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  1. Heavy Duty – Uma releitura da intensidade no treinamento Prefácio Saudações, Sou conhecido como T. Wall dentro do Hipertrofia e, basicamente, atuo na área de Diários de Treinos. Possuo o meu diário nesta seção (endereço) e treino há aproximadamente três anos. Nos últimos tempos eu tenho estudado bastante sobre uma série de coisas e buscando compreender sistemas de treinamentos antigos, da época de ouro do fisiculturismo. Hoje em dia, fala-se tanto na época “Oldschool”, entretanto poucos procuram compreender ou mesmo estudar a fundo os métodos de treinamento surgidos nesta época. Os corpos dos anos 70 à 90 até hoje são cultuados. Schwarzenegger, Zane, Ferringo, Mentzer, dentre outros. Tempos em que simetria, volume, alimentação e trabalho árduo eram extremamente valorizados. Este é a primeira versão (conforme eu vá estudando e/ou me atualizando eu altero coisas aqui) desta releitura do Heavy Duty, o sistema de treinamento criado por Mike Mentzer e que até hoje gera polêmica. Aqui busco trazer fundamentos deste sistema de treinamento e adaptá-lo à realidade do nosso país e, também, contextualizá-lo numa abordagem mais atual. Sumário 1. Mike Mentzer – O Criador 2. Heavy Duty – Fundamentos 3. A intensidade aplicada ao método 4. Recuperação e dieta 5. Etapas de Treinamento 5.1 Iniciante 5.2 Intermediário 5.3 Avançado 5.4 Super-Avançado 6. Principais técnicas utilizadas 7. Exemplos de rotinas 8. Considerações finais 1. Mike Mentzer – O Criador Mike Mentzer começou a treinar aos doze (repito, DOZE) anos e passou a competir em concursos locais quando tinha dezoito anos. Sua primeira competição amadora foi em 1969. Em 1971, ele sofreu sua pior derrota, ficando em décimo lugar no AAU Mr. America, que foi ganho por Casey Viator. A competição foi importante para Mentzer, pois conheceu Viator, que o indicou o seu treinador Arthur Jones. Para quem não sabe quem é Jones, segue trecho: As ideias de Jones ajudaram a mover a noção do público do bodybuilding e do treinamento de força para longe da escola de treinamento de Arnold Schwarzenegger (método apadrinhado por Joe Weider), que envolvia horas na academia, para o treinamento da alta intensidade. Isto envolvia treinos breves, escolha de cargas suficientes para que se pudessem executar-se as séries até o fracasso muscular em boa forma e minimizando o impulso, que, de acordo com a ideologia do método, provoca o máximo crescimento muscular. (Wikipedia) Simplificando: Arthur Jones foi um dos criadores do high-intensity training (HIT) aplicado ao levantamento com pesos. Você deve estar se perguntando: “Ué, mas o HIT não é um treinamento de aeróbico?”. A resposta é sim e não. O HIT é, na verdade, uma filosofia de treinamento onde a intensidade é o enfoque e não o volume do treinamento. Estudaremos isto mais a fundo depois. Voltando ao Mentzer, após retirada de alguns anos, ele voltou às competições em 1975 no Mr. América, ficando em terceiro lugar atrás de Robby Robinson e Roger Callard. Mentzer ganhou essa competição no ano seguinte, em 1976. Em 1977 ganhou o North America Championships em Vancouver, o British Columbia, e competiu uma semana mais tarde no Mr. Universo, em Nîmes, França, ficando em segundo lugar, atrás de Kal Szkalak. Em 1978, Mentzer ganhou o Mr. Universe em Acapulco, no México, com uma pontuação perfeita (algo inédito) de 300 pontos, o que o fez profissionalizar-se no esporte. No final de 1979, Mentzer venceu a categoria peso pesado do Mr. Olympia, outra vez 300 pontos, mas perdeu no geral para Frank Zane, que foi agraciado com o título pela terceira vez. Detalhe: Mentzer nesta época já tinha uma profunda desavença com os Weider que, por sinal, eram organizadores do Mr. Olympia. Motivo? Os Weiders defendiam o método clássico de treinamento com alto volume. Em 1980, no Mr. Olympia, Mentzer ficou em quarto lugar (num empate com Boyer Coe) atrás de Arnold Schwarzenegger, Chris Dickerson e Frank Zane. Este resultado até hoje é muito contestado e polêmico. Arnold voltou a competir após anos afastados e, muitos dizem, que isto se devia ao verdadeiro burburinho causado por Mentzer e seu método de treinamento. Aposentou-se do fisiculturismo competitivo após o concurso, com 29 anos. Ele alegou que o concurso foi fraudado, até a sua morte, e nunca disse que achava que ele deveria ter ganhado, mas que Arnold não deveria, embora tivesse um relacionamento amigável com Schwarzenegger. Mentzer está presente na enciclopédia de fisiculturismo de Arnold Schwarzenegger, na qual é colocado como um dos melhores posadores de todos os tempos, ao lado de Frank Zane. 2. Heavy Duty – Fundamentos Em tradução livre, podemos compreender Heavy Duty como “Dever Pesado”. Como já foi abordado no capítulo inicial, o treino criado por Mentzer é oriundo do HIT. Na realidade é uma abordagem a respeito do treino de alta intensidade. No seu livro Heavy Duty by Mike Mentzer, no capítulo II o autor traz o que chama de ‘uma abordagem racional’: Muitos se iniciam no fisiculturismo com mais do que um simples desejo de desenvolver um corpo mais musculoso. Tomados pela sensação de que suas vidas são importantes, e uma grande realização é possível, eles aspiram conquistar os maiores títulos de fisiculturismo. Já que o que cada um pode conseguir no fim, em grande parte, é ditado pela sua programação genética, ninguém consegue antever o que conseguirá na sua carreira de fisiculturista ou quanto músculo conseguirá desenvolver. Uma coisa que você tem em comum com Dorian Yates, Lee Labrada e eu é que todos nós começamos infelizes com a nossa aparência e decidimos fazer algo a respeito. (MENTZER, Mike) O ponto de partida da mudança corporal é o que ele chama de ‘paixão’. É aquela faísca íntima que nos move ao mundo da musculação. Muitas vezes a ‘paixão’ nasce sob o véu da ‘insatisfação’ [com o próprio corpo] ou mesmo da ‘decepção’ [amorosas, normalmente]. Não raro vemos casos de pessoas ou muito magras ou muito gordas que decidem entrar neste universo. E é então que somos apresentados ao racionalismo aplicado ao levantamento de peso: A base para uma abordagem racional do fisiculturismo – ou qualquer outra área – é o reconhecimento de que apenas um conhecimento específico e apropriado pode leva-lo a agir da forma necessária para atingir seu objetivo. A razão da NASA ser tão espetacularmente bem sucedida em suas missões espaciais está enraizada no seu profundo conhecimento e entendimento dos princípios envolvidos nas viagens espaciais. Eles não “acham” ou “pensam que” sabem o que estão fazendo. Eles sabem, até o menor detalhe, precisamente o que é necessário. E quando cometem um erro, e isso acontece, eles sabem que tem as referências (realidade) e os meios (razão) necessários para corrigir o erro. (MENTZER, Mike) A abordagem racional apontada aqui é um ponto fundamental para compreender os conceitos e fundamentos do Heavy Duty. A musculação, mundialmente falando, carrega consigo um teor híbrido de teoria e prática. Existe uma verdadeira briga entre as diferentes abordagens, métodos de treino, nutrição e outras coisas. De um lado, pessoas que se apegam às bases teóricas, estudos, artigos e, na outra ponta, os usuários comuns e atletas que são empiristas. São pessoas que aplicam em si mesmo os métodos e veem os resultados. No Brasil, este empirismo é muito confundido com “achismo”. Infelizmente, toda pessoa que começa na musculação ao se deparar com pessoas maiores ou por “profissionais” são bombardeadas com informações dúbias, falsas. E isso só contribui para uma onda de ignorância que parece se alastrar não só pelo país, mas pelo próprio Hipertrofia.org que deveria ser um espaço de discussão qualificado. Outra discussão pertinente que Mentzer aborda em seu capítulo dois é a sua grande crítica aos métodos de treinamento clássicos. Os treinamentos de alto volume. Aqui é preciso fazer uma distinção etimológica do que seria o “volume”. Volume, quando falando de musculação, são treinos longos com muitos exercícios para um mesmo grupo muscular (ou muitas séries) e isoladores. Ou seja, “volume” não tem nada a ver com cargas. Não cometa o erro de se comparar com as outras pessoas. A única pessoa com a qual você pode se comparar com certeza é...VOCÊ! Você só crescerá quando se tornar mais forte e, se você se tornar mais forte de treino para treino, estará no caminho certo. Como dito acima, fisiculturistas que não entendem que devem treinar a sua força, não sabem como direcionar seus esforços. Não sabendo como direcionar seus esforços, muitas vezes desperdiçam meses ou anos, durante os quais eles não veem nenhum ou quase nenhum resultado. É como se eles estivessem esperando um “ZAP!” saído do mundo místico de magos e desejos de onde um dia ele ganhará seus desejados músculos. (MENTZER, Mike) Mentzer defende o treinamento de força, sobretudo para iniciantes. Seu método de treino intermediário envolve a rotina de HIT desenvolvida por Jones, a qual trataremos em momento oportuno. Desta forma, o autor trouxe a base de seu treinamento ou princípio que podemos elencar: - Sistema árduo: alcançar o máximo de sua musculatura, falha extrema. Para isto, são utilizadas técnicas nas fases mais avançadas de treinamento. - Sistema breve: treinamentos curtos, de baixo volume. Novamente, fazendo a distinção de “volume” acima explicado. Significa dizer no Heavy Duty são poucos exercícios e séries, mas isto não quer dizer que será menos desgastante. - Sistema Infrequente: deve-se proporcionar treinamentos bem espaçados entre si, maximizando a recuperação do corpo. A recuperação é um ponto muito abordado por Mentzer. - Sistema seguro: NUNCA, em hipótese alguma, o risco deve superar a necessidade de segurança em prol da produtividade. Significa dizer que o treinamento deve sempre buscar a execução perfeita e a cadência (velocidade) de cada repetição. Mentzer batia muito nesta tecla. 