3 benefícios da canela para quem faz musculação e dieta

Usar canela na dieta pode melhorar o particionamento de nutrientes, diminuir a inflamação e ainda gerar um efeito queimador de gordura.

Em geral, otimizar esses processos pode melhorar como o corpo administra os nutrientes ingeridos, usando-os como energia ou para construir massa muscular, e menos para acumular gordura.

E fazer isso usando uma simples especiaria, usada para alterar o aroma de receitas, que pode ser encontrada em qualquer mercado, é algo que não deveria ser ignorado.

Abaixo você entenderá como isso acontece na prática.

1 – Pode melhorar o particionamento de nutrientes

Implementar a canela na dieta pode otimizar o particionamento de nutrientes, em especial através do aumento da sensibilidade do corpo ao hormônio insulina.

A canela contém compostos bioativos, como o polifenol MHCP, que podem “copiar” a ação da insulina nos receptores celulares (1).

Isso significa que as células, especialmente as musculares, conseguem captar mais glicose da corrente sanguínea, mesmo na presença de uma quantidade menor de insulina disponível.

Além disso, o condimento pode retardar o esvaziamento gástrico e a atividade de enzimas digestivas.

Esse efeito modera a velocidade com que os carboidratos são absorvidos, resultando em uma elevação mais gradual e controlada do açúcar no sangue após as refeições, evitando picos de insulina.

Na prática, isso pode melhorar o particionamento de nutrientes pelo organismo, fazendo com que mais nutrientes sejam usados pelos músculos e, automaticamente, menos nutrientes se tornam disponíveis para serem guardados na forma de gordura corporal.

2 – Pode diminuir os níveis de inflamação

A canela tem a capacidade de diminuir os níveis de inflamação no corpo.

Apesar dessa característica parecer irrelevante para quem treina, diminuir níveis cronicamente altos de inflamação pode acelerar seus resultados na academia de inúmeras formas.

A canela é rica em compostos bioativos, como o cinamaldeído e diversos polifenóis, que possuem potentes propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias (2).

Esses compostos atuam em várias vias moleculares para reduzir a produção de citocinas pró-inflamatórias, que são marcadores de inflamação sistêmica no organismo.

A inflamação crônica é uma das principais causas subjacentes da resistência à insulina.

De maneira simplista, inflamação alta persistente interfere na sinalização celular. No caso das células musculares, isso pode torná-las menos sensíveis à insulina e, consequentemente, menos eficientes em captar glicose e outros nutrientes da corrente sanguínea.

Adicionalmente, a inflamação crônica está associada a níveis elevados do hormônio cortisol que, quando elevado cronicamente, também pode jogar uma chave nas engrenagens que atuam na construção de massa muscular e queima de gordura.

Basicamente, por ajudar a controlar a carga inflamatória geral do corpo, a canela pode contribuir para um ambiente hormonal mais propício ao anabolismo, auxiliando na preservação da massa muscular, especialmente durante fases de restrição calórica.

3 – Pode funcionar como um “queimador de gordura”

A canela pode auxiliar na queima de gordura de maneira direta e indireta.

Ela pode fazer isso, primeiramente, por conta do seu efeito na sensibilidade à insulina, o que, como já vimos, otimiza o particionamento de nutrientes.

Porém, ela vai além e possui um potencial efeito termogênico direto sobre as células de gordura.

Pesquisas sugerem que o cinamaldeído, o composto que dá à canela seu sabor e aroma característicos, pode agir diretamente nas células de gordura (3).

Resumidamente, isso induz a expressão de genes que aumentam a termogênese, o processo de produção de calor através da queima de calorias, o que, em outras palavras, aumenta a queima de gordura.

Embora este efeito seja mais sutil que o seu efeito na insulina, ele representa uma forma direta pela qual a canela pode contribuir para queimar mais gordura.

Referências

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  1. JARVILL-TAYLOR, K. J.; ANDERSON, R. A.; GRAVES, D. J. A hydroxychalcone derived from cinnamon functions as a mimetic for insulin in 3T3-L1 adipocytes. Journal of the American College of Nutrition, v. 20, n. 4, p. 327-336, 2001. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/10.1080/07315724.2001.10719053
  2. RAO, Pasupuleti Visweswara; GAN, Siew Hua. Cinnamon: A Multifaceted Medicinal Plant. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, v. 2014, p. 642942, 2014. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC4003790/
  3. JIANG, J. et al. Cinnamaldehyde induces fat cell-autonomous thermogenesis and metabolic reprogramming. Metabolism, v. 77, p. 1-13, 2017. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC5685898/

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