baleeiros ianques. Os esquimós de Mackenzie afirmavam que dor de dente e cáries eram desconhecidas na infância daqueles que se aproximavam da meia-idade, e havia muitos de todas as idades que permaneciam intocados por este problema: aqueles que seguiam integralmente a dieta esquimó tradicional. Aqui e em muitos outros lugares, isto significa 98 a 100% de origem animal. Há distritos, como partes de Labrador e o sudoeste e oeste do Alaska, onde mesmo antes da chegada dos europeus havia considerável uso de vegetais nativos; contudo, estes compreendiam não mais do que 5% das calorias anuais dos esquimós primitivos.

O Dr. Hirdlicka, curador de antropologia do Museu de História Natural em Washington, me escreve relatando que não conhece nenhum caso de cáries entre esquimós do presente ou do passado que permaneceram sem influência europeia. O Dr. S. G. Ritchie, da Universidade de Dalhousie, escreveu após estudar uma coleção de esqueletos coletados por Diamond Jenness em minha terceira expedição: “em todos os dentes examinados não há o menor traço de cáries”

Eu trouxe cerca de 100 crânios de esquimós, que morreram antes da chegada dos europeus, para o Museu de História Natural em Nova Iorque. Eles já foram examinados por muitos estudantes, mas nenhum sinal de cárie foi identificado até hoje.

O Dr. M. A. Pleasure examinou 283 crânios presumivelmente de esquimós pré-europeus no Museu Americano de História Natural. Ele achou uma pequena cárie em um dente; mas quando os registros foram checados, resulta que o colecionador, reverendo J. W. Chapman, do Concelho das Missões Episcopais, atualmente em Nova Iorque, havia enviado aquele crânio ao museu como sendo de um índio Athabasca, e não de um esquimó.

O escore, portanto, está zerado até o momento. Nenhum sinal de cárie jamais foi descoberto entre as pessoas daquele povo que mais completamente evita as comidas, os preceitos e as práticas recomendadas pela secretaria da saúde de Nova Iorque, pelos dentistas em geral, pelos técnicos que ensinam a escovar os dentes nas escolas e pelos publicitários dos fabricantes de dentifrícios.

 

 

IV

 

 


Quando falo em convenções de sociedades médicas, eu normalmente menciono este caso da higiene oral mais ou menos como descrito acima, mas em maior detalhe. Quando há contestação da plateia, esta normalmente vem na forma da alegação de que a saúde dentária dos povos primitivos decorre do fato de eles passarem mastigando comidas ásperas. A vantagem deste argumento para os dentistas, cujos melhores esforços falharam em salvar os seus dentes, é óbvia. Lhes dá uma desculpa. A partir desta doutrina ele pode construir o caso de que nem mesmo todo o seu cuidado, mesmo com o suporte de sua habilidade e ciência, pode salvar os dentes de uma geração que só consome comidas macias, que não exercitam os dentes e não friccionam as gengivas.

Mas é deploravelmente difícil enquadrar a antropologia nesta confortável desculpa dos dentistas. Dentre os melhores dentes encontrados no mundo das dietas mistas estão aqueles dos habitantes das ilhas do Mar do Sul, que ainda mantém suas dietas nativas. Condições similares ou melhores são descritas, por exemplo, nos habitantes do Hawaii pelos primeiros visitantes. Mas você pode imaginar um exemplo pior para os defensores da hipótese da mastigação de comidas ásperas? A comida animal que estas pessoas consomem é essencialmente peixe, e os peixes são macios para os dentes, cozidos ou crus. Entre os principais elementos vegetais estava o poi, uma espécie de sopa ou mingau. Há ainda as batatas doces.

Seria difícil achar um novaiorquino ou um parisiense que não mastigasse mais ou usasse comida mais áspera do que um nativo dos Mares do Sul que, em sua dieta tradicional, atingia 97% de ausência de cáries, um recorde que nenhuma quadra da sofisticada Park Avenue pode sequer aproximar-se.

Nem tampouco os esquimós mastigam muito, quando comparados conosco. Quando sua comida é crua, pode ser consumida como uma ostra crua - escorrega pela garganta da mesma forma. Quando uma carne perfeitamente fresca é cozida, duas coisas determinam sua dureza: a idade do animal e a forma de preparo. O principal animal de caça dos esquimós do interior é o caribu. Um caribu jovem é rápido, e um caribu velho é lento como uma vaca. Assim, os lobos é que pegam os caribus velhos e desajeitados que ficam para trás quando a manada foge, e os esquimós raramente consomem um animal com mais do que 3 ou 4 anos de idade. Um caribu jovem desses tem carne macia, não importa como seja preparado.