3. A intensidade aplicada ao método Assim como há uma confusão etimológica com o termo “volume”, encontra-se o mesmo com o termo “intensidade”. Intensidade é o conceito fundamental do HIT e Heavy Duty. Mentzer define “intensidade” como “porcentagem do esforço momentâneo requerido pra mover um peso”. Outro meio de definir intensidade seria como o grau de fatiga momentânea imposto em um músculo. Os proponentes do HIT ou Heavy Duty acreditam que a intensidade é o fator principal para a estimulação do crescimento, citando o princípio da sobrecarga. Tal princípio define que um músculo deve ser sobrecarregado com um trabalho além de sua capacidade normal para produzir crescimento. Intensidade, portanto, não é simplesmente descansar pouco ou fazer exercícios conjugados (embora estas técnicas modifiquem este detalhe). Um pergunta que me é feita constantemente é “Mike, se eu tentar o Heavy Duty, eu verei resultados em seis meses?”. Minha resposta é: “Você não precisa esperar seis meses, você verá resultados imediatamente – desde o primeiro treino”. Progresso deve ser significante e imediato, desde o momento em que você começar a usar a rotina e deve ser ininterrupto. Arthur Jones disse algo há alguns anos atrás de que esse progresso deve ser constante, desde o início dos treinos e o fisiculturista deve ser capaz de – usando um programa de treino correto, é obvio – atingir o seu grau máximo de desenvolvimento em dois anos. Não demora cinco anos, ou mais, para se desenvolver um físico musculoso. (MENTZER, Mike). Parece loucura a princípio, não é? Ao menos não em condições normais. Não em condições “naturais”. Porém, segundo o autor, o treinamento de força e o princípio da sobrecarga garantem este crescimento e desenvolvimento muscular. Precedido, claro, do aumento de força. Por isto sua defesa por treinos de força. Se você observar todos os grandes fisiculturistas da história, sem exceção, e inclusive aqueles adeptos aos treinamentos clássicos de muito volume, todos realizam os chamados exercícios básicos, multiarticulares ou compostos. Exercícios como o Levantamento Terra, Agachamento Livre, Supino Reto, Desenvolvimento Militar. Por quê? Porque estes são exercícios fundamentalmente de força. E com o aumento de força, há o aumento de massa muscular em médio prazo. Ao mesmo tempo em que você deve esperar um aumento de força com regularidade, nem todos podem esperar um aumento regular ou perceptível de massa. Para a maioria das pessoas, o aumento de força precede o aumento de tamanho. Em outras palavras, você ficará cada vez mais forte, por um período de tempo, sem que fique maior. Eu não quero desencorajar ninguém. É importante entender isso por questões de motivação. Conforme você cresce em termos de força, esse ganho de força eventualmente levará ao ganho de massa. O quanto de musculo você conseguira e quanto tempo isto levará, é algo definido pela genética. (MENTZER, Mike) Observem o que o autor já preconizava em seus livros. O aumento de força, ou progressão de cargas, é a base do powerlifting, do stronglift, do fullbody, e uma série de treinamentos modernos. Mentzer já afirmava isto nos anos 80! 4. Recuperação e dieta Outro ponto focal do sistema de treinamento Heavy Duty é quanto ao descanso, a recuperação. E quando falo descanso, não me refiro ao descanso entre as séries ou essas baboseiras. Ele fala do descanso corporal. Ao contrário do método clássico de treinamento, onde a maioria dos fisiculturistas passavam duas, três, quatro, cinco horas na academia, Mentzer foi um dos primeiros ao bater na tecla que o treino deve ser intenso e durar, no máximo, uma hora. Novamente, isto não quer dizer que você tenha que “correr contra o tempo” para fechar seu treino. Não! Mas que ele não precisa durar (a fase de treinamento resistido com pesos) mais do que este tempo. O descanso apontado por Mentzer tem a ver com a infrequência dos treinamentos, do tempo elevado entre os ciclos. Segundo sua filosofia clássica, os grupos musculares devem ser espaçados de 3 a 6 dias de descanso. Ou seja, se você treinou Peito e Costas (exemplo) você só estaria “apto” a treiná-lo novamente a partir da quinta-feira. Dorian Yates, um de seus pupilos, em seus tempos áureos de Heavy Duty descansava uma semana inteira (7 dias) o seu treinamento de pernas. "O treino, entendam, não produz crescimento muscular, mas serve simplesmente para estimular o mecanismo de crescimento do corpo. Quer dizer que o corpo é que produz crescimento, mas somente se deixado descansar por um período suficiente". (MENTZER, Mike) Na filosofia Heavy Duty original, basicamente imagina-se que o treino deve estimular o músculo em quantidades suficientes e progressivas (sempre) para que ele possa posteriormente se desenvolver na recuperação, tanto com a síntese proteica, quanto com a supercompensação de glicogênio, entre outros princípios. Estimular o músculo demasiadamente, não trará um ambiente anabólico, nem na recuperação e, se quer no treinamento. Do contrário, trará um ambiente totalmente catabólico, o qual pode não possibilitar se quer a recuperação muscular. Como todos os processos fisiológicos, normalmente, demoram a ocorrer, a síntese muscular não poderia estar à parte e, aliás, pode estar entre os processos fisiológicos mais demorados, pois segue vias como: A limitação do corpo; a necessidade de estímulos frequentes; a necessidade de manipulação da ingesta de alimentos; dos próprios quesitos bioquímicos relacionados as síntese proteica e de glicogênio; a necessidade de recuperação de aspectos neurológicos e psicológicos entre outros. (SENDON, Marcelo) Mentzer acreditava piamente que o praticante da musculação não deveria dedicar todas suas horas diárias ao treinamento. Segundo sua filosofia, o tempo fora do ginásio deveria ser aproveitado para outras coisas como estudo, vida pessoal, etc.. Mas isso não quer dizer que deveria ser negligenciado. Como todos sabem (ou deveriam saber) musculação é um esporte que envolve outros aspectos, não apenas o treinamento. Para uma boa recuperação, o descanso adequado e, sobretudo, uma dieta ajustada são fundamentais. Existem questões específicas de dieta no programa de treinamento de Mentzer, mas não vou me aprofundar muito nesta questões, pois esta releitura se atém ao método de treino. 5. Etapas de Treinamento Mentzer acreditava que para um bodybuilder ganhar massa muscular por longos períodos seria necessário aumentar a intensidade do treino e não o seu volume. "Se o músculo não for levado ao seu limite sempre, ele irá estagnar em ganho de massa magra e força", dizia. Esse era o pensamento do Heavy Duty por isso ele fez a seguinte divisão entre os níveis de evolução do treinamento: 5.1 Iniciante Para quem não pratica nenhum tipo de treinamento com pesos, iniciar uma atividade anaeróbica (como, por exemplo, aqueles treinos padrões passados por instrutores de academia) é um salto enorme em intensidade, isto falando de pessoas sedentárias. É por este motivo que quando você começa a treinar, constrói massa muscular tão rápido. Para continuar progredindo, um iniciante só precisa adicionar mais peso a barra ou diminuir o intervalo entre as séries. E tudo ocorre bem até que chega o dia em que o número da balança não sobe. Que a fita métrica vira sua inimiga número um. E seus amigos leigos começam a perguntar se você parou de "malhar" ou de "tomar bomba" (sendo que você nunca usou esteroides anabolizantes). Para Mentzer é a hora de realmente iniciar o treinamento do Heavy Duty. 5.2 Intermediário Quando se passa pela fase iniciante, mais ou menos com um ano ou dois de treinamento sério, as pessoas chegam a um platô (estagnação). Neste ponto, buscam outros métodos de treinamento. Dentre eles, o Heavy Duty. Na fase intermediária, a intensidade é acrescentada com séries de pré-exaustão muscular, repetições forçadas e negativas. Por quê? Estas técnicas auxiliam para se obter o estágio de fadiga muscular momentânea, vulga "falha muscular". E isto é um dos princípios que norteiam do Heavy Duty. Por exemplo, você faz uma série pré-exaustiva num exercício isolador (Peck Deck/Voador para peitoral, por exemplo) e, em seguida, (sem descanso) segue para uma série de supino reto até a falha muscular. As repetições negativas e outras técnicas entram para se alcançar o "além da falha positiva" e são usadas ocasionalmente e não em todo o treino. Quando se percebe que não é possível mais aumentar o peso e entrou em novo platô é quando sinaliza a chega ao nível avançado de treinamento. 