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[Review] O mito do metabolismo "lento"

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Postado
  • Este é um post popular.

O ESTUDO QUE MOSTROU QUE O PROBLEMA NÃO ERA O METABOLISMO

Esse é um estudo clássico e que ainda hoje é usado para derrubar uma ideia que muita gente repete:

“Eu não emagreço porque meu metabolismo é lento”.

Pois é, lá em 1992 - bem antigo, mas válido e atual - Lichtman et al. publicaram um trabalho no New England Journal of Medicine mostrando que, na prática, o metabolismo das pessoas que dizem ter dificuldade para emagrecer funciona normalmente.

O problema? Subestimação brutal da ingestão alimentar e superestimação do gasto energético.

Resumindo: a pessoa acha que come pouco e se movimenta muito… mas não é isso que acontece e o estudo investigou exatamente isso.


O CONTEXTO

Na época, era comum encontrar pacientes obesos dizendo que consumiam menos de 1.200 kcal/dia e mesmo assim não conseguiam perder peso.

A hipótese popular era:

essas pessoas têm um “metabolismo quebrado”.

O estudo foi feito para testar exatamente isso.


METODOLOGIA

A metodologia é excelente — controlada e objetiva.

  • 224 pacientes obesos avaliados

  • Subgrupo principal: 10 pessoas que se diziam “resistentes à dieta” (9 mulheres, 1 homem)

  • 14 dias de monitoramento rigoroso

  • Medidas incluíram:

    • Calorimetria indireta (gasto energético total)

    • Composição corporal

    • Registro real de ingestão calórica (não só autorrelato)

  • Grupo controle: 80 indivíduos sem “resistência à dieta”

Ou seja, não foi “opinião”. Foram dados medidos, controlados e comparados.


RESULTADOS

➤ Metabolismo normal

Os participantes “resistentes à dieta” tinham gasto energético dentro de ~5% do previsto para sua composição corporal.

  • Termogênese normal

  • Taxa metabólica basal normal

  • Nada de “metabolismo lento misterioso”

➤ O problema real: percepção x realidade

Os dados foram bem diretos:

  • Subestimaram a ingestão: ~47% ± 16%

  • Superestimaram o gasto com exercício: ~51% ± 75%

Ou seja:

A pessoa dizia comer 1000 kcal/dia… mas comia ~2000 kcal.

Essa diferença (~1000 kcal por dia) explica perfeitamente a falta de perda de peso.

Nada de “metabolismo sabotando”. Era erro na percepção e relato.


PERFIL DOS PARTICIPANTES “RESISTENTES À DIETA”

Algumas características comuns:

  • Achavam que tinham causa genética dominante

  • Uso frequente de hormônio tireoidiano

  • Consideravam a alimentação “normal”

  • Nenhum traço psicológico marcante

Ou seja: não era um problema emocional ou metabólico.

Era subnotificação crônica de consumo alimentar — algo extremamente comum na literatura.


POR QUE ISSO ACONTECE?

Subestimar o que se come é praticamente regra para humanos. Vários fatores influenciam:

  • Desejo de parecer “disciplinado”

  • Dificuldade em estimar calorias e porções

  • Esquecer pequenos lanches, beliscos, “só uma colherzinha”

  • Porções cada vez maiores sendo vistas como normais

Hoje isso é até mais evidente: comida hipercalórica, fácil, barata e porções enormes.


TECNOLOGIA MUDOU O JOGO

Com apps de contagem calórica, balança de cozinha e rotulagem melhor, ficou mais difícil se enganar.

E geralmente quando a pessoa realmente mede, ela descobre que:

  • comia mais do que achava

  • se movia menos do que imaginava

E aí o peso cai. Nada “quebrou”. Só faltava precisão.


“MAS E A GENÉTICA?”

Sim, a genética influencia predisposição à obesidade.

Mas:

  • predisposição ≠ condenação

  • metabolismo lento “mágico” não é o problema da maioria

  • comportamento, monitoramento e consistência resolvem a maior parte dos casos

A mensagem do estudo é empoderadora, não culpabilizante:

quando você mede e controla, você progride.