Quanto às focas, não posso falar sobre suas idades, mas posso testemunhar após ajudar a comer milhares delas que sua carne nunca é dura - pelo menos não quando se compara com os bifes que às vezes se come nas casas do ramo em Nova Iorque.

E há ainda os esquimós que vivem praticamente exclusivamente de peixe. Como já disse, você nem os mastiga quando são crus, e não há muito o que mastigar quando são preparados por fervura. A única circunstância em que os peixes ficam realmente duros é quando são secos. Alguns esquimós usam peixe seco; outros não.

Em diferentes distritos há diferenças na quantidade de mastigação de diferentes esquimós, mas jamais foi relatado que os dentes dos que mastigavam mais fossem melhores. Aliás, como poderia haver diferença, se nenhum deles jamais desenvolve nenhuma cárie, não importa seu grau de mastigação?

Uma segunda linha de defesa dos defensores da teoria da mastigação é que, mesmo que os esquimós não mastiguem tanto a sua comida, ele mastigam peles de animais. O hábito de mascar peles é muito menos intenso do que você possa supor baseado no que foi dito por alguns tipos de escritores e mostrado em certos tipos de de filme. E, de qualquer forma, o hábito de mascar peles é essencialmente das mulheres, e não é fácil reconciliar com o pensamento científico moderno a ideia de que a mastigação da esposa possa preservar os dentes do marido.

Certa feita, em uma palestra para um grupo de médicos, eu me defrontei com mais um argumento. “Não era verdade que os esquimós empregam bastante os seus dentes em suas tarefas? Não era verdade que eles mordem madeira, marfim e metal para segurar, puxar, torcer, etc?” O melhor que pude pensar foi concordar que os esquimós de fato removem pregos com seus dentes, mas fazem isso porque têm bons dentes, e não que tenham bons dentes por que removem pregos.

Por vários motivos, os dentes de muitos esquimós gastam-se rapidamente. Eles em geral eles formam uma mordida perfeita, o que aumenta seu desgaste, enquanto nosso dentes tendem a se cruzar. Alguns esquimós secam peixes ou carne ao vento, a areia acaba se depositando, e isto deixa a carne um pouco como uma lixa. Ambos sexos, especialmente homens, usam seus dentes para morder materiais duros. Ambos sexos, mas especialmente as mulheres, usam seus dentes para amaciar as peles. Um desgaste severo dos dentes que chega até o canal tende a ocorrer cedo na idade adulta. O que ocorre, então, é narrado pelo Dr. Richie (a quem já citamos antes) com relação aos esquimós do Golfo da Coroação:

“Coincidindo com este desgaste extremo dos dentes, a polpas dentais assumiram suas funções com evidente sucesso. Dentina nova de boa qualidade formou-se para obliterar as câmaras pulpais e, em alguns casos, até mesmo os canais radiculares. Este novo crescimento de tecido saudável foi encontrado em todos os casos em que houve ameaça de acesso às câmaras pulpais devido ao desgaste. Portanto, não houve nenhum caso de destruição das polpas por infecção e consequentes abscessos alveolares, que são desconhecidos por aqui”

A total ausência de cáries para aqueles que vivem exclusivamente de carne é, portanto, um fato. A cessação do processo de decaimento dentário quando se passa de uma dieta mista para uma dieta de carne geralmente ocorre, talvez sempre ocorra. O restante do quadro não é tão claro.

Cáries foram encontradas nas múmias do Egito, do Peru e em nosso próprio sudoeste; Estes povos antigos comiam dietas mistas, e dependiam pesadamente de cereais. Seus dentes eram melhores que os nossos, embora bem piores que os dos esquimós. Se você deseja uma lei geral da odontologia, você poderia afirmar que os povos mais primitivos têm os melhores dentes. Você poderia ainda acrescentar que, em alguns casos, povos altamente vegetarianos, embora não atinjam a perfeição de 100% dos comedores de carne, conseguem, contudo, dentes muito bons quando comparados com os nossos.

O Projeto de Pesquisa em Saúde da Associação Havaiana de Plantadores de Açúcar debate se a mudança de dentes bons para dentes execráveis entre os polinésios de dieta mista foi causado por anos de consumo de cereais. Eu ainda não vi comentários deles sobre o (imagino) grande aumento do consumo de açúcar que coincidiu que a deterioração dos dentes dos havaianos.