5.3 Avançado Neste nível, Mentzer percebeu que seu treino já estava tão intenso e sua força tão grande que o máximo esforço aplicado ao exercício provocavam um acúmulo de ácido lático e deficit de oxigênio praticamente instantâneo. Reações fortes o suficiente para interromper o exercício mesmo antes dele atingir a falha muscular, por conta da limitação cardiovascular. A questão de como ir além disto fez ele desenvolver um recurso novo. Para tanto, a técnica chamada rest-pause foi utilizada por Mentzer no Heavy Duty. Porém, com uma abordagem completamente nova. Para tanto, ele utilizava o peso capaz de realizar apenas uma repetição máxima (RM), descansava por 10 segundos (tempo necessário para dissipação do ácido lático e reporte de oxigênio às céludas) e voltava a fazer mais uma repetição máxima, repetindo o processo de descanso. Faria isto três vezes, até fazer mais uma RM com a ajuda de um parceiro de treino (ou com 20% a menos de carga) e 15 segundo de descanso, até realizar quantas repetições fossem necessárias até se alcançar a falha positiva. Como cálcular a sua Repetição Máxima? (Créditos do cálculo: Debew) Existe um cálculo para se encontrar o seu grau de repetição máxima. É importante, antes de iniciar no Heavy Duty tirar uma semana para fazer treinamentos e tirar estas marcas, pois serão importantes na fase avançada. Este cálculo, obviamente não é 100% exato, mas dá uma ótima base para a realização deste tipo de treinamento avançado. 5.4 Super-Avançado O último degrau da escada Heavy Duty foi chamado por Mentzer de "Infitonic Training". Esse método de alta intensidade só pode ser realizado com ajuda de um personal ou parceiro de treino, devido a muitos fatores, principalmente para que você seja auxiliado no aumento de tensão na fase negativa do exercício. Basicamente a técnica Infitonic consiste em começar o exercício pela fase positiva subindo o peso o mais lento possível. Em seguida, uma breve pausa ao final da fase positiva (até 5 segundos). Agora vem a parte destruidora. Lentamente comece a baixar o peso (fase negativa do exercício), porém com seu parceiro forçando o peso para baixo e você lutando para baixar o mais lentamente possível. Descanse por 15 segundo e inicie uma nova repetição. Mike ainda desenvolveu mais uma técnica que ele mesmo veio a dizer ser o nível mais alto do Heavy Duty. Ele chamou de "Omni-Contraction Training", em tradução livre seria "Todos em contração". Existem três tipos de contração muscular, quando você levanta o peso (positiva), quando você abaixa o peso (negativa) e quando você segura o peso (estática). Nesta técnica, Mentzer impõe o treino com esforço máximo que as fibras musculares poderiam aguentar. Consiste em dar tudo o que você tem na fase positiva do exercício, seguido de uma fase negativa extremamente lenta e concentrada. Durante a fase negativa você para o peso e literalmente tenta ergue-lo novamente por três vezes (o que é praticamente impossível, considerando que estamos próximos de sua RM). Essas 3 pausas são deitas em três pontos diferentes da fase negativa. Uma logo que começar a baixar o peso, a segunda bem no meio da descida e a terceira na parte inferior da negativa. Cada pausa deve ter cerca de três segundos. 6. Principais técnicas utilizadas O Heavy Duty, a fim de visar o máximo do trabalho muscular, utiliza de algumas técnicas a qual comumente são utilizadas na maioria das academias, mas infelizmente de maneira inadequada ou dentro de planejamentos os quais não são tão interessantes. Entre as principais técnicas do Heavy Duty, podemos destacar: Pré-exaustão: Trata-se da realização de exercícios isolados para um músculo antes dos compostos. Isso faz com que as fibras musculares alvo sejam trabalhadas e entrem em uma pré-exaustão antes dos músculos auxiliares e/ou estabilizadores dos movimentos compostos, os quais normalmente entram em fadiga antes do alvo. Por exemplo, executa-se o peck-deck antes do supino inclinado no Smith, executa-se o Pullover antes do Lat Pulldown e assim por diante. Negativas e repetições forçadas: Visando o trabalho excêntrico da musculatura, o indivíduo quando não conseguir executar mais repetições, deve, com o auxílio de um parceiro, manter a fase apenas excêntrica do movimento, controlando o peso, enquanto o outro realiza ou auxilia na realização da fase concêntrica. Repetições forçadas serão realizadas valorizando ambas as fases do movimento, deixando para que o atleta em realização do exercício, force ao máximo na fase concêntrica do movimento e que faça a excêntrica totalmente sozinho. Manuais: Pouco utilizadas, essa técnica valoriza a fase excêntrica do movimento. Após a chegada à falha concêntrica, o indivíduo, com auxílio de um parceiro, deve ter a força resistida pelo mesmo. Por exemplo, imaginemos a rosca direta após a falha na subida da barra, o parceiro auxiliará na fase CONCÊNTRICA e dificultará a excêntrica, forçando a barra para baixo, enquanto o atleta que está executando o movimento resiste contra o peso. Contrações estáticas: Também podendo ser chamada de isometria, essa técnica pode ser utilizada tanto a início de um exercício quanto ao final. Caso seja no começo, normalmente é usada como pré-exaustão. Porém, quando utilizada ao final, visa-se a máxima fadiga. Ela é obtida através da contração máxima e permanência da mesma até que não se consiga mais superar o peso em questão. Pré-alongamento: O pré-alongamento visa uma pré-exaustão na miofibrila muscular antes do treinamento. Entretanto, alguns atletas e autores condenam essa prática pelo alto risco de lesão e por possíveis quedas de performance antes do exercício. Superslow: Se há realmente uma técnica a qual seja utilizada largamente nesse sistema, essa é a Superslow. Técnica essa que valoriza as repetições em níveis extremamente lentos de movimentação. Normalmente, Mentzer utilizava de 10 segundos para a fase concêntrica e 5-10 segundos na fase excêntrica, a depender da utilização de máquinas ou pesos livres. Desta forma, Mentzer preconizava, dentro desse protocolo, cerca de 4-8 repetições na série. A técnica em questão necessita de uma atenção extra: Mentzer dizia que trabalhos que ultrapassassem 70 segundos na continuidade, poderiam se tornar aeróbios, enquanto trabalho menores de 45 segundos eram ineficazes e submáximos. O resultado é que você terá de adaptar uma carga X tempo de execução das repetições X tempo médio de 50-60 segundos na realização da série para então obter os máximos benefícios. Logicamente, séries com repetições forçadas seguem outros parâmetros, não necessitando estreitamente desta lógica. 7. Exemplos de rotinas Como ficou claro, o sistema Heavy Duty é muito mais do que um simples método de treinamento. Há toda uma filosofia por trás que o norteia. Estas rotinas abaixo são apenas exemplos, mas é preciso compreender, sobretudo, a ideia de intensidade aplicada ao treino e as técnicas utilizadas para atingir este objetivo. Rotina #1 Esta é a rotina Heavy padrão. Se regulada corretamente as seções de treinamento e os descansos, funcionará para a maioria das pessoas por até 6-9 meses. Quando o descanso de 6-7 dias não mais produzir resultados significativos, mude para a rotina de consolidação. Essa rotina deve ser usada somente se o individuo tiver uma pobre habilidade de recuperação e não tiver ganhado com a rotina padrão. Rotina consolidada Esta rotina severamente reduzida foi modificada recentemente por Mentzer. Ele acredita que é a única no livro que leva as pessoas ao overtraining. Inicialmente, descanse por 5 dias, e depois aumente conforme a evolução. Essa é a rotina que deve ser usada até se atingir os limites genéticos do individuo. 8. Considerações finais Antes de tudo, espero que tenham gostado. Este não foi um mero trabalho de tradução ou apenas copiar e colar. Passei aproximadamente cinco dias estudando a fundo o Heavy Duty, lendo artigos e livros do próprio Mentzer até conseguir compreender seu método de treinamento. Infelizmente, nós no Brasil (e boa parte do mundo) somos “domesticados” no método clássico de treinamento de volume. Por forte influência das empresas e pessoas por traz desse grande negócio chamado “mundo fitness”. Entretanto, olhar para o passado é importante. E esta foi a grande lição que tirei ao estudar o Mike Mentzer e seu Heavy Duty. Espero que todos tenham gostado deste artigo, ele foi escrito com muito carinho e dedicação, justamente para produzir conteúdo de qualidade e contextualizado à nossa realidade. Uma pena que não tive como aprofundar em questões importantes, como o excesso de treinamento, dietas fracas, uso de suplementos. Mas isto fugiria do tema de estudo. Preferi me ater ao básico. Creio que vou transformar este artigo num e-book e distribuí-lo em breve aqui. Se você gostou deste conteúdo, não deixe de dar o seu “curtir” e ajudar na divulgação deste treinamento clássico e, por vezes, esquecido. Um abraço, T. Wall. Bibliografia http://pt.wikipedia.org/wiki/Mike_Mentzer http://www.musclemass.com.br/heavy-duty/ http://www.hipertrofia.org/forum/topic/360-hevy-duty-by-mike-mentzer-capitulo-2/ http://dicasdemusculacao.org/heavy-duty-sistema-de-treinamento-criado-por-mike-mentzer/ http://www.hipertrofia.org/blog/2007/05/17/sistema-heavy-duty/ https://www.youtube.com/watch?v=VUfWMxvdid0&list=UUOOLLUHhjJ-I6dXTQ-5cq5g https://www.youtube.com/watch?v=Sft37E_SFrE https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnxmaWxvc29maWFoaXR8Z3g6NGY0NjU1MzFjNjc5Yjg0OA (PS: Se algum moderador passar aqui, move para seção de artigos de treino).
