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Utilizando O Cinto Corretamente


bruno16

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Muitos praticantes de musculação utilizam os cintos de levantamento na expectativa de que estes sejam vitais à proteção da coluna lombar durante exercícios mais intensos. Durante levantamentos intensos, a coluna vertebral, em sua região lombar, é protegida por intermédio da contração dos músculos abdominais em conjunção com as musculaturas da região lombar, criando, assim, um suporte biomecânico que sustenta as estruturas vertebrais quando estas estão sujeitas a cargas de alta amplitude. A lógica do uso dos cintos reside na hipótese, ainda não comprovada, de que este aparato proporciona um aumento da contração destas musculaturas, acarretando uma maior pressão intra-abdominal e, conseqüentemente, um maior suporte às estruturas da coluna vertebral. Apesar de muitos apregoarem este efeito proporcionado pelos cintos de levantamento, os diversos estudos conduzidos dentro desta questão têm demonstrado que os cintos de levantamento exercem pouca influência sobre a capacidade de proteção da coluna lombar. Apenas alguns estudos têm demonstrado uma vantagem mecânica proporcionada pelos cintos de levantamento. Em alguns casos têm sido constatados maiores riscos de lesão ao se utilizar os cintos, pois nestes estudos este aparato teve um efeito inibitório sobre as musculaturas estabilizadoras da coluna vertebral. A conclusão sobre o assunto, ao se analisar os dados científicos em torno desta problemática, é que necessitamos de mais estudos que demonstrem os benefícios ou malefícios que os cintos de levantamento possuem. Em minha experiência prática, acredito que os cintos podem ser úteis caso observemos algumas regras básicas que considero primordiais:

a) É necessário o domínio técnico dos movimentos e a utilização de cargas adequadas que não comprometam a técnica de execução dos movimentos. Caso isto ocorra, não será o uso do cinto suficientemente podoreso que vai anular os efeitos negativos de erros de execução combinados a excessos de sobrecargas.

b)O uso dos cintos deve ser restrito apenas aos levantamentos máximos em exercícios executados em 1 a 6 repetições. Nos outros casos é necessário aprender a utilizar as musculaturas estabilizadoras para a proteção da coluna vertebral. Ao utilizar-se o cinto o tempo todo, alguns estudos demonstram que o praticante acaba não desenvolvendo o perfeito recrutamento destas musculaturas.

c) O aluno deve ter condicionado com treinamento adequado suas musculaturas estabilizadoras da coluna vertebral, nas fases de treino anteriores, antes de ser exposto a exercícios em intensidade máxima que envolvam a utilização de pesos livres. Principalmente em movimentos como os agachamentos, levantamentos terra e exercícios na posição ereta.

Caso observemos estas recomendações, o cinto de levantamento converte-se em uma ferramenta de grande importância ao treinamento com pesos.

:)

Outro artigo:

Cinto pélvico

Diógenes Alves

01/07/2002

A utilização de utensílios para um melhor desempenho é muito freqüente em praticantes de musculação. Destes, o mais usado por fisiculturistas e atletas avançados é o cinto pélvico. Supõe-se que o cinto proteja a musculatura da região lombar e diminua a carga imposta a coluna vertebral.

Originalmente usado por levantadores de peso ao realizarem desenvolvimento acima da cabeça, hoje é habitual (e para muitos necessário) em exercícios de agachamento. Diretamente sobre este exercício, LANDER (1990) verificou que o uso do cinto para uma repetição máxima (1RM) teria menor valor eletromiográfico (ou seja, menor trabalho muscular) para o músculo eretor da espinha (músculo estabilizador principal da região lombar), principalmente na fase concêntrica. Entretanto, este mesmo autor, em estudo posterior (1992) encontrou resultados semelhantes para o músculo eretor da espinha e abdominal oblíquo com e sem cinto, não verificando diferença eletromiográfica para 8 repetições, porém, após este número há um aumento de 20% nos valores encontrados com o uso do cinto. Neste mesmo estudo foram encontrados valores maiores nos músculos vastos lateral e bíceps femorais com o uso do cinto.

A suposta resposta a esta possível (já que nem todos trabalhos corroboram para esta afirmação) diminuição dos valores nos músculos lombar se justifica devido ao aumento da pressão intra-abdominal, encontrado por UDO (1997), que permitiria uma maior estabilização do tronco, mesmo assim, este aumento só se apresentou com cargas elevadas (no estudo entre 20 à 30 kg). GONÇALVES (2000) encontrou valores semelhantes para os eretores da espinha, independente do uso ou não do cinto, verificando até um ligeiro aumento do limiar de fadiga dos músculos lombares, já que o uso do cinto não permite movimentos imperceptíveis do tronco, exigindo mais ativação do músculo eretor da espinha como estabilizador do movimento, principalmente, em exercícios contra resistência.

Enfim, mesmo que o cinto permita uma menor ativação dos músculos lombares pelo aumento da pressão da cavidade abdominal, o que não foi confirmado totalmente por estes estudos, e com isso uma maior estabilidade do tronco, devemos refletir sua real necessidade, pois além de não permitir um movimento amplo do exercício, evita o desenvolvimento por completo de um músculo estabilizador importante, como o eretor da espinha, fundamental para a prática de qualquer atividade física e até para o cotidiano do dia a dia, ficando o atleta, dependente deste acessório em muitas das vezes por uma sensação ilusória de segurança.

Editado por bruno16
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