Sakara: 'defendo Dois Países: Itália E Brasil. Sem Ele, Não Seria Lutador'

[le0z1n182 16]

No programa oficial do UFC Suécia constam três lutadores brasileiros. Mas além de Diego Nunes, Paulo Thiago e Thiago Silva, um outro nome garante que vai entrar no octógono para defender o Brasil no sábado em Estocolmo. O italiano Alessio Sakara fala português com sotaque carioca e diz que se não seria lutador se não fosse pelo país de adoção.

- Eu defendo dois países quando entro no cage: a Itália e o Brasil. É um lugar que representa muito para mim. Sem ele, não seria lutador. Agradeço muito aos brasileiros pela maneira como abriram as portas para mim e me ajudaram - afirma o lutador que enfrenta o americano Brian Stann na penúltima luta do dia.

O lutador italiano Alessio Sakara declarou ter carinho pelo Brasil (Foto: Rafael Maranhão/Sportv.com)

O evento em Estocolmo será especial para o meio-médio, que não disputa um combate há mais de um ano, desde que perdeu para o americano Chris Weidman no UFC de Louisville. Alessio Sakara tem sofrido com lesões e problemas pessoais, como a perda do treinador a quem considerava seu pai. Em 2010, chegou a pensar em parar de lutar.

- Foi um período muito duro. Eu não entendia o que acontecia comigo, meu corpo não respondia. Fiquei muito para baixo e pensei em parar. Voltei, mas em 2011 sofri minha lesão mais grave, rompi os ligamentos do joelho em setembro. Agora estou de volta mas não quero fazer nenhuma previsão. Depois do que passei, prefiro esperar para ver o que acontece depois da luta.

Como eventos do UFC na Europa não acontecem com frequência, os fãs italianos de Sakara são obrigados a passar a madrugada acordados para vê-lo lutar. Desta vez, porém, com o mesmo fuso-horário na Itália e na Suécia, e transmissão num canal aberto, a história será diferente. O lutador lamenta apenas que os ingressos tenham se esgotado rapidamente.

- Eu sempre gravo vídeoblogs para me comunicar com os fãs. No último, avisei que, ganhando ou perdendo, estarei no saguão do hotel para comer e beber com eles depois da luta. Muitos italianos virão para cá mesmo sem ingressos. Para mim, essa luta vai ser muito importante também por isso, por ser mais perto de casa e por mais torcedores poderem ver pela TV. Minha última luta foi às 4h da manhã e mais de 20 mil pessoas pagaram o pay-per-view. Agora, melhor nem pensar em quantos serão para não me assustar - brincou.

Sakara encara o americano Brian Stann no card principal do UFC Suécia (Foto: Rafael Maranhão/Sportv.com)

Ao falar sobre o Brasil, a lista de agradecimentos de Sakara é longa, assim como o caminho dele até o UFC. O italiano, que já treinava boxe, apaixonou-se pelo MMA assistindo a uma fita VHS dos primeiros UFCs. Trabalhando como segurança em Roma, conheceu o treinador brasileiro Roberto Meneguetti Almeida, vendeu a moto e usou o dinheiro para viajar para o Rio de Janeiro e aprender jiu-jítsu. Ficou seis meses, regressou ao seu país e depois voltou ao Brasil por mais cinco anos. Essa é apenas a versão encurtada de uma história que o italiano se orgulha em contar.

- Quando cheguei, fui treinar numa academia em Duque de Caxias. Lá todo mundo me conhecia como o "Italiano" porque não havia outro. No início, tive que provar que eu não estava lá somente a turismo. Depois, quando voltei, morei dentro de uma academia na Barra da Tijuca. Levei muita pancada, os caras não me davam moleza, mas só assim aprendi. Devo muito a todos.

Depois de treinar duro, Sakara começou a se aventurar em torneios profissionais no Brasil. Chegou ao UFC em 2005. Mas ainda levaria dois anos até começar a ficar conhecido na terra natal. Mais difícil foi conseguir se livras da histórias que inventavam sobre ele na Itália.

- O pessoal contava umas coisas absurdas. Achavam que dois homens se enfrentando dentro de uma jaula só podiam ser loucos, não entendiam nada. Então diziam que eu dormia com um pitbull para ganhar energia, ou então que eu tinha brigado com cinco caras na rua e ainda entregue um pedaço de ferro para eles se defenderem. Levou tempo até verem que eu era uma pessoa normal como qualquer outra, tenho dois filhos, gosto de ir ao cinema. Não faço nada de diferente.

Alessio Sakara entre seus treinamentos já em

Estocolmo (Foto: Rafael Maranhão/Sportv.com)

Agora, Sakara coordena as próprias academias um competições amadoras em seu país, a "liga dos legionários", inspirada no nome dos soldados romanos que ele leva tatuado nas costas. Ele ainda é o único italiano no UFC, mas diz que, apesar das dificuldades, a nova geração é bastante promissora.

- Existe um ditado no meu país que diz que "o italiano quando não sabe, ensina". Então, hoje o que mais existe por lá é gente que se diz faixa preta. Isso é um problema, é perigoso, muitos podem se machucar treinando com gente que não sabe dar aula. Mas estamos melhorando isso. Acho que poderemos ter novos lutadores em breve. Os jovens hoje têm muito mais acesso à informação, na internet, nos vídeo-games, aprendem rapidamente. Mas eu digo que é melhor aprender como amador. No dia em que se sentir à vontade, tira a proteção e vai à luta.

Sobre a luta contra Brian Stann, Sakara elogia o adversário mas demonstra confiança.

- Essa vai ser uma luta muito boa para voltar e mostrar que posso chegar lá em cima. Eu sempre digo que para chegar no topo você tem que enfrentar os caras grandes. Brian é um deles, é muito bom. Lutou com o Sonnen para tentar chegar na disputa do título. Estou me sentindo muito bem. Meu boxe é muito afiado, meu jiu-jítsu é melhor do que o dele. Acho que posso dar um show e ganhar essa luta -

UFC Suécia

14 de abril de 2012, em Estocolmo (Suécia)

CARD PRINCIPAL

Alexander Gustafsson x Thiago Silva

Brian Stann x Alessio Sakara

Paulo Thiago x Siyar Bahadurzada

Dennis Siver x Diego Nunes

DaMarques Johnson x John Maguire

Brad Pickett x Damacio Page

CARD PRELIMINAR

Papy Abedi x James Head

Cyrille Diabate x Tom DeBlass

Francis Carmont x Magnus Cedenblad

Simeon Thoresen x Besam Yousef

Jason Young x Eric Wisely

História de vida mto legal!!

[Simple Man 3]

Deixo a barba crescer pra ver se melhora um pouco o queixo de vidro né bonitão

[Dipunker 136]

Ele é foda demais, simpattississimo e gente boa . E tem as tatuagens mais fodas