  2. Sumário 1. Introdução Salve, Bom, já havia um tempo que estava estudando este tema e estava afim de trazê-lo à tona ao Hipertrofia.org. Para quem não sabe, sou o T. Wall, assíduo freqüentador da seção de diários de treinamento (não conhece o meu? Clica aqui!) e que recentemente tenho me dedicado a escrever alguns artigos para algumas seções do fórum. Os dois primeiros foram relacionados ao treinamento, mas como já realizei meu primeiro ciclo este ano, tenho juntado bastante informação a respeito e lido bastante sobre o tema deste artigo. A abordagem e a bibliografia (e vídeografia) aqui utilizada busca uma abordagem um pouco menos ortodoxa e mais simplória, mas nem por isto menos fundamentada. Tem como fundamento, sobretudo, os vídeos e ensinamentos do André Zuccaro (se você não sabe quem é este fella, acho que deveria fechar esta página e abrir o Google, rapaz!). Como eu tenho certeza que o tema é de muito interesse dos usuários do fórum (até quem não tem interesse em esteróides anabolizantes costumam ler sobre o assunto, pois há uma espécie de sedução pelo que é proibido) eu resolvi dividi-lo em duas partes, para ficar mais fácil para mim. Então, esta semana eu vou escrever tudo sobre Cruise que consegui coletar e somente daqui uns 10 ou 15 dias eu trago a parte sobre Blast. “Pukê faz içu, uáu?” – Pergunta você, jovem gafanhoto. E eu vos respondo: porque este assunto não é tão simples quanto parece. A princípio pode até parecer simples (e sedutor, novamente): “cicle o ano todo e fique #fibradomemo”, mas não é. Sem mais delongas, vamos começar a bagaça. Pegue uma pipoquinha e um copo de leite, porque eu acho que o negócio vai ser grande! 2. Desmistificando os esteróides, mas abrindo a cortina da verdade. Existe um artigo muito bom aqui no fórum de 2013 escrito pelo Dudu Haluch (se você também não sabe quem é este fella, melhor fechar a pagina!) intitulado “A verdade sobre o esteróides”. O artigo é curto, vale à pena ler ele todo, mas tem um trecho em especial eu acho muito interessante para compreender a lógica que existe por trás do “Blast and Cruise”. Cita-se: Muitos médicos não querem admitir, mas o uso limitado de esteróides em um ano, a um ciclo de oito semanas teria praticamente poucos efeitos colaterais adversos e, provavelmente, melhoraria consideravelmente a saúde do indivíduo pelo resto do ano. Seria interessante colocar um grupo de fisiculturistas em um ciclo curto e leve, em seguida, acompanhar a diminuição de massa muscular ao longo dos meses após o fim do ciclo. Estes resultados não me surpreenderiam, mas eu não acho que a torcida anti-esteróides gostaria de ouvir que os ganhos de esteróides fazer durar por um longo tempo. (DUCHAINE, Dan apud HALUCH, Dudu). Não vou entrar muito no mérito, mas é óbvio que existe uma grande torcida contra o uso indiscriminado de esteróides anabolizantes. E não é para menos! O uso inconsequente destes recursos ergogênicos são capazes de destruir os níveis hormonais do indivíduo, causar problemas sérios e, em último caso, à morte. E isto não é uma conversa alarmista, é real. Talvez, o grande problema da maioria das pessoas que se lança no mundo dos esteróides anabolizantes seja não ter a dimensão do quão sério é este assunto. Em bem verdade, somos muito imediatistas. Queremos os resultados para ontem. Os esteróides podem nos proporcionar isto, mas com um preço. É este preço que, muitas vezes, não colocamos na balança ou só enxergamos depois. Os famosos colaterais. Já fiz muito isto e tenho certeza que muito já fizeram: ao ler o perfil de um esteróide eu só lia os benefícios que ele causa e, na parte dos colaterais, eu pulava ou não lia com a mesma atenção da primeira parte. Por isto, este preâmbulo serve também como um alerta, não estamos falando de uma ‘poção mágica’ ou ‘soro do super-soldado’ que vai te dar músculos a troco de nada. Existe um preço e o preço é a sua saúde. Continuemos: Estamos falando de um usuário que consegue controlar os efeitos adversos, como acne, retenção, pressão alta, aromatização, supressão do eixo hormonal, e escolhe drogas consciente de sua toxidade e efeito no colesterol, e sempre que possível faz acompanhamento com exames. Sabemos que alguns esteróides podem melhorar o sistema imunológico, a saúde cardiovascular, o fortalecimento dos ossos, a absorção dos nutrientes pelo corpo, a queima de gordura, o aumento da massa muscular, etc. (HALUCH, Dudu) Falando em controle dos efeitos adversos estamos justamente falando sobre os colaterais. Uma pessoa inteligente consegue pesar isto na balança, os prós e os contras em tomar uma decisão. Mede os riscos. Com este artigo, trazendo o conhecimento a vocês eu não estou falando “faça” ou “não faça”, estou falando: “conheça e decida”. Escolhas, amigos, escolhas. 3. Blast and Cruise: resumo Embora a expressão seja americana, vale nota uma tradução livre de ambos os termos. Blast pode ser entendido como “explodir”. Seria então uma fase de crescimento de real “mutação”, no sentido mais literal da palavra. Cruise, por sua vez, pode ser compreendido como “navegar” ou “cruzar”. Tem uma ideia de uma fase de transição ou de “ponte”. Desta forma, o sistema de “Blast and Cruise” é um sistema de “explosão e transição” com o uso de diferentes drogas e dosagens de maneira cíclica com o objetivo de manter o corpo hormonizado a maior parte do ano. A princípio parece ser uma coisa dos deuses, né? Ledo engano. Como vocês bem sabem (ou deveriam saber), a grande maioria dos hormônios sintéticos suprime eixo hipotálamo-hipófise-testicular (HPTA) – sendo este o termostato para a produção natural do seu corpo de testosterona. E esta supressão – dentre outros fatores – gera os efeitos colaterais. Ou seja, independentemente das doses, quanto mais tempo você estiver sob efeito dos esteróides anabolizantes, maiores são as chances de contrair colaterais. Por isto, para um “Blast and Cruise” realmente bem executado é essencial exames pré (antes), intra (dentro ou durante) e pós (depois) ciclo. Abaixo segue uma lista padrão destes exames: Outra coisa, um “Blast and Cruise” de verdade envolve muitas semanas, muitas aplicações e, consequentemente, muitas drogas. E consequentemente (de novo) muito dinheiro. Então, não pense que você vai gastar seus 300~500 reais e vai conseguir montar um “Blast and Cruise”. Não, meu amigo, você só vai estar enganando a si mesmo. E estamos falando só dos esteróides, nem estou colocando a dieta nesta conta! 4. Cruise ou TRT Como foi explicado no tópico anterior, existem duas fases: o Blast ou “explosão” e o Cruise ou “transição”. Neste exato momento, o fellinha de 17 anos deve estar perguntando: “Por que não posso ciclar em blast o ano todo e socar esteróides para dentro desde que faça os exames?” Quer socar esteróides a rodo, filho da puta? Seu caminho pro cemitério está guardado! “Certamente morrerás!” (BLAUZEN, Lucas) Brincadeira, gente… hehe! A questão de não fazer um blast o ano todo é porque ninguém (ou quase ninguém) tem condições financeiras de bancar altas doses de testosterona e outras drogas e seu corpo teria tantos colaterais que você iria morrer. Quanto mais drogas e mais tempo, mais colaterais e pior a capacidade de reversão. É uma conta bem simples. O uso contínuo dos hormônios sintéticos alteram algumas taxas, conforme explica o Dudu Haluch: Taxas como TGO, TGP, bilirrubinas podem estar alteradas se drogas 17 AA (hemogenin, dianabol, oxandrolona, turinabol, halotestin, stanozolol) foram usadas durante ou no final do ciclo, então essas drogas deveriam ser evitadas durante o Cruise ou usadas cuidadosamente, e cuidados com a dieta devem ser fundamentais para regularizar essas taxas. Isso sem falar em TGO, TGP, creatinina, colesterol (total, HDL, LDL). O Cruise ou “ponte” serve justamente para ser uma janela para você cuidar desta taxa. Seria, então, o momento certo para os exames pós-ciclo e para utilizar estratégias (sobretudo dietéticas) para combater taxas alteradas. Seria uma “mini-terapia pós blast” sendo que ela é apenas um tempo de descanso. Bodybuilders PRO usam seus Cruise para serem humanos. Afastam-se dos treinamentos, cuidam da saúde, vida social. Pode parecer estranho, mas quem vive disso acaba sacrificando muito em prol de um corpo que, no fundo, não é seu. Isso significa dizer que, durante o Cruise, o usuário fica sem drogas? Não. Normalmente (eu diria, obrigatoriamente) o Cruise é formado apenas por uma droga: testosterona. Por isso, o Cruise também é chamado de Terapia de Reposição de Testosterona (TRT). Já ouviu falar desse nome? No MMA, talvez né?! Pois é, amigos, o Cruise nada mais é do que uma mera reposição de testosterona e regulação das outras taxas. Como fazê-la? (Retirado de trechos do André Zuccaro) Quanto maior a frequência de aplicação menor a aromatização e mais estáveis serão os níveis de testosterona e estradiol. Aplicações infrequentes estão também relacionados ao mal-estar mental, físico e emocional do indivíduo. A ideia é tentar controlar o estrogênio com o BF baixo + alimentação + suplementação saudável e, se possível, sem o uso de Inibidores de Aromatase (IA). O ideal seria aplicações entre 150 e 300mg de testosterona por semana dividida no maior número de vezes possível. Isso varia de pessoa para pessoa. A ideia do Cruise é deixar você o mais próximo do natural e da maneira mais saudável possível. 