Regeneração Celular

[Gusmão420 230]

Pare um segundo para pensar na sua rotina.

Treinos sucessivos, alimentaçao atenta, descanso necessário perseguido (mas nos dias de hoje, dificilmente alcançado…). Todas situações que todo esportista tende a se preocupar em ordem de alcançar um objetivo.

Falando em objetivos, eles nunca são impossíveis. Podem demorar mais para serem alcançados, mas são alcançados pelas pessoas que os almejam de verdade. Nessa oportunidade vamos falar do que detém o sucesso que todos queremos: Regeneração celular.

A arte de se alcançar objetivos no bodybuilding nada mais é do que darmos um estímulo calculado e concedermos ao processo de regeneração pós-esforço os nutrientes necessários para que as mudanças planejadas de acordo com este estímulo possam ser alcançadas.

Quando falamos em treinar, falamos em ativar 3 tipos de fibras musculares diferentes (1, 2A e 2B) para que estas se modifiquem o máximo possível para se tornarem parecidas com um tipo destas três. Para isso temos 3 tipos de neurônios diferentes (S, FR e FF) que não necessariamente seguem um tipo de padrão e podem estar associados de forma aleatória, combinando tipos de fibras musculares que não sejam capazes de executar em plenitude o comando daquela fibra nervosa.

Dessa forma foram criados alguns métodos clássicos de fadiga como os preconizados e mais comumente observados princípios Weider de treinamento ou ainda o Heavy Duty de Mike Mentzer. Hoje os nomes de fama são outros, como os de Charles Glass até chegar a Milos Sarcev no exterior, e de Antonio Carlos Gomes à Waldemar Guimarães aqui no Brasil.

Pode imaginar o que eles tem em comum? TODOS buscam fadiga total da musculatura treinada, cada um com suas técnicas próprias ou modificadas, em ordem de provocar um aumento na capacidade de realizar trabalho (no sentido físico do assunto…). E os atletas treinados por estes expoentes e outros atletas trabalhados por outros seletos profissionais obtêm seu sucesso esportivo porque conseguem, a cada sessão de treino, utilizar em plenitude o máximo das combinações possíveis entre os tipos de fibras nervosas e musculares que dispomos.

Quando falamos de treinamento falamos de utilização dos recursos disponíveis, ou seja, catabolismo das reservas energéticas. Quando melhoramos nossa capacidade de treino, melhoramos nossa capacidade de realizar trabalho, seja em volume ou intensidade ou ambos. Quando melhoramos nossa capacidade de treinamento, fazemos o mesmo trabalho que um mecânico faz ou colocar um turbo compressor num motor ou remapear o chip de injeção, ou modificar a dureza e resistência das peças móveis do motor…

Boa parte do segredo que buscamos está em como devolvemos os recursos utilizados, da mesma forma que nosso mecânico escolhe qual o tipo de combustível vai fazer o melhor aproveitamento do motor para o tipo de trabalho a que ele está sujeito: diesel para motores que precisam de força, methanol para carros de corrida turbinados, gasolina especial para motores de fórmula 1, combustível sólido para foguetes….

Dessa forma acabamos com o mistério dos resultados e ainda por cima, com as promessas miraculosas dos suplementos alimentares! Eles podem fazer 2 coisas por você: aumentar sua capacidade de treino ou melhorar sua capacidade de regeneração.

Hoje, falando dos processos de regeneração, vou deixar 5 perguntas no ar:

um treinamento de resistência muscular localizada faz o corpo demorar de 36 a 72 horas para se recuperar, e normalmente repetimos o estímulo 3 dias depois – no famoso esquema A-B-C de treinamento. Pondero: podemos treinar em 72 horas, mas será que este é o melhor momento para se treinar novamente? Será que isso pode ser generalizado?

O treinamento de força pura pode ser repetido a cada 12 horas em certos casos. Sabendo que o principal combustível para o tipo de contração muscular desejada é proveniente do sistema o ATP-CP , porque dietas com alto teor de carboidratos podem melhorar o desempenho de certos atletas ainda que a glicose-piruvato seja um combustível do Ciclo de Krebs?

Se a proteína é o que compõe o músculo, porque em certas dietas de restrição de carboidrato existe um ponto onde o físico do atleta começa a piorar em vez de melhorar ainda mais já que está se perdendo gordura?

Porque cuidamos tanto da intensidade do exercício aeróbio em épocas pré-contest se este é reconhecido pelo senso comum como queimador de gordura?

Porque algumas pessoas com ritmos de treino extremamente intenso melhoram o físico subitamente quando são privadas das salas de pesos por períodos maiores, de 7 a 10 dias?

Calma! Não quero que o estimado leitor responda. Quero que reflita.

Estes questionamentos devem surgir e serem reconhecidos. Depois devemos adaptar e aplicar à individualidade de cada um…

O ponto onde quero chegar nesta oportunidade é: será que você sabe mesmo o que está fazendo? Será que você não precisa de ajuda?

É nessa hora que recomendo a acessoria de um profissional. É nesta hora que fundamento o indispensável acompanhamento de um educador físico e de um nutricionista. Ambos, trabalhando como um time, não calculam somente o que você tem de fazer e comer. Calculam o que fazer de uma forma que você seja capaz de se regenerar e dar lugar para os processos que você precisa em ordem de chegar ao resultado desejado.

Dessa forma, todo trabalho que fazemos é em ordem de provocarmos a melhor regeneração sem desequilibrar nossos patamares de super compensação.

Pense para você:

Estou treinando demais?

Estou treinando de menos?

Estou treinando corretamente?

Estou me alimentando corretamente?

Estou descansando o necessário?

Bons Treinos.

Abraço.

Fonte: http://www.rodolfoperes.com.br/artigos-ler.php?cod=92&q=REGENERA%C7%C3O-CELULAR