CONCLUSÃO

O estudo mostrou de forma objetiva:

A dificuldade de perder peso em pessoas que juram comer pouco não vem de metabolismo lento — vem de erro real na percepção da ingestão e do gasto.

Quando a pessoa monitora direito, os resultados aparecem.

Nada “quebrado” — só falta precisão e honestidade consigo mesmo.

E isso é uma boa notícia: se você controla, melhora.


REFERÊNCIA

  • Lichtman SW et al. (1992). Discrepancy between self-reported and actual caloric intake and exercise in obese subjects. N Engl J Med. 327(27):1893–1898. PMID: 1454084

Postado

Maior erro de geral que "como pouco e não emagreço" é isso ai mesmo. Subestimar ingestão e superestimar o GET.

Os cálculos para TMB são bem precisos, o erro está mais no fator de atividade... eu calculei TMB e GET, fiz uma dieta com X kcal de déficit e me pesei semanalmente e respondeu perfeitamente a perda de peso prevista com a real, quase que cravado. Só assim pra ter ctz.

Eu uso o Chat GPT pra fazer isso. Criei um diário lá. Lanço tudo que como nas quantidades e peso, lanço todos os exercícios e no fim ele me da um resumo diário, semanal, etc.

Bem prático.

Abs

Postado
  • Autor
Em 10/11/2025 em 09:32, ppfschmitt disse:

Eu uso o Chat GPT pra fazer isso. Criei um diário lá. Lanço tudo que como nas quantidades e peso, lanço todos os exercícios e no fim ele me da um resumo diário, semanal, etc.

Bem prático.

ideia interessante

eu uso o myfitnesspal há anos, de repente testo isso aí, cuti

o que já testei e o gpt faz bem é estimar o gasto calórico do treio... vc manda o treino detalhado lá e ele estima com boa precisão

Postado
Em 10/11/2025 em 09:44, Lucas disse:

eu uso o myfitnesspal há anos, de repente testo isso aí, cuti

É excelente também, talvez o gpt ainda consiga mais precisão nos cálculos!

O legal que vc pede um resumo, uma projeção, qqr coisa. Dicas pra substituir refeições mantendo a qualidade de alimentos. Bem massa.

Postado
Em 10/11/2025 em 09:20, Lucas disse:

Superestimaram o gasto com exercício: ~51% ± 75%

Excelente tópico, só fiquei em dúvida nessa parte. Aproximadamente 51% das pessoas superestimaram o gasto com exercício e tem uma margem de erro de 75%?

Postado
  • Autor
Em 10/11/2025 em 11:20, oluizrb disse:

Excelente tópico, só fiquei em dúvida nessa parte. Aproximadamente 51% das pessoas superestimaram o gasto com exercício e tem uma margem de erro de 75%?

Eles superestimavam o gasto com exercício em média em 51%, mas isso variou 75% pra mais e pra menos, ou seja, variou muito.

Postado

Interessante que há os casos reversos também. Quando vivia com meus 54-55kg eu pensava que "comia muito e não engordava". Achava que era algo bastante "genético", sei lá. Só nunca tinha contado e controlado as calorias. Não era muito. Depois disso, ganhar massa foi se tornando bem mais controlável. Na grande maioria dos cenários, basta planejar.

Postado
  • Autor
Em 10/11/2025 em 13:08, vitoriacampeao2 disse:

Interessante que há os casos reversos também. Quando vivia com meus 54-55kg eu pensava que "comia muito e não engordava". Achava que era algo bastante "genético", sei lá. Só nunca tinha contado e controlado as calorias. Não era muito. Depois disso, ganhar massa foi se tornando bem mais controlável. Na grande maioria dos cenários, basta planejar.

Perfeito

Postado

Irônico como em países com escassez de comida, a pessoa vai ficando cada vez mais magra e se cenário se manter, ela emagrece até o inevitável acontecer.

Em país com comida ocorre o milagre do cidadão engordar em "déficit", entrar em platô de perda de gordura na terceira semana de cutting, "a culpa é da minha testo baixa", usar o próprio metabolismo como no texto e por ai vai.

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