5. Blast ou explosão Continuando o artigo, ingressamos na parte mais complexa a variável: o Blast. E por que é complicada? Por um simples motivo: não existe uma receita fixa. Ao contrário do Cruise, onde encontramos basicamente o uso de testosterona (ésteres, para ser mais exato) em doses baixas e regulação de taxas, no Blast encontramos um verdadeiro enigma. Na realidade, por analogia, o Blast equivale ao ciclo de uma pessoa natural ou que faz Terapia Pós-Ciclo. É quando você faz o uso (neste caso, abuso) de esteróides anabólico-androgênicos (EAA) durante um período de tempo de modo a obter ganhos massivos. Existe, na realidade, muita confusão sobre o real significado do termo “esteróides anabolizantes”. E, querendo ou não, acabamos passando por cima destas questões. O artigo de revisão intitulado ‘Esteróides anabolizantes no esporte’ (seque nas referências) traz uma definição bem sintética: Esteróides anabólico-androgênicos (EAA) referem-se aos hormônios esteróides da classe dos hormônios sexuais masculinos, promotores e mantenedores das características sexuais associadas à masculinidade (incluindo o trato genital, as características sexuais secundárias e a fertilidade) e do status anabólico dos tecidos somáticos. (SILVA, DANIELSKI & CZEPIELEWSKI) Esta definição teórica é importante, pois quando falamos em sentido genérico sobre esteróides anabolizantes, na realidade, estamos incluindo outras substâncias que não apenas os EAAs (embora eles continuem sendo os grandes componentes deste grupo). E esta generalização advém, sobretudo, das substâncias consideradas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) no conceito de doping: Segundo o Comitê Olímpico Internacional (COI), doping é definido como o uso de qualquer substância endógena ou exógena em quantidades ou vias anormais com a intenção de aumentar o desempenho do atleta em uma competição. Juntamente com os 2-β-agonistas, os EAA pertencem à classe dos agentes anabólicos que, somados a estimulantes, narcóticos, diuréticos e hormônios peptídicos, glicoprotéicos e análogos, compõem as substâncias proibidas no esporte. (SILVA, DANIELSKI & CZEPIELEWSKI) Certo, neste ponto, você deve estar se perguntando: “para quê explicar o óbvio sobre o que são EAA e doping?” A resposta é simples: para reforçar a ideia inicial do Blast, sua variabilidade. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, não existe um “protocolo base” ou “doses recomendadas” para um Blast. O que vai defini-lo, na realidade são três coisas: 1. Seu objetivo 2. Suas taxas hormonais 3. Sua di$ponibilidade Então, na realidade, um Blast não difere em muita coisa de um ciclo “convencional”. O que difere, na realidade, é a forma como você vai executá-lo, o tempo de permanência com o uso de hormônios exógenos (produzidos fora do seu organismo) e o próprio Cruise. Como assim o Cruise? Simples, quem se utiliza da estratégia de Terapia Pós-Ciclo (TPC), também chamada de restart, na realidade busca voltar ao seu estado “original” (embora isto não seja mais possível, pois uma vez desregulado o eixo HPTA, ele nunca mais será o mesmo – por isso a seriedade do tema). O Cruise, por sua vez, usa testosterona sintética para manter os níveis hormonais acima do “natural” e, por conseguinte, gerando menos perdas. Pois, quem faz TPC com o passar do tempo volta aquém (abaixo) do seu limite genético, retorna ao “equilíbrio” hormonal (que, repito, não será mais o mesmo após a desregulação). Sobre as formas de execução, existem diversos métodos, dentre os quais destaco: Estudos têm descrito que a forma com que os EAA são utilizados por atletas obedecem, basicamente, a três metodologias: a primeira, conhecida como “ciclo”, refere-se a qualquer período de utilização de tempos em tempos, que varia de quatro a 18 semanas; a segunda, denominada “pirâmide”, começa com pequenas doses, aumentando-se progressivamente até o ápice e, após atingir esta dosagem máxima, existe a redução regressiva até o final do período; e a terceira, conhecida como “stacking” (uso alternado de esteróides de acordo com a toxicidade), refere-se à utilização de vários esteróides ao mesmo tempo. (SILVA, DANIELSKI & CZEPIELEWSKI) Novamente, quem vai definir isto? Vocês! Se você desejava uma receita de bolo, sinto muito, mas o artigo não tinha e nunca teve esta intenção. Mas sim mostrar a forma como se estrutura o famoso “Blast and Cruise”. Esta é uma metodologia que existem muitas vantagens (manutenção dos ganhos pós-blast e ganhos progressivos além da faixa do limite genético) e desvantagens (inibição ou desligamento, como queiram chamar, do eixo HPTA; maior possibilidade de colaterais; necessidade de exames periódicos e regulação de taxas; e, o que faz muita gente pensar duas vezes antes de entrar nessa, infertilidade). 6. Conclusão Bom, sinto que talvez eu não tenha agradado à todos. Espero que tenha ficado claro qual foi a intenção deste “artigo” (que não é científico, mas meramente argumentativo, informativo e opinativo) de desmistificar sobre estas duas metodologias de modo a fazer com que usuários novos não saiam arrotando termos e ideias sem o devido conhecimento. O mundo dos esteróides anabólicos e do próprio fisiculturismo é um tanto quanto insólito e se torna mais quando há falta de informação. No passado, tínhamos frutíferas contribuições e discussões aqui no Hipertrofia.org uma das intenções dos meus artigos é justamente provocar estas discussões. Ah, quem tiver sugestões de protocolos, coloca nos comentários que eu vou incluindo como um capítulo a mais antes da conclusão, está certo? Beijos caramelados (NO HOMO)! Bibliografia http://www.hipertrofia.org/forum/topic/7330-exames-antes-e-pos-ciclos/ http://www.hipertrofia.org/forum/topic/120500-a-verdade-sobre-os-esteroides-dudu/ http://www.duduhaluch.com.br/cruise-trh-dudu/ http://www.youtube.com/watch?v=K3SpKxDW-Dc&feature=youtu.be (PT 01 – Cruise) https://www.youtube.com/watch?v=H8pcJfaWmwA (PT 02 – Blast) https://www.youtube.com/watch?v=B2sP-m6K-CA https://www.youtube.com/watch?v=pbf4wX7Nv3s SILVA, Paulo Rodrigo Pedroso da; DANIELSKI, Ricardo; e CZEPIELEWSKI, Mauro Antônio. Esteróides anabolizantes no esporte. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbme/v8n6/v8n6a05.pdf>