Quanto à visão de que a dieta é o principal fator em salvar os dentes, os antropólogos têm ganho apoio de experimentos conduzidos em instituições e por pesquisadores individuais. Alguns dentistas estão contribuindo nobremente com as pesquisas e com uma campanha de educação, que parece destinada a diminuir sua  renda. Mas não consegui identificar tal desapego por parte dos fabricantes de dentifrícios.

Uma doença bucal séria, depois das cáries, é a piorreia. Quem olha rapidamente não consegue ver as marcas no esqueleto humano; mas parece no mínimo provável que os islandeses medievais, os esquimós e outros que deixaram dentes livres de cáries, fossem livres também de piorreia. Da mesma forma, investigadores modernos constataram que esquimós vivendo com seus alimentos nativos têm excelentes condições de saúde oral, e portanto ausência de piorreia.

 

https://www.lowcarb-paleo.com.br/2012/12/a-dieta-dos-esquimos-aventuras.html

 

"Nada existe no homem que lhe pertença integralmente, a não ser sua opinião; somente vento e fumaça constituem nosso patrimônio." Epicteto

___________________________________________________________________________________________________

 

"O homem civilizado é o único animal inteligente o suficiente para fabricar sua própria comida, e o único animal estúpido o suficiente para comê-la."

https://www.youtube.com/watch?v=vpTHi7O66pI

 

Postado
55 minutos atrás, Daniel Sevla disse:

Muito interessante.

É possível desentortar os dentes naturalmente mudando hábitos de dieta? 

Alguém conhece algum caso específico?

 

Bem improvável, acho que essa questão de arcada dentária é muito importante a alimentação ainda da mãe grávida que vai afetar o desenvolvimento do feto e de toda infância da criança. Depois de adulto a unica maneira é remediar o problema. Uma mãe que use qualquer substância que possa afetar o feto por exemplo, o filho pode ter alguma anomalia, depois que essa anomalia já se desenvolveu não tem como voltar atrás...

 

Acho que hoje tem parcialmente um peso genético mas se fosse somente genético não teria tanta gente desenvolvendo problemas nos dentes, de má formação, canal, etc. visando os fatos citados no artigo que falam sobre a perfeição dos dentes dessas tribos afastadas da sociedade e dos nossos antepassados.

 

Enfim, cada vez mais venho acreditando nesse "universalismo" de uma boa alimentação, interfere em absolutamente tudo.

 

Postado
  • Autor

Gostaria de destacar o último parágrafo:

 

4 horas atrás, FrangoEctomorfo disse:
Que todos esses princípios funcionavam em sua aplicação prática seria demonstrado posteriormente por George E. Meinig (1914-2008), diretor de cirurgia oral, nutricionista e membro da Price-Pottenger Foundation. Seus princípios nutricionais e o excelente efeito dental que resultava de sua aplicação alcançaram tal fama em certos meios elitistas que foi contratado pelo estúdio 20th Century Fox para ser o "dentista das estrelas" e aconselha-los em matéria de nutrição. Em contrapartida, esses princípios nunca foram predicados nos meios destinados ao público comum.

 

 

"Um búfalo é muito mais forte e temível do que um leão. A diferença é que o leão quer comer um bife de búfalo e o búfalo não quer comer um bife de leão. Resultado: o leão acaba vencendo."  Olavo de Carvalho

Postado

Putz. Digo isso porque eu olhando as fotos de quando eu era mais novo eu não tinha os seguintes problemas: dentes tortos, desvio de septo, abdômen assimétrico e estar com a idade óssea atrasada. Eu sempre me alimentei MUITO mal. :/

Preocupe-se mais com a sua consciência do que com a sua reputação.

Porque sua consciência é o que você é,

e a sua reputação é o que os outros pensam de você.

E o que os outros pensam,

é problema deles

Postado

Parabéns pelo tópico.

Sempre me perguntei porque animais na natureza tipo equinos, cães, lobos, felinos e até mesmo macacos (um parente tão próximo), podem ter dentes 100% alinhados e certinhos enquanto somente para os homens a arcada dentária é por vezes tão desalinhada e cheia de problemas. A natureza é muito perfeita, nós é que estragamos tudo.

 

Marcando porque também ficarei no aguardo das críticas.

Spoiler

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"This is ten percent luck, twenty percent skill,

fifteen percent concentrated power of will,

five percent pleasure and fifty percent pain

and a hundred percent reason to remember the name"

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