  3. Índice Saudações, Demorou um pouco, confesso, mas ‘cá estou com a segunda parte do ‘Uma abordagem racional sobre o uso de Esteroides anabólicos androgênicos’ (se você perdeu a primeira parte, clica aqui!). Os motivos para a demora foram muitos, final de semestre, férias, exames, reflexões. Tudo isto serviu para muitas coisas e, diante de novos textos, artigos e estudos estou para dar continuidade a este punhado de opiniões argumentativas. Na primeira parte eu apresentei o conceito de uma ‘abordagem racional’ que é um método de traçar de forma clara quais são os objetivos e as possibilidades pretendidas por cada um de vocês. É a fase de planejamento, muito negligenciada por muitos. A geração do ‘esforço mínimo’ convencionou-se a ler coisas na web à ditadura dos ‘gurus dos teclados’ e suas consultorias milagrosas. Esquecem-se de princípios básicos, já apresentados, como o da ‘individualidade biológica’. Deste ponto em diante, pretendo trazer uma abordagem mais específica a partir de leituras que tenho feito. Aguardo a leitura de vocês e, sobretudo, os comentários que a parte mais interessante de se usar o Hipertrofia.org, o diálogo e as críticas de vocês. Efeito borboleta Ué, não estamos falando de hormônios? O que um filme tem a ver com isso, T. Wall? Calma, jovem, não estou me referindo ao filme, mas a teoria do Efeito borboleta, cita-se a wikipedia (haha!): Efeito borboleta é um termo que se refere à dependência sensível às condições iniciais dentro da teoria do caos. Este efeito foi analisado pela primeira vez em 1963 por Edward Lorenz. Segundo a cultura popular, a teoria apresentada, o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo. De acordo com esta teoria tudo, absolutamente tudo, está interligado. Como a parte grifada, pequenas ações causam grandes impactos futuros. Esta abordagem se aplica ao mundo dos esteroides anabolizantes. Quando você lê posts do Gh15 ou de quem quer que seja dizendo que 90% de um shape são hormônios ele não quer só que você aprenda a verdade por trás dessa frase, mas a importância dos outros 10%. Os detalhes, meus amigos, são nos detalhes que residem as grandes mudanças. Por que será que a maioria do público frequentador de academias tem uma total obsessão pelos corpos d’outras pessoas e concentram seus esforços em copiar dietas, treinos e ciclos destas? Ora, porque é muito mais fácil copiar do que criar. Criar exige tempo, exige raciocínio, exige paciência. Por isso convencionamos em dizer para as pessoas: “aprendam a treinar, comer e descansar direito antes de pensar em hormonizar”. E isso, claro, entra em conflito com o que colocamos ali em cima. Se 90% do shape são hormônios, porque me privar deles, atrasando meu crescimento? Simples, porque sem saber os detalhes, sem conhecer a si mesmo, não há como se obter sucesso. Vamos lá, quantos caras na academia você vê e você sabe que são hormonizados e, no entanto, não possuem um shape de respeito? Pessoas que começaram a ciclar para ir numa balada, numa micareta, por influencia de um instrutor qualquer e tem resultados pífios? Nesse momento, muitos de vocês devem estar abaixando a cabeça e identificando-se com este perfil. Uma pena. Crescimento ou ilusão? Compreender o pilar fundamental (comer, treinar e descansar) é preciso para se evoluir. Em situações normais (leia-se naturais), com base em estudos Lyle Mcdonald, é possível ganhar 18 a 22 quilos de músculo nos primeiros 4 a 5 anos de treino, e os ganhos são desprezíveis a partir disso, na casa dos 1 a 2 kgs por ano. Fatores como idade e condições iniciais poderão afetar os ganhos potenciais. Caras mais velhos poderão ganhar menos que caras mais novos, e caras magros poderão ganhar mais que a média. E outras pessoas simplesmente ganharão mais, ou menos devido a fatores como hormônios, genética em geral, e estilo de vida. Após este primeiro período, encontramos a chamada fase de estagnação ou, para alguns, o “limite natural”. Particularmente eu odeio este termo. Odeio de verdade. Mas não vem ao caso. Os ganhos de massa magra, em um dado ponto, entram numa faixa menor e é, teoricamente, neste ponto que entram os hormônios. No passado, nas décadas de 50 e 60, é o que acontecia com os fisiculturistas. Todos os caras já possuíam físicos privilegiados que não foram moldados pelos hormônios e sim por treino, dieta e descanso. Não sejamos hipócritas (e esta definitivamente não é minha intenção) de dizer que eles não utilizaram estes recursos. Na realidade, eles usaram sim e usaram pra caralho! Na realidade, se não fossem pelos esteroides anabolizantes não seria possível ser manter em alto nível e competir por tanto tempo. Não seria possível manter o corpo condicionado e treinado boa parte do ano, por mais que na gênese existiam grandes períodos de “off season” e curtos de “on season”. O fato que é aqueles caras, dessas décadas, já eram grandes e fortes quando começaram a usar EAAs. Os hormônios, hoje, são utilizados para moldar corpos e não pra aprimorá-los. Há uma espécie de desvio de função, que não me cabe julgar. Cada um faz o que deseja com seu corpo, cada um é livre para isso. O que passa despercebido, entretanto, é que quão menos preparado nos outros pontos já supracitados (nos 10%) piores serão os resultados pós-ciclo. Quanto mais leio, menos adepto estou ficando da TPC, vou aprofundar isto na próxima parte. A sensação do uso de hormônios e a posterior retirada súbita cria o chamado “crash hormonal” que é simplesmente uma queda súbita dos hormônios sintéticos. Como eles também inibem o eixo HPTA você fica por semanas (ou meses) num estado extremamente catabólico. Não importa o quão boa seja a sua TPC, não importa a abordagem (se é SERMS, HCG, alternativa, o caralho a quatro), você vai perder boa parte do que conquistou com EAAs. É o preço que se paga. Quanto mais eu leio percebo que os hormônios não constroem um corpo, eles te alugam um corpo que, no fundo, não é seu. Você pode tê-lo por muito tempo, o quanto você for capaz de mantê-lo, mas uma hora há de decair. A questão nisso é: o quanto você está disposto a viver assim? Pensem nisso! Bibliografia Autor: Lyle Mcdonald Fonte: http://www.bodyrecomposition.com/muscle-gain/general-philosophies-of-muscle-mass-gain.html Fonte: http://www.hipertrofia.org/blog/2014/04/23/ganhar-massa-muscular-naturalmente-qual-e-o-limite/
  4. Profile Idade: 26 Altura: 1,76m Peso: 93 kgs Tempo de treino: 4 anos e 4 meses. Percentual de gordura: 16% Histórico: Este é meu segundo blast. Estou hormonizado desde abril de 2015, começando com um cruise (clica aqui) que foi até agosto, um blast (clica aqui) de 10 semanas com testosterona, boldenona e stanozolol. Desde de outubro estou em um segundo cruise (clica aqui). Esse vai ser o segundo contato com decanoato de nandrolona. Protocolo 1-10 Cipio-Big 200mg/week 1-10 Nandro-Big 400mg/week 6-10 Stano-Big 50mg/dsdn [x] [x]: Pode ser aumentada as doses ou semanas a depender da minha po$$ibilidade. Fotos
  5. » Profile Idade: 26 Altura: 1,76m Peso: 93,4kgs Tempo de treino: 4 anos agora em outubro. Percentual de gordura: 17% Histórico: Este é meu segundo cruise. Estou hormonizado desde abril deste ano, começando com um cruise (clica aqui) que foi até agosto, um blast (clica aqui) de 10 semanas com testosterona, boldenona e stanozolol. Ontem foi o último shot de stanozolol encerrando o período de blast. Amanhã tenho consulta com a endocrinologista pela manhã, trago novidades em breve. Como vocês podem ver estou dividindo casa fase (blast/cruise) em tópicos distintos para que vocês possam acompanhar e inclusive resgatar diferentes momentos que eu passo, acho que assim é mais interessante, porque a cada nova fase são novas descobertas e tentativas. Protocolo: 1-3 Enantato de testosterona [BigLabs] - 300mg/week (1ml) 4-X Cipionato de testosterona [BigLabs] - 200mg/week (1ml)[x] [x]Obs: A duração do cruise vai ser até quando eu estruturar, comprar e estiver preparado para o próximo blast que deve acontecer só em 2016 agora. Foto atual:
  6. » Profile Idade: 26 Altura: 1,76m Peso: 93kgs Histórico: Bem-vindos ao relato do meu blast. Abaixo vocês companham todas as informações dessa nova fase. Quem acompanhou o meu cruise sabe que eu costumo só trazer atualizações referentes a mudanças, colaterais e informações a respeito do que eu faço. Não estou pedindo avaliação de ciclo. À propósito, hoje eu já mandei o primeiro shot no vasto direito e foi bem tranquilo. Fiquem à vontade para comentar e tirar dúvidas, sou todo ouvidos. Medidas: 12-06-2015 Percentual de gordura(BF): Chuto cerca de uns 17% Tempo de treino: 3 anos, quatro. Objetivo: Qualidade muscular Tópico de Cruise: http://www.hipertrofia.org/forum/topic/181560-t-wall-cruise-c-exames/ Estrutura do ciclo: 1-5 Enan-Big 300mg/week (shots 2x sem) 6-10 Propi-Big 400mg/week (shots dsdn) 1-10 Bold-Big 800mg/week (shots 2x com enan e dsdn com propri) 6-10 Stano-ject BelcoFarma 100mg/week (dsdn) IA: Anatrozol 0,5mg dsdn (exames no meio do ciclo para verificar se está controlado/eficaz). Possibilidades: possa ser que estenda o ciclo por mais duas semanas caso minha situação financeira melhores e propicie a compra de mais um enan (que vai servir para o próximo cruise também) e bold. Também tenho 30ml de stano guardado que poderá ser usado, ou não. Exames (coleta 21/08): Fotos: Tirada no dia 14-07, é o ponto de partida do final do cruise. Abraços!
  7. Índice Saudações, Novamente eu, T. Wall, trazendo um novo artigo para a área de Esteróides Anabolizantes do Hipertrofia.org. Dessa vez, pretendo fazer um texto mais sintético, corrido e argumentativo sobre algumas informações e opiniões que venho formando e que pretendo aplicar em breve na minha vida. Por isso, não vou me ater a explicar com muita minúcia determinados termos (por exemplo, o que são EAAs, TPC, BC, IA), pois acredito que se você [leitor] veio até aqui você deve estar interessado pelo assunto e, no mínimo, já conhece o significado dessas siglas. Os meus recentes estudos sobre esteróides e, sobretudo, Blast and Cruise abriram minha mente a cerca da realidade do uso destes recursos. E discussões pelo fórum também provocaram minha reflexão crítica na busca do que chamo de “abordagem racional”. Uma abordagem racional O advento da internet trouxe acesso a informações a milhares de pessoas ao redor do globo. A popularização da musculação (que aconteceu em outros países na década de 70~80 e, no Brasil, vem crescendo nos últimos 20 anos) também trouxe acesso a conteúdos antes restritos a boa parcela da população. Não me refiro a treinamentos, dieta e suplementação, embora estes perpassem também essa escala de acesso. Refiro-me ao uso de recursos ergogênicos. Esteróides anabolizantes. Os vídeos de Marc Lobliner (que apesar de polêmico e controverso) trouxeram uma reflexão à minha cabeça. A elevação de um “padrão de beleza” como “natural” das panicats e de determinadas subcelebridades (ex-BBBs, jogadores de futebol, modelos, atores e atrizes) trouxe para grande parcela da população a falsa ilusão de que é possível alcançar corpos daqueles de forma absolutamente pura num curto espaço de tempo. Na contramão, quem passa a ter acesso à ponta do iceberg, passa a crer que todo e qualquer corpo que esteja “fora do padrão” foi construído única e exclusivamente por conta de esteróides anabolizantes. Extremo, não? Brincadeiras como “stano bem que mal trem” ou “whey, malto gluta e outras paradas” ou “vem monstro” popularizaram-se e banalizaram o esforço. Vivemos numa época do “esforço mínimo” e incluo o esforço de buscar informação como principal ponto. Garotos de 15~18 anos tendo acesso às traduções do Gh15 (que trouxe importantes contribuições para compreensão do que estava sendo feito a partir da “Era Freak”) fora de contexto e passando ao reducionismo de que “é tudo droga” (“it’s all about drugs”). Observando o fórum, eu vejo que poucas pessoas (mesmo aquelas que freqüentam a área de esteróides anabolizantes) demonstram o desejo de competir profissionalmente. Por quê será? Muitos (eu estou incluso) possuem o objetivo meramente estético e usam a musculação como um hobby. Destarte, lanço a pergunta: por que estas pessoas se interessam tanto pelo uso de recursos ergogênicos? A resposta será variada, mas existe um fundamento básico há explicado. O “esforço mínimo” nos move, historicamente, a buscarmos atalhos. Se vamos alcançar o nosso potencial genético somente daqui uns anos, qual o problema em “adiantar algumas etapas” e chegarmos antes? Parece lógico, não é? Particularmente, não vejo problemas nisto. O problema está, contudo, na desinformação. A desinformação, por exemplo, de compreender que um corpo na puberdade ainda não está apto a lidar com variações hormonais. A desinformação de saber que dieta e treino são fatores fundamentais que potencializarão seus ganhos e gerarão uma resposta anabólica melhor e colaterais menores. A desinformação de saber da importância de possuir os protetores em mãos para controlar taxas. A desinformação de não compreender a função e a sinergia dos EAAs. A desinformação, pasmem, de não saber sequer qual seu objetivo. 1. Existe a necessidade de usar testosterona em todos os ciclos? É algo indispensável? 2. Mais, existe algo realmente indispensável no uso de EAAs? 3. Qual a importância dos protetores? E de exames pré, intra e pós-ciclo? 4. Realizar uma TPC serms vai, magicamente, regular todas minhas taxas? 5. Qual o meu real objetivo? Eu preciso crescer, secar, corrigir deficiências? Eu pretendo competir? Eu posso atingir este objetivo de uma forma menos danosa? Eu tenho pressa? Quais minhas escolhas? A abordagem racional, que proponho, é analisar esses pontos antes de tomar uma decisão. É saber avaliar onde se está e para onde se deseja ir. É ser sincero e racional. É não se levar por achismos e coisas que foram lidas em qualquer lugar. É conhecer a si próprio. Eu tenho uma frase muito sintética: “nada relacionado à musculação é receita de bolo”. Nem treino, nem dieta, nem EAAs. Existe um princípio basilar nisto tudo: individualidade biológica. Então, não adianta você ir ao seu instrutor sarado da academia e falar: “pô véi, me passa um <treino ou dieta ou ciclo> para eu ficar igual a você!”. Ele certamente vai te passar o que ele usou. E, se você fizer, ficará frustrado. Pois o que deu certo nele, muito provavelmente não dará certo (não da mesma forma) em você. Por isto, toda e qualquer escolha deve ser levada em consideração pensando nestes fatores. Por hora é isto, não quero me estender. Na próxima parte tratarei de uma parte mais prática do tema. Sugestões, críticas? Sou todo ouvidos olhos! Bibliografia & vídeografia https://www.youtube.com/watch?v=c4DVE4kvqQY https://www.youtube.com/watch?v=A0X9JsAxgtg
  8. Já faz algum tempo desde meu último artigo no fórum. Tenho dedicado meu tempo à outras questões e mais a uma participação mais abrangente e prática no fórum do que propriamente na produção de conteúdo. Entretanto, sinto que é tarefa – como colaborador – sempre trazer um pouco daquilo que estudo, penso e incorporo ao meu estilo de vida. Especificamente, neste caso, à utilização de recursos ergogênicos. Quando falo este nome “ergogênico”, refiro-me a um conceito mais amplo que pode ser abarcado pelo seguinte significado: Adj, grego (ergo, trabalho +gênico, produção) Med. Substância ou artifício que aumenta a capacidade para o trabalho corporal ou mental, especialmente pela eliminação de sintomas de fadiga, visando à melhora da performance. Entre o ano passado e, este ano, aconteceram duas mudanças principais do ponto de vista teórico e prático na minha vida. Do ponto de vista teórico, trouxe até o fórum o conceito de “uma abordagem racional” do uso de esteróides anabolizantes (que vocês podem conferir a partir daqui). E, do ponto de vista prático, desde abril – quando me recuperei de uma fratura na mão direita – tenho estado em cruise utilizando baixas doses de testosterona – que vocês podem conferir na parte de relatos. Certa vez, no meu diário virtual aqui, estávamos numa discussão sobre teoria e prática. E eu disse a seguinte sentença: “embora a gente deva, sim, usar a ciência, o estudo, a teoria para prevenir só existe uma coisa que, efetivamente, vai provar sua eficácia: sua aplicação real. Teoria sem prática é falácia. Assim como prática sem teoria é suicídio”. O que isso quer dizer? Parece simples, à primeira vista, porém o significado é mais profundo. Conversando com alguns amigos em alguns grupos sobre musculação e hormônios é perceptível o quanto o empirismo ainda impera dentro do universo do bodybuilding. Refiro-me ao “bodybuilding” num conceito mais restrito, daqueles que efetivamente utilizam recursos ergogênicos. Empirismo que beira o achismo, a chamada “broscience”. Quanto mais conteúdo nós temos acessíveis, menos as pessoas parecem se esforçar e se acomodar com aquilo que está posto. E, por isso, são tão recorrentes tópicos no fórum com as dúvidas e discussões mais esdrúxulas. E, embora concorde que a prática realmente ensina muita coisa a qualquer usuário de esteróides anabólicos, a importância de uma boa base teórica é fundamental para minimizar os erros. Isso mesmo, minimizar. Ninguém está salvo de cometer erros ou pagar por suas escolhas. Ninguém. Mas entre percorrer um caminho totalmente às escuras ou ter, pelo menos, uma lanterna em mãos [teoria]; o que você preferiria? Não, não precisa responder é uma pergunta retórica. E então eu poderia continuar filosofando mais umas cinco laudas sobre a importância da teoria e de buscar conhecimento. Não é uma falácia. E sabe por que não? Porque se não fosse por isso, eu – como prova viva – não estaria tendo resultados – vide exames – tão bons, estaria ainda buscando informações e pensando em fazer ciclos de “DURA x DECA 4 SEMANAS” ou usando “WINSTROL PRA SECAR, DECA PRA INCHAR” e todas essas malditas baboseiras que ouvimos em quase toda academia nos rincões do país. Não, não estou me colocando num pedestal de arrogância e dizendo que eu fiz o certo. Aliás, o meu corpo está bem (BEM) longe do que eu gostaria e do que eu, efetivamente pretendo. Aliás, eu só queria desmistificar uma coisa que eu acho ridícula. Utilizar qualquer recurso ergogênico que seja não desmerece seu esforço. Principalmente quando você faz um uso responsável. Ninguém é obrigado a manter-se puro, assim como ninguém é obrigado a hormonizar. Cada escolha com seus méritos e deméritos. Simplesmente acho ridícula essa distinção entre hormonizados e naturais. E essa pseudo-masturbação virtual que se formou em ficar apontando que resultados limitam-se ao uso ou não de EAs. Ao invés de discutir se subcelebridade A ou B usa ou deixa de usar, trace seus objetivos, estude e parta para ação.
  9. Índice Salve parças, ‘Cá estou – após um vácuo de tempo imenso – para trazer a terceira parte da minha série “uma abordagem racional sobre o uso de esteróides anabolizantes”. Se você perdeu a parte 1 (clica aqui!) ou a parte 2 (clica aqui), já te dei uma ajuda para recapitular o raciocínio aplicado nesta série. Como o fórum tem o péssimo hábito de transformar os títulos para as primeiras letras maiúsculas eu tomei a liberdade de migrar da contagem romana para a numeral. Bom, passado esses pormenores introdutórios, sigamos para a essência desse artigo que é direcionado principalmente para novatos e pessoas que não tiveram contato algum com esteróides anabolizantes. » Sermão básico Se você tem menos de 18 anos e se interessa por esse assunto, peço que leia ele apenas como forma de conhecimento. Eu desaconselho, totalmente, o uso de esteróides anabolizantes por adolescentes. Inclusive, reforço que a intenção dessa série não é fazer apologia, muito menos dizer o que cada um deve ou não fazer. Por quê? Esse texto retirado do Dudu Haluch simplifica: Simplificando: esteróides anabolizantes só devem entrar no jogo (ou nos seus planos) quando você já tem algumas coisas. Por exemplo: maturidade hormonal (por isso a questão dos 18 anos), tempo de treinamento, consciência mental, disciplina. A questão é que quase todo formador de opinião da internet (e fora dela) fala isso, mas parece que as pessoas têm uma espécie de ‘ouvido seletivo’. Ou seja, só escutam aquilo que lhe é conveniente. Se você diz “não faça” ou “não use” é a mesma coisa de dizer, para eles, “use indiscriminadamente” ou “abuse”. Já fui como a maioria dos novatos, já superestimei os hormônios, depositei neles grandes esperanças de mudança. Sabe o que percebi após meus primeiros ciclos? Sim, tive resultados. Sim, mesmo me protegendo, tive colaterais. E sim, os ganhos nunca foram exatamente como eu imaginei. A ilusão de “dormir lagartixa e acordar crocodilo” é verídica. É uma ilusão! Grandes físicos, como a própria citação acima diz, foram construídos muito antes de contatos com EA’s. Então, porque diabos, nossa mente nos sabota e nos faz crer nessa merda de ilusão? R: Está na parte 2 dessa série, pois somos da geração do esforço mínimo. Pegue, por exemplo, o Lucas Nasco (vulgo Blauzen). Pegue a foto da evolução dele. Pegue relatos dele. E você vai ver. Ele treinou, comeu e dormiu por 5 (CINCO) anos até começar a ter contatos com hormônios. Por quê você, novato (a), em seu primeiro ciclo se tornaria um big fucking monster? Percebe?! Essa é a ilusão! A ‘abordagem racional’ busca justamente observar o que esteve (e está!) o tempo todo em nossa frente, mas pelo ‘seletismo auditivo’ não somos capazes de notar. Hormônios mudam as regras do jogo? Mudam! Mas para isso, para aproveitar o melhor que eles podem lhe oferecer, é preciso todo um planejamento e maturidade. E isso, definitivamente, não é conversa para boi dormir! Se eu pudesse dar um conselho para alguém que deseja começar no mundo dos EAs eu diria três coisas: Bom, galera, eu não queria fazer algo muito grande, já que essa é a intenção da série. Espero que tenham gostado das ideias. Sei que muita gente não gosta de fontes não-teóricas (como o Dudu Haluch), entretanto eu acho que ele dialoga bem. Tem uma linguagem acessível. E acho que isso é o mais importante para a propagação do conhecimento. Aguardo vocês nos comentários!
  10. Saudações, ‘Cá estou para retomar os meus artigos e textos em 2015 aqui no Hipertrofia.org, aos que não me conhecem sou T. Wall e sempre busco partilhar informações com os usuários de forma a melhorar o conhecimento de todos que freqüentam o fórum acerca da musculação. Sinceramente, o tópico de hoje já está em minha mira há alguns dias. Na realidade, desde o ano passado. Vinha juntando material e, sobretudo, aplicando-o ao meu treinamento para realmente ter uma base empírica e teórica para poder trazer até vocês. E, correndo o risco de encampar uma briga com aqueles que não conseguem abrir a mente e ler as coisas a título de acréscimo, trago o seguinte tema: a aplicabilidade e as vantagens do uso de máquinas em determinadas situações de treino. Máquinas: vilões ou auxiliares? Antes de começar uma polêmica desnecessária ou mesmo de cair no reducionismo de falar falsas-verdades absolutas vou fazer uma errata. Você, garotinho malemolento ou mocinha sedutora que reclama das celulites, leia isto com atenção: NÃO ESTOU DEFENDENDO O USO EXCLUSIVE DE MÁQUINAS. Inclusive, quero ressaltar que este texto destina-se àqueles que possuem mente aberta e buscam como objetivo principal a hipertrofia e não a força. Por quê essa distinção? Porque quem busca hipertrofia busca ter músculos maiores e mais visíveis (definidos) e não levantar as maiores cargas. Se você deseja levantar as maiores cargas, porra, é só fazer os básicos e acrescentar mais anilhas. Quando não tiver mais anilhas, coloque sacos de arroz. Quando não tiver mais arroz, coloque de feijão e assim sucessivamente. Nada contra quem treina visando força, muito pelo contrário. Todo meu respeito a eles. E também todo meu respeito aos exercícios básicos. Agachamento, terra, supino, curvada e outros sempre construíram e sempre construirão os maiores corpos que já caminharam e caminharão neste mundão. O que quero dizer com esse texto, para começo de conversa é muito simples: não existe certo e errado. Não existe essa distinção entre pesos livres ou máquinas. Ou mesmo, um ser melhor do que o outro. Ficar neste debate é o mesmo que tentar debates quem veio primeiro: o ovo ou a galinha. Não vai nos levar a lugar nenhum! Portanto, proponho uma nova abordagem: que tal tentar encarar as qualidades de cada um dos dois e extrair o melhor de ambos? Falando nas máquinas, ah… As máquinas, tão discriminadas. Arthur Jones, criador do método HIT (precursor do Heavy Duty e treinamentos voltados para intensidade), também foi um dos primeiros inventores de máquinas de exercícios musculares. Foi o fundador da empresa Nautilus e responsável pela criação de diversas máquinas hoje conhecidas, como o Cross Over. O que levou Jones a criar máquinas para exercício? Bom, fazendo uma analogia ao método de treinamento que ele desenvolveu, percebe-se a lógica das máquinas envolve treinos curtos, intensos e, até certo ponto, isolados. O ponto do isolamento é a chave para o coringa que foi a invenção das máquinas. Enquanto os exercícios multiarticulares (ou básicos) são capazes de estimular diferentes grupamentos musculares, as máquinas visam isolá-los, proporcionando uma ênfase maior e, consequentemente, um estímulo (leia-se lesões nas fibras) específico. E isso, claro, abriu um leque de opções aos praticantes de musculação. Isto nos anos 70! Não estou aqui para julgar a aplicabilidade de algumas máquinas ou exercícios criados até hoje, mas uma coisa é certa: nada é criado ao acaso. Existem estudos de fisiologia e biomecânica envolvidos. E, embora concorde que algumas máquinas (como o Smith) possuem uma aplicabilidade limitada, pois guiam o movimento muitas vezes não respeitando a individualidade fisiológica e anatômica há muitas vantagens no uso de máquinas em questões específicas. As principais vantagens estão, além do isolamento, na segurança e nas variações. A segurança, no tocante as travas que muitos equipamentos desses possuem e auxiliam, por exemplo, a quem treina sozinho e até próximo da falha muscular concêntrica. E nas variações, pois ajudam a corrigir algumas assimetrias e disfunções. Andei lendo, por exemplo, que o Dorian Yates deixou de fazer Agachamento Livre durante uma parte de sua carreira, pois estava ganhando demais glúteos e posterior e passou a fazer no Smith. Quem treina voltado para hipertrofia e o culturismo deve estar sempre atento ao seu corpo, aos sinais que o corpo dá. Estar atento às falhas é tão importante quanto manter sua rotina regrada, porque é trabalhando elas que você realmente vai causar uma impacto. Musculação é passar uma ideia de corpo harmônico. Se você tem uma cintura larga por conta de sua estrutura óssea, por exemplo, você pode se matar fazendo abdominais e dieta e nunca deixará de ter essa cintura pela limitação genética. Se, ao invés disso, você se focar em aumentar suas dorsais e ombros (além, claro, das pernas) você vai conseguir o famosos “shape em V”. As máquinas são aliadas justamente nisto, isolamento e direcionamento do que você deseja melhorar. Não quero me estender demais, espero que este texto ajude algumas pessoas a aprender a encaixar máquinas em seus treinamentos, sem medo. Seja visando segurança, correção e isolamento. Um forte abraço e vamos às discussões!
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